Estão em situação de vulnerabilidade, sozinhas, sem o mínimo de dignidade humana, sem acesso a serviços sociais básicos e sem verem respeitados direitos de cidadania. São pelo menos 447 as pessoas nesta situação em solo português. Mas estima-se que haja muito mais. Há vítimas de violência doméstica, sexual, negligência e exploração. Os primeiros números foram reunidos em apenas quatro meses pela GNR.
A igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência continua a ser uma batalha.
Os pedidos de ajuda não param de aumentar e uma boa parte vive sozinha, com rendimentos de cerca de 200 euros por mês, segundo a Associação Portuguesa de Deficientes (APD).
As autoridades e algumas instituições de solidariedade social uniram-se e estão a desenvolver no terreno programas de apoio.
“Eu preciso de ajuda para me levantar, para fazer a higiene pessoal, etc., e acho que as pessoas, nesse aspeto, pensam que uma pessoa que está nessa situação (…) não pensa como uma pessoa que faz tudo sozinha (…) Acho que o modo que tratam as pessoas, um bocado imaturas, como crianças e, pronto, e pessoas que só precisam de comer e dormir e mais nada, basicamente. (…) É o rótulo de coitadinho”. (Homem, 29 anos)
A Guarda Nacional Republicana está a desenvolver um Programa de Apoio a Pessoas com Deficiência. Arrancou em dezembro do ano passado e, entre janeiro e abril de 2015, foram identificados 447 deficientes "em situação de vulnerabilidade".
No sentido de prestar uma resposta mais personalizada e adaptada aos problemas concretos da população considerada mais vulnerável, a GNR teve necessidade de implementar um programa para “promoção dos direitos e garantias de condições de vida dignas às pessoas com deficiência, procurando envolver, de forma proativa, a comunidade para atender, compreender, respeitar as necessidades e diferenças de cada um, permitindo a igualdade de oportunidades, e para a prevenção de situações de negligência, violência e maus-tratos a estas pessoas”.
Neste âmbito, entre os meses de janeiro e abril deste ano, a Guarda sensibilizou 3.569 pessoas para questões de cidadania e não discriminação; 737 pessoas com deficiência foram sensibilizadas; 447 foram sinalizadas em situação de vulnerabilidade; 46 foram sinalizadas a outras instituições e 91 pessoas passaram a integrar o Programa Residência Segura, cujo objetivo é prevenir a criminalidade contra as comunidades, maioritariamente estrangeiras, residentes em locais isolados.
De acordo com o major Paulo Poiares, da GNR, neste programa há diversos eixos de ação, nomeadamente “sensibilizar as próprias pessoas com deficiência, os familiares ou quem presta cuidados a essas pessoas, de alguns comportamentos mais corretos a nível de sensibilização criminal, sensibilizar os nossos próprios militares para algumas medidas que poderão ser tomadas aquando da abordagem de uma pessoa com deficiência”.“Muitas vezes fazem anos, pronto, fazem programas, é raríssimo convidarem-me para alguma coisa e isso faz-me sentir triste, desanimado, faz-me sentir inferior”. (Homem, 58 anos)
Segundo este responsável da GNR, existem diversos casos, “desde questões alimentares, a falta de apoio, questões de higiene e também questões financeiras”.
Para Ana Sesudo, da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), “a GNR acabou por ter em conta aquilo que eram as nossas indicações e iniciou o programa”.
“Em Portugal não existe um estudo concreto e real sobre o número de pessoas com deficiência que vivem em Portugal, muito menos do número de pessoas com deficiência que vivem em situação de isolamento. Realmente preocupa-nos porque nos parece já um número muito elevado, tendo em conta o período tão curto em que decorre esta sinalização”, disse Ana Sesudo ao site da RTP.
No interior do país, “as pessoas estão realmente cada vez mais isoladas. Surgem cada vez mais casos de pessoas com deficiência que estão, em muitas situações, quase ao abandono”, refere a mesma responsável.
“Portugal tem feito avanços no plano legislativo, desde logo com a publicação de alguns diplomas que têm vindo a consagrar, no plano jurídico, os Direitos Humanos que estão previstos também na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que Portugal assinou e ratificou. Mas depois, na aplicação destes princípios e destas normas, há uma grande distância”, disse ao site da RTP Paula Campos Pinto, coordenadora do ODDH, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa“Eu preciso de ajuda e no futuro se houvesse intérprete era um alívio para nós. Se não houver ninguém para me ajudar, nem pai nem mãe nem família, como é que é? Num hospital, no tribunal, na polícia, na segurança social, num banco, deveriam ter intérprete. É um direito! Os surdos necessitam de intérprete, isso seria bom! (Mulher, 26 anos)
O Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH), do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, fez uma monitorização dos Direitos Humanos das pessoas com deficiência em Portugal, estudo publicado em julho de 2014.
A investigação monitorizou os direitos das pessoas com deficiência em Portugal, a partir da análise de 60 entrevistas aprofundadas a pessoas com deficiência, com idades entre os 12 e os 70 anos, em três regiões do país (Lisboa, Região Norte e Região Sul) e da avaliação das políticas públicas da deficiência em Portugal.
“Na maioria dos casos relatam-nos situações de violação ou negação de direitos humanos, nas diversas áreas, desde a educação onde é visível a falta de meios humanos e materiais nas escolas inclusivas para tornar efetiva essa inclusão; no mercado do trabalho, onde as pessoas continuam a ter muita dificuldade, continuam a ser percepcionadas como incompetentes, inaptas, vistas apenas pelo prisma da incapacidade e não da sua formação, da sua competência; na área da vida independente, onde faltam os apoios ao nível dos transportes, das acessibilidades e do apoio personalizado, para que estas pessoas possam de facto ter as ajudas que necessitam”, salientou a investigadora Paula Campos Pinto.Prevenção com Significativo Azul da PSP
E nos últimos anos têm sido desenvolvidos alguns programas, como é o caso do Significativo Azul, que está no terreno desde dezembro do ano passado e é uma parceria entre a Polícia de Segurança Pública, a Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (FENACERCI), o Instituto Nacional de Reabilitação (INR) e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
“Chamaram-me e eu fui à entrevista. Entretanto, disseram-me que não e eu fiquei desapontada. Fui-me embora. (…) Porque pensavam que eu não conseguia comunicar, não conseguia trabalhar, que eu era uma ignorante. (…) O patrão pensa que ao nível de capacidade não sabem palavras, que não sabem arrumar as coisas, ou o champô, ou a comida, ou as frutas, ou como é que há-de comunicar, como é que há-de fazer. Pensam isso, disseram que não, pronto.” (Mulher, 26 anos)
O programa pretende contribuir para a melhoria no atendimento e encaminhamento das pessoas com deficiência, por parte dos elementos da PSP e dotar os elementos da autoridade de ferramentas específicas de comunicação, acessíveis à população com deficiência intelectual e/ou multideficiência.
