Outra voluntária que tem sua história retratada hoje no JP é parceira e uma das fundadoras da ONG (Organização Não-governamental) Avistar (Associação de Assistência aos Portadores de Necessidades Especiais Visão).
A artista plástica Susete Thame Gutierrez, 52, desenvolve há dez anos o projeto Pintar por Pintar, no Clube Cristóvão Colombo, que patrocina seu trabalho com 28 alunos com faixa etária entre dez e 80 anos, portadores de deficiência visual. Uma vez por semana, sempre das 14h às 17h, ela ministra aulas de pintura em tela, lona, papel, panos de prato, camisetas e cartões de Natal ou para presente. A iniciativa de trabalhar com os portadores de deficiência visual surgiu porque Susete tem o mesmo problema. Desde sua adolescência, ela convive com a doença degenerativa chamada Stargadt, que fez com que perdesse a visão aos poucos. Ela contou que no início sentia só a falha na visão, mas com o tempo, o problema tornou-se cada vez mais avançado. Durante dois anos, deixou de pintar. Ela superou o problema com a ajuda de toda a família. Casada há 34 anos e mãe de Tiago Gutierrez, Susete tem hoje o que é considerada baixa visão. E para superar as limitações e voltar a pintar, a artista plástica desenvolveu para si própria uma metodologia de pintura específica, que ensina para seus alunos. Para desenvolver esse projeto, a artista plástica conta com a ajuda não só do Clube Cristóvão Colombo, como também da Avistar e da Áquila Academia, onde os alunos portadores de deficiência visual praticam musculação e artes marciais. As aulas são dadas pelo filho de Susete, Tiago Gutierrez, um dos voluntários engajados no projeto desenvolvido pela mãe.
Tudo que ela deseja passar para seus alunos, tanto àqueles que já nasceram com o problema quanto àqueles que se tornaram portadores de deficiência visual ao longo do tempo, é que é possível vencer as barreiras. "Ser voluntária é uma necessidade na sociedade. Passo para meus alunos a minha experiência e a superação. Se cada um de nós fizesse o mínimo, de acordo com nossa disponibilidade, poderíamos fazer um mundo melhor", definiu. A superação das limitações, como parar de dirigir veio com o tempo. Para vencer essa barreira, Susete começou há 26 anos, trabalhar com auto-ajuda, participar de palestras e seminários. "Isso me ajudou a conviver com o problema, e ajudou meus alunos a superar as limitações." Além das aulas de pinturas, a artista plástica trabalha com os alunos e outras pessoas que procuram pela terapia da visão, com o método Sels-Healing auto-cura e técnicas do método Dumeir Schneider, que consistem no relaxamento dos olhos.
Susete participa de diversas exposições junto com seus alunos. Já conquistou medalha de ouro no 18ª Mostra Almeida Junior, da Apap (Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos). Além disso, é autora do Anuário de Artistas Plásticas de Piracicaba, na edição de 2000. A obra será atualizada no próximo ano.
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