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Sequelas de diabete são contidas por terapia com células-tronco e químio

por Norberto Sousa

Tratamento pioneiro desenvolvido por cientistas da USP já livrou pacientes de insulina por até 11 anos; novo estudo revela que ainda se evitou complicações como cegueira e amputação, que aparecem em 25% dos que tratam a doença da forma convencional

              
Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) que desenvolveram uma terapia pioneira para tratar diabete tipo 1 sem insulina demonstraram agora que a técnica também impede sequelas graves da doença por um tempo ainda indeterminado. O método combina quimioterapia e o transplante de células-tronco e já era conhecido mundialmente por ter livrado grande parte dos pacientes das injeções por mais de dez anos – um feito sem precedentes.

‘Faria tudo novamente’, diz Flauzino, que não descuida da dieta e dos exercícios Foto: Celio Messias/Estadão

No novo estudo, os pesquisadores dizem que o tratamento também reduziu a zero complicações como cegueira, insuficiência renal e amputação. O diabete tipo 1 é uma doença autoimune que leva o sistema imunológico a atacar o pâncreas do paciente, destruindo as células beta, que produzem insulina – hormônio responsável pelo controle do glicose – um tipo de açúcar – no sangue. 

O novo estudo, coordenado pelo endocrinologista Carlos Barra Couri, pesquisador da Unidade de Terapia Celular do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, foi publicado na revista científica internacional Frontiers. “Com esse tratamento, conseguimos suspender a insulina de pessoas com diabete tipo 1, algo que ninguém imaginava ser possível. Mas ainda não havia sido feita uma comparação da evolução dos nossos pacientes com um grande número de diabéticos que fazem o tratamento convencional. Foi esse o objetivo do novo estudo.”

Entenda como funciona o tratamento com células-tronco para diabete tipo 1 desenvolvido na USP para livrar os pacientes das injeções de insulina

A terapia celular
A doença
CÉLULAS-BETA
ATACADAS
CÉLULAS-TRONCO
RETIRADAS
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
O PÂNCREAS PARA DE FUNCIONAR
IMUNIDADE
ATIVADA
1
2
1
O sistema imunológico não reconhece as células-beta que produzem insulina no pâncreas e começa a atacar o órgão
Bombardeado, o pâncreas deixa de produzir insulina, fazendo o nível de açúcar no sangue aumentar
Os médicos coletam células-tronco da medula óssea do paciente
CÉLULAS-TRONCO
INTRODUZIDAS
CÉLULAS-BETA
INTACTAS
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
O PÂNCREAS
VOLTA A FUNCIONAR:
O NÍVEL DE AÇÚCAR NO SANGUE SE NORMALIZA
IMUNIDADE
DESATIVADA
IMUNIDADE
ATIVADA
2
3
4
Com uma quimioterapia agressiva, o sistema imunológico é desativado
As células-tronco são introduzidas no paciente. Com elas, o sistema imunológico é "reiniciado"
Como as células-tronco não têm "memória", o novo sistema imunológico deixa de atacar as células-beta

Fonte:
http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,sequelas-de-diabete-sao-con...