“Quando existem casos de suspeitas de casos de violência e, sobretudo, envolvendo as famílias, ou outro tipo de crimes ainda mais graves, que possam estar a ocorrer e que, até hoje, estavam a passar sem monitorização”, disse ao site da RTP o subintendente Hugo Guinote, coordenador da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade.
“O que nós pretendemos é através de uma intervenção preventiva e, tanto quanto possível, pedagógica, irmos detectando estes casos e promovermos depois a agilização”.
A avaliação objetiva a este programa só será feita no final deste ano, por isso não nos foram facultados resultados concretos. No entanto, a PSP referiu que tem conhecimento de “situações de pessoas com deficiência que eram vítimas de maus tratos no seu espaço residencial (quer por familiares diretos quer por cuidadores) e casos de violência sexual”, adiantou o subintendente Hugo Guinote.
Trata-se de sensibilizar e formar as organizações da área da deficiência e reabilitação para uma cultura de prevenção de situações de violência e maus tratos contra pessoas com deficiência intelectual e/ou multideficiência.
“As pessoas com deficiência vivem os mesmos problemas que a generalidade dos grupos com mais vulnerabilidades vivem, como é o caso dos idosos e das crianças. Se pensarmos particularmente nas pessoas com deficiência intelectual e multideficiência, vivem o problema acrescido de muitas vezes não terem capacidade de auto-representação, isto é, de se dirigirem a uma autoridade para apresentarem uma queixa”, disse à RTP Rogério cação, vice-presidente Fenacerci.
“As situações que nos interessa mais prevenir são a negligência, as situações de violência, particularmente, as situações de violência doméstica, as situações de exploração e da violência sexual”.
O presidente da Fenacerci considera ainda que o financiamento é sempre escasso e que “os financiamentos do INR deviam ser mais substanciais para apoiar este tipo de iniciativas que se propõem mudar as coisas. Portanto, aquilo que eu desejaria que acontecesse era que houvesse uma majoração deste tipo de projetos que, eventualmente, podem dar contributos fundamentais para melhorar os sistemas que temos em vigor em Portugal”.
“O meu marido faz-me companhia mas é um bocadinho malcriado. Chega a casa trata-me mal, até com uma faca já me ofereceu, ele trata-me muito mal desde que chego a casa, começa-me a chamar nomes [choro] começa-me tudo e eu sinto-me já cansada de ouvir a voz dele, [choro] manda-me com as coisas para o chão, pisa-me as coisas, e eu… já estou farta! Não tenho ninguém que me ajude!”. (Mulher, 56 anos)
Rogério Cação considera que as coisas estão melhores, mas quer ver cumprida a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. “Aquilo que nós esperamos do Estado português é que a estratégia para o cumprimento da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que é uma estratégia nacional para a deficiência, que está definida, seja concretizada na prática.
A RTP contactou o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social para obter esclarecimentos sobre este assunto, mas até ao momento não obteve quaisquer esclarecimentos.
Modo de fazer estatísticas foi alterado
Quanto a dados, em relação aos censos de 2001, do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de pessoas com deficiência recenseadas situou-se em 634.408, das quais 333.911 eram homens e 300.497 eram mulheres, representando 6,1 por cento da população residente (6,7 por cento da população masculina e 5,6 por cento da feminina).
Desagregando por tipos de deficiência, pode verificar-se que a taxa de incidência da deficiência visual era a mais elevada representando 1,6 por cento do total de população, com a mesma proporção entre homens e mulheres.
Os indivíduos com deficiência auditiva registavam uma percentagem mais baixa 0,8 por cento, também com valores relativos muito semelhantes entre os dois sexos: 0,9 por cento de homens e 0,8 por cento de mulheres.
A deficiência motora registou valores mais diferenciados entre os dois sexos, pois, enquanto nas mulheres esta proporção foi de 1,3 por cento, nos homens elevou-se a 1,8 por cento; no conjunto da população a proporção de indivíduos com alguma deficiência deste tipo cifrou-se em 1,5 por cento.
A população com deficiência mental situou-se nos 0,7 por cento, representando 0,8 por cento na população masculina e 0,6 por cento na população feminina.
A paralisia cerebral foi o tipo de deficiência com a menor incidência na população recenseada, ligeiramente superior entre a população masculina.
O conjunto das outras deficiências, que inclui as não consideradas em qualquer dos outros tipos, cifrou-se em 1,4 por cento do total de indivíduos, 1,6 por cento nos homens e 1,2 por cento nas mulheres.
Já a análise segundo a estrutura etária permite evidenciar que a taxa de incidência agrava-se com a idade. No grupo de população mais jovem (menos de 16 anos) aquela era cerca de 1/3 mais baixa que os 6,1 por cento encontrados para o conjunto da população (2,2 por cento), enquanto no grupo dos idosos a taxa era mais do dobro da nacional (12,5 por cento).
A deficiência visual, a motora e as classificadas como outra são as principais responsáveis pelo aumento da taxa de incidência nas idades mais elevadas.
A distribuição percentual do total de pessoas com deficiência segundo o tipo por idades, revela que a importância relativa da paralisia cerebral é bastante superior entre a população jovem e que vai perdendo importância nas idades mais elevadas.
Por exemplo, entre a população deficiente com menos de 16 anos, a importância relativa dos indivíduos com paralisia cerebral era de 17,5 por cento, representando mais 11,4 pontos percentuais que a proporção do total de pessoas com deficiência com a mesma idade (6,1 por cento).
Em contrapartida no grupo dos 65 ou mais anos a mesma diferença era de -6.0 pontos percentuais.
Por outro lado, verifica-se que a importância relativa das deficiências auditivas e motoras aumenta consoante a idade dos indivíduos, bem visível no grupo da população idosa.
Em Portugal mais de metade da população com deficiência não possuía qualquer grau de incapacidade atribuído (53,5 por cento). A proporção da população com deficiência com um grau de incapacidade superior a 80 por cento era de 11,6 por cento.
A nível nacional a principal diferença entre sexos, no que se refere ao grau de incapacidade, dizia respeito ao não atribuído com um valor de 57,3 por cento para as mulheres e 50,1 por cento no caso dos homens.
Se tivermos em conta os últimos Censos, de 2011, cerca de 17,8 por cento (taxa de prevalência) da população com cinco ou mais anos de idade declarou ter muita dificuldade, ou não conseguir realizar, pelo menos, uma das seis atividades diárias (ver, ouvir, andar, memória/concentração, tomar banho/vestir-se, compreender/fazer-se entender). Na população com 65 ou mais anos, este indicador atinge os 50 por cento.
