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Puxar pela cabeça

por Lerparaver

A livraria Cabeçudos é a única em Lisboa inteiramente dedicada a crianças. Mas os adultos também podem entrar, que só lá não vai quem deixou de sonhar.

Entre as prateleiras, há histórias em braille e para daltónicos

Que não há livros sem cabeça, nem cabeça sem livros, não há grandes dúvidas. Porque para escrever é preciso puxar pelas ideias que pairam nos miolos e para ter ideias convém ler um bocadinho...

Uma coisa leva à outra e é por isso que Rui Andrade resolveu abrir uma livraria chamada Cabeçudos. É que se é para partilhar - dar ideias e receber outras - então que tenhamos muito espaço na caraminhola.

O espaço abriu há três meses no Parque das Nações, em Lisboa, e quer ser uma «livraria de bairro». Quer isto dizer que se moras lá perto, este é um bom sítio para ires dar uma volta com os teus pais depois da escola e levares os teus vizinhos.

À tua espera tens uma bancada enorme laranja e almofadada, para te sentares, deitares e rebolares enquanto folheias os livros.

Esses objectos cheios de palavras e imagens, mundo infinito de imaginação, estão arrumados de forma muito bem organizada.

Os cabeçudos mais pequeninos podem começar na prateleira 'Conta-me Histórias', onde os contos são para aqueles que ainda não sabem ler. Como diz o nome, foram feitos para serem recitados pelos pais.

Para os cabeçudos um bocadinho maiores, não há como enganar nas restantes prateleiras. Estas acompanham o teu nível e idade: há a 'Já leio um bocadinho', a 'Já sei ler' e, se te sentires confiante, a 'Grande leitor'.

E aqui nem os meninos daltónicos ou invisuais ficam sem ler: há histórias ajustadas à sua visão e ao seu tacto, em braille, respectivamente.

Um a um, os livros foram escolhidos a dedo, e pertencem a editoras especializadas em livros para crianças. Como as portuguesas Bruaá, Planeta Tangerina, Kalandraka e Gatafunho, ou as estrangeiras OQO e Bareffot.

À volta dos livros, há ainda por descobrir alguns brinquedos, feitos de materiais naturais e ecológicos: desde os ursinhos de lã de ovelha da FLAToutbears às casas de cartão da KidsOnRoof.

E porque esta é uma livraria onde se brinca muito em serviço, não faltam actividades para ficares ainda mais cabeçudo. Hoje, domingo, 13, das 11h às 12h, um contador de histórias vai ler O Nabo Gigante, escrito por Alexis Tolstoi e ilustrado por Niamh Sharkey. Um conto que narra as aventuras de um casal de velhinhos para tirar um enorme nabo debaixo da terra.

E na segunda-feira, 14, não vais querer perder a sessão de psicodrama do Dia de S. Valentim, às 21h30, em que pais e filhos vão descobrir as maravilhas de namorar, esse verbo que tem tanto a ver com partilhar...

Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=11579

Comentários

Fico muito contente por saber que abriu mais uma livraria de livros em Braille e o nome é bastante engraçado! Digo isto porque cada vez menos se ouve falar de livros em Braille...

Só ouço falar de livros digitalizados, ou audiolivros...etc. Eu tenho livros digitalizados...mas não é a mesma coisa! Acharia bem que este tipo de iniciativas se estendesse por todo o país!

Receio que o Braille daqui a alguns anos seja esquecido...

Cumprimentos