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Brasil - Médicos realizam cirurgias inéditas

por Lerparaver

A primeira cirurgia em Roraima de catarata congênita, doença considerada rara pelos médicos, foi realizada na quarta-feira, dia 13, no Hospital Infantil Santo Antônio (HCSA). A cirurgia foi gratuita e realizada pelos oftalmologistas Rômulo Ferreira e Amarildo Melo.

Segundo Amarildo, depois que a criança foi analisada, detectou-se a necessidade de um tratamento cirúrgico. Para ele, a parceira com a Prefeitura de Boa Vista mostrou-se fundamental. “Nós entramos com o aparelho de reparação da doença e o hospital com a estrutura. São casos raros, não conseguiríamos nenhum resultado caso não houvesse uma estrutura montada”, frisou.

Ele enfatizou ainda que o Hospital da Criança oferece equipamentos como anestesia geral e a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), caso aconteça complicação no centro cirúrgico. “Anestesiar uma pessoa adulta não é fácil, imagine em uma criança. Se acontecer algum problema durante a operação, o hospital dispõe da UTI para ajudar na recuperação do paciente”, destacou.

A catarata congênita pode apresentar-se como uma anormalidade isolada ou parte de um defeito generalizado do desenvolvimento ocular. Ela provoca alterações na formação do cristalino e é a principal causa de cegueira na infância. Dependendo do grau de opacificação, pode haver interferência na passagem de luz, por distorção ou redução na quantidade de raios luminosos que atingem a retina das crianças.

A técnica utilizada em Jardel da Silva, de 4 anos, que nasceu com a doença, foi a facoemulsificação, um implante de lente de contato. “Nós não podemos garantir se a criança vai enxergar 100%, ela chegou aqui sem visão do lado esquerdo e agora ela está começando a enxergar um pouco. Ele tem 4 anos e, nesses casos, o interessante é realizar a cirurgia o quanto antes. Só podemos obter um resultado concreto daqui a seis meses. Agora a criança passará por um processo pós-operatório”, explicou.

Segundo a avó de Jardel, Cícera da Silva, que mora no Sul do Estado, somente quando a criança completou 2 anos de idade a família percebeu uma mancha no olho da criança. “O pai dele tinha procurado vários médicos, mas todos falaram que o tratamento era para ser feito fora do Estado. Estou muito feliz, porque meu neto vai poder crescer e estudar sem problemas”, disse emocionada.

CAUSA - A catarata congênita tem uma incidência de 0,4% ou 1 caso para cada 250 crianças. Sendo assim, chega-se à conclusão que a doença pode ser considerada a maior causa de cegueira na infância. As possíveis causas apontadas para a catarata anomalia de desenvolvimento são fator hereditário, embrionária infecciosa, parasitária, tóxica ou por irradiação. Entre as enfermidades estão a rubéola, toxoplasmose e sífilis materna.

OUTRO CASO – Outra cirurgia que foi realizada pela primeira vez no Estado foi com a criança Rosiane Ferreira, de 1,2 ano, que nasceu com os cabelos dos cílios virados para dentro do olho. Segundo Amarildo, foi usada uma técnica para solucionar o problema.

“Na cirurgia foi retirado um músculo e uma pele que dificultava a visão da criança. Ela já saiu com os olhos abertos após a operação. Agora, vamos usar a técnica para tratar outros pacientes que necessitam de cirurgia. Os pacientes não precisam sair do Estado para fazer o tratamento, nós temos como resolver o problema”, destacou Amarildo.

A mãe de Rosiane, residente em Rorainópolis, estava procurando um tratamento para sua filha há vários meses e também encontrou dificuldades para encontrar um tratamento. “Todos os lugares que eu que procurei mandavam eu sair do Estado, mas felizmente encontrei os doutores que pudessem me ajudar. Estou muito feliz, porque eu nunca tinha visto os olhos da minha filha”, declarou.

Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?Id=13591