Nas pessoas com cinco ou mais anos e pelo menos uma dificuldade, andar, com 25 por cento das respostas, é a principal limitação manifestada. Cerca de 23 por cento das respostas identificam a dificuldade em ver, mesmo usando óculos ou lentes de contacto, sendo esta a segunda dificuldade mais representada.
Nos últimos dados do INE, nos Censos de 2011, as questões foram alteradas face aos Censos de 2001.
Em 2011, a informação recolhida tem como objetivo retratar as limitações das pessoas face a situações da vida real que, de algum modo, afetem a funcionalidade e a sua participação social.
Substituiu-se, desta forma, a avaliação baseada em diagnósticos de deficiências, por uma autoavaliação que privilegia a funcionalidade e a incapacidade.
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Comentários
esta situação é deveras preocupante :-(
Esta situação é de deveras muito preocupante :-(
Toda a pessoa portadora de deficiência quer ter a sua dignidade e sentir q não tá só ... !
Mas infelizmente a tendência é precisamente o contrário :-(
No entanto, reforço mais uma vez a ideia, de que só com o nosso bom testemunho, é q as coisas poderão mudar, pq se nós não o fizermos mais ninguém o faz por nós ...
A nossa atitude é fundamental
Olá Filipe! Tudo bem?
Preocupante??? Eu diria revoltante e inadmissível!
Será que é tudo culpa desta sociedade ignorante? Será que temos de ficar à espera que nos ajudem? E será que vale mesmo a pena perdermos o nosso tempo com comentários completamente absurdos sobre as nossas limitações?
De uma coisa estou totalmente de acordo contigo: a nossa atitude é fundamental para sermos pessoas independentes e com dignidade. E a dignidade é só alcançada com muita perseverança e luta, não é esperarmos que o mundo mude e nos compreenda e aceite!
O nosso testemunho pode estimular a coragem de outras pessoas em situação semelhante, mas o principal é termos uma boa autoestima e dar-nos valor acima de tudo. Depois disto sim, estaremos prontos para os desafios da vida.
Hoje posso orgulhar-me de ter lutado pelos meus sonhos, quando muita gente e a minha família inclusive achava impossível. Recusei ser institucionalizado, insistindo que era como os outros; agarrei-me com unhas e dentes às poucas oportunidades; conclui como os outros o ensino regular quando não havia nada para mim e eu tive de mostrar que tinha vontade e capacidades de aprender; ingressei na faculdade contra a vontade da minha família e quando toda a gente duvidava que iria conseguir; e fui persistente até conseguir tirar o curso de massagista. Consegui porque tomei a iniciativa, fui teimoso, e hoje a minha família está super orgulhosa de mim, porque se tivesse ficado numa instituição de deficientes não teria ido longe como fui.
E não termino aqui a minha luta pela minha autonomia e dignidade! Depois de alguma discussão, consegui convencer a minha irmã a ensinar-me a cozinhar. Aprendi a fazer puré de batata, frango com esparguete, bacalhau cozido, saladas e outras coisas, além de agora ser eu a passar a minha roupa sozinho com uma caldeira. É espetacular, vou para o meu estágio bem arranjado, aprendi com rapidez a servir-me dos equipamentos e a mover-me nos espaços.
Muitas pessoas não conseguem ou querem imaginar que é possível fazer tudo isto sem a visão, e eu já vi e tive de reaprender tudo.
Continuo a lutar pela minha vida, não é esperando sentado! A culpa é também nossa que nos acomodamos, que damos razão aos preconceitos e acreditamos que somos incapazes! E eu, surdo profundo que há uns anos recuperei metade da audição, vou inscrever-me em aulas de viola! Foi fantástico a atitude aberta e positiva do meu futuro professor de música e do diretor e maestro! Não levantaram qualquer problema e viram a minha determinação!
Há pessoas que me acham muito sonhador e eu respondo-lhes que se não sonhasse não teria ido longe. Não diria que tive sorte, porque foi tudo com muita determinação e se não fosse isso não teriam reparado nas minhas capacidades.
Espero não ficar sozinho! Está sozinho quem quer, quem não sai de casa para fazer amigos! E nós, sim nós, queixamo-nos de não ter amigos perto porque não fazemos por isso! Não nos desculpemos com as pessoas nos discriminarem, porque nem todas são tão retrógradas assim.
Hoje bati muito no ceguinho! loool Mas são verdades duras, não podemos culpar a sociedade de tudo, porque temos de mostrar exatamente o contrário da imagem que têm da pessoa deficiente. As pessoas estão muito desinformadas e temos de ir aos poucos e poucos criando um diálogo com elas para as esclarecer e informar. Porque de outro modo como podem ter consciência das coisas?
Se temos capacidades que as aproveitemos ao máximo, não podemos depender dos outros para tudo ou para toda a vida. Pelo menos sejamos autónomos dentro do possível, procuremos aprender, em vez de fazermos cara infeliz.
Estou aqui para vos ajudar a não desanimarem, e digo-vos que tive imensas dificuldades, muitos duvidavam que eu alguma vez fosse independente, sempre puseram em causa as minhas limitações esquecendo o resto, e sofri muito por isso mas não desisti, mem jamais vou desistir até deixar de acreditar em mim mesmo!
Grande abraço
grande testemunho
Olá Marco !
Tá tudo ? Cmg tá tudo ok lool
É verdade, é revoltante e inadmissível :-(
Bem, bem, deixaste aqui um grande testemunho, está excelente lool
No meio disto tudo o q faz toda a diferença é a nossa atitude, e a respeito disso deixo umas interrogações para reflexão:
Consideras-te vencedor ou vencido ? Ficas à espera q aconteça 1 milagre ou lutas pelas coisas sem cessar ? tratam-te como coitadinho e não reages, ou reages tentando sensibilizar / explicar q não é correcto ? ...
Ninguém disse q a vida é fácil, por vezes passamos por momentos bem dificeis, mas se fosse tudo fácil não teria piada, e as dificuldades devem-nos dar pica para lutar ainda mais, sendo persistentes e firmes !
Devemos sim lutar o máximo possível pela nossa autonomia / independẽncia e pela concretização dos nossos sonhos, porque os pais não duram sempre ... !
E depois ? Peferem ficar entregues num lar ou instituição, ou viver autonomamente na vossa casa ?
Eu prefiro viver autónomamente na minha casa, sei cozinhar, passar a ferro, tenho 1 emprego, tenho a minha dignidade .... !
Claro q devemos ter auto estima, dando-nos valor acima de tudo, e antes de tudo aceitando as nossas limitações, e aí estaremos preparados para os desafios da vida, e se os nossos testemunhos de vida vos inspirar óptimo lool
Muita gente diz: "ah eu já não tenho idade para aprender"
Não existem limites para aprendermos, aliás tamos sempre a aprender e morremos sem saber ... !
