Secretária de Estado "Mais inventores" para melhorar vida dos deficientes por LusaOntem
A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, considerou ontem na Guarda que o país precisa de "mais inventores" para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos com deficiência.
Idália Moniz falava na sessão de entrega do prémio "Eng.º Jaime Filipe 2008", atribuído pelo Instituto da Segurança Social, a Luís Figueiredo, professor no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), inventor da aplicação informática 'Magic Eye'.
A governante disse na sua intervenção que "cooperar com os inventores é uma obrigação da sociedade", dando o exemplo de vários prémios que se destinam a incentivar a descoberta de novas ferramentas de apoio para os cidadãos com deficiência.
Reconheceu que "a massa humana que está nas universidades, ligada à investigação nas diferentes áreas, pode dar não só um maior relevo aos novos produtos inventados, mas também pode ajudar a dar o próximo passo que é o de ajudar a definir estratégias de promoção de integração destes produtos no mercado".
Idália Moniz admitiu também que, geralmente, o conceito de acessibilidade está associado às barreiras físicas, esquecendo a comunidade de surdos.
"Geralmente olhamos para a acessibilidade apenas do ponto de vista das barreiras físicas e, muitas vezes, esquecemos as deficiências sensoriais", disse à Lusa.
"Temos que pensar cada vez mais em sinais visuais, temos que colocar cada vez mais os surdos no centro da acessibilidade", defendeu, exemplificando que no Metro ou nas estações dos comboios existem avisos sonoros sobre o tráfego, mas um utente surdo "muitas vezes, se não tiver uma indicação em texto, fica completamente privado de informação".
A aplicação 'Magic Eye' vencedora do prémio "Eng.º Jaime Filipe 2008", permite controlar o rato do computador apenas com os olhos.
O galardão atribuído pelo Instituto de Segurança Social propõe-se distinguir a melhor concepção inovadora promotora de autonomia, que facilite a realização dos actos da vida diária das pessoas em situação de dependência e seja garante de uma maior qualidade de vida.
O docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG que foi galardoado com o prémio no valor de cinco mil euros adiantou que a verba reverte "integralmente a favor do projecto".
Durante a sessão, realizada no auditório do IPG, foram escutados testemunhos de utilizadores da invenção, incluindo o de Pedro Monteiro, presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica.
Contou que devido à doença que o atingiu ficou impossibilitado de comunicar, excepto com os olhos, daí que a invenção de Luís Figueiredo lhe tenha permitido "voltar a poder comunicar" com os outros.
Na mesma cerimónia, foi atribuída a Menção Honrosa do prémio anual ao Metro do Porto, SA, no âmbito do projecto "NavMetro", que consiste num sistema de navegação via telemóvel para pessoas com deficiência da visão.
O docente do IPG, Luís Figueiredo, já tinha vencido a edição deste prémio em 2006, com o projecto 'Magic Key', que permite controlar o computador pelo movimento de "piscar de olho".
Lusa/DN.
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Comentários
falam, falam mas não fazem nada
com todo o respeito e apreço pelo esforço, dedicação, arrojo e inventiva dos inventores, mas quanto aos representantes governamentais nestas cerimónias, a minha profunda lamentação, até parece que estudaram a obra de lenie riffenstall o triunfo da vontade, é só propaganda, e em termos práticos, quase nada, a não ser que estejamos todos enganados , e os portadores de deficiência que necessitam de ajuda e solidariedade estejam nas beneméritas instituições: bpn, bcp ou no bpp...