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Opinando - Blog de Filipe Azevedo - blog de Filipecanelas

Uma mudança de política na tarifa dois por um da CP

por Filipecanelas

A tarifa dois por um, nasceu de um acordo entre a Cp (comboios de Portugal) e o já extinto SNRIPD (Secretariado Nacional para a reabilitação e integração das pessoas com deficiência) e tem já mais de uma década.
Para quem não conhece esta tarifa é importante dizer que a mesma permite a uma pessoa com deficiência viajar nos comboios da Cp acompanhada por alguém à sua escolha, sendo que a Cp oferece a viajem ao acompanhante.
Na altura em que esta tarifa foi criada, a realidade vivida pelas pessoas deficientes era um pouco diferente da actual. Os cidadãos portadores de deficiência tinham grandes dificuldades de mobilidade, dificuldades essas que eram muitas vezes provenientes da própria Cp que não criava as necessárias condições para que as pessoas se pudessem movimentar sem barreiras de qualquer espécie.
A Cp criou então este incentivo, que em traços gerais fazia com que uma pessoa portadora de deficiência tivesse mais alguma facilidade em arranjar um acompanhante já que o mesmo viajaria gratuitamente.
Mas numa década muitas coisas mudam! E à que dizer que, mesmo com as dificuldades que se colocam à mobilidade das pessoas com deficiência, algo tem sido feito, e hoje é muito mais simples a um deficiente por exemplo viajar sozinho.
No meu ponto de vista, a ideia base que esteve na origem deste acordo, e consequentemente da criação desta tarifa já não faz muito sentido.
As necessidades das pessoas portadoras de deficiência são ligeiramente diferentes.
À 10 anos atrás aquilo que os deficientes precisavam era viajar. Mesmo que fossem acompanhados por outras pessoas, tratava-se digamos assim de um mal menor, pois era mais difícil a uma pessoa portadora de deficiência viajar num comboio da Cp quando inclusive nem os veículos estavam preparados!
Hoje já os veículos estão muito melhor preparados, e já as pessoas desenvolvem a sua autonomia para viajarem sozinhos.
Temos no entanto outro problema. É que uma pessoa deficiente regra geral necessita de usar mais transportes para chegar ao mesmo sítio do que os restantes concidadãos. Um caso paradigmático são os Táxis. Uma pessoa com mobilidade reduzida chega à estação de desembarque e na maior parte das situações tem de usar um táxi para chegar ao seu destino. Uma pessoa com mobilidade normal ou usa a rede de autocarros ou então desloca-se a pé.
Precisamente para tentar diminuir essas desigualdades é que uma empresa como a Cp, que tem uma responsabilidade social a defender deveria tomar medidas.
Por conseguinte a minha proposta passaria por fazer com que o deficiente e o acompanhante paguem meio bilhete cada um, retirando assim o benefício exclusivo ao acompanhante.
Esta medida tem duas grandes vantagens.
Primeiro, se o deficiente decidir viajar sozinho vai pagar meio bilhete, o que já é uma ajuda para colmatar as tais despesas adicionais que eu referi anteriormente.
Segundo, se o deficiente mesmo assim decidir viajar acompanhado pode pagar o seu meio bilhete, mais o meio bilhete do acompanhante, o que na prática ficaria como até agora, ou seja iria pagar precisamente o mesmo valor que paga hoje.
Em suma, esta medida é em minha opinião bastante mais democrática, porque dá a liberdade à pessoa com deficiência de viajar sozinha, dando um benefício que é mais que justo tendo em conta as limitações que resultam da deficiência, e não vai retirar este benefício que actualmente é concedido, caso o deficiente queira continuar a viajar acompanhado.

Comentários

Concordo quando dizes que a tarifa 2 por 1 não promove a independência dos deficientes. Se perguntarmos a qualquer revisor, eles são tão desconhecedores da realidade dos deficientes que afirmam categoricamente que um cego não pode ser acompanhante de outro. Quando nós até estamos com tempo e lhes explicamos que pode e as razões pelas quais podem, ficam surpresos, às vezes incrédulos, mais ou menos como ficava a minha avó quando lhe diziam que o homem já tinha ido à Lua. Ou seja, para eles, nós não somos independentes e os acompanhantes servem para nos ajudar, portanto, têm necessariamente que ter visão, aliás, única condição na perspectiva deles para se acompanhar um cego..
Está na altura de rever a lei da tarifa 2 por 1, mais que não seja para corrigir as lacunas existentes na mesma.
Cumps
Tadeu

Olá Tadeu.

