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Blog de Sofia Santos

Problemas de Acessibilidade no Ensino Superior

por Sofia Santos

Bem, desta vez não venho falar de relacionamentos mas sim de algo que por vezes é mais importante: os estudos.

Agora que estou a acabar o primeiro ano do meu curso na faculdade de ciências sociais e humanas na universidade nova de Lisboa, deparo-me com as dificuldades que temos em termos de materiais e de apoio.

Nós passamos a vida a reclamar da falta de professores de apoio no ensino primário, básico e secundário, já para não falar da grande discussão sobre as escolas de referência. Mas, quem chega à faculdade depara-se com problemas que por vezes são muito mais difíceis de contornar, é como se estivéssemos a cair e não soubéssemos muito bem onde nos agarrar. A falta de materiais e de apoio aqui são muito maiores. Nós, no fundo, acabamos por muitas vezes ter o dobro do trabalho que os nossos colegas têm, isto se nos quisermos aplicar a sério, claro.

Falando de mim, tenho passado por grandes dificuldades que se agravam um bocado devido ao curso em que estou. É complicado arranjar partituras em Braille e por vezes não encontro alguns livros de que preciso. Por vezes sinto-me um bocado perdida e vou-me abaixo. Já pensei muitas vezes em desistir mas, a verdade é que adoro o curso em que estou. Enfim, parece que estou sempre virada para as coisas difíceis! Mas também, se tudo fosse fácil a vida não teria grande piada pois estaríamos limitados ao comodismo. No entanto, a falta de acessibilidade, seja ela qual for, já se torna algo demasiado difícil de aguentar.

No entanto, parece que na minha faculdade estão empenhados para mudar um pouco esta perspectiva, ou seja, estão a querer transcrever livros para Braille, neste caso especificamente livros relacionados com o meu curso e estão a pensar em fazer um curso de verão relacionado com a musicografia Braille mas estão com dificuldades neste último ponto pois não sabem muito bem com quem colaborar neste sentido. Vou sabendo destas informações aos poucos pois não andam a chegar-me directamente, por vezes parece quase como uma surpresa. Fico contente por saber que existem pessoas empenhadas em mudar um bocado as coisas mas mesmo essas precisam de um empurrãozinho de vez em quando! Não podemos limitar-nos a reclamar com os amigos e deixarem as coisas correr mas podemos e devemos fazer-nos ouvir. Agora só espero que estes esforços se estendam a todos os cursos pois não sou a única pessoa cega na faculdade e, para além disso, a faculdade tem de estar preparada para toda a gente. Eu fiz-me ouvir e parece que está a dar resultado

Comentários

Olá Sofia !

Já se sabe que quando se entra pro ensino superior as dificuldades são mto maiores .... !
O primeiro ano é um ano de adaptação .... !
Eu no primeiro ano não fiz nada ... chumbei a tudo .... ! loool
Mas depois apliquei-me e a partir daí foi sempre certinho .... !

As mentalidades acerca dos deficientes estão a mudar, prova disso é q vai haver esse tal curso de braille ... !
Mas antigamente era mto mais difícil, pq as mentalidades ainda eram um bocadinho retrógadas ... !
Nem sequer as notas podiam dizer .... e obrigavam-me a ir à faculdade só pra ver as notas ... ! :-(
Fico contente por ti !! loool

Agora cabe a ti, fazer ver aos que te rodeiam que necessitas de condições especificas para poderes estudar como deve ser (apontamentos em braille, ...) .... !!
Olha e se os apontamentos fossem numa pen, no teu pc/portátil não conseguirias com o jaws estudar ?
É q mesmo aqui na FMUP, agora os apontamentos tão mais vezes nas pens q no papel ... !
Essas novas tecnologias já começam a serem utilizadas em bastantes faculdades ... !

Beijinhos,
Filipe

Olá Sofia!
Já tens aqui alguns testemunhos de pessoas em situações semelhantes que passaram maus bocados no ensino superior mas que nem por isso perderam a sua força de vontade e fizeram valer as suas capacidades. Vou diexar-te também aqui o meu testemunho e que ele te ajude.
Primeiro que tudo, quero dar-te ps parabéns e a todos os que tiveram coragem de tentar, sabendo perfeitamente que se iriam deparar com muitas barreiras, mas acreditando na mudança, que iriam conseguir mostrar que o mais importante não são as limitações mas a nossa capacidade de dar a volta aos problemas em vez de esperar que eles se resolvam sozinhos.
Também quero felicitar a Isabel pela sua coragem imensa e força para não se ir abaixo de todo e mostrar de quem é limitado e coitadinhos são os outros que se estivessem no nosso lugar nem tentariam. Adorei o que a Patrícia disse, acho que tudo o que disse revela ser uma pessoa com uma sensibilidade e maturidade muito à frente de muitas pessoas que conheço e tenho a certeza que a Patrícia escolheu o curso certo, porque irá ajudar bastante as pessoas.
Estou a estudar Psicologia da Educação e muito em breve farei um estágio. Além de cego total sou surdo profundo mas com um implante coclear saí do silêncio confrangedor e agora ouço o suficiente para ter uma conversa normal com os outros. Muito provavelmente se não tivesse tido a sorte de poder voltar a ouvir não estaria no ensino superior, porque surdocegos ninguém sabe o que são e muito menos que existem.
Mas eu existo realmente, sou o primeiro surdocego de Portugal a conseguir entrar no ensino superior. E as pessoas dificilmente acreditaram que eu estava na universidade, porque normalmebte pessoas como eu ou ficam em casa ou em instituições para deficientes mentais.
Vou contar a minha história e talvez fosse injusto da minha parte omitir que há também uma rapariga minha amiga chamada Joana que tem baixa-visão e é surda profunda como eu 8embora que não possa ser também implantada) que tirou o curso de Psicologia no mesmo ano que eu e que teve dificuldades superiores às de muitos de vocês e por mais incrível que pareça tem conseguido sozinha e com menos apoios do que eu. Vou-lhe dar a oportunidade e o direito de ser ela a contar as suas dificuldades mas também vitórias. É tão bonita e inteligente como a Helen Keller.

