Comentários efectuados por Jorge Teixeira
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Olá Marco, antes de tudo, muito obrigado pela tua paciência em leres o que escrevi e por teres comentado. Sabes, o que me leva a procurar justificações para as circunstâncias em que cada um de nós se encontra; procurando essas justificações fora dos campos ortodoxos da busca da ciência e das religiões dominantes, é a ideia de que, nem sempre, os movimentos dominantes conseguem abarcar todas as possibilidades de busca que nos são abertos.
Talvez me aches um tanto otópico, mas eu fico contente com a parte final do teu texto em que dizes que "como talvez deveria ser..."
Claro que concordo com muitas observações inteligentes que tu fazes e agradeço a delicadeza com que mostras a tua discordância em relação a pontos que te custam mais partilhar comigo.
Peço-te apenas que reflitas um pouquinho sobre isto: Nós, a meu ver, não somos apenas o produto do meio que nos envolve. Há, por exemplo, irmãos gémeos que, criados com as mesmas condições e com as mesmas oportunidades mostram tendências diferentes e cumprem diferentes caminhos na vida. Dá a entender que, para além daquilo que apreendemos de fora, temos algo dentro de nós que nos faz diferentes uns dos outros, mesmo antes do momento que saímos do ventre da nossa mãe... Uns têm queda para a música, outros para a escultura, outros ainda para os números... enfim, de onde virá tudo isso? Serão questões genéticas?...
Permite-me só mais isto... é que, para mim, os genes são uma espécie de software que nos predispôe a manifestar determinadas características a diversos níveis da nossa individualidade; porém, para mim, a questão é: quem orientou os princípios que presidiram à programação desse software? Parece-me que os genes e o DNA são consequências que repousam numa causa que os antecede... Eles não são, para mim, a causa.
Então a questão mantém-se, e vale a pena pô-la. Porque nascem uns deficientes e outros não? E, já agora, porque têm uns queda para a música e outros não? Porque uns se voltam para a missão de cuidar da natureza e outros preferem o sacerdócio? Seriam apenas as condições envolventes à criatura?... Quem diria a um certo lenhador, de há dois séculos atrás, que viria a ser presidente dos Estados Unidos da América?...
Obrigado, Marco, volta sempre!
Estimada Aldinha:
Naturalmente, Deus não precisa da minha defeza para rigorosamente nada. A mim, pessoalmente, pouco me importa se a humanidade prefere utilizar o nome de Deus ou não. Mas, sempre noto que alguém tem de ter criado este sistema universal em que vivemos. Ele não se pode ter criado do nada. Alguém lhe definiu regras e o mantém em funcionamento. Se foi Deus ou se foi alguma outra entidade, francamente, pouco importa. Mas não vejo nenhum mal em chamar Deus a esse princípio criador, como também não veria problema nenhum em chamar-lhe lâmpada, ou sapatinho...
Não posso é aceitar que a criação tenha acontecido sem uma inteligência directora; e como você parece não aceitar que ela tenha acontecido por obra e graça do Espírito Santo, bem, então temos um problema...
Confesso que também não lhe sei dizer como foi que Deus se criou a si mesmo. A filosofia ensina que ele sempre existiu e, mesmo que a minha razão não consiga provar isto, também não consegue refutá-lo; e como já tenho visto a razão confirmar muitas vezes coisas que até certo momento não podia comprovar, prefiro ficar na espectativa quanto a esta importantíssima questão.
Não tenho uma confiança ilimitada naquilo a que as pessoas chamam moral religiosa porque tenho visto muitas religiões cometerem muitas barbaridades; mas também não acredito lá muito na moralidade humana que ainda não deu grandes provas das suas qualidades.
Acredito no Evangelho e nos exemplos de Jesus! E, mesmo que nem tudo se tenha passado como lá está escrito, acredito nos valores que lá se colocam e acho que O Amor, tal como Jesus o descreve e o pratica é algo que poderia _ e um dia irá _ resolver os problemas da humanidade!
