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“Vivemos uma cegueira branca [como a de Saramago] que nos impede de perceber o outros, acima de tudo”

por Norberto Sousa

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, protagoniza uma nova era na política portuguesa em que a integração e a inclusão já não são verbos de encher. Adepta do rock dos Xutos & Pontapés, quer fazer política à sua maneira, como canta Tim, e revela um lado mais íntimo e pessoal

Ana Sofia Antunes ficará para a história como a primeira cidadã cega a fazer parte do Governo, enquanto secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência. Combativa, trabalhadora e ativista pelos direitos dos deficientes, Ana Sofia Antunes é autora da frase “Um país que não tem respeito pelos deficientes, não tem respeito por si próprio”.

Estamos aqui no seu gabinete no Ministério do Trabalho Solidariedade e da Segurança Social. É verdade que passado um mês de ter tomado posse já se movimentava por estes corredores sem se apoiar no braço de alguém ou sem fazer uso da sua bengala?
Sim. É natural. Eu uso a bengala no meu dia a dia para me movimentar em espaço público ou em espaço desconhecido. Mas é natural para mim, enquanto pessoa que tem uma deficiência visual congénita – ou seja, de nascença – habituar-me rapidamente aos espaços onde habitualmente me movimento. Por isso, tal como sucede em casa ou noutro espaço que me seja familiar, eu dispenso naturalmente a bengala. É um pouco como todos nós. Se a páginas tantas tivermos a necessidade de a meio da noite nos levantarmos da cama, muitas vezes até dispensamos acender a luz porque o espaço da nossa casa já nos é absolutamente familiar.

NS. Ler artigo completo na fonte com registo.

Fonte:
http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/2016-07-15-Vivemos-uma-cegueira-b...