Chamo-me Marco, tenho 26 anos e sou implantado há 4 anos.
Estudei em escolas regulares, tive imensas dificuldades, poucos amigos, ficava muitas vezes sozinho nos intervalos, tinha aulas individualmente e os meus professores escreviam-me na palma da mão e no computador onde eu lia numa linha braille e os meus apontamentos eram impressos.
Apesar das minhas dificuldades, era um jovem interessado e esforçado, por vezes sacava melhores notas que muitos dos meus colegas. As matérias eram as mesmas e quando já no 12º comecei a ouvir a comunicação tornou-se mais fácil. Interessei-me pela literatura, desejando ser escritor e mais tarde pela Filsofia, mas o meu isolamento levou-me a escolher a Psicologia. O meu professor de Psicologia era cinco estrelas, porque tudo adaptava para mim e graças a ele foi possível colaborar numa aula de laboratório onde dissecámos cérebros de carneiro e eu pude tocar tudo à vontade sem sentir nojo.
Encontrei na Psicologia uma forma de me aprofundar e de ser útil aos outros e estava decidido a que pessoas como eu tivessem o direito de escolher o que queriam.
Terminei o 12º ano aparecendo no quadro de mérito com 18 valores e com um sorriso de orgulho.
Matriculei-me na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Coimbra, mas desisti ao constatar que as condições eram insuficientes para mim e que iria estar muito longe de casa, da família, meu principal apoio. Frustrado, decidi um curso profissional de massagista mas quando a Casa Pia entrou em contacto comigo e me disse poder ajudar-me, senti a esperança voltar e matriculei-me na Universidade Lusófona de Lisboa.
O colégio de surdocegos providenciou os apoios que eu iria necessitar, e tinha duas técnicas a trabalhar para mim, digitalizando-me a informação, convertendo-me os formatos dos textos de forma acessível e acompanhando-me às aulas, ajudando-me nas tarefas que exigiam observação e escrevendo-me na palma da mão palavras de que eu tinha dificuldade em ouvir. Eu era um sortudo, porque tinha todos os apoios técnicos mais avançados: um Pronto, um Poet Compact, uma impressora braille e outra de relevos, um portátil com linha braille e um FM que é um dispositivo que parece um microfone que o professor coloca ao pescoço e com outro dispositivo que se liga ao meu aparelho externo do implante coclear eu consigo ouvir sem interferências , mas a vantagem é que só ouço o professor e não os colegas.
Nos primeiros semestres não tinha amigos e os meus colegas eram obrigados a ficar comigo e não existia uma verdadeira comunicação entre nós. Estavam todos impressionados por ver um rapaz que de longe parecia normal mas que de perto era cego e surdo ao mesmo tempo e ninguém fazia ideia de que era a minha vida.
Muitas vezes desesperei e pensei em desistir, porque a universidade não tinha nada preparado para os cegos e muito menos no curso de Psicologia...
A minha desmoralização era tanta porque as aulas eram muito visuais e eu não podia fazer avaliação e muito menos observação...
Claro que estudava com afinco e chegava a sacar as melhores notas, passando a tudo e deixando os colegas mais impressionados. Mas eles continuavam a achar confuso um rapaz com as minhas limitações estar a tirar um curso superior.
Em relação aos meus professores, nenhum alguma vez contactou com um deficiente visual e só alguns se foram aproximando de mim, curiosos.
A estatística era para mim um obstáculo maior que as outras cadeiras, porque era num programa chamado SPSS nada acessível e eu ia chumbando se não tivesse tido a sorte de me ter calhado um professor só para mim que se sentia tão à vontade comigo até para brincar e que tive 16 na nota final!
Foi no segundo e terceiro anos da licenciatura que tive as primeiras amizades com duas colegas fantásticas, porque juntos trabalhávamos lindamente e elas passavam-me os powerpoints para word o que não acontecia com os outros grupos. Tirámos as melhores notas. No entanto, a minha frustração continuava porque adorava Neuropsicologia mas não havia absolutamente nada para eu sentir... e os professores não me davam uma oportunidade de experimentar simular ser o psicólogo numa consulta, porque não podia ver como os colegas estavam, qual a sua postura, e ouvir era pouco..,
Comecei a entrar em depressão e tomei antidepressivos durante cinco meses, substituindo-os pela psicoterapia.
Entretanto, na cadeira de Psicologia da Educação sentia-me como um peixe na água, era o que eu queria, e os professores eram impecáveis! Davam-me oportunidades, eram muito atentos, arrajavam maneira de eu participar nas actividades, fazia provas orais e de escrita, os professores insistiam no desenvolvimento de competências , uma delas era o saber escutar o outro e usar os nossos sentidos para nosso enrequecimento.
´Deixei a ideia de psicólogo clínico, mas fiquei triste por ter de me separar das minhas amigas e dos meus amigos de curso que há pouco tempo tinjha feito e que tinha adorado!
A minha média de licenciatura foi 15, uma nota estrondosa e rara pno ensino superior.
No primeiro semestre do mestrado voltei a ficar decepcionado porque mais uma vez não podia aplicar provas de avaliação e só tive um 10 na cadeira de Exame e Consulta Psicológica. Mas nas cadeiras mais teóricas tive notas muito boas 15, 16 e 17.
Agora que estou no segundo semestre falta-me pouco para começar o estágio e estou indeciso e preocupado onde poderei estagiar. Mas tenho conseguido apesar das minhas desilusões constantes, tudo foi difícil e doeu, mas o que eu aprendi foi que desistir teria sido a pior opção da minha vida quando estava apetrechado e podia muito bem encontrar outras formas de trabalhar como psicólogo.
E estou aqui para vos ajudar, para vos dizer que tudo o que se consegue não é por acaso, porque somos nós que temos de dar o primeiro passo para que o resto nos ajude.
Porque se não fossemos nós não estariam a ajudar-nos, a investir em nós e nos que nos seguirão futuramente.
Reconheço que em relação a outros eu tive mais sorte, mas eu não estava a contar nada com os apoios porque muitos surdocegos são congénitos e têm lim itações cognitivas e o colégio de surdocegos não dava até eu aparecer este tipo de ajudas.

