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Lua Azul - blog de lua azul

Viajando pelo mundo dos livros... "O Livro do Destino" de Brad Meltzer - Capítulo 28

por lua azul

E parece que a hora de Wes poder finalmente cumprir com a promessa que fez à jornalista Lisbeth acaba de chegar neste 28º capítulo! Não é o aniversário de Maning que se retrata por aqui, mas sim um evento de caridade no qual o antigo presidente dos Estados Unidos também participa e agora resta-nos então tentar perceber, em futuros capítulos, se Lisbeth sempre terá direito a conversar somente cinco minutos com Maning como Wes ainda lhe chegou a prometer que talvez pudesse acontecer ou se muito pelo contrário, terá que falar na sua coluna de mexericos acerca do pequeno-almoço que o nosso narrador tomou na companhia de Dreidel e que ambos tanto querem ocultar!

28

“Por aqui", eu digo, enquanto seguro o braço da senhora idosa com o cabelo loiro arrumado em grande coque no alto da cabeça e escolto ela e seu marido em direção ao presidente Manning e à primeira-dama, que estão diante de um buquê de flores do tamanho de uma pequena carruagem. Encerrado naquela pequena ante-sala no fundo do Kravis Center para Artes Dramáticas e Musicais, o presidente olha em minha direção, nunca perdendo o sorriso. Esse é o sinal de que eu preciso. Ele não tem idéia de quem eles sejam.
Eu lhe dou de bandeja. "Senhor presidente, lembra-se dos Talbot..." "George... Leonor..." A primeira-dama interrompe, apertando as mãos e trocando beijos no ar. Trinta e quatro livros, cinco biografias não autorizadas e dois filmes de TV afirmaram que ela é a melhor política da família. E a prova está ali. "E como está Lauren?" pergunta ela, lembrando também do nome da filha deles. É quando fico impressionado. Os Talbot não são doadores de longa data. Eles são os melhores amigos da NMA — novos melhores amigos —, que é como chamamos os grupos ricos que se ligaram aos Manning depois que eles deixaram a Casa Branca. Os velhos amigos gostavam do poder; os novos amigos gostam da fama.
"Estávamos pensando que vocês são formidáveis", diz com arroubo a senhora Talbot com os olhos apenas na primeira-dama. Isso nunca aborreceu Manning. A dra. primeira-dama sempre foi uma parte de seu pacote político — e, graças aos seus antecedentes científicos, a melhor em analisar os números das pesquisas de opinião pública, o que fazia com que alguns dissessem que ela ficou ainda mais deprimida do que o presidente quando tiveram de entregar as chaves da Casa Branca. No entanto, como alguém que estava com o presidente no dia em que voltou para sua casa na Flórida, e quando deu o último telefonema para o Força Aérea Um, e demorou na linha o tempo suficiente para dizer seu último adeus ao operador de telefone, eu não posso senão discordar. Manning, que tinha um camareiro que usava um bip apenas para lhe trazer um café, teve de carregar as próprias malas de viagem para a sua garagem. Não se pode prescindir de todo aquele poder sem um certo sofrimento.
"Por que me sinto como arenque picado de repente?", pergunta Manning.
"O que você quer dizer com âe repente?" pergunta a primeira-dama, enquanto todos riem na recepção social. É o tipo de piada que será repetida durante toda a temporada social, transformando os Talbot em grandes estrelas de reuniões sociais, e assegurando simultaneamente que a sociedade de Palm Beach continue a vir a essas festas de caridade de mil dólares por prato.
"No três", avisa o fotógrafo, enquanto eu coloco à força os Talbot entre os Manning. "Um... dois..."
O flash estoura, eu corro de volta para a fila de pessoas importantes para escoltar pelo cotovelo o doador seguinte. Manning parece exatamente o mesmo.
"Senhor presidente, lembra-se de Liz Westbrook..."
Na Casa Branca, chamávamos isso de puxa/empurra. Eu puxo a senhora Westbrook em direção ao presidente, que empurra os Talbot para fora do caminho, obrigando-os a parar de olhar estupidamente e lhes dizer adeus. Comportando-nos desse jeito, isso funciona perfeitamente — até que alguém me puxa por trás.
"Você está tentando o puxa/empurra comigo? Eu o inventei!", uma voz familiar me fala, enquanto o flash estoura. Enquanto eu viro para a fila de recepção, Dreidel já está a meio caminho do presidente com um amplo sorriso no rosto.
Manning se ilumina como se estivesse vendo seu filho favorito. Eu sei o bastante para não me intrometer. "Meu garoto!", diz Manning, abraçando Dreidel. Eu ainda recebo apenas um aperto de mão. Dreidel ganha um abraço.
"Nós queríamos que fosse surpresa", digo, disparando um olhar para Dreidel.
Atrás dele, a fila de pessoas importantes não está mais se movendo. Por cima do ombro do presidente, a primeira-dama olha para mim. Eu me abstenho de tomar parte nisso dessa vez.
"Senhor... nós deveríamos realmente..."
"Espero que você fique para o evento", interrompe Manning, enquanto recua para perto da esposa.
"Certamente, senhor", diz Dreidel.
"Senhor presidente, lembra-se dos Lindzon", digo, puxando o conjunto seguinte de doadores para perto dele. Manning finge um sorriso e me lança um olhar. Eu lhe prometi que seriam apenas cinqüenta cliques hoje à noite. Ele está nitidamente contando. Essa é a foto-lembrança número 58. Quando eu me dirijo para a fila de recepção, Dreidel vai até lá comigo.
"Você já passou quantos cliques?", pergunta Dreidel.
"Oito", sussurro. "O que aconteceu com o seu levantamento de fundos?"
"Era um coquetel. Terminamos cedo, então achei que podia vir dizer um olá. O que aconteceu com a colunista de mexericos?"
"Deu tudo certo."
Um flash estoura, e eu agarro o braço da próxima pessoa importante, uma mulher gorda em um terninho vermelho. Voltando à sua velha forma, Dreidel coloca uma mão no ombro do marido dela e o conduz para a frente.
"Senhor presidente, lembra-se de Stan Joseph?" anuncio, quando me afasto dele para o clique número 59. Sussurrando para Dreidel, eu acrescento: "Eu também consegui o endereço de Boyle em Londres e a última requisição que fez para a biblioteca".
Dreidel apressa-se quando um outro flash explode. Ele está meio passo adiante. Acha que não percebo. "Então, o que havia na página final?", pergunta ele suavemente.
Quando eu me volto para as pessoas importantes, há apenas uma na fila. Um clique a mais. Mas, quando vejo quem é, minha garganta se fecha.
"O que é?" pergunta Dreidel, percebendo minha expressão.
Paro bem na frente da última pessoa importante, uma jovem de cabelos ruivos em um modesto terninho preto. Dreidel está para colocar a mão em seu cotovelo e escoltá-la. Ela o afasta e coloca uma mão em seu ombro. "Exatamente as pessoas que eu estava procurando", diz ela orgulhosamente. "Lisbeth Dodson, Palm Beach Post. Você deve ser Dreidel."