Obrigado pela solidariedade

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos a solidariedade que me prestaram.
Continuo a trabalhar na escola, agora na recta FINAL deste ano lectivo. Na escola não espero nada de novo, aliás já sei que em princípio em Setembro irei ter de novo horário zero ou então que me irão prejudicar na avaliação.
Agora há uns meses diziam umas colegas mais velhas na escola que em 2009 seria uma limpeza! Mas disseram com ódio, Hitler tentou fazer o mesmo na Alemanha e viu-se no que deu.
Se eu sei que era assim não tinha vindo para aqui, mas a culpa foi minha, pois eu é que concorri.Por enquanto, iIrei continuar a trabalhar por cá e vou andando para ganhar o meu. Para mim houve horário zero, mas há contratados e destacados no meu grupo. Se não fosse eu quatro horas para a Direcção Regional da Administração Educativa para pedir destacamento e um horário (tive apoios que confesso gostei), estaria na escola onde fui colocado a ser maltratado pela Presidente do Executivo que me disse na cara que não me dava o horário que lá tinha por eu ver pouco.
Este governo Português só defende os do partido que governa e alguns grandes empresários, detesta trabalhadores e odeia professores, por isso, fez um estatuto que visa "triturar" profissionalmente e pessoalmente alguns professores. Mas não se julgue que os outros partidos são melhores, aliás o maior partido da oposição em Portugal (PSD) quer parar as obras públicas como o novo aeroporto e o TGV, privatizar a segurança social, colocar as pessoas a pagar nos hospitais taxas moderadoras elevadas e facilitar os despedimentos na função pública e nas empresas. São governos neoliberais que desprezam e humilham as pessoas e favorecem meia-dúzia de empresas para onde muitos dos ex-governantes vão.
Com o que estes governos andam a fazer um dia os excluídos como eu vão aumentar tanto e revoltar-se quepodem causar conflitos graves na sociedade portuguesa.
Calro que se fosse um governo de pessoas sérias não oprimiam tanto as pessoas sobretudo quem trabalha ou quem como eu quis trabalhar.
Por mim se sair da escola irei dar aulas a título particular, pois existem sempre alunos que têm dificuldades de aprendizagem ou que querem melhorar as suas notas.
Quanto aos meus dois livros: "A vida e os horizontes da mudança" e "os doze rapazes" não existem ainda em breille e em formato digital também não. Eu não os coloco na Internet, nem sequer em grupos de discussão, porque já sei que depois havia pessoas que não são cegas ou amblíopes que os iriam ler. O que eu acho é que as editoras deveriam vender os livros em formato digital com sistema anticópia e ao preço dos livros a negro. No entanto, eu vendo os meus próprios livros a negro, com letra ampliada ou em formato digital, mas tudo a título particular e com o compromisso de não os colocar na Internet ou em grupos de discussão.
O segundo livro: os doze rapazes - fala sobre um docente que indo para longe dar aulas foi maltratado pelo presidente do executivo, população e alunos, sobretudo uma turma de doze rapazes repetentes que fizeram mil e uma coisas na sala de aula.
O primeiro livro é de contos, . E já está quase escrito o meu terceiro livro. A única vantagem de eu estar nesta ilha onde tenho sido tão maltratado e discriminado tem sido escrever e por isso até sou feliz, pois a escrita dá-me liberdade.
Luís Ferreira - luismferreira@leirianet.pt