Olá Patrícia, também passei pelo fantástico spss mas só na monografia final e fazia parte de um grupo de ilustres entendidas na matéria que me ajudaram a perceber um pouco desse belo programa.
Quanto à tua indecisão, é realmente difícil aconselhar-te porque tu é que sabes a importância que cada coisa tem para ti. Eu quando andava na secundária também achava que queria entrar para psicologia mas a matemática era precisamente o problema. Decidi entrar para Relações Públicas porque sempre adorei comunicação mas, lá estava a estatística, mas só no primeiro ano e também foi preciso o professor adaptar-se um pouco e fazer um exame oral.
Quanto à tua vida, acho que só deves pensar em desistir se tiveres uma alternativa de que gostes e que te entusiásme que a vida sem entusiásmo perde a graça.
Acho que deves pensar bem e se houver um outro curso que tu gostes e em que as dificuldades sejam menores deves ponderar.
Beijinhos não

Oi, pessoal!
Parabéns a todos por suas histórias de vitórias e conquistas.
Nunca ouvi falar desse tal spss, seria um software?
Quanto a matemática, é tão simples quanto qualquer outra matéria, é super normal que o pessoal de humanas a odeiem.
Eu perdi a minha visão aos pouquinhos entre meus 15 e 20 anos [mais ou menos], quando fiquei cega de vez estava no meio do curso de Engenharia Elétrica, voltei um ano depois e cá estou, prestes a me formar, claro que tem o monstro do tcc que está me tirando o sono, mas isso acontece com todo mundo no meu curso.
Quanto aos recursos, conto com a informática e o talento dos professores.
É claro que, vira e mexe, tem um mala que me faz cara feia... problema dele, a única coisa que com certeza acontece com isso é que ele ganha umas rugas a mais... eu não.
Abraços!

Olá Tixa!
Estive mesmo à bocadinho a escrever-te um longo testamento quando a minha net ficou doida e perdi i o qu tinha escrito... Paciência, mas vou voltar a responder-te, até porque quero e não o faço só para estar a agradar a alguém.
Compreendo-te bem Tixa, mas pensa sempre positivo, porque se fores a ver bem a minha licenciatura não era Psicologia específica, mas Psicologia mais no Geral. Depois e se tiveres ainda força de vontade e podes fazer o teu mestrado em Psicologia Clínica numa outra universidade.
Agora vou partilhar contigo a minha experiência na estatística e ao mesmo tempo vou tetar ajudar-te com o que puder.
Continua a ler.

Olá de novo! lool!
Olha Tixa, também eu tive 3 anos de estatística todas com o SPSS, um programa de estatística super acessível para os cegos! Sei que estou a ser irónico, mas é verdade, esse programa suga-nos muito a motivação e deixa-nos com muita neura.
Mas antes de te falar da minha experiência, queria dizer-te que estou na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, que, apesar de ser privada, concede bolsas a estudantes incluindo com deficiência. Contudo, a desvantagem é que não possui um centro de apoio ao estudante com deficiência.... Mas quem sabe que depois da minha passagem por lá e agora que apareceu ouyro rapaz cego eles comecem a pensar na inclusão ao ensino superior.
A Lusófona tem todos os cursos de Psicologia, e um específico para questões forenses e de Exclusão social.
Continua a ler.