E já que você teve a coragem de afirmar com tanta veemência aquilo em que crê, eu também lhe direi com a mesma frontalidade aquilo em que creio e porquê.
Eu acredito, sim, na vida depois da morte. Não porque me apeteça acreditar nisso; mas porque as pessoas, depois de "morrerem" continuam a viver na dimenção espiritual.
Eu, e outros que acreditam como eu, não sabemos isso porque sonhamos ou porque temos medo de encarar a realidade. Sabemos isso porque algumas dessas pessoas que "morreram" tiveram _ e continuam a ter _ a oportunidade de falar e escrever, respondendo a questões e narrando detalhadamente parte daquilo que acontece depois do túmulo.
Acredite que seria muito mais fácil que nada mais houvesse. Assim, não haveria grande responsabilidade na vida, pois tudo acabaria no esquecimento da morte. Fazer o mal ou fazer o bem, seria o mesmo _ apesar da tal moralidade ateia _ uma vez que no fundo, continuaria a imperar o "o que importa é comer, beber e gozar, enquanto cá estamos...".
O que custa a muita gente é aceitar a responsabilidade de que está a passar por dificuldades devido a erros que cometeu em vidas passadas; É mais fácil atribuir a culpa à má sorte ou à inexistência de Deus, ou então não se preocupar com isso, porque dá muito trabalho!...
O que repugna a muita gente é aceitar que, depois da morte física, existem recompensas para quem agir correctamente e desconforto para quem se comportar de forma desiquilibrada; _ pessoalmente não vejo onde está o problema com essa ideia, afinal, esse mesmo padrão de valores já existe no mundo em que vivemos actualmente, será que alguém gostaria de o inverter ou suspender para ver o que aconteceria?... Bom, talvez dê mais geito pensar que não se sabe bem como as coisas ocorrem para lá da "morte" para poder continuar a fazer o que se quiser sem grande peso na consciência...
Só é pena que se continue a pensar, em certos sectores da intlectualidade, que sentimento é antónimo de razão e que a fé pretende prejudicar a ciência. Ou ainda que Deus serve para justificar as ignomínias que homens demaseado inteligentes e de pouca moral _ atéia ou religiosa _ têm cometido em todos os tempos para escravisar multidões. Não, Deus não tem nada a ver com isso...
Quanto ao fanantismo, nenhum religioso de bom senso o pode aceitar. Sim, bom senço, porque a religião a sério, seja qual for o nome que se lhe dê, tem de ter bom senço, isto é, inteligência. Deus tem mais isto a seu favor, é que não esquece o papel da razão enquanto alguns sectores mais fanáticos da razão querem esquecer que o sentimento também faz parte do ser humano.
Perdão, já me esquecia da moral atéia... Mas se o homem faz de si mesmo o limite e o espelho da sua moral, acho que prefiro ser imoral!
Desculpe, Aldinha, não tenho nada contra si, porém, se tive a honra _ que espero se repita muitas vezes _ de a receber no meu blog, não poderia ficar sem ter o prazer de conversar consigo sobre tema tão interessante.
Jorge TeixeiraOlá Sofia:
Quando jovem tentei aprender a musicografia braille. Tive aulas particulares com um grande professor do Porto "Luís Clemente Ribeiro" mas não consegui aprofundar-me. Continuei a tocar sintetizador de ouvido e a compôr com base nos rítmos que as máquinas trazem de origem ou com base nos rítmos que pude conseguir no intercâmbio com outras pessoas.
Acho que a musicografia braille é uma mais valia para todos os deficientes visuais que a possam aprender, contudo, fiquei com a ideia de que o processo de ler, decorar, e executar, exige um conjunto de capacidades que não parecem estar ao alcance da maioria das pessoas cegas ou amblíopes que gostariam de saber tocar um instrumento.
