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1/3 dos invisuais está desempregado e um em cada seis vive de prestação social

por Lerparaver

Um em cada três invisuais está desempregado e quase um em cada seis vive de uma prestação da segurança social, concluiu um estudo hoje divulgado pela associação
representativa deste grupo.

O trabalho ‘A prestação de serviços e a promoção da vida independente’, da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que teve o apoio do Fundo
Social Europeu, foi realizado pela PPLL Consult, e revela ainda que 50,8% dos invisuais em Portugal não consegue ou têm muita dificuldade em movimentar-se
em longas distâncias.

Apresentado durante o seminário internacional ‘Autorrepresentação das pessoas c deficiência visual no século XXI. Que perspetivas, desafios e soluções?’,
que hoje termina, em Lisboa, o documento refere também que 30% dos invisuais tem menos que o 1.º ciclo e 17,8% apresenta formação a nível de ensino médio
e superior.

Quando é analisado o modo de vida destes portugueses, a conclusão do estudo, abrangendo 1.325 inquiridos, é que 12,8% dependem da família e 25,8% vivem
de rendimentos de trabalho ou de propriedade.

Questionados sobre o seu interesse político, 69,5% dos cegos disse votar nas eleições.

«De uma forma geral, a população deficiente visual inquirida apresenta dificuldades em movimentar-se em ambientes não familiares», refere uma informação
da ACAPO

Por outro lado, somente 28,9% lê e escreve Braille, sendo a forma digital a mais utilizada como forma de comunicação escrita, atingindo 51,8%.

O coordenador do estudo, o sociólogo Paulo Pedroso, citado pela ACAPO, defende que «a representatividade da população com deficiência visual é de extrema
importância e pela primeira vez em Portugal é possível avaliar quantitativamente o modo de vida dos insuficientes invisuais».

O trabalho teve como objetivo aferir sobre as reais necessidades dos cidadãos com deficiência visual e a sua relação com os serviços de que beneficiam.

O seminário, que coincide com as comemorações do Dia Mundial da Bengala Branca, conta com a presença de organizações congéneres da área da deficiência
visual de Espanha, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, ao lado de diversos especialistas nacionais.

Fonte: Sol

Comentários

É inacreditável que ainda seja uma minoria de pessoas deficientes visuais no mercado de trabalho... E mais triste é que com esta crise em que Portugal se afunda mais estar a aumentar o desemprego e a tornar mais fundo o fosso entre os ricos e os pobres...

Como podemos nós arranjar um emprego estável, se cada vez mais ele é precário? E quem quer empregar os deficientes? Com as médias e pequenas empresas a fechar ou a reduzir o número de trabalhadores, nós não teremos melhor sorte... Quantos diplomados estão no desemprego ou a emigrar? Não há emprego e muito menos agora para nós... Somos sempre os últimos a ser ajudados e cada vez menos, agora já ninguém pensa nos outros, demasiado preocupado com o seu emprego ou rumo da empresa. Vivemos num mundo de ilusão em que podíamos ter mais, mas a verdade é que não nos soubemos governar com a cabeça... E nós os deficientes vimos os nossos sonhos ficarmais longínquos, quando agora o social é imolado à economia, ou seja, só se preocupam com os números e esuqcem as pessoas.

credo que palavras mais foleiras vão para aqui referenciando os cegos... Então esta de insuficientes invisuais é vergonhosa...
De resto, concordo com as palavras do Marco, para quem envio um grande abraço e muita força e coragem para os próximos tempos, que é o que todos precisamos.

Tiago Duarte