Desculpa, estou a fazer por partes porque pode ser que de repente a minha net se desligue ou outra chatice se passe.
Eu no primeiro ano tive logo estatística, mas passei com 11 valores, porque apenas fiz 2 trabalhos escritos e teóricos. Isto porque na prática tinha de utilizar o SPSS e como não estava nada acessível, o professor dispensou das aulas, embora dando-me uma nota bastante modesta.
Ora, no segundo ano tive um novo professor que já ias nos seus 50 anos e que adorava cachimbo, além de ser irónico connosco.
Agora vou jantar, já volto.

Olha, continuo sem conseguir... Já te tentei dizer "olá" mas parece que não recebeste nada.
É capaz de ser algum problema do meu PC, talvez do meus msn não ser uma versão compatível com a tua. Sendo assim, terei de criar uma conta no live, ou actualizar o meu msn, mas isso terá de ficar para amanhã porque não sei criar contas no live, mas a minha irmã sabe e vou pedir-lhe que me ajude.
Se o problema persistir, terei de falar com um amigo técnico de informática.
O endereço que te dei está bem, mas em vez de "live" é "hotmail" e se calhar é por isso que estamos desencontrados. Lol!
Beijinhos

Olá Patrícia!
Finalmente podemos falar no msn! Lol, estavas distraída com que então? Ai essa cabecinha de vento! lol!
Olha, hoje li o que escreveste no meu livro de honra e obrigado! É verdade que tenho jeitinho para poeta; é para mim a forma com a qual melhor exprimo o que me vai na alma.
Fico igualmente feliz por teres uma amiga que me conhece, foi para mim uma surpresa como é possível que estejamos mais perto!? E estou em pulgas por saber quem é essa tua amiga e se ela já te falou mal de mim loool!
Ainda bem que não sou o único que tu conheces com problemas auditivos e que isso para ti é completamente indiferente.
Fica bem e beijinhos

Como estava a dizer, no segundo ano tive um novo professor que me obrigou a aprender SPSS como os meus colegas e que se mostrou inflexível em relação a eu lhe entregar trabalhos teóricos por escrito ou em utilizar o Excel, que era mil vezes mais acessível do que o SPSS...
Era para mim um autêntico problema, porque o professor dva a aula a todos os meus colegas e não tinha tempo para mim, cujas dificuldades eram bem maiores. Pior ainda, o professor falava ao mesmo tempo que utilizava o SPSS e eu não conseguia só de ouvido perceber o que estavam a fazer. Ficava a fazer esforços desesperados para entender alguma coisa que ele dizia, mas nunca conseguia entender verdadeiramente, e portanto sentia-me tão mal, quase com vontade de chorar, de abanar aquele homem de cabeça dura, porque eu queria aprender como os outros mas naquelas condições não estava a dar certo.
A minha amiga Joana que via mal e tinha colegas cegos na faculdade onde estava disse-me que eles só faziam a parte teórica, ficando a parte prática sossegada. Fiquei mais aliviado ao saber que não era o único.
No entanto, o meu professor parecia não saber o que fazer comigo. Todos os dias tinha uma nva ideia mas no dia seguinte já se tinha esquecido e ficava perplexo quando me via na aula como se me visse pela primeira vez.
Fiz-lhe novamente o pedido de só fazer a parte teórica mas ele era muito casmurro e disse que eu tinha de aprender estatística com o SPSS, porque iria precisar na minha tese e ele estava convicto que me podia ensinar. Tinha um colega cego (que era o professor Jorge Almada do ISPA) e disse-me que ia falar com ele. O professor Almada só podia fazer os seus trabalhos de Estatística porque tinha a sua mãe a quem dava os comandos. Portanto, o meu professor insistiu que eu devia fazer o mesmo e pediu que a minha assistente também fosse às aulas aprender SPSS comigo, mas isso não fazia parte das suas funções. O professor estava a tentar passar o problema para os outros em vez de tentar ele próprio uma maneira de me ensinar.
Tive de aprender teoricamente alguns comandos com o SPSS, mas era tão difícil estar a ouvir o professor sem poder ver nada que senti-me desmoralizado. Pior ainda me senti quando fiz a minha primeira frequência na qual ia ter quase 0 valores. Isso era prova que não estava a aprender daquela maneira como o meu professor estava a insistir.
Resolvi expôr o problema ao coordenador da cadeira de estatística e pedi-lhe para mudar de professor. Enquanto isso, eu tinha já falado com algumas pessoas sobre o facto de o SPSS ser um programa incompatível com o Jaws e com a linha braille. Um técnico que trabalhava com as ajudas específicas para cegos opinou que o Excel era excelente para mim. O problema era a questão de terem de fazer algumas alterações e adaptações do meu currículo e do programa da cadeira de estatística, mas não o fizeram, talvez porque não queriam dar-me essa oportunidade por receios... De mim? Dos outros?
O meu pedido foi satisfeito e transferi-me para a turma do professor Lopes. Aconteceu uma coisa fantástica que iria ser exactamente o que eu estava a precisar embora tenha sido por sorte. As aulas eram a manhã toda de sexta-feira e a minha turma como queria ficar com a sexra livre, pediu para ter aulas à terça-feira. No entanto, aquilo interferia com as minhas aulas e assim eu teria de voltar para o professor inflexível de que detestava. Voltei a falar com o coordenador da cadeira a fim de tentar ficar com o professor Lopes, e ele brincou comigo ao dizer que ia ficar com o professor Branco de quem eu detestava.
Tive sorte e fiquei com o professor Lopes e à sexta-feira, mas a turma desapareceu e fiquei com o professor só para mim! Assim, com ele sentado ao meu lado e a deixar-me escrever tudo o que eu queria, eu aprendi a gostar de Estatística e do SPss em particular. Ele era fixe, muito fixe mesmo, eu não lhe fazia a menor confusão usar a minha mão para me explicar a curva normal de Gauss.
Aprendia bem e na primeira frequência saquei um vitorioso 16! Na linha braille e com o Jaws era possível ler os menus e alternar entre as opções e as caixinhas, mas o pior era que os valores ficavam impossíveis de ligar com os nomes que eu lia... Por isso, apenas aprndi a fazer alguns comandos e a decidir quais as instruções a dar (que o meu professor ou a minha assistente obedeciam eheheheh!). E na segunda frequência que me correu mais ou menos fiquei admirado e feliz ao obter outro 16!
Estava feliz e com vontade de aprender mais e o meu professor era bem humorado e muito competente, porque até comigo aprendeu e era muito flexível deixando-me anotar tudo e dizer disparates (erros) sem se enfadar.