Se tivermos esta vontade de aprender, e tivermos uma mente aberta ajudará imenso lool
Claro, não é estando à sombra da bananeira q as coisas aparecem, e mais do q simplesmente mostrar-mos q somos capazes, se pudermos devemos ir ao encontro do nosso irmão na mesma situação ou semelhante, individualmente ou participando em movimentos / associações, promovendo uma melhor cidadania (deveres e direitos) dos deficientes ... !
Eu pessoalmente trabalho no movimento da Fraternidade Cristã, e na associação ACOD, e fico muito satisfeito quando consigo arrancar um sorriso numa visita, quando conseguimos lutar pela dignidade de outros deficientes com sucesso, quando ajudo outro deficiente a ver q ele tb é capaz ... e neste trabalho damos muito de nós, mas tb acabamos muitas vezes por receber ...
Grande verdade: só está sózinho quem quer !
De facto devemos fazer constantemente novas amizades, nutrindo as já existentes ... !
Quer seja na nossa terra q é essencial, mesmo ter boas relações com os vizinhos como é o meu caso ... lool
Mas muitas vezes as melhores amizades não estão na nossa terra, mas aí temos os chats / messengers, para q de longe se faça perto, o q não dispensa obviamente encontros pessoalmente de vez em quando lool
Grande abraço
Respondendo às tuas perguntas
Olá Filipe!
Ainda bem que estás fixe, animado e participativo como sempre!
Eu estou bem, mas muito cansado de mais um dia de trabalho, bem como hoje fiz o jantar e lavei a loiça assim que cheguei a casa.
Gostei muito de ler o teu comentário e as questões que levantaste! E vou responder-te com total franqueza.
Quem é que gosta de ser tratado como um coitadinho? Achas que pelo meu testemunho sou uma pessoa derrotista? Se há uma coisa de que eu detesto é de as pessoas acharem que sou um coitadinho! E não gosto de me fazer de coitadinho, embora há cegos que o façam, que andam a pedir esmola nas estações de metro.
A imagem do cego coitadinho muitas vezes é reforçada pela nossa atitude derrotista e quando acreditamos nas energias negativas de certas pessoas bem limitadas de mente. Como achas que eu reajo quando me chamam de coitadinho? Rudemente não, mas digo de imediato que não é verdade, que sou mais normal que muita gente que tem todos os sentidos mas que não sabe viver a vida com força de vontade, que o que realmente espero é ser tratado como um ser humano com qualidades e defeitos, sonhos, sentimentos, etc, como toda a gente e não como um objeto de piedade!
Não, as coisas não nos são dadas de bandeja! Se queremos ser autónomos temos de lutar arduamente para o conseguirmos! Não devemos aceitar os facilitismos e a superproteção, pois são os grilhões para a nossa liberdade e independência.
Isso já entendi há muito tempo ou não teria revolucionado a minha vida. Teria ficado moribundo pelo caminho, sentindo-me um miserável e um completo fracassado.
Olha que superar as minhas limitações não foi tarefa leve! Foi extremamente doloroso e difícil, mas consegui ver o lado bom da vida e que quando uma porta se fecha abre-se uma janela.
Não se trata de sermos heróis ou fenómenos raros, porque todos podem ser aquilo que aspiram se acreditarem firmemente. E não estou aqui a dar lições de coragem, porque todos temos a coragem dentro de nós e precisamos de descobrir a imensa força interior que possuímos.
E disseste uma verdade: que valor teríamos se não existissem dificuldades para vencer? Que sentido teria a vida se tudo fosse fácil? E que teríamos para aprender?
Tenho feito os possíveis por contornar as barreiras da vida, pois em vez de viver revoltado vou vivendo o que ainda é possível viver. E é tudo mais fácil quando aceitamos as nossas limitações e fazemos delas desafios, não interessa a opinião dos pessimistas que se estivessem no nosso lugar seriam os primeiros a desistir à primeira dificuldade.
É também por aí que tenho uma independência quase tão satisfatória como muita gente. E olha que pessoas que veem não sabem cozinhar, passar a ferro, etc, etc.
Uma coisa te garanto: se não tomamos a iniciativa ou aceitamos aprender humildemente coisas que à primeira vista parecem irrisioriamente fáceis para quem vê, estamos tramados!
Quanto às amizades verdadeiras, concordo inteiramente contigo quando dizes que não devemos perder o contato com os que realmente são nossos amigos e nos estimam.
Grande abraço
coitadinho é um burro sem cornos hehehe
Olá Marco !
Pois tem q ser amigo, só não tou para já tão participativo por causa da recuperação, mas no próx ano pastoral (Set / Out), já devo tar de novo operacional quer na Fraternidade, quer na ACOD, quer no trabalho loool
Ainda bem q gostas dos meus comentários, eu tb gosto de ler os teus lool
Eu fiz as perguntas para todos e não apenas pra ti lool
Claro q nem és coitadinho, nem és uma pessoa derrotista ... !
Conheço-te bem e sei q tens um grande espirito de guerreiro, aliás como eu, e q lutas sem cessar por aquilo em q acreditas ... ! loool
Sabes na Fraternidade, diz-se q um coitadinho é um burro sem cornos hehehe
E q se alguém nos diz olha o deficiente, nós dizemos q ele tb o é, pq somos todos imperfeitos loool
Nós somos só apenas diferentes, aliás todas as pessoas são diferentes, mas somos iguais em muitas coisas: direitos, deveres, objectivos na vida ... !
Um dos lemas q temos na Fraternidade é ensinar a pescar, em vez de dar o peixe ... faz todo o sentido e tem muito mais valor !
Eu sei que para termos a nossa independência e autonomia, não é fácil, tem-se q lutar muito mesmo ... !
Os meus pais são super proteccionistas, e eu com a minha persistência e aos poucos consegui viajar para fora da minha cidade, a primeiro acompanhado e depois sózinho, e ainda hoje eles continuam assim, e se eu quero viajar tenho q lutar, com paciência ... !
Aceitar as nossas limitações e fazer delas um desafio é o primeiro passo a dar, sem isso nada feito ... !
É verdade, hoje damos valor ao q somos e temos, pq passamos por muitas dificuldades, com obectivos de vida bem definidos ... !
Quando já se tem tudo, não se tem objectivos de vida ... dá por em suicídios q é horrível :-(
Mesmo nos textos biblicos, a humildade é uma qualidade q deve tar presente, e nunca fez mal a ninguém ... !
Devemos fazer as coisas com humildade e com amor, pq senão não tem o mesmo valor !
