A internet e suas possibilidades estão acessíveis por todo o mundo. Ouso dizer que os “Apps” como WhatsApp, Facebook, Instagram, Twitter etc tem sido os meios de comunicação mais utilizados, possibilitando o acesso em inúmeras coisas como pesquisas com finalidade profissional, acadêmica, política, vida social, sexual etc. Obviamente que a internet e seus aplicativos têm seus prós e contras. Existem diversas discordâncias sobre a internet como parte integrante do meio. Um dos debates mais acalorados sobre esse universo virtual é sobre a alienação e dependência dos usuários sem “filtro” na utilização de suas ferramentas. Em outra vertente temos os favoráveis que defendem a globalização virtual de nossa sociedade que, facilita e muito ao acesso a informação e maior produtividade em praticamente todas as áreas de nossas rotinas mega “aceleradas” etc.
Okay. Entendemos a magnitude que a internet tem ganhado em nosso mundo. Mas o que dizer sobre nós, pessoas com deficiência e as “coisitas” do mundo virtual? Bom, para acessarmos a internet em qualquer canto que estivermos, basta sacarmos nossos celulares mega modernos com acesso ao mundo “virtual” que conseguiremos obter qualquer informação que desejarmos.
Contudo, nós pessoas com deficiência e lindeza, necessitamos também de acessibilidade nesse infinito mundinho de acesso a informação.
– Como assim? Acessibilidade na internet? Como isso funciona?
Antes de explicar a garantia do direito a acessibilidade na internet, vamos relembrar o conceito de acessibilidade. Temos discutido praticamente em todas as postagens que acessibilidade é nada mais nada menos que, permitir à pessoa com deficiências ou mobilidade reduzida a participação ativa de quaisquer atividades que incluam o uso de produtos, serviços e informação.
Pois bem...
No Brasil acessibilidade na internet refere-se principalmente às recomendações do e-MAG – Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. O e-MAG está alinhado às recomendações internacionais como o WCAG (World Content Accessibility Guide). Vamos tratar isso no âmbito legal da coisa. Entenda!
O artigo 9 do Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 que promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, deixa bem claro sobre a finalidade a ACESSIBILIDADE que é “possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural. Essas medidas, que incluirão a identificação e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, serão aplicadas, entre outros (...)”. Especificamente nas alínea “f”, “g”, “h” é bem claro que os Estados tomarão as medidas apropriadas para “promover outras formas apropriadas de assistência e apoio a pessoas com deficiência, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a informações”; (...) o acesso de a novos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, inclusive à Internet; (...) promover, desde a fase inicial, a concepção, o desenvolvimento, a produção e a disseminação de sistemas e tecnologias de informação e comunicação, a fim de que esses sistemas e tecnologias se tornem acessíveis a custo mínimo”.
De posse dessas “regrinhas” básicas da acessibilidade no acesso à informação, a internet... O “Mão na Roda” reforça mais uma vez que é preciso urgentemente que os gestores públicos mantenham a acessibilidade em todas as suas pautas, pois somente assim conseguiremos ampliar o acesso à internet da sociedade com deficiência. Afinal a internet representa um enorme passo para nossa inclusão, promovendo autonomia e independência. Por isso, a importância de sites desenvolvidos englobando diferentes níveis de escolaridade, faixa etária e pouca experiência na utilização do computador, bem como ser compatível com as diversas tecnologias utilizadas para acessar uma página da Web. Note mais uma vez que a acessibilidade não diz respeito apenas a pessoas com deficiência, mas a equidade de TODOS os cidadãos.
Falando em equidade, separei alguns “Apps” que garantem a pessoas com alguns tipos de deficiência como visual, auditiva e até física o acesso livre e sem barreiras a internet. Bora lá? Salva aí no cantinho e acesse esses aplicativos. Se você não é deficiente, mas conhece alguém, recomende essa postagem sendo um cidadão que respeita a inclusão, a acessibilidade plena a informação, educação, cultura, lazer, trabalho etc...
