E eis que o nosso narrador parece também ter dois inimigos de grande peso ou pelo menos foi isso que me pareceu após ter lido ainda há pouco este 9º capitulozinho do "Livro do Destino" que hoje por aqui vos deixo! Quem são eles e porque é que o odeiam assim tanto? Isso também não sei e parece-me que vamos ter que descobrir todos juntos através de futuras partilhas que por aqui vá fazendo relativamente a esta obra. Por enquanto fica só mesmo esta pequena partezinha que hoje estive a ler e não vem acrescentar grandes informações a esta história tal como já tem acontecido com tantas outras, mas daqui para a frente quem sabe? Se o livro não começa enfim a tomar um rumo completamente diferente e não teremos então acesso às respostas para todas as dúvidas que presentemente trazemos em mente relativamente a ele?
9
Washington, D.C.
O telefone soou alto no pequeno escritório, mas ele não o atendeu. O mesmo
no segundo toque. Sabia quem era — nesta linha, só poderia ser uma pessoa —,
mas ele ainda assim não se moveu. Não até que teve certeza. Apoiando os dois
cotovelos na escrivaninha, Roland Egen estudava a tela de seu telefone digital,
esperando que quem estivesse chamando fosse identificado. Letras eletrônicas
pretas entraram subitamente na tela: Escritório de Leland Manning.
"Você está adiantado", disse O Romano, enquanto pressionava o receptor
contra sua orelha. Ele tinha a pele de um rosa pálido, brilhantes olhos azuis e
bastos cabelos negros. Irlandês Negro, era como seus amigos o chamavam.
Mas nunca na sua frente.
"Você disse para certificar-me que não houvesse ninguém aqui."
O Romano assentiu para si mesmo. Finalmente alguém que seguia as
indicações. "Então, o presidente ainda não chegou?"
"Está a caminho. Ele dorme até tarde depois de viagens noturnas."
"E a primeira-dama?"
"Estou lhe dizendo, só estou eu aqui. Agora, podemos nos apressar? As
pessoas irão chegar a qualquer momento."
Sentado em sua escrivaninha e inclinando-se para a janela, O Romano
observava como a neve ligeira caía do céu matinal. Devia estar fazendo 28°C na
Flórida, mas em D. C. o inverno estava anunciando o seu primeiro sinal. Ele não
se importou. Quando era pequeno, sua avó lhe ensinara a gostar da calma que
chegava com o inverno. Assim como seu avô lhe ensinara a apreciar a calma
que vem com as águas do Potomac. Como qualquer pescador sabia, o inverno
expulsava os que andavam de jet ski e os barcos de passeio.
E essa era sempre a melhor época para colocar o anzol na água.
Especialmente quando você tem a isca certa.
"E Wes?" perguntou O Romano. "Você recebeu tudo que enviei?"
"Sim... está bem aqui..."
Ele podia ouvir a hesitação na voz de seu parceiro. Ninguém gosta de ser o
mau sujeito — sobretudo em política. "E você descobriu algo onde colocá-lo?",
perguntou O Romano.
"Nós temos um... É por isso que eu cheguei cedo. Nós temos este alfinete de
lapela..."
"Você pode fazer com que ele o use..."
"E-Eu acho que sim."
"Não era uma pergunta. Faça com que ele o use", disparou O Romano.
"Você tem certeza de que Wes virá?", perguntou o interlocutor. "Os agentes
disseram que ele ficou doente como um cão durante todo o voo de volta.
Vomitando e ofegando sem parar."
Lá fora, uma nesga de luz azul apareceu em meio ao céu cinzento e
monótono. "Não estou surpreso", disse O Romano, enquanto a neve continuava a
cair. "Se eu fosse ele agora, também estaria nervoso. Agora, sobre aquele
alfinete..."
"Não se preocupe", disse o interlocutor. "Wes não olhará duas vezes para ele...
principalmente quando é oferecido por um rosto amigável."
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