Sala sensorial para crianças cegas
Denisa Sousa
Denisa Sousa
José Esteves Correia tem 55 anos e é cego desde os 30. A perda da visão levou-o a três depressões profundas. Hoje é presidente da Acapo, onde luta pela autonomia de quem tem deficiência visual. E a autonomia pode começar em coisas tão simples como aprender a fazer a barba ou a andar na rua. Mas sempre com a noção do limite "um cego não poderá conduzir", exemplifica. Mas poderá um dia - e este é o objectivo presente - ir ao hiperpermercado sozinho quando "aquelas superfícies disponibilizarem alguém para os acompanhar".
Governo federal pretende formar mais 330 educadores até o fim do ano
Professores das redes públicas estaduais e municipais, que trabalham ou vão trabalhar com alunos deficientes visuais de escolas especializadas, participam, de 26 de junho a 7 de julho, de um curso sobre o Sistema Braille Integral e o Código Matemático Unificado, usados no auxílio à leitura e escrita de pessoas que não podem enxergar.
«O Sistema Braille constitui o meio natural de leitura e escrita das pessoas com deficiência visual. Como tal, tem um papel insubstituível e decisivo no acesso e sucesso educativos, no acesso à informação e à cultura, na integração profissional e no exercício pleno do direito de cidadania deste grupo populacional».
Com base nestes fundamentos, a Comissão de Resoluções do Colóquio «O Braille que Temos, o Braille que Queremos», reunido em Lisboa, entre 23 a 25 de Maio passado, propôs as seguintes recomendações/resoluções:
* Que a Comissão de Braille, em articulação com outras entidades intervenientes no processo de reabilitação, proceda à divulgação, tão alargada quanto possível, dos diversos aspectos relacionados com o Sistema Braille, de modo a promover a sua utilização quotidiana pelas pessoas com deficiência visual e a sua maior aceitação por parte da população em geral.
A transcrição desta obra deverá estar de acordo com a "Grafia Braille para a Língua Portuguesa -- Braille Integral", constante da publicação CDU 376.352, editada em tinta e em braille pelo Ministério da Educação e aprovada pela Portaria Ministerial n. 2679, de 26 de Setembro de 2002, com vigência a partir de 01 de Janeiro de 2003.
O referido documento foi elaborado pela Comissão Brasileira do Braille e pela Comissão de Braille de Portugal após prolongados e criteriosos estudos técnicos.
No final desta nota você encontrará uma listagem com símbolos estabelecidos pela "Grafia".
Por José Fernandes da Silva
Iniciou-se com 10 anos na aprendizagem do braille no Instituto de S. Manuel. Dedicou-se aos estudos musicais, vindo depois a situar as prestações nos meios religiosos e populares. Foi telefonista/recepcionista até se tornar professor de Educação Musical.
Aos sete anos fui para a escola e vi nela a concretização dos primeiros sonhos, pois desejava aprender a ler e escrever.
Feitas as provas de passagem para a classe seguinte, com 9 anos, um fulminante de dinamite, que fiz explodir, apagou para sempre a luz nos meus olhos. Desmoronavam-se os ambicionados anseios! Tudo eram dificuldades, impossíveis, desalentos e vontade de nada mais fazer. Não me saía da ideia a separação de tanta coisa bela que dantes comtemplava! Não mais leria os bonitos trechos que ilustravam os meus queridos livros! Não mais expressaria os desejos e vontades na minha linda caligrafia! Não mais executaria os coloridos e expressivos desenhos! Tornara-me num inútil...
Por José Fernandes da Silva
(Trabalho apresentado na Vídeo-Conferência, promovida pela ACAPO e que teve lugar no dia 24 de Maio de 2001)
Todo o tipo de escrita tem evoluído positivamente ao longo dos tempos. Sempre existiram diversificadas formas de escrita, atendendo às necessidades específicas dos usuários. A leitura surge como consequência imediata, na medida em que é preciso interpretar os escritos. E a leitura é uma das formas essenciais da apreensão do conhecimento humano, isto é, um infinito horizonte aberto sobre a realidade que nos envolve, onde constatamos aquilo que os outros sabem e pensam, encontrando-se no papel a cronologia dos acontecimentos desde há milhares de anos.
Por José Fernandes da Silva
(Trabalho apresentado no Seminário: "Acessibilidades - o que temos e o que queremos", Que teve lugar no dia 20 de Outubro de 2003 no Auditório do Orfeão da Covilhã)
Louis Braille nasceu na pequena aldeia francesa de Coupvray, no distrito de Seine-et-Marne, a cerca de 45 km. de Paris, no dia 4 de Janeiro de 1809. O pai, homem de certo prestígio na região, era seleiro ou correeiro. Aos três anos, quando brincava na oficina de trabalho do pai, ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela, aproxi- mou-a do rosto, acabando por ferir o olho esquerdo. A infecção produzida pelo acidente expandiu-se e atingiu o outro olho. O menino ficou completamente cego.
Contando com o amor e fiel apoio dos pais, Louis acostumou-se logo à nova situação. Com o auxílio de uma bengalinha, ia à escola, onde demonstrou em pouco tempo inteligência superior aos meninos da sua idade, pois decorava e recitava as lições que ouvia, espantando os professores com a sua inteligência brilhante.
FRANCISCO JOSÉ DE LIMA E JOSÉ APARECIDO DA SILVA
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP
Minicurrículo
Francisco J. Lima (M.A.)
"Psicólogo com Licenciatura em Psicologia pela UNESP/Assis
"Mestre em Psicologia (área de Psicofísica Sensorial) pela FFCLRP/USP
"Doutorando em Psicologia (área de Psicofísica Sensorial) pela FFCLRP/USP
"Membro Internacional do TRG (Tactile Research Group)
"Sócio Colaborador da ABEDEV (Associação Brasileira de Educadores de Deficientes Visuais)
e-mails: limafj@usp.br / limafj@uol.com.br
Universidade de São Paulo