Esta questão é muito curiosa.
Eu não tenho dúvida em afirmar que um cego pode acompanhar outro cego sem nenhum problema.
Dentro dos cegos temos aqueles que já estão reabilitados, e os que ainda não estão. Um cego que já esteja reabilitado pode perfeitamente auxiliar outro cego que ainda não domine as técmicas de mobilidade.
Por outro lado temos o facto de os cegos serem maiores e vacinados, e consequentemente estarem no gozo de todas as suas faculdades mentais. E isto embora não pareça é importante referir!
Se um cego decide viajar acompanhado por outra pessoa portadora da mesma deficiência, é uma decisão do próprio e de mais ninguém! De certeza que a pessoa ponderou todos os prós e os contras de aceitar a companhia de uma pessoa cega, e provavelmente verificou que entre ficar em caza e viajar com alguém que, pese embora possuir a mesma deficiência lhe transmite segurança, é melhor assumir o risco e fazer a viagem.
Temos depois um caso prático. Se uma pessoa cega traz um amigo a sua casa, regra geral essa pessoa quando vem sozinha conhece o percurso, fa-lo sempre sozinho. Então eu pergunto. e se a pessoa faz o trajecto todo sem precisar de ajuda não pode acompanhar outra pessoa? Qual a diferença entre viajar sozinho e viajar acompanhado?
O facto de uma pessoa para beneficiar da tarifa dois por um ter de apresentar documento comprovativo da sua incapacidade, e o facto de nestes casos o revisor assumir logo à partida que o acompanhante é cego, sem que este apresente qualquer documento parece-me mais uma incoerência desta lei. Se para beneficiar do serviço é preciso um documento, e é normal que assim seja. Também não se pode concluir o que quer que seja apenas com o olhar, com a aparência.
Resumindo, eu concordo contigo, é mesmo necessário mudar a lei, também para evitar este tipo de incongroências, porque a lei como está é tudo menos coerente.

Abraço.
Filipe.

+Filipe Azevedo

Vivam Filipe e todos.

Concordo perfeitamente com o que já disseram sobre a Tarifa dois em um. Na verdade, acho que o facto de, quer o deficiente, quer a pessoa que o acompanha pagarem meio bilhete cada um é uma medida justa. Mas, de repente ao ler o teu primeiro post em que falavas sobre isso, lembrei-me que para pagar meio bilhete a certidão multi-usos não é suficiente. Temos de possuir o chamado cartão dourado que, salvo erro, só é entregue a pessoas reformadas/pensionistas, excluindo, portanto, as que trabalhem. Pergunto: então e nesse caso, e tendo em conta a proposta que fazes, como se aplicava a lei?Será que, em vez de meio bilhete cada um, pagava-se um, que equivale a dois?

Queria referir também que só se começou a colocar entraves ao facto de uma pessoa cega ser acompanhada por uma pessoa com a mesma deficiência, tanto quanto sei, a partir do momento em que um revisor, na estação da Gare do Oriente, em Lisboa, recusou ajudar dois cegos; porque, até aí, muitos "fecharam os olhos" a isso e eu cheguei a viajar com outra pessoa cega, muitas vezes, pagando apenas 25 euros, ida e volta, desde Barcelos até Lisboa!

Um abraço.

Tiago Duarte

Tiago Duarte

Oi !!

Em Porugal as injustiças são o prato do dia, todos ou quase todos os dias ... !!

O Primeiro mimistro Sócrates e outros, tão sempre a tramar, senão mesmo a roubar, os Portugueses ... !!
E claro q as injustiças sujem naturalmente .... !!