Bom sobre os “Apps” começo falando sobre o:
“HAND TALK” que possibilita uma comunicação eficiente e funcional a pessoas com deficiência auditiva. Como? Realizando a tradução automática de áudios e textos digitais para a Língua Brasileira de Sinais, tendo como protagonista o simpático intérprete virtual, Hugo, que é um personagem em 3D que torna a comunicação interativa e de fácil compreensão. Ou seja, esse aplicativo democratiza o acesso à informação e à comunicação quebrando a barreira que existe entre os “surdos” e os “ouvintes”. Esse recurso é disponível para sistemas Android e iOS.
O segundo app é o “TALK BACK” um aplicativo que oferece acessibilidade na interação com seus respectivos aparelhos para usuários com deficiência visual ou com problemas de visão, implementando o feedback falado, audível e por vibração. Ele vem pré-instalado na maioria dos dispositivos Android permitindo uma leitura da tela para os deficientes visuais.
E minha terceira indicação fica pras pessoas com dislexia. O app adequado para essa deficiência é o “ARAMUNO” que foi criado pela ITABits, iniciativa de desenvolvimento de software dos alunos do ITA, em parceria com o Instituto ABCD. O objetivo do “app” é auxiliar o ensino de pessoas com distúrbios de aprendizagem (especialmente dislexia). O usuário, ouve um conjunto de palavras e então arrasta as bolhas flutuantes na tela às posições corretas na grade quadricular, de forma que as setas correspondam às palavras ouvidas. É um “joguinho” peculiar e interessante com bolhas flutuantes na tela do celular, uma espécie de palavras cruzadas onde o jogador deve formar palavras com sílabas, ampliando o vocabulário e estimulando a aprendizagem através de uma interface atraente e, o melhor, pode ser baixado nos dispositivos com sistema Android.
Lá na segunda indicação falei do “TALK BACK” o aplicativo que oferece acessibilidade na interação dos usuários com deficiência visual ou com problemas de visão, deixei claro que esse “app” está disponível para Androids. Okay, mas e os coleguinhas “ceguetas” ou quase... que possuem telefones com sistema IOS? Muita calma nessa hora cato leitor, pois existe solução. E se chama “VOICE OUVER” que é um leitor de tela baseado em gestos que permite usar o iPhone mesmo sem enxergar. Uma vez habilitado, o acesso ao “app” pode ser feito a partir de qualquer lugar do iOS com três cliques no botão de Início. O usuário ouvirá a descrição de tudo que acontece na tela, da carga da bateria a quem está ligando ou até de qual “app” o dedo está em cima. Ah e ainda possibilita o ajuste, o tom e a velocidade da voz. Com esse recurso um cego pode tirar selfies em grupo, um surdo pode ligar para a mãe em outro país e um tetraplégico pode enviar mensagens de texto para os amigos. Traduzindo. Acessibilidade funcional a gente encontra no “Voice Ouver”.
E minha ultima indicação nessa postagem fica pra o aplicativo “GUIADERODAS” que oferece com precisão um mapa pra o “arco-íris” dos deficientes, o mundinho da acessibilidade. Como? Por meio de questionário os cadeirantes ficam informados sobre ambientes acessíveis com plenas condições de circulação interna no estabelecimento, o oferecimento de serviço de manobrista, vagas preferenciais, rampas de acesso, banheiros adaptados etc, tudo para evitar possíveis e infelizmente frequentes constrangimentos. As indicações abrangem, por exemplo, casas de show, barzinhos, teatros, cinemas, “baladinhas”, farmácias, clínicas médicas, supermercados, restaurantes e demais locais que nós pessoinhas “fora dos padrões” da sociedade costumamos frequentar – mesmo as pessoas sem deficiência desacreditando que temos e podemos ser ativos em diversas atividades do dia-a-dia. O “app” está disponível para sistemas Android e iOS.
Bom caro leitor, pra hoje é isso. Acesso à informação.
Gostou da post? Me conta um pouquinho sobre a experiência que teve com o “Mão na Roda”. Envie-me suas dúvidas, sugestões, reclamações, críticas, elogios... Esse espaço é bem democrático e visa ser acessível pra todo mundo com informação limpa e plena no que tange a nossa cidadania como pessoas com deficiência. Meu endereço é: tulio.mendhes@tvintegracao.com.br
Nos vemos novamente na segunda-feira com a graça de Deus. Até breve!
Fonte:
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/blog/mao-na-roda/post...
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