Os programas informáticos abrem uma nova janela de penetração para os deficientes visuais no mundo da música. Eu próprio gostaria de conhecer mais a esse nível, mas ainda não percebi se a minha ~ignorância quase total ao nível da musicografia braille me fecharia os caminhos ao nível da informática na música. Um abraço, Jorge.
Jorge TeixeiraRealmente, os problemas de relacionamento em ligações onde existe deficiência visual são, em muito, comparáveis aos que se verificam em relacionamentos entre normovisuais. E, concordo, se o amor que une as pessoas é suficientemente estável e profundo, tudo pode ser resolvido. Quanto ao paternalismo dos amblíopes sobre os cegos totais, também já o testemunhei, mas tenho visto cegos saberem, tranquilamente, ocupar o seu lugar, quer numa relação, quer num contexto profissional ou em outros. Há, todavia, obstáculos para que isto aconteça, quer no campo das relações inter-pessoais, quer em outros. Que poderão fazer os cegos e os amblíopes para se tornarem parceiros cada vez mais equivalentes em cenários onde poderiam, à luz da interpretação do senço comum, estar em desvantagem? Haverá algum tipo de forma de agir, de pensar, de falar, de estar, que possa auxiliar um deficiente a ser cada vez mais bem aceite?
Jorge TeixeiraObrigado, Helder. Eu não estou usando o msn no momento. Mas fico com a referência. Valeu, obrigado!
Eu tive a sorte de encontrar um emprego que veio ao encontro das minhas expectativas e da minha formação. Mas há muitas pessoas deficientes visuais que não conseguiram isso. Felizmente, a "subcidiodependência" e a ideia de que ser-se cego era sinónimo de se conseguir uma cunhazita para se entrar mais facilmente numa faculdade ou em alguma outra estrutura onde se pretendesse entrar, mesmo que se não fosse merecedor desse privilégio, a não ser pelo facto de se ser deficiente, felizmente, repito, essa forma de pensar é cada vez mais rara entre os deficientes.
É preciso mais educação, também para nós! É preciso mais emprego, também para nós! São precisas mais oportunidades, também para nós!
Porém, NÓS, os deficientes visuais, também precisamos de ter cada vez mais vontade, cada vez mais a ideia de que, se para os outros as coisas são difíceis, para nós _ deficientes visuais e qualquer outro tipo de deficientes _ as coisas são ainda mais complicadas; isso não é culpa do governo, nem das empresas, nem de Deus. Aliás, nem é culpa de ninguém. O que acontece é que as coisas são como são e cada um de nós, deficiente ou não, tem de ser forte, competente e corajoso até mais não poder.
Obrigado Sérgio, pelos conteodos de tão grande interesse que nos tem oferecido. Um abraço, Jorge.
Gostaria de apresentar aqui uma bela história que o amigo Valdeci Ramos, também participante deste site, me enviou recentemente. Acho que é muito profunda, apesar de simples, como o são todas as coisas importantes da vida. Aqui vai:
Subject: o cavalo cego.
Na estrada de minha casa há um pasto. Dois cavalos vivem lá. De longe, parecem cavalos como os outros cavalos, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego. Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo - um cavalo mais jovem. Isso já é de se admirar.
Se você ficar observando, ouvirá um sino.
Procurando de onde vem o som, você verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor.
Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.
Ambos passam os dias comendo e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo. E você percebe que o cavalo com o sino está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, pára para que o outro possa alcançá-lo. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo. Como o dono desses dois cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos, ou porque temos problemas ou desafios. Ele cuida de nós e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos. Algumas vezes somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daqueles que Deus coloca em nossas vidas.Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho.
E assim são os bons amigos.
Você não precisa vê-los, mas eles estão lá.
Por favor, ouça o meu sino.
Eu também ouvirei o seu.
Viva de maneira simples,
Ame generosamente,
Cuide com devoção,
Fale com bondade....
