Porto
Estacionamento muda e penaliza deficientes
Na Rua do dr. Pedro Sousa o lugar privativo é no lado esquerdo
Ontem
MARTA NEVES
A mudança do estacionamento na Rua do dr. Pedro Sousa está a deixar Leopoldina Gonçalves "revoltada". À porta do trabalho, a deficiente motora é obrigada a parar do lado esquerdo. Em casa, igualmente via única, é à direita.
Há sensivelmente dois meses, "os problemas" começaram quando o estacionamento na artéria de sentido único, que fica situada na zona industrial do Porto, passou do lado direito para o esquerdo. O caso foi denunciado ao JN por Leopoldina Gonçalves, deficiente motora, que "cansada por não conseguir um parque privativo de deficiente à porta de casa", agora vê-se confrontada com a mesma dificuldade junto ao local onde trabalha. Ela e mais cinco pessoas com deficiências que trabalham no call center HelpPhone.
"Quando o estacionamento era permitido do lado direito da rua era fácil conseguir sair do carro. Ficava logo à porta do trabalho. Agora, tendo de parar o carro do outro lado da rua e sem qualquer tipo de rampa no passeio, tenho que diariamente contar com a ajuda de alguém para atravessar", contou Leopoldina Gonçalves, com 75% de deficiência motora.
No bairro de Francos, onde mora "o filme" é o mesmo. "Ou pior", diz Leopoldina. E explica: "Também é uma via única, mas só me deixam estacionar do lado direito, do outro lado da rua. Já para não falar que tenho cinco degraus à porta de casa".
Depois de várias exposições à Junta de Ramalde, Câmara do Porto e provedor dos Cidadãos com Deficiência, Leopoldina diz-se "revoltada" por não ver resolvida a situação.
As queixas desta munícipe não são um caso isolado. Os moradores da Rua do dr. Pedro Sousa estão igualmente descontentes com a mudança do estacionamento. Em tom irónico dizem que "não faz sentido parar os carros à inglesa", ou seja, do lado esquerdo.
Enquanto Luís Silva conta que "todos os dias faz na rua 'tampão' com o carro para à noite conseguir entrar na garagem", a moradora do número 556 confirma que não consegue "ter ângulo para entrar com a carrinha no portão quando há carros estacionados do lado esquerdo". Às vozes críticas, soma-se a constatação que estacionando do lado esquerdo, "a rua veio a perder dez lugares", conforme disse Alberto Lizardo. "Por que continua o sinal de proibido estacionar do lado esquerdo?", interroga Carlos Simões.
Ao JN, o presidente da Junta de Ramalde. Manuel Maio, esclareceu que "as alterações na rua já se justificavam há muito tempo, dado que técnicos de mobilidade da Câmara do Porto constataram que havia necessidade de dar maior fluidez às vias transversais".
O autarca adiantou ainda que "as alterações ao estacionamento, com excepção de dois casos não merecem qualquer reparo". E concluiu: "Não há lobbies . Há sim estudos de mobilidade".
Fonte - http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concel...
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