Ainda ontem um amigo da Fraternidade, da equipa intercontinental, partilhou uma brilhante reflexão: Ninguém resiste à doçura (quando se fala em doçura as pessoas ficam de orelhas afitadas lool)
O mesmo acontece com as pessoas, ninguém resiste à doçura de uma pessoa, q faz as coisas com amor e humildade ... !
Grande abraço
Detesto as palavras "coitadinho" e "incapaz"!
Olá Filipe! Estás bem?
Eu entendi perfeitamente que as questões que levantaste eram para todos, mas não resisti ao impulso de responder e frisar que na vida só há dois tipos de pessoas: as que lutam e as que desistem de lutar.
Para mim, a vida é uma luta sem fim, pois somos os autores da nossa história e das escolhas que fazemos. Ou seja, ninguém é dono da nossa vida, sejam os nossos pais, amigos ou outras pessoas que nos são significativas.
E a superproteção é o oposto da nossa autonomia, é cortarem-nos as asas, não nos deixarem bater com a cabeça na parede para aprendermos a termos maturidade, não nos darem a oportunidade de tentar ao menos até conseguirmos, e fazerem tudo por nós como se fôssemos inválidos é muito, mas muito pernicioso para a nossa vida e autoestima.
Eu também tive de bater o pé e insistir teimosamente com a minha família para ser mais autónomo. Uma coisa não entendo por que razão nos limitam em vez de nos estimularem a lutarmos pela nossa dignidade... Isso não é para "nosso bem" ou porque "gostam muito de nós e se preocupam connosco", porque a superproteção é precisamente o contrário do amor e é mais negligência do que responsabilidade. Porque o papel da família é trabalhar a autonomia e confiança da pessoa com deficiência e não fazer dela alguém dependente e insegura com as suas decisões.
E continua a prevalecer nesta sociedade dita ultramoderna o assistecialismo e a ideia de que uma pessoa com limitações sobretudo visuais ou intelectuais é um "coitadinho" e "incapaz". Ou então um "herói" ou um fenómeno raro.
Para ser franco, o que de facto diferencia as pessoas umas das outras é a sua vontade e resiliência, ou seja, apesar das adversidades não se deixam abater completamente e ainda têm esperança de serem felizes. E isto faz com que queiram viver mais intensamente as pequenas vitórias e alegrias da vida.
O suicídio é porque a pessoa perdeu completamente a esperança, alimentou muitos pensamentos negativos, não conseguiu fazer o luto e aceitar a sua limitação, e também porque estava muito só numa sociedade cada vez mais individualista.
Grande abraço
superproteção é mau
Olá Marco !
Tudo bem ? Cmg tá tudo lool
É verdade, a vida é uma luta sem fim, feita constantemente de decisões (erradas ou certas), em q nós somos os autores da nossa própria história ... !
Concordo contigo, superproteção é mto mau :-(
Eu entendo q os nossos pais, família ... até nem o fazem por mal, mas pelo hábito e inconscientemente fazem-no ... !
E nem acho q seja o contrário do amor, pq se eles não nos amassem queriam lá saber, mas como nos amam muito é natural que nos queiram protejer só q o mal é quando exageram na proteção --- !
Mas lá está aqui a nossa atitude é fundamental, para lutarmos contra o superproteccionismo ou proteção em demasia ... !
Claro q se não nos impomos, ficamos à mercê deles, mas se nos impomos, mesmo q a passo e passo vamos trabalhando a nossa autonomia ... não é fácil, mas sem luta nada se consegue ... !
E mesmo com a superproteção, se nós quisermos, podemos aprender com os erros, ganhar maturidade e sabedoria, lutar pela nossa dignidade, ter responsabilidade ... !
Claro q é fundamental que tenhamos uma boa auto estima, e q gostemos de nós tal e qual como somos, sem dúvida !
Pois é mesmo, a vontade e resiliência de cada um ou não, é q faz a diferença ... !
Grande abraço
Façamos valer as nossas capacidades!
Olá amigo! Espero que estejas porreiro!
Dos fracos não reza a História! Quero dizer com isto que se fizermos das nossas fraquezas forças é meio caminho andado. Só posteriormente descobri que tinha esta força de vontade e foi graças às dificuldades! Talvez se tivesse todos os 5 sentidos não teria ido longe como fui, não teria lutado com afinco pelos meus sonhos, e compreendido que somos autores da nossa vida. E hoje compreendo perfeitamente o significado da expressão "fazer das tripas coração", porque somos sempre recompensados pelo esforço, custe o que custar!
E os nossos testemunhos são a prova viva disso, porque não cruzámos os braços, não fizemos como a avestruz, e lutámos com unhas e dentes, apesar das dificuldades, e apesar de porem sempre à prova as nossas capacidades. E nós, no entanto, fizemos valer as nossas capacidades, sem antes vencermos as nossas próprias dúvidas e os nossos medos.
Hum... Não sei se a superproteção é manifestação de amor ou de preocupação excessiva da nossa família. Porque desde quando somos autónomos se nos cortarem as asas? Se a nossa família não nos dá liberdade de experimentar, tentar e descobrir outras alternativas como poderemos ter uma vida independente dentro do possível? E será benéfico para nós tratarem-nos como inválidos quando na realidade não o somos?
Não podemos desculpar infinitamente os outros pela sua inconsciência ou ignorância, porque é preciso que nós mesmos lhe provemos que protegerem-nos excessivamente não é saudável para nós, só nos prejudica em vez de ajudar, e nos torna mais deficientes e consequentemente dependentes.
Por isso, tenho as minhas reservas quando dizes que a superproteção é uma manifestação de amor e sinal de que se preocupam verdadeiramente connosco. Pode ser amor, mas excessivo e pouco saudável. Para a sociedade proteger os mais fracos é um dever moral e com isso os nossos familiares são obrigados a nos proteger, porque assim a sociedade o entende, que nós não temos condições de sobreviver sozinhos. No entanto, essa ideia cada vez é mais absurda, porque acordámos para a vida, hoje somos mais Reivindicativos e procuramos de diversas formas contornar as barreiras, embora as piores sejam as atitudes discriminatórias as mais difíceis de combater...
E disseste uma coisa que é a mais pura verdade: temos de ser nós a dar o primero passo e a lutar contra os preconceitos que são autênticas correntes à nossa liberdade. E ninguém melhor do que nós para entender as nossas necessidades, porque os que estão de fora têm sempre uma ideia vaga e distorcida acerca de nós. E depois a falta dos sentidos mais essenciais fazem com que pensem que não é possível termos uma vida normal.
Aqui é que o nosso papel é essencial se quisermos ser alguém na vida. os outros não podem sentir o que sentimos e por essa razão somos por vezes incompreendidos. Porém, não podemos ficar deitados à sombra da bananeira ou ficar com umas trombas enormes, porque nada temos a ganhar com isso!
