Durante este último ano lectivo, tive a oportunidade de trabalhar numa área que eu adoro graças à disciplina de área de projecto na qual, para quem não sabe, temos de desenvolver um projecto, normalmente em grupo, durante todo o ano lectivo.
Foi um ano um bocado complicado devido a problemas relacionados com a minha turma, dos quais poderei falar depois. Inicialmente, estive integrada num grupo, do qual me separei quase no final do 1º período. Inicialmente não sabia muito bem que projecto haveria eu de fazer. Queria fazer algo relacionado com música mas não sabia o quê. Até que, finalmente, me surgiu uma ideia que eu continuo a achar fantástica: tentar criar uma exposição de instrumentos musicais dirigida para pessoas cegas visto que muitas vezes apenas os conhecemos pelo som e discutir o tema do ensino e aprendizagem da musicografia Braille em Portugal.
Não foi um trabalho fácil pois foi feito apenas por mim, não tendo conseguido acabá-lo. Realizei inquéritos a jovens entre os 10 e os 20 anos onde pretendi verificar algumas coisas como, por exemplo, os instrumentos mais conhecidos, os que estes têm mais curiosidade em conhecer, se tocam algum instrumento, se gostariam de tocar algum instrumento, se sabem musicografia Braille, se gostariam de aprender, entre outras. Consegui inquirir apenas 20 jovens. No entanto, consegui confirmar o que esperava ou seja, que a maioria dos jovens não sabe musicografia Braille e que quase todos gostariam de aprender. Também obtive resultados interessantes relativamente aos instrumentos que mais querem conhecer, sendo estes bastantes, com especial relevância para o violino.
Ainda não consegui realizar a exposição a que me propus, tendo apenas apresentado como resultado final o estudo dos inquéritos e falado um pouco da musicografia Braille. Pretendia realizar um debate nesta área mas não foi possível pois, logo por azar, quem eu convidei não pôde estar presente. No entanto, e apesar de todas estas dificuldades, pretendo continuar o meu projecto, até porque vou continuar ligada à música.
Sinto-me orgulhosa comigo mesma por ter conseguido fazer tudo isto sozinha mesmo não tendo conseguido acabar o projecto e por isso resolvi partilhar tudo isto convosco. Todos os comentários serão bem-vindos!
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Comentários
Sofia.....
Parabens por esse projeto e vai enfrente com ele........
Marciel
Musicografia braille
Jorge TeixeiraOlá Sofia:
Quando jovem tentei aprender a musicografia braille. Tive aulas particulares com um grande professor do Porto "Luís Clemente Ribeiro" mas não consegui aprofundar-me. Continuei a tocar sintetizador de ouvido e a compôr com base nos rítmos que as máquinas trazem de origem ou com base nos rítmos que pude conseguir no intercâmbio com outras pessoas.
Acho que a musicografia braille é uma mais valia para todos os deficientes visuais que a possam aprender, contudo, fiquei com a ideia de que o processo de ler, decorar, e executar, exige um conjunto de capacidades que não parecem estar ao alcance da maioria das pessoas cegas ou amblíopes que gostariam de saber tocar um instrumento.
Os programas informáticos abrem uma nova janela de penetração para os deficientes visuais no mundo da música. Eu próprio gostaria de conhecer mais a esse nível, mas ainda não percebi se a minha ~ignorância quase total ao nível da musicografia braille me fecharia os caminhos ao nível da informática na música. Um abraço, Jorge.
Olá Jorge, Sim, na
Olá Jorge,
Sim, na realidade, a musicografia braille não é algo muito fácil de aprender. É necessária muita concentração e memória devido à grande quantidade de símbolos que a compõem.
Sim, de facto os programas informáticos abrem-nos uma nova janela. Eu inclusive sei da existência de programas que nos permitem imprimir textos musicológicos em braille a partir do computador, entre outras coisas mas eu pessoalmente ainda não sei trabalhar com eles.
Musicografia em Braille
Olá Sofia.
Muito prazer. Eu me chamo Milton e sou brasileiro da cidade de Recife.
Permita-me parabenisá-la pelo seu projeto.
Eu gostaria de saber se você já ouviu falar em um projeto chamado Musibraille?
O Musibraille é um programa desenvolvido no núcleo de informática da universidade Federal do Rio de Janeiro.
Sob a coordenação do professor José antônio Borges.
Esse programa é uma excelente oportunidade de os cegos estarem, com maior facilidade, em contato com a musicografia em Braille.
Caso você não conheça o projeto e queira fazê-lo, acesse:
www.intervox.nce.ufrj.br/musibraille
Lá incluzive, você encontrará os contatos dos desenvolvedores desse programa.
Talvez, eles possam de alguma forma te ajudar com o seu projeto.
Um forte abraço e boa sorte.
Milton Carvalho
Olá Milton, Muito obrigada
Olá Milton,
Muito obrigada pela informação. De facto nunca tinha ouvido falar nesse projecto mas deve ser algo muito interessante e talvez até me possa ajudar agora na faculdade e no meu projecto, claro.
Mais uma vez muito obrigada.
