Da Redação
Divulgação
Piscina olímpica do Conjunto Aquático Leonardo Sperate, que foi reformada; outras duas piscinas de apoio com 15 m foram construídas
A 3ª edição dos Jogos Mundiais de Cegos e Deficientes, competição exclusiva para atletas cegos e de baixa visão, começa neste domingo (29) com a cerimônia de abertura no Anhembi, em São Paulo. Mais de 1,6 mil participantes de 64 países estão confirmados para as competições, que serão realizadas em São Caetano e na capital.
O torneio, classificatório para as Paraolimpíadas de Pequim, é organizado pela CBDC (Confederação Brasileira de Desportos para Cegos) e terá sete modalidades: atletismo, judô e powerlifiting, que serão disputadas em São Paulo, e futebol B1 (para jogadores cegos) e B2/B3 (jogadores com baixa visão), natação e goalball, realizados em São Caetano. "As cidades foram escolhidas para serem sedes dos jogos porque oferecem a infra-estrutura necessária para a realização de uma competição oficial voltada aos atletas com deficiência visual e de alto rendimento", conta o presidente da CBDC, David Farias Costa.
Costa diz também que a escolha de São Caetano deve-se ao fato de estar localizada próximo a São Paulo e, principalmente, pela qualidade dos ginásios que serão utilizados para as partidas de futebol e goalball (quadras da EE Joana Motta, da Semef e da Emef Leandro Klein) e da piscina olímpica do Conjunto Aquático Leonardo Sperate, do Complexo Poliesportivo Lauro Gomes de Almeida.
Para melhor receber os atletas, a piscina olímpica do Conjunto Aquático, com 25 metros de comprimento, foi reformada e duas piscinas de apoio, com 15 metros de comprimento cada, foram construídas.
A piscina principal ganhou novas bombas, teve seu encanamento e bases de partida trocadas, além da revitalização dos vestiários. O local também ganhou nova iluminação, pintura e locais para transmissão televisiva e de rádio. As novas instalações do parque aquático serão inauguradas oficialmente nesta segunda-feira (30).
O arquiteto da Gerência de Infra-Estrutura Urbana da prefeitura, Leandro Vasconcelos, conta que também foram feitas obras na parte externa do complexo. "Cuidamos de toda parte paisagística, reaproveitamos espaços que antes não eram utilizados e colocamos rampas e corrimão para melhorar o acesso das pessoas", afirma. "Dentro do estado de São Paulo, esta já é considerada uma das melhores piscinas, principalmente para atletas com algum tipo de deficiência", completa Vasconcelos.
Nos demais locais que abrigarão o Mundial foi feita apenas a manutenção periódica, uma vez que já possuíam condições de receber as competições. São Caetano já foi sede de competições paraolímpicas, como etapas dos Circuitos Brasileiros de Natação e Atletismo, dos Campeonatos Brasileiros de Judô e Goalball, além do Parapan-Americano de Natação. Quatro atletas do ABC participarão dos Jogos. Regiane Nunes Silva e Renato Nunes Silva, ambos de São Bernardo, representarão o Brasil na natação, assim como André Luis Meneghetti, de São Caetano. Danielle Bernardes da Silva, também de São Bernardo, compete no judô.
Programação
A disputa pelo ouro do futebol tem início no dia 1º de agosto com as preliminares. No B1, o primeiro adversário do Brasil será o Japão, enquanto no B2/B3 será a Ucrânia. As finais, tanto do B1 quando do B2/B3, serão no dia 5. Os jogos serão realizados no Ginásio Joana Mota (rua Espírito Santo, 1.330, Cerâmica).
Na natação, as disputas ocorrerão entre os dias 1º e 5 de agosto no Conjunto Aquático Leonardo Sperate (avenida Walter Thomé, 64, bairro Olímpico). As eliminatórias serão no período da manhã, das 8h às 12h, e as finais entre 18h e 20h.
Já as partidas de Goalbal serão realizadas entre os dias 31 deste mês e 6 de agosto, na Semef (rua José Benedetti, 550, Cerâmica) e na Emef Leandro Klein (rua Prestes Maia, 100, Nova Gerti). As finais, masculina e feminina, serão no dia 6, a partir das 18h na Semef. A entrada para acompanhar as disputas é gratuita.
Conheça as modalidades da competição
Para poder ser praticado pelos atletas com deficiência visual, as provas de atletismo são divididas por grau e deficiência. Apenas salto com vara, lançamento do martelo e corridas com barreira não são disputados. Nas corridas, os B1 e B2 correm com um guia, unidos por uma corda. Os competidores B3 seguem as mesmas regras do atletismo regular.
No futebol, os jogos são divididos em dois tempos de 25 minutos. Cada time tem um chamador, pessoa que fica atrás do gol adversário orientando o time. O goleiro, único do time que enxerga perfeitamente, orienta a defesa. O jogador também se orienta de acordo com o barulho da bola, que possui guizos.
O Goalbal é a única modalidade criada especialmente para os deficientes visuais. Nele, o jogador se orienta de acordo com o barulho da bola, que assim como no futebol, possui guizos. Cada equipe joga a bola, com a mão, na direção do gol adversário, em dois tempos de 10 minutos. Ganha quem fizer mais gols.
Powerlifting é o levantamento de peso. Os atletas cegos seguem as mesmas regras que os competidores com visão. A competição consiste em levantamento de três movimentos: supino, agachamento e terra. Para cada atleta são permitidas três tentativas e a melhor é válida para o final da competição.
A única arte marcial dos Jogos Paraolímpicos é o judô. Suas regras são parecidas com a disputa convencional. A diferença é que os atletas cegos não são punidos quando saem da área de combate e a luta é interrompida quando os competidores perdem o contato. Na natação, os deficientes visuais disputam os quatro estilos: livre, costas, peito e borboleta, sempre divididos pelo grau da deficiência. Um auxiliar fica à beira da piscina com um bastão para tocar nas costas ou na cabeça do atleta avisando o momento da virada ou chegada. (Colaborou Aline Bosio)
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