Lutar, lutar e lutar é a única solução, assim como pararmos de valorizar demasiado as nossas limitações. E aprendi que fechar-me em copas não resolvia absolutamente nada, tal como aprendi a tirar ensinamentos das situações menos boas. Hoje valorizo mais os sentimentos, as pequenas vitórias e alegrias, os meus restantes sentidos, o meu valor, etc, etc...
E apesar das amarguras da vida, das desilusões, das dificuldades sem fim à vista, não perdi a vontade de vencer e ser feliz. Feliz dentro do possível, evidentemente.
Grande abraço
a nossa postura faz toda a diferença ...
Olá Marco !
Tudo bem ? Cmg tá tudo lool
É isso mesmo, dos fracos não reza a história ... é principalmente nas dificuldades descobrimos a nossa força de vontade, assim como tb redescobrimos talentos que estavam cheios de pó e pensavamos q nem os tíamos, é como diz o ditado "as dores ensinam a parir" ...
Não vás por aí, porque mesmo se tivesses os 5 sentidos, podias ter outra qq deficiência, que é por ex o meu caso: vejo bem, ouço bem ... mas tenho osteoporose, epilepsia, músculos atrofiados ... portanto só mesmo se fosses uma pessoa dita normal é q poderias não ter essa vontade de vençer, e "fazer das tripas coração" ...
Pera, eu acho q não percebeste bem o que eu queria dizer ...
Superproteccionismo não é manifestação de amor, eu simplesmente disse q se os nossos pais ou irmãos não nos amassem não queriam saber de nós, e bem sabemos q existem tantos casos disso: sem abrigo, crianças entregues a instituições ...
Eu simplesmente disse, que os nossos pais e/ou irmãos nos amam, portanto é natural q nos queiram proteger (proteção normal), mas por vezes exageram (a tal superproteção) e aí já não é saudável bem pelo contrário.
Ou seja, resumindo: protejer é amar, protejer demasiado é um exagero / excesso que pode ser maléfico
No entanto, aos poucos com carinho e amor (sim porque eu já percebi que as coisas quando são ditas com amor e paz, entram muito melhor, do q num ambiente agitado), devemos contrariar aos poucos e poucos essa superproteção, e se mostrarmos sinais de confiança eles acabarão por confiar mais em nós, e por gradualmente não nos superprotegerem tanto, mas no entanto devemos dar 1 passo de cada vez, e não querer retirar toda a superproteção de 1 vez só, devemos é estabelecer 1 meta de cada vez.
Umas vezes levamos um não e outras vezes 1 sim, da última vez q levei um sim, foi quando tive sózinho em fátima para umas jornadas super interessantes, em que fui representar a Fraternidade
É como diz o ditado "água mole em pedra dura tanto bate q até q fura" lool
A autonomia é uma palavra muito vasta ...
A nível financeiro, como sabes eu sempre supreendi os meus pais, e eles vêm com bons olhos o meu emprego com dignidade, e nunca se opuseram ao mesmo, bem pelo contrário sempre me apoiaram lool
No Futuro eu não sei como será, mas para já não faço planos ter uma casa só para mim, eu sinto-me bem cá em casa lool
E a todos os restantes níveis, eu sinto-me autónomo: eu faço as minhas coisas pelo meu pé ... !
Umas das únicas barreiras a esse nível, é quando quero viajar ... mas como te disse com paciência e determinação consegue-se !
A resposta a essa e outras questões relacionadas com a super proteção tem tudo a ver com a nossa atitude: se lutamos incessantemente acabamos por alcançar (o tal ditado água mole em pedra dura tanto bate q até q fura),l mas se nos deitamos à sombra da bananeira, nos resignamos ... dificilmente conseguiremos ... !
Já experimentei tanta coisa, descobri outras, descobri os melhores caminhos e alternativas, e não foi a superproteção q me impediu de o fazer, mas sim contornando essa superproteção consegui-o fazer entendes ?
A nossa familia não nos discrimina, mas sim a sociedade, mas como disseste e muito bem a nossa atitude / postura em lhes dizer q não é correcto, q as coisas não são bem assim ... faz toda a diferença ... !
Claro q temos q ser nós a darmos o primeiro passo, e a sermos agentes da transformação da sociedade, através da nossa postura, bom testemunho, sensibilização ... !
E termino com o pensamento: a nossa postura faz toda a diferença ...
Grande abraço
Sem dúvida que sim!
Olá amigão! Estás fixe?
Caramba! Estavas mesmo inspirado quando escreveste o teu comentário, pois gostei muito e tive de relê-lo antes de te responder.
Eu sei, amigo! Pode acontecer a qualquer um de nós e não apenas aos outros!
Não sabia que também tinhas esses problemas de saúde... Uma desgraça não vem só, é como diz o ditado... Mas conhecendo-te como és, tu és muito forte e já superaste muitos obstáculos e vais conseguir superar este também!
E olha que todos estamos sujeitos a ter a atrofia dos músculos se não praticarmos exercício físico regularmente. Quanto à osteoporose, fiz um trabalho final do curso de massagista sobre esse problema e fiquei a saber que a partir dos 30 anos os nossos ossos vão perdendo progressivamente cálcio, mas não deixes de consumir alimentos ricos em cálcio e vitamina d e evita as gorduras saturadas e o álcool.
Eu sei que é natural nos quererem proteger e que infelizmente muitos pais não aceitam bem as deficiências dos filhos, fechando-os em casa e privando-os da interação com outras pessoas ditas normais, ou pior ainda, abandonando-as em instituições ou familiares que abusam sexualmente deles. Veio-me agora à memória a história de uma menina com deficiência mental que foi fechada num galinheiro durante vários anos e que se comportava como uma galinha... Que raio de pais fariam uma coisa destas?
Em relação à superproteção, eu quis dizer que proteção a mais só dificulta a nossa autonomia e que não devemos permitir que nos superprotejam por muito que isso venha das pessoas que nos amam. E claro que devemos ser gentis e pacientes, mas também devemos ser persistentes e tomar sempre a iniciativa.
E sei muito bem que não podemos ser totalmente autónomos num dia, pois Roma e Pavia não se fizeram num dia! No entanto, é bom que queiramos ser o máximo de independentes, embora para lá chegarmos teremos de trilhar um caminho longo e difícil.
Eu sei que és muito autónomo, que, com muita garra, foste fazendo a tua própria vida, muitas vezes com o dobro ou triplo de esforço que os outros. E também sei que os teus pais têm muito orgulho de ti, pois mostraste-lhes que era possível quando se quer muito.
E quanto ao futuro, não te preocupes demasiado e vive cada dia com alegria! Eu deixei de fazer planos ou adiar as coisas para depois desde que a minha mãe partiu. Vivo cada dia como se o simples facto de estar vivo já ser uma coisa maravilhosa, embora não esconda que tenha sonhos que gostava de realizar...
