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VER COM OUTROS OLHOS! - blog de Jorge Teixeira

POR FAVOR, AJUDEM-ME A PENSAR! PORQUE É QUE ALGUÉM NASCE COM PROBLEMAS NOS OLHOS?

por Jorge Teixeira

Olá amigos:

Nunca vos bateu a questão: Porque motivo nasci, ou me tornei, em uma pessoa com um problema de visão? Se há tantas pessoas sem problema nenhum, então, porque razão teria de ser logo eu a ter este problema?

Eu já me coloquei a pergunta em algumas ocasiões. Aliás, para falar a verdade, pus-me esta questão há muito tempo atrás, ainda bastante jovem.

Momentos houve, na minha adolescência _ já lá vão mais de vinte anos _ em que me senti até bastante triste, embora não sentisse grande dificuldade em arranjar amigos. Porém, quando nos sentimos diferentes, há sempre alguma coisa que a gente sabe que não está bem.

Tentando querer saber os "porquês" relativos às perguntas acima enumeradas, comecei por interrogar os médicos. Eles diziam que não sabiam muito bem qual a razão para os meus olhos não se terem desenvolvido completamente, durante a gestação, mas _ afirmavam _ talvez a minha mãe tivesse tido alguma doença, alguma perturbação na gravidez, ou até talvez pudesse ter ingerido algo estragado... Nada disso! A minha mãe teve uma gravidez saudável e, antes que me perguntem _ como os meus queridos amigos médicos perguntaram _ não tenho mais ninguém na família com problema de visão, pelo que também podemos esquecer a hirediteriedade.

Bom, se a ciência não tinha nada de concreto a dizer era preciso recorrer a religião... Os sacerdotes _ e tenho conhecido excelentes almas nessa posição _ responderam que eu deveria ter fé. Acrescentaram que fora a vontade de Deus que eu tivesse nascido assim e recomendaram-me a oração para me fortalecer no sentido de encontrar forças para enfrentar e vencer os meus problemas!

Confesso que gostei mais da resposta dos sacerdotes do que da dos médicos. Quero, contudo, acrescentar duas coisas. A primeira é que não tenho nada contra uns nem contra os outros. A segunda é que nenhuma das respostas que me foram dadas me satisfez.

Então resolvi perguntar a Deus!

Alto aí! _ poderão objectar alguns de vocês _ A pergunta já não tinha sido feita aos sacerdotes? Se já interrogou as religiões, não será o mesmo interrogar Deus? Para mim, não era. Nunca confundi Deus com as religiões. Respeito a todas elas! Deus, porém, não está contido em nenhuma! É ELE, MAGNÂNIMO E TODO PODEROSO, que as contém a todas! E então, comecei a pensar para mim próprio, conversando comigo mesmo e solicitando ao Pai do Céu que se dignasse ir-me respondendo. Roguei-lhe que me inspirasse, que me fizesse chegar às mãos livros _ ou mensagens de algum tipo _ que me fossem conduzindo a alguma ideia. Pedi-lhe ainda que me fizesse contactar pessoas que me ajudassem a reflectir, porque sempre acreditei em que é bom conversar sobre aquilo que não sabemos, porque sempre temos algo a aprender...

Acho que Deus me ouviu, já que, ao longo dos anos, tenho tido a alegria de conseguir ler, conversar, reflectir e ser intuido, de modo a entender coisas que me auxiliaram a obter algumas respostas.

Entretanto, como este texto já vai longo e não me permitirei abusar da vossa paciência, gostaria de guardar para mais tarde o que me tem sido permitido compreender e aproveitaria ainda para vos fazer um convite:

Se alguns de entre voz já se colocaram as questões que se acham no início deste texto, partilhem comigo e com os demais as respostas que têm obtido _ seja por que método tenha sido _ para que, vocês e eu, possamos nos aprofundar um pouco mais neste âmbito:

Porque nascemos ou nos tornamos pessoas com problemas de visão?
Porquê nós, especificamente?
Qual o objectivo de vivermos uma situação deste tipo?
Quem terá decidido a tal respeito?

Grato pela vossa paciência.

Um abraço a todos e até breve!