Ouçam este video clip dos xutos & pontapés, q retratam tão bem a situação dos políticos e do país
http://www.youtube.com/watch?v=yG4BUZ9zcBg

Há alguns tempos eu, q sou normovisual e uma amiga Goreti cega, fomos a Lisboa, no alfa e usufruimos dessa regalia de levar acompanhante ... !!
Mas chegamos a Lisboa Sta Apolónia, e queríamos ir para Belém, e lá à porta só tinha taxis e nenhuma paragem de autocarros ... !!
Quer dizer, sem ser de taxi, não tinhamos mais nenhuma alternativa ... !!

Por isso desculpem-me mas acho q S. Bento (Porto), até tem bastantes autocarros a passar mto perto de lá, e tem o metro, além dos taxis claro... !!
Falo com conhecimento pois já lá tive imensas vezes, já lá estive a estudar, e de vez em quando vou até lá de comboio para formações da Fraternidade Cristã ... !!

O q realmente se poderia fazer era realmente intensificar as parcerias autocarros e cp, para q em qq estação houvesse autocarros a passar pertinho, ou mesmo à entrada da estação ... !!

Viva amigos o problema de s.vento é existirem dois comboios na mesma linha e o comboio que procuras nunca tem linha certa ou seja: tanto está na 3 como na 5 6 e assim.

Depois e afalta de informação que muitas vezes queremos saber como por exemplo onde está o comboio e ninguém sabe dizer onde ele está mesmo na hora da partida........

Marciel

maciel

Caro Filipe

A sua perspectiva tem alguma lógica, se tivermos em linha de conta que, por exemplo na Alemanha, as pessoas com deficiência não pagam transportes públicos até uma área, salvo erro, de 30Km da sua residência. Para além deste benefício, o acompanhante também não paga.
Isto deve-se ao facto de se considerar, que as pessoas com deficiência necessitam dos transportes porque não possuem veículo próprio ou não têm a mesma facilidade para fazer um percurso a pé como as pessoas sem deficiência.

Contudo, a situação apontada do Táxi já é uma questão de comodidade e não de necessidade, pois as estações são, normalmente, multimodais.. É claro que, muitas vezes, o táxi torna-se a opção mais confortável/segura, ou porque transportamos uma mala, ou devido ao avançado da hora, etc.

A questão da dificuldade de mobilidade, ao contrário do que o Filipe afirma, não terminou na década passada. Terminou sim, para aqueles que já alcançaram a autonomia desejável. Mas para aquelas pessoas que ficaram deficientes, ou que ainda não alcançaram essa autonomia, a dificuldade continua, e não nos podemos esquecer disso.

Daí considero que é necessário ponderar bem sobre os argumentos para alterar a lei antes de avançar para a apresentação de qualquer que seja a proposta de alteração. Não podemos, por um lado, lutar pela independência das pessoas cegas, e por outro, só porque dá jeito, dizer que as pessoas cegas devem ter o direito de decidir se querem acompanhante ou não. O acompanhamento deve ser, portanto, mais uma opção à disposição, quando tal se justifique, e não para quando dá jeito. E isto já para não falarmos da teoria que uma pessoa cega está a utilizar um serviço como qualquer outra pessoa!

Por isso, pede-se muito bom senso a quem de direito para apresentar uma proposta de alteração a esta tarifa, pois a avançar, teria de abranger todos os transportes públicos.