Grande abraço e até amanhã!
limitações todos temos
Olá amigão !
Tudo bom ? cmg tá tudo loool
Não se trata de tar inspirado, mas sim de dizer aquilo que eu penso, inspiração seria se eu tivesse a fazer quadras, poemas .,.. aqui simplemente expresso o que eu acho em relação às questões pertinentes q colocaste, baseando-me na minha vivência loool
Não são desgraças, mas apenas as minhas limitações, as quais tive que aceitar, para fazer delas desafios, e apenas mencionei algumas ... ! Tu tb tens as tuas limitações, e qualquer pessoa deficiente tem as suas limitações as quais deve aceitar !
E mesmo as pessoas ditas normais não tão livres de ficarem deficientes por causa de um acidente, ou por outras corcunstâncias de saúde !
É verdade, já superei muitos obtáculos, e este está quase superado, falta muito pouco ... quando se tem osteoporose os ossos ficam fraquinhos e à minima queda já era, mas já aprendi a conviver com a mesma, tou a tomar gotas de vitamina D e umas saquetas com pó para o cálcio, e tomo leite e derivados dele ... !
Como sabes eu não bebo tintol, só do brancol transparente ou seja água hehehe
Essa é uma das missões da Fraternidade: resgatar deficientes q vivem fechados em casa, em lares ou em instituições, e trazer-lhes um pouco de ânimo, de esperança ... através de visitas e de contactos pessoais, vamos trabalhando o crescimento integral do deficiente, e ao mesmo tempo trabalhando os pais no sentido de reduzirem a superproteção e demonstrar q esse não é o melhor caminho ... e acredita que os deficientes q temos resgastado ao fim de uns tempos já parecem outros, mais abertos, mais evoluidos, mais seguros de si mesmo ... !
Eu em tempos tb fui resgatado pela Fraternidade, e se hoje sou quem sou tb devo á Fraternidade, pois têm sido impecáveis, e têm-me ajudado imenso ... e se em tempos eu recebi, há tempos cheguei à conclusão q tava na hora de dar, tornando-me num agente activo na Fraternidade ... !
Mas infelizmente existem muitos casos desse género, até aos mais bizarros como essa do galinheiro, q são de facto preocupantes :-(
Quanto à superproteção, com gentileza e paciência, devemos combatê-la ... não conseguiremos baixar as armas da superproteção de uma só vez, mas forma gradual (aos poucos e poucos), com persistência claro, no fundo é a nossa atitude q deve combater isso, embora saibamos q raramente seremos 100% autónomos, mas se pudermos ser 80 ou 90% óptimo, mas no entanto não nos devemos acomodar com a autonomia q temos, mas lutar por sempre mais até à plena autonomia ,,,!
Claro q é bom que queiramos ser o máximo independentes / autónomos sem dúvida, e isso só se consegue com muita luta e persistência, aliás como tudo na vida .... !
Graças a Deus, hoje em dia sou muito autónomo, mas tive q trilhar muito caminho para chegar a este patamar, e não foi nada fácil lool
Ah o meu lema tb é: vive 1 dia de cada vez
Grande abraço
Tens razão em muitas coisas!
Olá Filipe!
Estou bem, obrigado!
Pera lá, a inspiração não se limita apenas à poesia, mas também a ideias profundas, originais ou simplesmente apresentadas de forma muito pessoal. E eu gostei da forma despretensiosa e simples como apresentaste e defendeste as tuas ideias e deixaste a tua pessoa transparecer. És mesmo muito transparente, dá para ver isso nos teus comentários, sabias?
Eu não disse que não tinha limitações e que podia ter outras se não tivesse estas, mas confesso que as que tenho já são muito más, apesar de hoje ouvir o suficiente com o auxílio de um implante coclear. E penso que se não fosse esta e outras ajudas técnicas não teria tanta autonomia como tenho!
Digo-te uma coisa: as piores limitações do ser humano são as do espírito, como a insensibilidade, a hipocrisia, a ignorância, a mesquinhez, a estupidez e a arrogância. Concordas?
Quanto a aceitarmos as nossas limitações, confesso que não aceito totalmente as minhas e que apenas aprendi a conviver com as minhas deficiências. Já não me afetam muito os comentários preconceituosos, embora sofra intensamente com as rejeições, fico triste quando não posso fazer certas coisas que gostava muito, e gostava tanto, mas tanto de encontrar uma companheira que me aceitasse com as minhas limitações, qualidades e defeitos... E eu a ela!
Sei que sozinhos não podemos conseguir tudo e que aceitarmos uma mão amiga e compreensiva é sempre reconfortante! E o papel da nossa família, dos nossos amigos e dos movimentos e associações é essencial para que não nos sintamos sós na nossa luta incessante pelos nossos direitos.
Darmos não nos empobrece, mas sim enriquece! Sei que hoje és uma pessoa realizada a vários níveis e que desejas que os outros não desistam de lutar como não desististe, pois, apesar de o nosso caminho ser mais difícil, nada é impossível a não ser o pessimismo e o conformismo.
E concordo plenamente contigo quanto a lutarmos sempre por sermos autónomos em vez de nos acomodarmos ao que já fomos conquistando. Porque há tantas e tantas coisas para aprendermos e é bom sabermos mais para nos desenrascarmos o melhor possível.
Eu, por exemplo, hoje aprendi a tratar 3 utentes completamente sozinho e olha que dei conta do recado! Nunca tinha ficado sozinho a trabalhar e foi uma sensação indescritível! E se continuar assim ainda pode ser que fique lá a trabalhar. Nunca se sabe! Até adorava! loool
Eu sei que não bebes tintol! rsrsrsrs Fazes bem em tomar os suplementos, como aliás todos devíamos tomar para atrasar a evolução da osteoporose.
E com o muito trabalho que tenho na clínica se não me cuido ainda vou ficar com as costas todas lixadas!
Grande abraço e até sempre!
aceita as tuas limitações a 100%
Olá Marco !
Tudo bem ? Cmg tá tudo loool
Pronto se calhar ando mesmo inspirado nos meus comentários looool
Tento expôr as minhas ideias de forma simples, clara e dando exemplos pessoais ... !
Eu sei q sou muito transparente e q isso nota-se de certa forma nos meus comentários lool
Repara q eu quis dizer q todos temos as nossas limitações, tu umas, eu outras e por aí fora ... !
Claro que as piores limitações são as do espírito: hipocrisia, mediocridade, gnorãncia, arrogância ... sem dúvida !
Há um ditado que diz "ao que eu vejo não tou triste", e se pensarmos um bocadinho existem deficiências muito piores do q as nossas, veríamos q a nossa nem é das piores e nem sequer é das mais incapacitantes ... !