Comentários

É natural que a ciência ainda não tenha descoberto tudo e que a religião convide à fé. Mas que se poderá saber que esteja para além da ciência e da fé? Penso que nada acontece por acaso, mas, não sei como explicar...

Como justificar algo que cientificamente não conseguimos justificar? Só na base da crença ou na sabedoria de gente dotada de algum dom especial...
Certa vez ouvi dizer que uma mãe cometeu determinadas atitudes muito más no seu passado e sobre o que muito poucas pessoas ficaram a saber e mais tarde, curiosamente, ela veio a pagar caro esses erros, com o que de mais caro tem na sua vida... o filho, que sem ter culpa de nada acabou tendo um problema de saúde que o marcou para o resto da vida, mas graças a Deus vive feliz! E quando o maior amor da vida de um filho é a própria mãe e essa padece de grandes sofrimentos na velhice, até à morte, depois de uma vida de grandes manifestações de austeridade e algumas maldades com a própria filha e outros familiares directos? Só podemos acreditar que pagou em vida as maldades cometidas ao longo da sua vida, não é? Aparentemente é a hipótese que se afigura mais consistente para quem a conheceu de perto... Não acredito numa figura de um Deus castigador, quando apenas quer que todos sejamos felizes e não materialistas, mas acredito que haja situações que sucitem algum tipo de "reprimenda" capaz de levar ao arrependimento e, portanto, a uma mudança para melhor de carácter, capaz de fazer o próprio feliz e aquele com quem cruza seu caminho, logo o próprio criador se sente realizado, não?!... Acredito mesmo que nada sucede por acaso, tal como o encontro de pessoas com personalidades bem diferentes de nós!
Diante de certas contrariedades da vida, por certo haverá respostas encobertas bem por baixo do nosso nariz... Tudo tem um propósito e se pensarmos bem, geralmente até se diz "mas porque é que Deus levou este homem/ mulher que sempre foi tão bom/ boa?"; "Porque morre à frente da gente ruim tanta gente boa?" Não devia ser assim, mas é um facto que também se diz que a maior parte dos homens bonitos e charmosos até são Padres! E entretanto, volta-se a ouvir outros comentários de que Deus só quer os melhores perto dele e se não os leva para perto de si, tem-nos por aqui bem escolhidos para lhes propor grandes desafios úteis para alguém, por conhecer bem o seu potencial e saber que poderão ser capazes de pequenos grandes feitos para auxílio de outrem, ou servirem de exemplo!...
Com efeito, diz o povo e com razão que há muitas razões que a própria razão desconhece, mas vale a pena acreditar e quem tem Fé aceita o que vem do alto e encontra sempre uma forte luz dentro de si...

Jorge TeixeiraAmigo Helder:

Obrigado pelo seu comentário.

Que bom, que as pessoas estão manifestando suas opiniões, como eu estou tentando construir a minha.

Não sou favorável a estremos. Não posso ignorar o contributo da minha intuição nem da minha inteligência na descoberta das coisas.

Respeito a fé, tanto quanto o raciocínio; acho que são como dois remos do mesmo barco.

Quanto a Deus, Sim, acredito nele!
Também acredito em Jesus e no Espírito Santo, contudo, não me sinto prisioneiro por causa dessa crença, Deus, Jesus e o Espírito Santo não me obrigam a fazer nada que eu não queira ou a ter opiniões com que não concorde! Eles respeitam-me e amam-me e eu tento retribuir-lhes da mesma forma...

Quanto às religiões, cada um deve escolher aquela que melhor lhe sirva em cada momento da vida. Há pessoas que vão mudando de religião ao longo da existência e outras que se fixam a uma até ao fim da vida. Não há mal nnas religiões, o mal está nas pessoas!

Penso, entretanto, que cada um de nós, saiba disso ou não, acaba por ter a sua religiosidade própria. Quer dizer, cada um se relaciona com Deus de maneira única que nunca é exactamente igual de ser para ser.

Respeitarmos os caminhos uns dos outros e auxiliarmo-nos mutuamente na marcha é máxima que me parece aplicável a todos nós!

