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Primavera aumenta alergia ocular

por Lerparaver

Incidência na estação chega a ser 40% maior. Seis em cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos que se tornam mais suscetíveis ao ceratocone, opacidade na córnea e catarata.

A beleza dos jardins na primavera pode se transformar num tremendo embaço para quem tem alergia. Isso porque a incidência da alergia ocular chega a ser 40% maior neste período do ano segundo Leôncio Queiroz Neto (foto acima), oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas.

Ele explica que este aumento acontece por causa da grande concentração de pólen no ar que somada aos ácaros, poluentes e às variações térmicas fazem com que o organismo dê uma resposta exagerada a estes estímulos. No Brasil 20% da população tem algum tipo de alergia e 6 em cada 10 alérgicos manifestam o problema nos olhos de acordo com o ISSAC (Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância).

Queiroz Neto afirma que em geral o problema não é grave nem contagioso, mas a alergia ocular ou conjuntivite alérgica torna os olhos mais suscetíveis ao ceratocone, opacidade corneana e catarata.

Isso ocorre porque a doença é recorrente e fatores imunológicos predispõem a estas complicações comenta o médico.

Os grupos de risco são as pessoas que têm pais alérgicos e quem nasce nos meses da primavera pela exposição ao pólen nos seis primeiros meses de vida, período em que nosso sistema imunológico está criando as próprias defesas.

Os sintomas mais freqüentes são: coceira, ardência, olhos vermelhos, lacrimejamento, sensibilidade à luz, inchaço da pálpebra e diminuição da acuidade visual.

O especialista afirma que existem quatro tipos diferentes de alergia ocular: a ceratoconjuntivite atópica quando ocorre inflamação simultânea da córnea e conjuntiva, alergia simples, a sazonal e a papilar gigante mais comum entre usuários de lentes de contato.

O tratamento, observa, depende do tipo e da gravidade da alergia, mas em todos eles a aplicação de compressas geladas reduz a coceira, ajudando desta forma a manter a doença sob controle.

A terapia pode incluir desde colírios estabilizadores, até anti-histamínicos, corticóides e em casos extremos ciclosporina, medicamento imunossupressor que interrompe o funcionamento do sistema imunológico.

As dicas de Queiroz Neto para evitar crises de alergia ocular são:

- Evite plantas, flores e animais com pelo dentro de casa.
- Mantenha os ambientes arejados e livres de pó.
- Evite travesseiros de pena e objetos de decoração que acumulam pó.
- Substitua a vassoura por aspirador de pó e o espanador por panos úmidos.
- Evite esfregar ou coçar os olhos.
- Forre almofadas e colchões com capas impermeáveis.

A qualquer sinal de crise alérgica a recomendação é procurar o oftalmologista, pois o uso prolongado de colírios corticóides, por exemplo, podem levar à cegueira.

Leôncio Queiroz Neto é médico oftalmologista, especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Diretor Médico do Banco de Olhos de Campinas e titular do Instituto Penido Burnier, de Campinas.

Fonte: http://www.adeva.org.br/fiquepordentro/primaveraaumenta.htm

Nota: contribuição, via e-mail, de Shirley.Candido.