quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Centro Cultural Banco do Brasil convida para o Festival Assim Vivemos - versão Brasília
Aloha - filme
Cena do filme Aloha: 15 minutos de energia sobre o cotidiano de surfistas brasileiros com deficiência
Provocar reflexão sobre temas e formas é um objetivo comum entre os festivais de cinema. Mas há aqueles que vão além dessa meta e instigam a ação: inspiram
o espectador a tomar partido e narrar as suas próprias histórias. Esse efeito de sedução se nota em mostras brasileiras como o É Tudo Verdade (de documentários)
e o Anima Mundi (de animação). E é o que também acontece com o
Assim Vivemos Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência
, que chega à quinta edição a partir desta terça-feira (13/9) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, com entrada franca.
Desde a estreia do evento, que é realizado a cada dois anos, aumenta o número de filmes brasileiros que retratam as experiências de pessoas com deficiências.
Não por coincidência, na opinião da diretora da mostra, Lara Pozzobon. O festival estimula a aproximação do tema. Os cineastas passam a ter um olhar mais
possível, mais próximoquinta-feira, 15 de setembro de 2011
Centro Cultural Banco do Brasil convida para o Festival Assim Vivemos - versão Brasília
Aloha - filme
Cena do filme Aloha: 15 minutos de energia sobre o cotidiano de surfistas brasileiros com deficiência
Provocar reflexão sobre temas e formas é um objetivo comum entre os festivais de cinema. Mas há aqueles que vão além dessa meta e instigam a ação: inspiram
o espectador a tomar partido e narrar as suas próprias histórias. Esse efeito de sedução se nota em mostras brasileiras como o É Tudo Verdade (de documentários)
e o Anima Mundi (de animação). E é o que também acontece com o
Assim Vivemos Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência
, que chega à quinta edição a partir desta terça-feira (13/9) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, com entrada franca.
Desde a estreia do evento, que é realizado a cada dois anos, aumenta o número de filmes brasileiros que retratam as experiências de pessoas com deficiências.
Não por coincidência, na opinião da diretora da mostra, Lara Pozzobon. O festival estimula a aproximação do tema. Os cineastas passam a ter um olhar mais
possível, mais próximo. Nos primeiros anos da mostra, essa tentativa se dava com mais distanciamento, como se os próprios diretores não estivessem à vontade
para mostrar os personagens. Hoje, os filmes estão mais à vontade e melhores, compara. A participação do Brasil no festival, por consequência, nunca foi
tão expressiva: são oito curtas.
Um deles, Aloha (de Paula Maia dos Santos), retrata o cotidiano de um grupo de surfistas que rasgam as ondas sob pranchas adaptadas. No delicado Dois mundos
(de Thereza Jessouroun), a narrativa revela o contato dos surdos com o universo sonoro, graças aos implantes cocleares. Exibido fora da competição, o documentário
História do movimento político das pessoas com deficiência no Brasil, de Aluizio Salles Júnior, promete um diálogo raro na sala de cinema: personagens
do filme são convidados para conversar com a plateia, ao fim da projeção. No Rio de Janeiro, onde a mostra foi exibida entre 16 e 28 de agosto, a novidade
foi bem recebida pelo público, com sessões lotadas.
Protagonismo
No total, serão exibidos em Brasília 28 filmes de 12 países. O critério da curadoria da mostra é destacar títulos que garantem papel de protagonista à pessoa
com deficiência. São filmes em que elas estão em primeiro plano mesmo. E valorizamos não apenas a qualidade técnica, mas a criatividade e narrativa. Analisamos
os filmes num sentido mais amplo, afirma Lara. O próprio festival foi criado quando se observou que, no exterior, havia uma safra já madura de longas
e curtas sobre deficiência. Nas sessões, eles são exibidos com audiodescrição (para pessoas com deficiência visual) e com legendas closed caption (para
pessoas com deficiência auditiva). Há versões em braille dos catálogos.
Na seleção internacional, as abordagens do tema são as mais abrangentes. O britânico Tempo de suas vidas, de Jocelyn Cammack, mostra o modo bem-humorado
como mulheres octagenárias e nonagenárias lidam com os incômodos naturais da velhice. No moçambicano De corpo e alma, o diretor Matthieu Bron flagra o
dia a dia de três jovens com deficiência. Como complemento à exibição dos filmes, serão realizados quatro debates. Nós temos um ônibus para escolas e
instituições que queiram comparecer às sessões, sempre com lotação esgotada, informa Lara. Prova de que o Assim Vivemos, como acontece com os melhores
festivais temáticos, já encontrou um lugar no mundo.
Tiago Faria
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