Pense antes de agir para não se arrepender
E creia, deixando o resto para: Deus...
Se me permitem uma pequena reflecção:
Acho que o mundo está cheio de cavalos cegos e de cavalos guias. Acho que todos nós, independentemente da nossa capacidade de ver, ouvir, falar, andar, etc, somos, às vezes cavalos cegos, outras vezes cavalos guias...
Obrigado, Valdeci! Você me guiou neste trechinho do caminho!
Obrigado pelas suas palavras. Felizmente, a maioria das pessoas que nascem ou se tornam deficientes, fazem da sua dificuldade uma vitória e não uma derrota. Você, como muitos outros, é o exemplo disso. O meu caso é mais ou menos parecido com o seu. Também não sou cego, mas, com o tempo, embora os médicos não me tenham dito que possa cegar, venho sentindo alguma diminuição na minha acuidade visual. Contudo, lá me vou governando com os meus dez por cento de visão.
Entretanto, costumo comentar com a minha mulher que se eu cegasse, certamente estaria mais à vontade com isso do que uma pessoa que sempre tivesse visto normalmente. É que nós, que já temos alguma deficiência visual, fomos criando mecanismos, quer físicos quer psicológicos, para nos adaptarmos ás dificuldades de lidar com o problema dos olhos; enquanto que, aqueles que nunca se viram restringidos no campo da visão tÊm muito mais dificuldade em se adaptar. Aliás, a capacidade de adaptação do ser humano é muito grande e a de um deficiente, seja ele de que tipo for, tem de ser ainda mais elevada do que a das pessoas consideradas normais.
Quero ainda dizer que, na minha opinião, Deus não nos criou deficientes. Acho que Deus cria a todos com as mesmas capacidades de se desenvolverem. Vejo a deficiência como um produto de coisas que nos acontecem depois do momento em que fomos criados. Segundo o que tenho estudado, reflectido, e descoberto com a ajuda da minha intuição _ intuição é uma das formas que temos para ouvir a voz de Deus dentro de nós mesmos _ a incapacidade que cada um de nós pode ter a qualquer nível, serve para despertar em nós _ à custa de querermos ultrapassar essa dificuldade _ condições físicas, psíquicas e emocionais que nos levem a melhorar nos parâmetros em que falhamos anteriormente. Eu tentarei escrever um pouco mais sobre isto na segunda parte do meu texto "AJUDEM-ME A PENSAR!". Estou protelando um pouco essa segunda parte do texto porque as pessoas ainda estão a comentar a primeira e esses comentários têm-me sido de grande utilidade na busca de respostas às questões levantadas.
Grato, uma vez mais, Jorge.
Olá Helder:
Realmente, o telemóvel é óptimo para ler. Não conhecia esse programa "y edit" de que você fala. Ele é melhor do que o quick office? Gostaria também de saber que telefone você usa e que software de leitura tem instalado. Eu uso o Nokia 6630 com a versão 3.0 do talks e tem funcionado bem. Mas, mais tarde ou mais cedo terei de trocar de telefone e gostaria de saber da experiência de outras pessoas com modelos mais recentes. Um abraço a todos, e neste momento, um agradecimento especial ao Helder pelo seu comentário.
Os religiosos usam, às vezes sem se darem conta disso, métodos de raciocínio que os cientistas não exitariam em reclamar como seus. Por seu turno, os homens da ciência, valem-se frequentemente da fé para impulsionar o seu trabalho! Tal acontece porque as pessoas _ sejam da ciência ou da religião _ têm dentro de si as emoções e a capacidade de raciocinar, as quais se manifestam quando são chamadas ao palco da vida de cada uma dessas pessoas. Pensamento e sentimento; razão e emoção; raciocínio e intuição; existem para se auxiliar e é o que fazem dentro do nosso ser, aceitemos isso ou não.
Jorge Teixeira
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