Jorge Teixeira

Crer em Deus não é abandonar a razão, mas simplesmente usá-la de outro modo. Parece-me que Tomás de Aquino e outros expoentes da escolástica representam verdadeiros monumentos da lógica. Sim, estão a falar de algo que não pode ser provado objetivamente. Não há a verificabilidade das ciências. Mas se considerarmos verdadeiro somente o que é verificável, então, pomos de parte quase tudo quanto há no Universo. E, ao fim, quanto crescimento nos teria proporcionado a razão? Se não pode provar, então, simplesmente ignora. E quanta verdade haverá que não se submeta à verificabilidade?
Deus não é uma verdade científica. É cientificamente possível que ele não exista. Mas se desejo saber porque sou cego e não encontro respostas verificáveis, então, cruzo os braços e lamento? Não. Para isso, existe a filosofia. Nietzsche era filósofo e a seu tempo especulou muita coisa que não se podia verificar.
Não, não. A verdade se expande porque há gente que se pergunte e, não tendo uma resposta verificável, trabalha com hipóteses, constrói teorias e, examinando a consistência destas ao longo do tempo, sem ter certeza de que são verdadeiras, adota-as.
A verdade é algo uno. Assim, se algumas religiões defendem certas doutrinas e outras defendem precisamente o oposto, de certo, uma delas se equivoca. Quando dizemos que Deus contém as religiões, aludimos a um sentido específico. Deus é maior do que as religiões e quando diferentes nomes o chamam, responde a cada um segundo as convenções de sua religião. Isto pode ser dito se adotarmos um conceito lato de religião. Mas se, ao contrário, chamamos religião um conjunto de doutrinas, então, já não podemos dizê-lo com facilidade. No primeiro sentido, Deus é espiritualidade; no segundo, é a expressão concreta de um conjunto de doutrinas. Se nem mesmo a prova de que Deus exista, embora nele creia, muito menos se poderá dizer que ele tenha preferência por esta ou por aquela interpretação.
Não estou a dizer que aderir uma religião seja como ir ao supermercado, mas, de fato, há certos elementos de escolha. Fui criado em família católica, mas hoje tenho maior afinidade com o espiritismo. Ele nos diz que estamos num banco de escola e que, em cada reencarnação, temos oportunidade de evoluir. Possivelmente, teríamos escolhido ser cegos, pois, proporcionando a nós próprios maiores desafios, aceleramos a evolução. Talvez sejamos um grupo de apressadinhos que se inscreve no supletivo para acelerar a caminhada. Não acredito em castigo, mas em correção.

Os religiosos usam, às vezes sem se darem conta disso, métodos de raciocínio que os cientistas não exitariam em reclamar como seus. Por seu turno, os homens da ciência, valem-se frequentemente da fé para impulsionar o seu trabalho! Tal acontece porque as pessoas _ sejam da ciência ou da religião _ têm dentro de si as emoções e a capacidade de raciocinar, as quais se manifestam quando são chamadas ao palco da vida de cada uma dessas pessoas. Pensamento e sentimento; razão e emoção; raciocínio e intuição; existem para se auxiliar e é o que fazem dentro do nosso ser, aceitemos isso ou não.
Jorge Teixeira

