Londres 2012 Seleccionadora de boccia quer maior apoio nos próximos jogos Olímpicos A seleccionadora portuguesa de boccia, Helena Bastos, apelou hoje a uma «maior atenção e apoio» à modalidade durante «todo o ciclo paralímpico», de forma que seja possível honrar o país nos Jogos de 2012.
«Eles trabalham tanto ou mais do que um atleta normal, sem deficiência. Esforçam-se tanto, passam por tantos sacrifícios e é-lhes prestada tão pouca atenção», lamentou, em entrevista à Agência Lusa.
Helena Bastos revelou que «há vários competidores que treinam duas vezes por dia, cinco dias por semana, a única forma de conseguirem estes resultados (de excelência)».
A responsável, que trabalha em regime de voluntariado, queixou-se da falta de apoios - «são quase zero, vivemos no fio da navalha» -, lembrando que a actividade destes atletas envolve «despesas muito maiores» do que a dos restantes.
«Precisam de transporte adaptado, quem os ajude a ir aos treinos, vestir e tudo mais. As despesas são muito maiores. Gostava que as pessoas entendessem que com o voluntariado não se consegue tudo», frisou.
E acrescentou: «Há elementos portadores de deficiência severa, com grandes problemas motores. Têm muita dificuldade para praticar boccia. Alguns têm movimentos involuntários que precisam controlar, bem como o seu cansaço».
Depois das seis medalhas em Atenas2004 e as cinco em Pequim2008, a selecção de boccia quer «continuar a honrar Portugal no desporto paralímpico», tendo dado já um passo muito importante para Londres2012 com o desempenho nos europeus que decorrem até quinta-feira na Póvoa de Varzim.
«Ainda estamos a começar o ciclo e antes de pensar em medalhas, há primeiro a qualificação. Nestes europeus demos um passo muito importante, já que a qualificação é feita em termos colectivos: tivemos colectivamente duas medalhas de ouro e uma de prata, muito importantes para a qualificação para Londres2012», vincou.
O ciclo paralímpico começou com uma renovação da selecção, «o que provocou algum receio», mas a técnica congratula-se pelo facto dos resultados estarem a «aparecer», o que deixa todos «confiantes».
«Portugal já sabe o que é o boccia, principalmente pelo que se passa em ano de paralímpicos. Prestam-nos alguma atenção, há interesse dos Media, muitas entrevistas, mas depois há ali três anos que é um buraco negro», lamentou.
No boccia, há seis bolas azuis, outras tantas vermelhas e uma bola branca alvo.
O objectivo é pôr as bolas o mais próximo possível da bola alvo, sendo que a pontuação é feita por cada bola da mesma cor mais perto da bola branca.
Em Portugal há «entre 250 a 300» atletas portadores de deficiência a praticar boccia, pelo que é entre estes que pode ser formada a selecção.
Lusa / SOL
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