Se ainda não aceitas as tuas limitações a 100% deves reflectir e voltar ao ponto base: aceitar as tuas limitações por completo e não apenas parcialmente ... este é o primeiro passo que devemos dar e deve ser aceitação total, sem isso nada feito ... !
No quesito da aceitação não podemos pôr se's: se eu tivesse carro, se eu visse ... as coisas são o q são e ponto !
E à medida que aceitares as tuas limitações, deixarás de ficar triste por não poder fazer uma coisa ou outra .... !
Eu tb em tempos, quando tava na altura de tirar a carta de condução, eles mandaram fazer testes médicos, no teste de força eu fiquei bem pq tenho força suficiente para conduzir 1 carro, mas no teste de electrocárdiograma fiquei mal e o médico disse q não passava o ok para a carta, porque a epilepsia pode dar a qq momento e eu perco controle total do carro ... na altura fiquei bem desanimado, mas lá tá aceitei q é assim .... e hoje em dia se me dizem ah podias ter um carrinho, eu digo tenho os transp. públicos com cara alegre !
Os comentários preconceituosos e discriminatórios já nada me afectam, só me dá vontade de ir ter com o tipo e dizer q ele tá errado, que ao apontar 1 dedo para o outro, aponta 4 para ele ... !
È mesmo, a família, amigos verdadeiros, associações, movimentos ... têm aqui um papel fundamental, mesmo na luta pelos direitos dos deficientes como .. Pq já dizia o ditado q "a união faz a força"
De facto darnos não nos empobrece, bem pelo contrário enriquece-nos, e ficamos com aquela satisfação q sabe tão bem lool
O nosso lema deve ser esse mesmo: dar sem tar à espera de receber ...
Claro só paramos de lutar quando partirmos, porque enquanto vivermos, a luta seja pela autonomia ... será sempre 1 constante ...
Como diz o ditado "tamos sempre a aprender e morremos sem saber", o importante é ter uma mente aberta, e não nos fecharmos em nós mesmos ...
Tás a ficar 1 massagista de primeira lool Quem bom, fico tão feliz loool
Continua assim q tás no bom caminho, e quem sabe se até ficas lá ... oxalá q sim lool
Vê lá, q senão ainda precisas de uma menina q te faça massagens ou fisoterapia ... cuida de ti loool
E sobre isso de ter ou não companheira não penses nisso, pq se acontecer será quando menos esperas .... mas sim tenho 1 feeling que serás muito feliz ao lado da mulher q te ame tal e qual como és e por completo loool
Grande abraço e até sempre
Aceitação
Olá Filipe! Estás bem?
Tens razão em relação a aceitar 100% as minhas limitações, mas penso que o meu inconformismo em aceitá-las é que faz-me querer ir mais longe em vez de baixar os braços. Ou por outras palavras, aceito as minhas limitações mas não me vejo como alguém deficiente.
Digo com naturalidade às pessoas que sou surdo e cego, e ensino-as a dizerem os nomes das coisas em vez de palavras absurdas como "invisual", por exemplo. Explico-lhes que para mim é mais ofensivo chamarem-me de "não visível" ou "invisível", porque não sou transparente como o vidro!
Portanto, podes ver que aceito que tenho as minhas limitações em vez de me ofender com as palavras corretas "cego" e "surdo".
Quem é que não gostava de poder ver e poder fazer as mesmas coisas que os outros? É claro que nas minhas circunstâncias atuais é-me impossível fazer certas coisas, mas tens todas a razão porque existem sempre alternativas e que não é razão para desanimar.
E admiro o teu pensamento sempre positivo, a forma serena e corajosa com que encaras as tuas limitações, a tua alegria contagiante e simplicidade de palavras e gestos.
Pode ser que com o tempo e a experiência aprenda a aceitar as minhas limitações com naturalidade, pois limitações todos temos, e posso considerar-me com sorte em não ter das mais incapacitantes.
Pois que seria de nós sem a nossa família, os amigos e o testemunhos dos outros?
É como disseste: a autonomia estamos constantemente a construir e aos poucos e poucos. E toda a nossa vida é uma incessante aprendizagem, pois só assim nos aperfeiçoamos cada vez melhor.
E eu sinto que cada dia estou melhor no meu trabalho e que faço melhor as minhas coisas do dia a dia.
Espero que o teu feeling esteja certo, tal como desejo que encontres a mulher da tua vida!
Até aceitava umas massagens de uma menina! eheheheheh
E olha que investi num aparelho de eletroterapia muito bom para complementar com as massagens!
seria o meu sonho ter um emprego e deixar de ser pensionista por invalidez! E estou a fazer por isso, tal como lutaste com todas as tuas forças por seres hoje plenamente autónomo.
Grande abraço e até sempre!
não confundas as coisas
Olá Marco !
Tudo bem ? Cmg tá tudo loool
Pera aí, acho q tás a confundir as coisas, o facto de aceitares as tuas limitações, não quer dizer que fiques conformado e deitado à sombra da bananeira ...
Passo 1: aceitar as tuas limitações a 100%, e sem isso nada feito
Passo 2: fazer das tuas limitações desafios, que é como quem diz: ok eu tenho estas limitações mas se eu quiser existem certamente muitas coisas q eu consigo fazer, e se queremos chegar cada vez mais e mais longe, não podemos baixar os braços, deve-nos desinstalar ... !
Agora quem não faz das suas limitações desafios, fica sentado à sombra da bananeira, conformado ... entendes ?
Fazes bem, aqui há tempos houve um debate no lerparaver e de facto invisivel não é correcto pq dá a ideia q não se vê, é preferível chamar cego e ao contrário do q se possa pensar não é uma palavra constrangedora, já ceguinho sim !
Pensa antes assim, eu sendo surdo cego, o q posso fazer ? até aonde poderei chegar ? ...
E vais ver q encontras imensas respostas, nem q seja ensinar a escrever na palma da mão, fazer massagens ... loool
Eu por ex não ando tão rápido como os outros, e nem por isso me desanima, deixa-os ir á frente, eu tb chegarei lá, e isto sim é um pensamento constructivo loool
Amigo, devemos aceitar todas as nossas limitações e levar a vida com naturalidade, serenidade, com pensamento positivo ... loool
O q faz falta é animar a malta pq tristezas não pagam dívidas lool
Ai ainda fico sem jeito com tantos elogios, né ? hehehe
Eu sinto q um dia serás sim mto felz, já para mim não sei não, mas vamos indo e vendo, se tiver q surgir, surgirá naturalmente loool
Pois e até te sabia bem as massagens de uma menina hehehe
Vamos torçer para q fiques lá a trabalhar lol
Grande abraço e até sempre