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"Nenhum pessimista jamais descobriu os segredos das estrelas, nem velejou a uma terra inexplorada, nem abriu um novo céu para o espírito." (Helen Keller) - blog de Marco Poeta

Helen Keller, A Grande Estrela-Guia

por Marco Poeta

Helen Keller, a Grande Estrela-Guia

Malvada a doença e a sua sorte!
Soprou um vento norte
Pelos campos acalentados pela esperança.
Na América nasceu uma criança,
Tão pequena, tão novinha e tão bonitinha
E agora uma coitadinha!
A vizinhança com um sorriso num olho
E uma lágrima no outro…

Surda-cega-muda
Mas de uma chama aguda e brilhante
Como um diamante!
A sua vida sem a linguagem e sem a ajuda
De alguém que acendesse o seu fogo
E fosse o seu desafogo.
Pois que era desafeiçoada e ruim,
Vivia muito amimada e desregrada
E costumava fazer um medonho chinfrim
Para ter tudo, a grande tirana!

A sua salvadora e companheira de vida
A quem sempre chamou de professora
Veio, como amiga e como vassoura,
Dar-lhe o mais belo presente da sua vida:
Um nome, um sentido e muito amor!
E a criança que repelia tudo em redor
Passou a tocar tudo com carinho e prazer!
De tudo queria ela saber
E coitada da professora que tudo lhe explicava
E que bem que lhe mostrava!

O seu tacto era um poderoso aliado
E o odor um mensageiro do ar
Que ela sabia muito bem notar
Como se tudo estivesse perfumado
De fragrâncias subtis que a arrebatavam
Para a fantasia íntima que a adoçavam…

Cresceu ao ritmo da sua marcha,
Lutou como uma viking e desafiou a sua fatalidade
E que felicidade!
Foi até ao fim da sua marcha,
Desvendando os olhos e destapando os ouvidos
Das mentes mais ignorantes.
Morreu mas continua destapando olhos e ouvidos
E a acender em nós diamantes flamejantes!