Beijinhos
A musicografia Braille
Há, em meio digital, algum manual sobre musicobrafia Braille? Há pergunta parece contraditória, mas, desde que há um projeto como o Musibraille, é perfeitamente possível escrever partituras apenas no computador.
Tenho visão subnormal e aprendi o Braille apenas porque queria aprender música. ao fim, verifiquei que o acervo era tão pequeno que não valia a pena. Não conseguia encontrar nada do que queria. Na música, tenho nova oportunidade.
Com o Musibraille, consegui brincar um bocadinho com trechos monofônicos. Mas tenho grande curiosidade em vê-lo tocar melodia e acompanhamento e, por isso, necessito saber como se representam compassos executados em simultâneo. Onde posso encontrar informação deste tipo? Se a resposta for: em uma biblioteca Braille, embora a resposta seja plenamente natural, acabarei por avaliar que terei de investir no Braille novamente e, ao fim, continuar a não encontrar o que desejo. Por isso, ou desenvolvo-me musicalmente em ambiente digital, ou fica para a próxima encarnação a manifestação de meus talentos.
Força aí
Olá Sofia !!
Parece q finalmente ganhaste coragem pra escrever posts no teu blog .... !! loooool
As minhas dicas foram-te úteis ??
Realmente o projecto citado acima é excelente, por vários motivos:
1) Ao pôr cegos a apresentar os instrumentos está-se a sensibilizar a comunidade, pois ainda há muitas pessoas q pensam q 1 cego não consegue fazer nada ou quase nada .... !!
2) Os cegos ficam mais informados, é 1 porta q se abre pra q estes consigam aprender melhor musicografia Braille, se o projecto fôr bem concebido
3) Se chegar a haver debate, quer os normovisuais quer os cegos, podem se enriqueçer no domínio dos instrumentos musicais e experiências
.....
Força, leva o projecto mais além, tás no bom caminho .... !!
E mesmo q já haja documentação sobre isso, nunca é demais ter mais um site .... !!
É mais 1 fonte de informação ... !!
Até podes ter mesmo 1 blog, em q alguns posts são canções com as resp. notas, .... !! loool
Beijinhos,
Filipe
Olá Filipe, De facto, esses
Olá Filipe,
De facto, esses são alguns dos objectivos do meu projecto. Para a apresentação do meu projecto eu fiz um power point com os resultados dos inquéritos de modo a tentar sensibilizar quem lá estava (se bem que, para além dos professores, só estavam lá 6 ou 7 pessoas da minha turma, enfim...).
Essa ideia do blog é uma boa ideia mas são necessários programas informáticos que me permitam fazer isso. Eles existem só que eu ainda não sei trabalhar com eles, algo que vou ter de aprender até por causa da faculdade.
Beijinhos e obrigada pelo apoio!
Projecto
Olá Sofia !!
Ainda bem q esses aspectos fazem parte dos objectivos do teu projecto !! loool
Não digas "eu fiz um powerpoint", diz antes "eu fiz uma apresentação" ... !!
Porquê ? Porque hoje em dia existe uma infinidade de offices: ms office 2003, 2007, OpenOffice ... !!
Eu pessoalmente uso o OpenOffice há uns anitos, é livre portanto não preciso de cracks, e tem as mesmas funcionalidades que o ms office ... !!
Pode é não ser tão acessível, mas pelo q ouvi dizer já se torna acessível com o NVDA .... !!
Claro, claro, primeiro investiga e só depois pões em prática ... 1 coisa de cada vez .... !! loool
Não tens nada q agradecer, e já sabes q da minha parte terás um apoio incondicional ... !! loool
Beijinhos
Música
Olá
Primeiramente, irei apresentar-me. Moro no Brasil, e sou músico erodito. Claro, sem esquecer que sou deficiente visual total.
Ja cheguei a fazer o curso de musicografia braille, e achei uma facilidade nas músicas monofônicas, mas uma dificuldade extrema nas polifonias. Especificamente nas mais complexas, que datam do período barroco.
Não sendo pessimista, mas creio que basta uma questão de tempo para o braille, também na música, tornar-se optativo, assim como é na escrita "normal". Ja existe programas acessíveis, e basta uma questão de tempo para conseguirmos utilizar o cibélius com plenitude, sem que haja a necessidade de ter alguma pessoa que enxerga por perto.
De qualquer forma, parabenizo você pelo projeto, visto que conheço vários amigos que desejam conhecer instrumentos pelo tato, especificamente os mais desconhecidos, ou digamos que os menos tocados no dia-a-dia. Como: Arpa, cravo, alaúde, viluela, lira, viola da gamba, espineta, etc...
Abraços fraternais
Sidarta
Apoio 100 por cento o teu projecto!!!
Olá!
Tiveste uma excelente ideia ao pretender que os jovens cegos tenham acesso aos instrumentos que apenas conhecem pelos sons ou pelos nomes exóticos. Eu pessoalmente adoro tudo o que é música e tenho vários instrumentos musicais. No entanto, nunca aprendi a musicografia Braille apesar de ela existir!
Desejo que o teu projecto continue a ser a tua meta e que eu saiba nunca sequer soube de uma exposição de instrumentos que pudessem ser tocados, nem nunca me deram essa oportunidade de os conhecer pelas mãos e sentir o seu som ao mesmo tempo...