Muitos cumprimentos
NSousa

Viva caro Norberto.
Muito obrigado pela sua mensagem. Na verdade, a minha intenção foi suscitar uma discussão saudável e construtiva sobre este tema, e foi com muito agrado que li esta sua mensagem que se enquadra perfeitamente no espírito desta discussão.
No meu ponto de vista esta questão tem de ter em conta dois aspectos. Privilegiar os deficientes que são autónomos, mas que têm dificuldades naturais de locomoção que advêm da sua deficiência e sobre tudo das barreiras impostas quer pelos transportes propriamente ditos, quer pela sociedade em geral e por outro lado também não deve deixar de parte os deficientes que precisam de viajar acompanhados.
Dentro da própria cegueira existem os que já estão reabilitados e que por isso podem viajar sozinhos sem problemas, e temos os cegos recentes, ou aqueles que pelos mais variados motivos não estão em condições de viajarem sozinhos, e depois se quisermos complicar ainda mais, bastaria analisarmos o caso de concidadãos que se movam numa cadeira de rodas, onde aí penso que a necessidade de viajar acompanhado é ainda mais evidente.
Se me perguntarem a minha opinião eu penso que os deficientes bem como os respectivos acompanhantes deveriam poder viajar gratuitamente nos transportes públicos. Creio que isto não é uma postura proteccionista, mas antes realista. Todos sabem que os cidadãos portadores de deficiência e que em resultado disso possuem mobilidade reduzida, estão sujeitos a um conjunto de encargos adicionais, de ordem financeira e não só, que poderiam muito bem ser minorados com esta gratuitidade no acesso aos transportes públicos.
E aqui caro Norberto discordo um pouco do facto de o táxi ser um luxo, ou uma comodidade. é bem verdade que à casos e casos! Mas se viajarmos de comboio nas pequenas cidades, depressa verificamos que a tal inter modalidade não existe, geralmente essa característica está disponível apenas nas grandes cidades. É verdade que o estado não pode pagar táxis aos deficientes, mas se todos estivermos cientes que regra geral um deficiente tem de recorrer mais vezes a esse transporte do que um outro concidadão, pode atenuar um pouquinho essa despesa extra.
Por outro lado também já temos casos de concidadãos, por exemplo agentes da autoridade ou militares que pagam apenas um quarto do bilhete quando viajam no comboio. Note-se que eu não estou a pôr em causa o benefício que é concedido a essas pessoas. Não sei as razões que estão por de traz da atribuição do mesmo, mas de certeza que elas existem e serão certamente válidas. Aquilo que eu defendo é que os deficientes também têm as suas razões, e elas devem ser tidas em conta por quem de direito.
No entanto, e como eu sinceramente não creio que nesta fase se consiga fazer com que os deficientes possam viajar gratuitamente nos transportes públicos, esta proposta poderia ser digamos assim um início. Repare caro Norberto que esta proposta acaba por defender os interesses tanto dos deficientes que estão em condições de viajarem sozinhos, como dos que o fazem acompanhados. é em minha opinião uma medida inteiramente justa. Vejamos o exemplo de uma pessoa que viaja sozinha e que com a lei actual não tem qualquer benefício, e uma pessoa viaja acompanhada e tem um benefício. Ora bem, quer me parecer que dessa forma não se incentiva a independência das pessoas portadoras de deficiência. E quando eu digo que as dificuldades de mobilidade hoje são menores do que à uma década atraz, falo por exemplo nos próprios comboios, que à 10 anos atraz eram um terror para que as pessoas com deficiência pudessem embarcar e desembarcar em condições. Hoje sei que ainda existem imensos casos onde as composições são antigas, mas nos locais onde já circulam comboios modernos é muito mais fácil realizar o embarque e desembarque com toda a comodidade e segurança.
Também penso que hoje as coisas apesar de tudo estão um pouco melhor preparadas fruto da maior sensibilização que existe. Repare-se que não estou a dizer que não existem problemas, antes pelo contrário! O que digo é que apesar de tudo as dificuldades têm diminuído, e que talvez valha a pena mexer na lei.
Um abraço.
Filipe.

+Filipe Azevedo

Olá amigos faço um desafio e visitem s.bento estação terminal no porto e olhem apouca vergonha que existe lá quando noz cegos precisamos de ir para o comboio e falo do comboio de Braga mas pelo que tenho visto acho que acapo ou outra instituição deve de intervir junto de quem de direito........

Marciel

maciel

E se se apresentasse primeiro à CP uma proposta para obtermos desconto de 50% ou mais nos transportes da CP sem mexer na lei dois por um. Ou seja, propunha-se uma lei para que as pessoas portadoras de deficiência tivessem desconto quando viajassem sós, não se mexendo na lei já existente.
Claro que isto seria uma primeira fase, pois a CP pode alegar que a lei dois por um é já existe e é suficiente. Então, face a essa alegação, poder-se-ia passar a uma segunda fase onde se proporia a alteração da lei dois por um.
Assim, não seria necessário mexer na lei, atingindo-se na prática os mesmos objectivos.