Jorge Teixeira

Caro Jorge,
Agradeço a mensagem que me enviou em privado e ao ler esta, entretanto, achei que devia dizer algo, apesar de não ser cega, mas uma pessoa com uma grande sensibilidade e voltada para o espírito, tal como o Jorge...
Pegando na sua pergunta "porquê eu?" creio que toda a gente se perguntará isso, diante de um qualquer tipo de problema de saúde, ou seja de que espécie for. O meu caso não é excepção, mas julgo ter encontrado uma parte substancial da resposta, depois de várias introspecções e constatações feitas, também.
Também essa pergunta esteve sempre no meu espírito ao longo da minha vida até perto dos 37 anos, idade com que me encontro, actualmente e devo dizer que encontrei uma agradavel resposta, graças ao Espírito Santo e à minha persistência em encontrar uma resposta a tudo o que se passava de diferente comigo, em relação às pessoas que me rodeavam, de um modo geral. As surpresas têm sido muito especiais, sobretudo de madrugada, fazendo-me sentir uma pessoa altamente querida pelo Pai do Céu, que me tem protegido sempre, afastando perigos de maior e acarinhado o meu coração quando ele mais tem sofrido! Foi Ele que colocou um basta nas minhas lágrias que facilmente rolavam com o que fosse bom ou mesmo mau, tal era a sensibilidade à flôr da pele, aprendi a ultrapassar obstáculos diversos e a tornar-me uma pessoa mais forte e com uma personalidade especial, buscando segurança suficiente em si mesma e confiança cega (total) em quem passou a habitar o meu coração desde que nasci e me baptizei, sentindo que me leva ao seu colo, autenticamente como nas "Pegadas na areia". E porque tudo tem uma razão de ser, foi-me dado a compreender que algum dia terei de abraçar uma grande e importante missão, para a qual me falta, ainda, uma convicção inabalável, mas quem sabe com a ajuda d'Ele, algum dia, serei capaz de lhe seguir as pegadas e o passo rápido que vi surgir à minha frente, certa vez.
Acredite que, mais dia, menos dia, as respostas chegam até nós, mas para isso é preciso ser-se persistente a indagar a coisa! No entanto, há coisas para as quais não vale a pena perder muito tempo a tentar indagar, mas simplesmente começar a dar o passo seguinte e dizer: "Muito bem, dadas as circunstâncias, o que tens destinado para mim, em que te posso ser útil... o que queres que eu faça agora, mostra-me o caminho, o que achas importante que eu veja, ou saiba? Acorda-me a qualquer hora e diz-me o que achas que é importante eu saber ou fazer, por favor e se não for pedir demasiado, aumenta a minha fé, por favor!!!" Caríssimo, não poderá ficar indiferente ao que vier a resultar destas frases, ditas com alma e muita convicção... Sei que acredita que o acaso não existe!
Um abraço,
Ana

salve, salve nietzsche, posterguemos as narrativas mítico-religiosas, não será altura de preterir o relegioso e assumir e viver o racional, a palpável vida terrena e deixarmo-nos de vidas metafísicas e prémios e recompensas para além da morte? porquê tentar uma explicação, compreende-se a insatisfação, a não resignação à anti-naturalidade da deficiência, da diferença, mas jamais a relegião, crendices ou outra coisa qualquer do foro abstracto ou metafísico nos explicará porquê o problema visual ou qualquer outro problema, quanto a sacerdotes os tais que fazem de intermediários entre o todo poderoso demiurgo e o simples criado, são apenas peões para alimentar o negócio do banco ambrosiano, vendedores do produto religioso da multinacional igreja católica, mas este juízzo e transverssal a todas as religiões ou seja máquinas de estupedificação colectiva, quanto aos médicos, fazem da medicina outra religião chamada de cientismo, por isso resta-nos ser nós a fazer o caminho, trajecto este despido de sacramentos e sacralizações, beatos, santinhos, deidades, viva à razão.

Jorge, não sou cega, mas tenho uma doença na cornêa que ao longo do tempo posso chegar a cegueira. Desde criança tenho dificuldades de enxergar, tenho estrabismo, miopia, astigmatismo e ceratocone. Sempre tive muitas dificuldades para conviver com essas limitações. Mas lendo seu questionamento, penso que não devemos perguntar porque em meio a tantas pessoas teve que acontecer conosco, mas talvez pensar que nós fomos os escolhidos.
A ciência não tem explicação absoluta de todas as coisas que nos acontece, mas sabemos que tudo que temos e somos e por escolha Daquele que nos criou.
Hoje tenho consequencias do meu estrabismo, minha coluna é desviada por eu ter que olhar para todos os lugares meio de lado. Mas os meus anseios são maiores que minhas dificuldades. Hoje, estou na graduação de pedagogia e estou escrevendo meu projeto de monografia, adivinha qual será meu tema? Lógico que será na área que tenho dificuldades ou seja,deficiência visual,mas especificamente a cegueira. Não me sinto derrotada pelas dificuldades que tive na minha infãncia e ao longo da minha caminhada. Mas sinto a vitória.
Quantos portadores de qualquer "limitação" tentam e não conseguem?
Somos vitoriosos por termos nascidos, e conquistado o que temos e somos.Louve sempre a Deus por tudo.
Preciso muito de você. Não foi por um acaso que te encontrei e pude ver os comentários de seus amigos.
Somos escolhidos!