Foi sorte Tixa e se não fosse ela acho que dificilmente teria resultados tão bons...
Mas fico na mesma triste, porque é com o Excel e não com o SPSS que nós podemos ser independentes e auto-realizados, mas não compreendo por que é que nos obrigam a utilizar programas que neun sequer nos estão a ajudar mas antes a desmotivar. Isto é porque ignoram quem somos e quais as nossas necessidades, e tratam-nos como os outros que não têm as limitações sensoriais que temos.
Fico triste Tixa, nem imaginas a tristeza que me causa o facto de os estudantes cegos serem obrigados a fazer coisas que nem sequer fazem sentido e que nem poderão sozinhos ser o mais autónomos possível. Não sei se são egocêntricos ou se não há uma verdadeira inclusão no ensino superior, mas sim que persiste uma cultura de exclusão que nos faz sofrer inutilmente...
Mas olha, se quiseres posso dar-te tudo o que tenho apontado sobre as aulas de SPSS e tenho um manual que talvez te possa ajudar. Mas... o mais importante ´q que o teu professor te explique o que tu não podes ver, mas que podes compreender ao mesmo tempo que treinas.
Muitos beijinhos e vou adicionar-te no meu msn.

Mas eu já te vejo nos meus contactos... até o teu nome e que estás neste momento ocupada...
Vou tentar descobrir o que se passa.
Bjs

Oi Tixa!!!
Obrigado, jantei e quando acabei parecia uma bola loool!
Olha, já te adicionei ao msn e está tudo bem!
Eu também tenho o skype mas precisa de ser configurado... Mas assim que estiver ok eu aviso-te que também poderemos conversar por voz, e peço-te que fales com calma e que tenhas um bocadinho de paciência se eu não perceber à primeira.
Sim, eu reparei que me enviaste uma notícia que me deixou empolgado sobre 1 concurso do INR.
Obrigado, vou lê-lo e depois digo-te qualquer coisa.
Eheheh, vamos ajudar-nos um ao outro, nada mais gratificante na amizade!
Beijinhos

Olá Tixa!
Ainda não tinha lido esta parte por isso decidi deixar-te uma mensagem pessoal.
Já tinha receado que isso estivesse a acontecer contigo, porque, pelo que sei, acontece com todos e todos sentem o mesmo que tu: medo de não conseguir fazer essa cadeira para a qual estão a pagar e têm de passar.
Entendo os teus medos e não me admira que estejas desmotivada e isso é porque te foi colocada uma barreira: o SPSS. Eu também sempre que saía das aulas de estatística ficava com uma dor de cabeça horrível por causa do esforço que era o dobro dos colegas, porque eles não tinham de memorizar tanta informação ao mesmo tempo. Depois ficava saturado e com as ideias de pernas para o ar...
Sei que o teu curso é muito importante para ti, que ficaste entusiasmada com o teu curso mas isso foi antes do SPSS como aconteceu comigo.
Olha, o que me diexa contente é o facto de teres amigos no teu curso que te podem ajudar naquilo que não nos está acessível. Eu consegui também gralas aos trabalhos de grupo.
Não fiques assim, todos nós nos queixamos do mesmo e pensamos que não vamos conseguir mas afinal sabemos dar a volta .
Acredito plenamente em ti e que tudo se vai resolvendo. Sei que é inevitável o SPSS, mas o ideal era que nos deixássem trabalhar no Excel e é inaceitável para mim não o compreenderem porque se não se colocam no nosso lugar nunca compreenderão as nossas necessidades especiais.
Vai um sorriso para mim!
Beijinhos