Acho que esta proposta resolvia todas as questões, tanto para os revisores como para nós, e para a CP tambem, pois eu tenho viajado com acompanhantes para pagar só 50% do bilhete e não os conheço de lado nenhum, dizem só quando passa o revisor que são meus acompanhantes para 0 efeito de 2 em 1 , será que a CP não tem conhecimento disto??
Com esta proposta era simples e não andavamos em enganar niguém, nem com tantas duvidas e discuções, isto é que podia chamar simplex . Tem aqui uma boa oportunidade a CP para agarrar a ideia sem precisar de grandes economistas a trabalhar no projecto, já que não acarreta nehum prejuízo para a CP (como está a lei que vigora actualmente 2 por 1 é igual se passar para 50% o bilhete ´so para o deficiente )
Cumprimentos a todos e bem haja este tipo de discuções para clarificar aqueles menos atentos

Caros amigos.

Da leitura que fiz dos comentários verifico que alguns companheiros apontam problemas concretos de acessibilidade em algumas estações de comboio.
Pedia por favor que colocassem este tipo de problemas na outra postagem que fiz para o efeito.
Cp - Conselheiro para o Cliente com Necessidades Especiais
Agora queria focalizar novamente a discussão no ponto que deu origem a este post que é a tarifa dois por um.
Dos comentários que li retive algumas ideias:
Esta lei é incoerente. Diz que um deficiente não pode acompanhar outro deficiente, quando por exemplo se virmos o problema na perspectiva de dois deficientes visuais é perfeitamente possível que um acompanhe outro. Se for um passageiro que domine as técnicas de mobilidade pode acompanhar outro que não as domine. Ou então se um cego pretender levar a sua casa um amigo igualmente cego, porque não pode servir de acompanhante, se conhece perfeitamente o caminho que vai percorrer?
Volto a insistir naquilo que no meu ponto de vista é a ideia principal. Com esta fórmula acabavam as incongruências desta tarifa. Uma pessoa tinha a possibilidade de viajar acompanhado e cada um pagaria meio bilhete, ou então se a pessoa realmente pretendesse pagar a viajem ao acompanhante pagaria dois meios bilhetes, o que na prática vai dar ao mesmo.
Respondendo ao Tiago, penso que não era preciso cartão dourado. A pessoa pode comprar o meio bilhete na máquina de venda automática, da mesma forma que pode comprar só um quarto de bilhete. Depois no Comboio o revisor solicitará os documentos que forem necessários, como aliás acontece actualmente.
Por exemplo, se eu levar comigo um acompanhante, ele vai à máquina de venda automática e compra um bilhete. Depois no comboio eu mostro ao revisor a minha certidão multiusos e explico que tenho acompanhante.

Um abraço para todos.
Filipe.

+Filipe Azevedo

Embora não conheça o texto da lei, creio que lá não é dito que um cego não pode acompanhar outro cego. Esta é uma conclusão que os funcionários (revisores, chefes de estação, funcionários de apoio ao cliente) tiram da sua própria cabeça.
Ou seja, a lei é susceptível de ser interpretada segundo os conceitos e preconceitos de quem a lê.
Tadeu

Viva amigos acho que aqui alei é feita conforme for o fonsiunario da cp........

Pois acho que a maior parte deles não aconhessem........

maciel

Tadeu.

A lei propriamente dita não impede de facto um cego de acompanhar outro cego. Aquilo que geralmente os revisores da Cp se baseiam é num documento interno da empresa, que diz que uma pessoa deficiente não pode acompanhar outra.
Aquilo que me contaram, e portanto devo desde já dizer que não sei se é verdade, nem se a história foi assim como eu vou dizer, é que em Lisboa dois cegos viajara beneficiando da tarifa dois por um,e que no final exigiram ajuda para desembarcar, e o revisor recusou a dar a ajuda porque uma das pessoas já estava a ter acompanhante.
E então os dois cegos fizeram queixa do revisor, e por isso a Cp decidiu emitir a tal norma interna que proíbe que duas pessoas cegas se acompanhem uma à outra.
Bom aqui à duas coisas.
A primeira, mesmo com a possível crueldade do revisor, ele tem toda a razão. Se um cego está a usufruir de um bilhete gratuito para o acompanhante não faz sentido que depois a empresa ainda tenha de prestar ajuda.
Segundo, esta história não era justificação para a cp emitir a tal norma interna. Era muito mais correcto e justo dizerem que, quando um deficiente fosse acompanhado por outro deficiente não podia requisitar qualquer espécie de ajuda. E aí eu não tenho argumentos para dizer que a Cp está a agir mal.
Claro que neste país à tanto benefício que ninguém percebe muito bem o porquê da sua existência, mas não é argumento para defendermos o que quer que seja.