Obrigado pelas suas palavras. Felizmente, a maioria das pessoas que nascem ou se tornam deficientes, fazem da sua dificuldade uma vitória e não uma derrota. Você, como muitos outros, é o exemplo disso. O meu caso é mais ou menos parecido com o seu. Também não sou cego, mas, com o tempo, embora os médicos não me tenham dito que possa cegar, venho sentindo alguma diminuição na minha acuidade visual. Contudo, lá me vou governando com os meus dez por cento de visão.

Entretanto, costumo comentar com a minha mulher que se eu cegasse, certamente estaria mais à vontade com isso do que uma pessoa que sempre tivesse visto normalmente. É que nós, que já temos alguma deficiência visual, fomos criando mecanismos, quer físicos quer psicológicos, para nos adaptarmos ás dificuldades de lidar com o problema dos olhos; enquanto que, aqueles que nunca se viram restringidos no campo da visão tÊm muito mais dificuldade em se adaptar. Aliás, a capacidade de adaptação do ser humano é muito grande e a de um deficiente, seja ele de que tipo for, tem de ser ainda mais elevada do que a das pessoas consideradas normais.

Quero ainda dizer que, na minha opinião, Deus não nos criou deficientes. Acho que Deus cria a todos com as mesmas capacidades de se desenvolverem. Vejo a deficiência como um produto de coisas que nos acontecem depois do momento em que fomos criados. Segundo o que tenho estudado, reflectido, e descoberto com a ajuda da minha intuição _ intuição é uma das formas que temos para ouvir a voz de Deus dentro de nós mesmos _ a incapacidade que cada um de nós pode ter a qualquer nível, serve para despertar em nós _ à custa de querermos ultrapassar essa dificuldade _ condições físicas, psíquicas e emocionais que nos levem a melhorar nos parâmetros em que falhamos anteriormente. Eu tentarei escrever um pouco mais sobre isto na segunda parte do meu texto "AJUDEM-ME A PENSAR!". Estou protelando um pouco essa segunda parte do texto porque as pessoas ainda estão a comentar a primeira e esses comentários têm-me sido de grande utilidade na busca de respostas às questões levantadas.

Grato, uma vez mais, Jorge.

Jorge Teixeira

Gostaria de apresentar aqui uma bela história que o amigo Valdeci Ramos, também participante deste site, me enviou recentemente. Acho que é muito profunda, apesar de simples, como o são todas as coisas importantes da vida. Aqui vai:

Subject: o cavalo cego.

Na estrada de minha casa há um pasto. Dois cavalos vivem lá. De longe, parecem cavalos como os outros cavalos, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego. Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo - um cavalo mais jovem. Isso já é de se admirar.
Se você ficar observando, ouvirá um sino.
Procurando de onde vem o som, você verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor.
Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.
Ambos passam os dias comendo e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo. E você percebe que o cavalo com o sino está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, pára para que o outro possa alcançá-lo. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo. Como o dono desses dois cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos, ou porque temos problemas ou desafios. Ele cuida de nós e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos. Algumas vezes somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daqueles que Deus coloca em nossas vidas.Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho.

E assim são os bons amigos.
Você não precisa vê-los, mas eles estão lá.
Por favor, ouça o meu sino.
Eu também ouvirei o seu.

Viva de maneira simples,
Ame generosamente,
Cuide com devoção,
Fale com bondade....
Pense antes de agir para não se arrepender
E creia, deixando o resto para: Deus...

Se me permitem uma pequena reflecção:
Acho que o mundo está cheio de cavalos cegos e de cavalos guias. Acho que todos nós, independentemente da nossa capacidade de ver, ouvir, falar, andar, etc, somos, às vezes cavalos cegos, outras vezes cavalos guias...
Obrigado, Valdeci! Você me guiou neste trechinho do caminho!

Jorge Teixeira