Bom humor, simpatia, simplicidade e habilidade. Estes são alguns atributos da dona de casa Valdete Barbosa de Oliveira, 52 anos, que há sete anos perdeu a visão dos dois olhos com uma doença chamada glaucoma. Apesar da deficiência visual, ela faz crochê, tricô, bordado e patchwork no Clube de Mães do Bairro Jardim União.
Foi realmente um baque muito grande quando eu perdi a visão. A gente perde o chão. Mas com o apoio da minha família e dos meus amigos, nem cheguei a entrar em depressão, relata Valdete. Ela, que foi uma das fundadoras do grupo de mães do bairro, há 25 anos, nunca deixou de fazer os trabalhos artesanais.
Mesmo depois de ter ficado cega, nunca deixei de fazer nada. Vou às viagens do grupo, danço, trabalho e cuido dos meus netos, conta sorrindo a dona de casa. Conforme a professora do grupo, Albertina Laurindo, Valdete tem uma sensibilidade incrível na produção dos objetos. Nós que temos a visão erramos bastante e ela consegue fazer perfeitinho, avalia.
Amigas se espelham em Valdete
Valdete virou exemplo para as amigas do grupo pela força de vontade, superação e pelo trabalho desenvolvido com as mãos. É um incentivo vê-la tricotando. Mesmo sem visão ela faz tudo e também ensina a gente, diz a colega do grupo e xará Valdete Machado.
A dona de casa diz que gosta de produzir blusas e tapetes. Senti que melhorei os trabalhos depois de perder a visão. Consigo definir os tecidos só sentindo com as mãos. Procuro sempre me superar no que faço, fala.
A maior falta que Valdete sente é da leitura. Entretanto, ela pensa em fazer um curso de braille nos próximos meses. Nunca falaram que eu não podia fazer. Sempre fui lá e fiz. E se não der certo, vou lá e tento novamente, afirma, dando mais uma prova de sua superação.
Fonte: http://www.atribunanet.com/noticia/um-exemplo-de-vida-e-de-humor-62853
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