A Câmara Municipal de Famalicão vai abrir concurso público para a atribuição de licenças a táxis adaptados a pessoas com mobilidade reduzida. O objectivo é a eliminação de barreiras.
Há quatro empresas de táxis interessadas em colocar na circulação um táxi com adaptações para assegurar o transporte de pessoas com mobilidade reduzida, que se deslocam por exemplo em cadeira de rodas. Esta foi a resposta a uma proposta da Câmara Municipal de Famalicão para a criação de transportes públicos ligeiros de passageiros com condições para pessoas com dificuldade em andar.
A Câmara vai, agora, propor em reunião de vereação a abertura do concurso público para a atribuição das quatro licenças, fora do contingente, uma para cada uma das praças de regime condicionado (cidade e as vilas de Ribeirão, Riba de Ave e Joane).
Face a esta proposta, a autarquia justifica que todos os cidadãos deverão ter igualdade de oportunidades no acesso aos transportes, como noutros domínios da vida.
Em Famalicão existem 111 táxis em actividade, mas nenhum deles está preparado para transportar pessoas com mobilidade reduzida que se socorrem das ambulâncias para as consultas e tratamentos médicos mas que ficam sem alternativa quando está em causa uma ida ao cabeleireiro, ao banco, ou a qualquer outro espaço. «A concretizarem-se as candidaturas e a atribuição das licenças damos um passo para que o exercício efectivo da cidadania plena por parte de todos os famalicenses seja cada vez mais uma realidade e menos uma miragem», dizia ao Jornal Cidade Hoje Jorge Paulo Oliveira, vereador responsável pelos transportes.
No entanto, a Câmara Municipal limitou-se a avançar com um procedimento administrativo, porque não haverá lugar a qualquer tipo de financiamento para esta adaptação dos táxis. Isso mesmo reconheceu Jorge Paulo Oliveira, adiantando que a Câmara Municipal está apenas em condições de ajudar naquilo que já fez no passado, ou seja, a suportar parte dos custos com a instalação dos sistemas nomeadamente taxímetro e lanterna. «Sabemos que são investimentos avultados, mas os empresários também estão dispostos a fazê-los porque julgam que essa será uma nova oportunidade para rentabilizar um sector que vive com enormes dificuldades, uma vez que tem vindo a perder passageiros. Pelo que esta modalidade será uma forma de valorizar a actividade, que é um serviço público e mesmo social», reconhece o vereador do PSD.
O concelho de Famalicão não é pioneiro a implantar este sistema de táxis, mas é um dos primeiros, já que só existem nas grandes áreas metropolitanas do Porto e Lisboa. «A intenção não é sermos o primeiro, o que queremos é dar cumprimento e ir ao encontro das necessidades dos famalicenses», acrescenta Jorge Paulo Oliveira, considerando que a melhoria das condições de acessibilidade é um dos problemas mais sensíveis no quotidiano das cidades sobre o qual importa intervir aos mais diversos níveis da gestão autárquica.
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