É é engraçado pois cada jovem se identifica com o seu instrumento e demonstra grande sensibilidade para a música que, aliás, está presente em todo o nosso dia-a dia.
Olha, eu sou também deficiente auditivo mas nem por isso deixo de gostar de música. Uso um implante coclear e essa tecnologia ajuda-me bastante a ouvir. Sugeria-te que no teu projecto ou se quiseres continuar numa versão posterior incluir os instrumentos de ressonância e cujas vibrações são mais próximas do corpo.
Tens totalmente o meu apoio e desejos de sucesso!!!
Beijinhos
Há sempre música entre nós. (Dina)
Olá Marco!
Eh pá, houve aqui uma confusão da tua parte, não? lol. Pois, porque quem tem problemas auditivos sou eu, e não a Sofia, autora do projecto!
Sim, de facto a música está presente em toda a nossa vida, se formos a ver. Como diz uma música da Dina, «Há sempre música entre nós».
Pois, pois... os instrumentos de ressonância e cujas vibrações são mais próximas do corpo dão grande ajuda às pessoas com deficiência auditiva, sem dúvida. Para quem não sabe, o grande Beethoven, apesar de surdo, compòs grandes sonatas, e era nas vibrações que se apoiava, o que para mim é fantástico, pois requer ter o máximo de sensibilidade para a qualidade sonora, no que concerne às vibrações, é claro.
Felizmente, não preciso de fazer um implante coclear, dado que sem aparelhos ainda oiço 60%, e com eles perto de 90. O que tinha mais dificuldade era mesmo nos ditados melódicos a três vozes, muitas das vezes em captar a voz intermédia... Aquilo é bonito, mas... ou a pessoa ouve mesmo todas as notas (antes de perceber que nota é) ou então, arrisca-se a estar tramado com a nota do exame ou teste... Percebes agora onde estava a minha dificuldade? lol.
Um abraço.
Tiago Duarte
Olá Tiago
Olá Tiago !!
Tudo bem ??
Essas férias foram boas ??
Cmg tá tudo ok !! loool
E as minhas férias foram boas .... e curtas ... !! looool
Não sabia q sem os parelhos auditivos ouvias 60%
Sempre tinha a ideia q sem eles ficavas a 0% .... ou perto disso ... !! looool
Lembras-te qdo ficaste comigo no quarto no campo de férias da Fraternidade ?
Eu aí fiquei com a ideia q tu ao desligares os aparelhos à noite ... ficavas sem ouvir .... !! loool
Mas parece q me enganei, bom a gente tá sempre a aprender, né ?
Abraços
Há qto tempo
Olá Tixa !!
Tudo bem ??
Há qto tempo ..... !! loooool
O Sr. tá no ceu ... !! Trata-me só por Filipe !! looool
Afinal de contas somos amigos, né ?
Onde é q tu tavas ?? Não te vi !! :-(
Só se fosse um comentário anónimo .... !!
Se visse 1 dos teus comentários, claro q te respondia e não passava ao lado, ou achas mesmo q o faria ? loool
Pois, pois, lá a Costoleta / Violeta é uma história q dá pano pra mangas .... !! looool
Foi uma aventura engraçada !! loooool
O Campo de férias foi muito fixe, adorei !! loool
Humm .... Fujir á tua frente ??
Mas pensas q és a minha mãe ou quem ? looool
Fica bem !
Beijinhos
Olá marco, Pois é, esta
Olá marco,
Pois é, esta ideia da exposição veio exactamente da minha própria curiosidade em poder tocar em instrumentos que apenas conheço pelo som.
Queria também agradecer-te pela tua sugestão pois posso de facto incluí-la no meu projecto com muito gosto!
Beijinhos
Os cegos e a mosicografia Braille
Olá Sofia!
Chamo-me Tiago, tenho 28 anos e resido na Trofa, distrito do Porto. Estudei até ao 12º ano e sei musicografia braille. Aliás, a minha paixão pela música vem desde o tempo em que andei no Instituto S. Manuel, do 1º até ao 4º ano, altura em que tomei o meu primeiro contacto com esta arte e desde cedo comecei a tocar algumas músicas de ouvido no órgão, instrumento que gosto muito, , até que aprendi algumas noções de musicografia braille. Mais tarde, quando entrei para o 2º cículo do ensino básico resolvi frequentar a Academia de Música de Barcelos (Cidade de onde sou natural), estudando formação musical (solfejo, ditados rítmicos e melódicos, ...)História da Música, Composição, Acústica e piano. Fiz tudo em conjunto até completar o 12º ano mas, como tinha pouco apoio, problemas auditivos e aquilo não estava a corresponder às minhas espectativas, fui obrigado a desistir de prosseguir os estudos no conservatório.
Actualmente, continuo a tocar órgão e a compòr algumas melodias numa perspectiva amadora.
Parabéns pelo teu projecto e oxalá ele fique concluído. Já agora, depois gostava de ficar por dentro das suas conclusões.
Gostei do teu blog.
Bjs.
Tiago Duarte