Olá Tixa!
Fico contente por o meu testemunho te ter ajudado a nunca desistires por muito difícil que seja. Não te disse, mas também sou um fã do Fernando Pessoa e do seu heterónimo Alberto Caeiro.
Tens-me a mim como amigo para te ajudar no teu curso, todos os livros que eu tenho te posso dar com todo o gosto! Porque quero que tu realizes o teu sonho e não deixes de te sentir alguém em permanente crescimento interior. Tens todos aqueles que estão a teu lado, dispostos a que vás em frente e não estejas a agradecer-lhes por isso, porque a tua felicidade reflecte a sua felicidade, e é com verdadeiro apoio que eles te são únicos!
Temos de falar, mas olha, não te encontro no meu msn... Além disso, não vou lá muitas vezes, porque gosto mais de estar fisicamente com os amigos.
Olha, eu adorei o meu curso de Psicologia, tal como estou a gostar muito do meu mestrado de Psicologia da Educação.
Quando estava desmoralizado por causa da falta de adaptações no meu curso, pensei que tinha escolhido o curso errado e que a minha vida profissional iria ser bem complicada, porque além de cego era surdo e tinha algumas dificuldades em ouvir (apesar de fazer esforços). Mas tenho continuado e tenho de aproveitar e não me queixar apenas do que é difícil, porque sabes que quando estamos stressados não conseguimos raciocinar numa saída para os problemas. Também com o tempo vais encontrando ferramentas que te vão abrir muitas janelas e portas, áreas em que é muito competente, assim como a tua postura com os outros será muito mais de aceitação e de empatia.
Acredito plenamente nas tuas capacidades e que vais conseguir, mesmo que nas horas mais atribuladas te dê ganas de ficares à sombra da bananeira e esquecer a tua luta.
Olha Tixa, se já reparaste sou um fã da Helen Keller e do Louis Braille, já para não falar dos poetas Cesário Verde e Fernando Pessoa. São eles que me dão forças para continuar em frente, a não parar nunca, porque é como o tubarão se para de nadar morre.
Fica bem e estou sempre por aqui caso preccises de mim, de uma palavra de conforto, coragem e de amizade.
Beijinhos e acredita que consegues como eu acredito que se consegui muitas coisas na minha vida também vou conseguir amanhã.

Oi Marco !

Grande homem que tu és, homem com h grande ... !
Não sei se és alto em altura, mas isso não é importante, mas sim a grandeza de conhecimento e de experiências ... !
Tu és um tipo porreiro, lutador, não desistes ... tal como eu .... !

Acho q merecemos um cantinho no céu, né ? loool
Abraços

Olá bom Filipe!
Obrigado por todos os elogios que considero sinceros e vindos de alguém que tem experiência da vida, a grande mestra da sapiência.
Eu sou alto mas já não cresço mais senão em espírito e amizade! lol!
Gostei do que comentaste no meu último poema. Eu estava a desabafar a minha revolta e o facto de a cegueira não ser mais pior do que a cegueira moral e a indiferença em que vivemos!
Hoje é assim, estamos obcecados com tudo e não aproveitamos cada dia, com imaginação e alegria.
A imaginação leva-nos a descobrir novos mundos para lá do monótono branco ou preto. E a alegria é quando a nossa noite é necessária mas que deve ser compreendida e da maneira mais positiva como se dela retirássemos os ensinamentos para sermos fortes e estarmos bem mais conscientes.
Fica bem!!
Abraço

Olá Tixa!
É uma pena que não tenhamos tempo para parar e pensar... Hoje em dia andamos a correr muito apressados e não deiamos a devida atenção às coisas mais importantes, como a fraternidade, o amor, a verdade e o que os outros mais precisam de nós. Andamos de tal maneira preocupados com o dinheiro, o sucesso e o poder que nos esquecemos do que realmente é a vida...
No país em que vivemos (e que eu amo apesar de tudo) tudo é um caos e um caminho com falsos amigos que nos deixam por puro egoísmo...
Mas resta-me os verdadeiros amigos, aqueles que ficam e que nunca me abandonam. Tive amigos que me abandonaram quando já não lhe podia interessar mais pela minha cegueira. Poucos, poucos mas bons ficaram ao meu lado para lutar comigo e eu amo-os que é essa a minha maneira de lhes retribuir.
Beijinhos

Olá Marco e Tixa !

Concordo plenamente com o q dizem ... !

A vida é um corre corre constante, quase não temos tempo pra nada .... !
E se realmente desse-mos o devido valor a coisas tão pequeninas (ver um pássaro a voar, ver uma criança a sorrir, ajudar uma pessoa, ... ) se calhar seríamos mais felizes ... ! lol
Gastamos tanto tempo com coisas supérfluas e mal temos tempo pró resto .... !
Aquela coisa de adiar a felicidade, uma viagem, estrear una roupa nova ... não se deve fazer ... todos os momentos são especiais .... !

Os verdadeiros amigos contam-se pelos dedos das mãos, infelizmente .... !
Mas esses nunca nos abandonam e estão sempre connosco, ajudam-nos nas horas difíceis, ficam contentes com as nossas vitórias, .... !

