Histórias de vida singular
"Salvador" é nome de programa que procura mudar atitudes. RTP negoceia segunda época
00h09m
MANUEL VITORINO
Salvador é nome de pessoa e identifica um programa televisivo em exibição na estação pública. Salvador Mendes de Almeida é o rosto da série destinada a contar histórias na primeira pessoa do singular.
Quais são os nossos limites? Quanto vale um sonho? O que é ser diferente? São três perguntas em jeito de desafio formuladas pela produção de um programa feito de gente que, numa determinada fase de vida, sofreu uma doença grave, ou teve um acidente de moto e ficou tetraplégica. O mundo parou. Ou antes, sofreu um compasso de espera, já que, muitos deles conseguem, literalmente, dar a volta à deficiência e continuam a saborear o prazer de viver. Com a ajuda de outras pessoas, há quem chegue, pela primeira vez, a pilotar um avião, a efectuar um safari e conhecer rotas nunca dantes imaginadas.
Conduzido por Salvador Mendes de Almeida, também ele portador de uma deficiência (tetraplégico desde os 16 anos) o programa com cerca de 20 minutos e transmitido às segundas-feiras, na RTP1, às 21, 15 horas e procura, semana após semana, desvendar a face desconhecida de gente que não perdeu a capacidade de sonhar e, ao mostrar a diferença, não desistiu de vencer os vários degraus da vida. Neste momento, a produtora negoceia uma segunda temporada com a estação.
"O grande segredo do programa tem a ver com o facto de relatar experiências de vida e do espectador visualizar gente a ultrapassar os seus limites. Cada episódio é feito de emoções", resumiu Mafalda Mendes de Almeida, produtora e familiar do rosto que conduz o programa "Salvador".
Com um "share" estimado em cerca de 20% , a equipa de produção considera terem sido "ultrapassadas todas as expectativas iniciais", explicando que, na base do êxito muito tem contribuído a personagem central do programa. "Salvador não só dá nome ao programa, como também personifica um exemplo de luta e de coragem. Como prolongamento da sua iniciativa foi criada a Associação Salvador e como deficiente está a tentar tirar as pessoas de casa e sensibilizando-as a fazer uma vida quase normal. Já há gente a ir a concertos, a fazer aquilo que há anos não tinha forças de fazer ou julgava não ser capaz. Chega a ser comovente admirar algumas dessas pessoas a fazer coisas inimagináveis, a participar em desportos radicais, a andar de parapente ou bodyboard", diz Mafalda Salvador.
Programa feito de emoções, mas sem pieguices e sentimentalismos fáceis, "Salvador" vem provar que, afinal, há mais vida para além de uma fatalidade e a deficiência pode, em alguns casos, contribuir para a descoberta de outro tipo de oportunidades."Já levamos ao programa uma pessoa sem mãos e pernas (Paulo Azevedo) e por algum tempo foi piloto no aeródromo do Estoril. São experiências como esta que ajudam a ser mais felizes. Por vezes até dizemos que estes tipos são mais valentes que nós", concluiu Mafalda Almeida.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1440611
Sérgio Gonçalves
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É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma. Isto completa a alegria de viver.
Helen Keller
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