Especialista alerta que a ausência do Teste do Olhinho na maternidade impede que pais descubram problemas graves de visão nos filhos ainda na primeira infância. Apesar da importância, a obrigatoriedade de realizar o exame na sala de parto existe apenas nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A coordenadora do Núcleo de Promoção à Saúde da Mulher, da Secretaria de Saúde do Estado, Walderez Araújo, afirmou que o único programa que tem abrangência nacional, financiado com recursos federais, é o Teste do Pezinho.
O exame ajuda a diagnosticar doenças graves como hipotiroidismo congênito e fenilcetonúria. Walderez ressalta que, para que o Teste do Olhinho seja obrigatório, a iniciativa tem de partir das prefeituras municipais. Isso seria secundário, uma vez que existem problemas de maior dimensão, como mortalidade materna na hora do parto e prematuros. A atenção básica tem tido prioridade, revelou.
A oftalmologista Carla Cristina de Lima Pereira, do setor de Oftalmologia do Hospital Universitário (HU), na capital, afirma que o exame pode ser feito na maternidade, pelo pediatra, com o auxílio de um aparelho oftalmoscópico direto, que emite uma luz sobre a pupila do recém-nascido, a um metro de distância. Ao chegar na pupila, a luz deve projetar um reflexo vermelho ou alaranjado.
Quando há uma anormalidade na visão, o reflexo aparece esbranquiçado ou amarelado, declarou a médica. Carla Pereira informou que, nestes casos, a criança deve ser encaminhada para um oftalmologista para que seja realizado um diagnóstico. Entre as enfermidades que podem ser detectadas por meio do Teste do Olhinho estão incluídas retinopatia da prematuridade, catarata congênita e tumor retinoblastoma (maligno).
Estes últimos podem provocar perda da visão ou até a morte da criança. A oftalmologista ressalta a importância do diagnóstico precoce, para que o tratamento dos problemas seja feito em tempo hábil, aumentando a possibilidade de cura. De acordo com a especialista, o exame deve ser obrigatório para recém-nascidos prematuros com peso abaixo de 1,5 quilo, medindo menos de 36 centímetros e que tenham recebido oxigênio por tempo prolongado.
Os bebês prematuros nascidos em maternidades públicas devem ser encaminhados pelo pediatra ao setor de Oftalmologia do HU. Carla Pereira disse ainda que, na falta do equipamento oftalmoscópio direto, o pediatra pode projetar a luz de uma lanterna em direção ao olho dos bebês e tentar fazer o teste. A obrigatoriedade do exame seria importante porque muitas alterações que aparecem através deste exame não poderiam ser observadas pelos pais em casa, destacou a médica.
Fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/cida-04-131006.html ____________________________
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