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DVD de 'Ensaio sobre a cegueira' tem recurso para cegos

por Lerparaver

Depois da estréia nos cinemas em 2008, o filme Ensaio sobre a cegueira, baseado no romance de José Saramago, chega às locadoras de todo o país. Graças a uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, o DVD oferecerá o recurso da audiodescrição, que permite que pessoas com deficiência visual sejam capazes de acompanhar o filme.

Co-produção Brasil, Japão e Canadá, o longa tem direção de Fernando Meirelles, responsável por filmes como O jardineiro fiel e Cidade de Deus, e reúne um elenco internacional com nomes como Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael Garcia Bernal e Danny Glover.

Filmado em três diferentes países - Canadá, Uruguai e Brasil, o longa conta a história de uma inédita epidemia de cegueira, inexplicável, que se abate sobre uma cidade não identificada.

Tal "cegueira branca" - assim chamada, pois as pessoas infectadas passam a ver apenas uma superfície leitosa - manifesta-se primeiramente em um homem no trânsito e, lentamente, espalha-se pelo país.

Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos a meros seres lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários.

À medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena e os serviços do Estado começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única
pessoa que não é afetada pela doença.

O foco do filme, no entanto, não é desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar o desmoronar da sociedade que perde tudo aquilo que considera civilizado.

Ao mesmo tempo em que vemos o colapso da civilização, um grupo de internos tenta reencontrar a humanidade perdida.

O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas, também, dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter.

Audiodescrição

O recurso consiste na narração clara e objetiva de aspectos importantes que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais que comuniquem algo, detalhes sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos e qualquer informação escrita na tela.

A audiodescrição possibilita que a pessoa portadora de deficiência visual desfrute integralmente da obra, captando a subjetividade na narrativa da mesma forma que alguém que enxerga.

As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante.

Fonte: http://cinema.terra.com.br/interna/0,,OI3428223-EI1176,00-DVD+de+Ensaio+...