Abraço.
Filipe.

+Filipe Azevedo

Amigos já viagei acompanhado por uma pessoa ambliupe e a lei foi aplicada de duas formas.

Ou seja existiam revisores que aceitavam a sertidão e outros não ou seja uma vez tirava só um belhete outras vezes eles emplicavam e lá tinha que tirar dois....

Mais quando ia com essa pessoa sempre nas estações quando iamos tirar o belhete diziam sempre para tirar no comboio quando chegava ao comboio o revisor dizia que o belhete tinha que ser tirado na estação.

Agora pergunto onde e quem tem razão o revisor ou a pessoa que está na belheteira da estação?

Marciel

maciel

Marciel.

Antes de mais muito obrigado por participares nesta discussão.
Relativamente a esta tua mensagem permite-me dizer o seguinte.
Se vais viajar acompanhado deves comprar o bilhete antes de entrar no comboio como fazem os restantes concidadãos. Ou compras nas máquinas de venda automática, ou nas bilheteiras da estação. O funcionário da bilheteira não te pode negar a venda do bilhete. Provavelmente ele poderia pensar que sendo duas pessoas cegas viajariam com dois bilhetes, e como as pessoas cegas estão dispensadas de comprarem os bilhetes antes de entrarem no comboio ele disse que podiam comprar o ingresso abordo. Mas, se tu vais usufruir de acompanhante aí penso eu terás mesmo de comprar o bilhete antes de entrares no comboio porque o acompanhante é precisamente para fazer aquilo que os deficientes por este ou por aquele votivo não conseguem fazer.

Relativamente à interpretação da lei como te disse eles refugiam-se com a tal norma interna. Com um pouco de persuasão acho que as pessoas conseguem convencer os revisores que essa norma não faz sentido, mas também é verdade que à alguns que são quadrados. À que utilizar bem os argumentos e ser paciente.
Isto enquanto a lei não seja alterada. Eu próprio estou a redigir um documento para enviar ao conselheiro da cp para as pessoas com necessidades especiais.

Um abraço.
Filipe

+Filipe Azevedo

Pois Filipe mesmo dizendo a pessoa que está abender os belhetes na estação que levo acompanhante eles dizem para tirar o mesmo no comboio.....

Marciel

maciel

Transcrevo na íntegra o texto da política tarifária da CP - Comboios de Portugal relativa aos descontos para pessoas com deficiência.

Política Tarifária

O nosso compromisso com a Responsabilidade Social também se reflecte na vertente tarifária tendo sido criados tarifários próprios para os Clientes com Necessidades Especiais.

TARIFA 2 POR 1

O que é?

Trata-se de um acordo celebrado entre a CP – Comboios de Portugal e o INR – Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. com o objectivo de minimizar as dificuldades de mobilidade dos indivíduos com autonomia condicionada. Este acordo veio permitir que os acompanhantes das pessoas com incapacidade igual ou superior a 80% viajem de forma gratuita no mesmo comboio, no mesmo percurso e na mesma classe.

Em que serviços é válido?

O acordo tarifário estabelecido é válido em 2ª classe para os serviços Alfa Pendular, Intercidades, Regional, Interregional, Urbanos de Coimbra, Urbanos de Lisboa e Urbanos do Porto.

Como posso beneficiar deste acordo?

Para beneficiar deste acordo, os Clientes com Necessidades Especiais têm que apresentar o “Atestado de Incapacidade Multiuso” ou o “Cartão de Deficiente das Forças Armadas” a provar o seu grau de incapacidade, bem como o seu Bilhete de Identidade.

Observações:

Os benefícios deste acordo não abrangem a utilização gratuita de qualquer outro serviço.

DESCONTO 25%

O que é?