Abraços pro Marco
e Bjos pra ti Tixa

Ana RochaOlá Marco, não sabia que ja estavas em mestrado. Eu sou a Ana Catarina conheci-te na casa pia e na altura reparei logo que eras um rapaz muito corajoso e continua a ser. Podes arranjar-me o contacto do teu professor de spss? para ele ir a faculdade de ciências falar com os meus professores e eu aprender spss que bem seria necessário. Eu tal como tu tambem tenho deficiencia auditiva para além da segueira. Fui operada aos 5 anos de idade porque os meus professores diziam que eu ouvia mal, a operação não correu bem e lá comecei eu a usar proteses auditivas e a ser seguida pelo centro auditivo de lisboa widex. Tinha no Keller escola onde eu estava na altura uma professora que ensina tambem terapia da fala e com ela aprendi a falar e muito eu agradeço por isso. Mas na faculdade também tenho imensas dificuldades por causa da audição tentei gravar aulas mas não percebia quase nada. muitas vezes tenho de pedir aos professores para repetirem palavras ou frases mas com a vontade de vencer tudo tenho ultrapassado e por isso eu digo a todos acreditem em vocês proprios e não desistam!
beijinhos Ana Rocha

Ana Rocha

Olá Ana, coragem tens tu e muita para enfrentar um curso de estatística.
Eu a partir do 6º ano comecei a perder o comboio da matemática, sempre estudei em Elvas nu ensino regular e acho que os professores não estavam preparados para me ensinar matemática.
Mas tive muita pena porque eu sempre gostei de cálculo e raciocínio lógico, mas "contas com letras"? Foi aí que me perdi.
Esse é o problema de estudar no ensino regular, ten as suas vantagens mas também muitas desvantagens, mas isso era assunto para outra discussão.
Dizer apenas que fico muito horgulhosa e feliz quando alguèm de quem muitas vezes se espera que fique à espera que a vida passe dá passos de gigante para que todos acreditem que podemos chegar aos mesmos objectivos de qualquer pessoa.
Beijinhos

Olá Sofia, Em primeiro lugar quero dar-te o`s parabéns por seres valente, esquece lá isso de desistires, vou-te contar a minha esperiência no ensino superior e vais ver que não tens motivo para desistir.
Entrei no ensino superior em 1994 com uma boa média e sem utilizar a cuota para deficientes, portanto por direito próprio, só que decidi entrar no curso de Relaçõe~s Públicas e o pior de tudo na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa.
Que horror! Que petulância a minha! Tentar frequentar uma escola para meninas bonitas e a cima de tudo perfeitas. Até então aquela linda e perfeita escola constituída apenas por pessoas perfeitas nunca se tinha deparado com tamanho embaraço.
O que haviam eles de fazer com uma cega que devia estar em casa socegada sem perturbar a perfeição da ESCS?
A primeira opsão foi sugerirem amavelmente que desistisse do curso logo no primeiro dia e daí para a frente foi uma sucessão de tentativas e entraves para conseguiam o objectivo.
Não vou contar como foram os anos que lá andei, que felizmente não foram muito, só os necessários, se não não saíamos daqui mas desde me mandarem fazer uma frequência no corredor a darem-me menos um valor que os colegas do meu grupo nos trabalhos só porque não vejo, muito mais coisas aconteceram.
O facto é que com a ajuda da minha irmã que me ditou muitos apontamentos e de alguns bons colegas, terminei o curso para desgosto da maioria dos professores e principalmente do meu coordenador de curso e dos directores da escola.
O desgosto foi tal que desde que eu saí da escola passou a ser pré-requisito ter boa visão, não fosse lá aparecer mais um cego!
Por tudo isto Sofia, dou-te razão quando dizes que para nós a acessibilidade é muito mais difícil e que nos vimos quase sempre sozinhos com as nossas dificuldades, mas em primeiro lugar tu és forte e determinada o suficiente para lutares pelos teus objectivos e para além disso existe na tua faculdade a vontade de te ajudar.
Aproveita e não desistas vais ver no final o gozo que te vai dar.
Beijinhos

Ana RochaOlá Sofia, Tixa e Isabel e todos, sei que o ensino superior não é fácil para ninguém, mas a nossa vontade e coragem é sempre mais forte. Eu quando entrei na faculdade de ciências no curso de informática em 2003-2004 os professores ficaram preocupados sem saber como obter os materiais, como dar-me as aulas etc. a minha professora que me orientava foi a minha escola secundária falar com a minha professora de apoio para ver como se davam as aulas e como eram os materiais e quer ela quer outros professores nunca baixaram os braços mas havia sempre a barreira de não haver livros em suporte digital nem ninguém que passasse os apontamentos, aqui posssso tambem agradecer a alguns colegas e sobretudo a minha mãe que ficava ate as tantas a passar as aulas a computador; tive 3 anos de lutas dificieis com algumas faltas de apoio e os que queriam dar não sabiam como mas felizmente tive outros que se empinharam e se eu não terminei a licenciatura em informática foi por motivos pessoais mas mudei para estatística curso que estou agora a terminar mas tambem onde entrei sem materiais sem nada, ainda hoje tenho professores que poem barreiras por causa do spss não ser de tal modo adaptado a pessoas cegas ou se realmente é adaptado como alguns dizem nós não sabemos como nem conhecemos ninguem que nos explique como o tornar acessível... Mas como eu digo na minha opinião a nossa persistência, a nossa coragem e vontade de vencer são muito importantes por isso continuem em frente! força! beijinhos Ana Rocha

Ana Rocha

Olá Isabel e restantes !

Isabel, admiro imensa a tua coragem no ensino superior contra tudo e contra todos, superando as dificuldades do dia a dia .... !
E sobretudo ter coragem e andar de cabeça erguida mesmo sendo discriminada e mal tratada pelos colegas, profs, .... !

Eu sou normovisual, mas tenho deficiência física, e tb passei por muitas dificuldades, fui mtas vezes discrimindado ... enfim ... mas com coragem e determinação tb acabei o curso, estagiei e cá fiquei a trabalhar até agora .... !
Podem ver o meu testemunho integral no meu blog do lerparaver
http://www.lerparaver.com/node/9492

Continuem assim, com muita força, determinação ... e sempre indo à luta, mesmo q isso nos custe ... !

Como diria o meu querido colega invisual Hélder é o que se chama o cúmulo da normopatia.

A minha filha frequenta a ESCS e realmente foi-lhe solicitada uma declaração de boa visão, o que eu compreendi para o curso que ela frequenta: audiovisual e multimédia, que tem tudo a ver com imagem, captação, edição, fotografia, etc. Mas agora para Relações Públicas, Jornalismo, não percebo.

E ainda percebo menos, até ao chocante a falta de colaboração dos docentes. Admiro a sua coragem e digo-lhe que há muito a fazer para tornar as condições dos invisuais ao mesmo nível dos normo-visuais.

Mas para cúmulo ainda há quem ache que dar mais condições ou facilidades aos invisuais é prejudicar os normo-visuais, que ficam em desvantagem. Não percebo como, eu que vejo. A não ser que me ponham numa sala às escuras com um invisual. Aí, sim, estarei em desvantagem. Continue assim, lutadora e corajosa.

Olá Sofia! Chamo-me Jorge Gonçalves e sou pianista! Resido actualmente na Polónia onde faço a pós-graduação artística em piano na universidade F. Chopin em Varsóvia. Trabalho com partituras braille todos os dias. Não desesperes, todos nós que necessitamos de partituras brailles sofremos o mesmo flagelo. Mas, eu tenho alguma experiência acomulada duma vida inteira de estudos e acho que te posso ajudar! Tenho contactos de associações onde podes encontrar excelentes partituras. Contacta-me por favor para o meu E-mail: piano@jorgegoncalves.com e se quiseres consulta a minha página www.jorgegoncalves.com para saberes mais sobre mim. Estou disposto a ajudar-te a ti e à tua universidade. Já não é a primneira vez que o faço uma vez que esta dificuldade existe em muitos países! Um beijinho e força porque há solução para tudo na vida!

Jorge Gonçalves

Olá Jorge! Chamo-me Céu! Não me conheces. E nunca fui a um concerto teu!

Fico feliz por saber que és pianista! Eu teno o 5º grau de piano. Não pude fazer o 8º grau, porque a minha filha entretanto também está a frequentar o mesmo curso, e a mensalidade ficava muito cara! Tive então que desistir!

Estudas na Universidade F. Chopin...Fantástico! Eu já interpretei alguns noturnos de Chopin, é o meu compositor preferido. Assim como J. Bach e Beethoven!

A minha filha tem apenas 6 anos e já toca invenções a 2 vozes de Bach! Já tocou também a sonatina completa 36 nº1 de Muzio Clementi! É o meu pequeno génio!!! Neste momento está a preparar-se para a audição final. Vai interpretar A Primavera de Emanuel Bach. É Linda! E também Divertimento a 4 mão de J. Bach. Ela adora piano tal como eu! Vai também fazer dueto com a Prof. de Violino, interpretando a Avé Maria de J. Bach. Vai correr bem, penso eu!

Desejo as maiores felicidade! Gostava um dia de te ouvir tocar!

Cumprimentos!

lucasolá muita boa noite amiga, não sei se sabes, mas os nossos professores podem pedir livros em braille. se precisares de ajuda para isso diz-me que eu falo com a minha minha professora de apoio e pode ser que ela nos consiga ajudar.
andré Lucas

lucas

OLA A TODOS EU SOU ALUNA DE ENFERMAGEM
NESTE MOMENTO ENCONTRO-ME COM UM DILEMA PORQUE TENHO DE FAZER UM TRABALHO COM O SPSS E NÃO SEI COMO FAZER
AINDA NÃO TENHO E PROGRAMA E NÃO SEI TRABALHAR COM ELE
SOLICITO O VOSSA AJUDA
SE ALGUEM TIVER ALGUMA COISA QUE ME ENVIE PRINCIPALMENTE TRABALHOS EU AGRADEÇO
JOANARSG

Olá Joana!
Desculpa, peço-te mil vezes desculpa ter-te chamado JOão... Era a ti que eu estava a responder, mas estava bué distraído com os meus pensamentos e a minha linha braille tem algumas células mortas que às vezes conundem as palavras!
Espero não teres pensado mal e que o fiz propositadamente...
beijinhos

Ola Joana* olha estou com o mesmo dilema! Chegaram a arranjar-te alguma coisa sobre o trabalho? Como te safaste?

Cumps