Decorre de um Protocolo celebrado entre a CP – Comboios de Portugal e o INR – Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. que prevê descontos de 25% na aquisição de bilhetes mediante a apresentação do “Cartão de Deficiente”.

Em que serviços é válido?

Este desconto é válido nos serviços de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) e regional (Regional e Inter-Regional).

Como posso beneficiar deste desconto?

Podem pedir o cartão e beneficiar deste desconto as pessoas com um grau de incapacidade igual ou superior a 60% e com baixos rendimentos. O cartão pode obter-se nas bilheteiras da CP (Longo Curso e Regional) e tem a validade de dois anos.

Observações:

Os Deficientes das Forças Armadas não são abrangidos por este Protocolo, na medida em que já beneficiam de descontos específicos.

Fonte:http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=835d0f036148a010VgnVCM10000...

Olá Norberto !

Este comentário é extremamente útil ! loool
Porque não puseste num post do teu blog ?
Dava um belo post e bastante informativo, q poderia ter N comentários !
Pensa nisso !

Mas de qq forma está excelente e muito esclarecedor ! lool
Parabéns ! loool

Olha, poderias detalhar um bocado mais essas coisa do cartão de deficiente !
Que documenntos e requisitos são necessários ?
Se desconta 25%, como é q eu tiro bilhetes nas máquinas ?
Nas máquinas só há 1 ou meio bilhete, não há três terços de bilhete ! hehehee
Ou terá q ser nas bilheteiras ?

PS: lá está, se fosse um post à parte este meu comentário lá estaria ! loool

Abraços

Olá Filipe,

O meu objectivo neste portal não é dar visibilidade individual ao meu blog, mas sim divulgar a informação sobre deficiência. Além disso, o blog que tenho neste portal é direccionado a livros, museus e espaços acessíveis e outros sites/materiais acessíveis.

Prefiro comentar os posts já existentes em vez de criar posts e mais posts que só dificultam a pesquisa daqueles que se interessem por um determinado tema. E como vês, podes comentar na mesma.

Abraço e obrigado,
NSousa

Olá Norberto !

Pois, mas se calhar deverias redefinir os objectivos do teu blog, tornando-o mais multifacetado e mais abrangente !
Pensa nisso !
E se assim fôr já o podes incluir no teu blog !
Alguns dos posts, se reparares, até o último meu, são só divulgação e Informações úteis !
Mas tu é q sabes ! lool

Olha, e as minhas respostas sobre o Cartão ?
Ai, ai, ai ! hehehe

Abraços

Olá Filipe,

O Lerparaver recebe, é certo, muitos contributos válidos, mas nos últimos tempos tem abundado comentários que dizem respeito à vida privada de cada um e não propriamente ao assunto da deficiência.
Não quero ser mais um a colaborar nessa irresponsabilidade involuntária, pois a Internet não é um meio fechado, mas visível a qualquer pessoa e o Lerparaver não foge à regra. Também não pretendo alargar o tema do meu blog para um âmbito geral, pois dentro do Lerparaver já existem espaços suficientes para isso. Só é pena que sejam ignorados muitas vezes.

Quanto à tua questão, tens a fonte de onde retirei a informação no final do comentário e mais informações específicas terás que contactar mesmo a CP.

Abraço,
NSousa

Olá Norberto !

Tás-te a referir mais concretamente a mim, à Céu a ao Marco ?
Se sim, então deixa-me te lembrar que o Lerparaver tb é um espaço para se fazerem amizades !
Sejamos realistas, e pensemos que existem deficientes inscritos no lerparaver, que não têm outro meio para comunicarem e fazerem amizades ... e tu bem sabes disso !
Há quem dependa única e exclusivamente do lerparaver !
E como tal, é normal que de vez em quando apareçam algumas mensagens sobre a vida privada, mas sem entrar em mtos detalhes, para nos conhecermos melhor, porque as amizades precisam de cultivadas !

Não, não é irresponsabilidade involuntária, é antes um meio de comunicação !
Claro q o lerparaver é público e já por isso, pelo eu não entro em grandes detalhes da vida privada, e evito-os mesmo !

Quanto ao teu blog era apenas uma sugestão !
Mas se achas melhor como tá, força aí na maionese ! lool

Vou tentar me informar melhor !
Abraços