Prezados,
Nesta lição trago alguns dos trechos que trato em minhas aulas. Lembro-me de dizer que uma áudio-descrição se define pela técnica tradutória que a sustenta, não pela mídia sonora que a transmite.
Assim, se no museu a áudio-descrição de um dado item está em Braille, o texto correspondente continua sendo uma áudio-descrição.
Por falar nisso, os museus devem sempre ter uma versão escrita da descrição, mesmo quando tiver uma versão gravada dela. Afinal, pessoas surdocegas também têm o direito à áudio-descrição. Se a áudio-descrição disponível estiver em texto a ser locucionado por um mediador, ainda assim o texto (o script) será uma áudio-descrição e o que o mediador fizer, a locução da tradução visual, isto é a narração ou a verbalização da áudio-descrição.
Deixando claro, áudio-descrição é a tradução visual feita, não a mera oralização dela, conforme querem alguns.
Por fim, observem que a áudio-descrição é recurso que o mediador pode usar em seu trabalho, mas mediação e áudio-descrição são coisas distintas, embora guardem alguns aspectos que são comuns aos dois trabalhos: a descrição, por exemplo.
Boa leitura,
Francisco Lima
Curso de Áudio-descrição Imagens que Falam
Diretrizes para a descrição de museus e mostras
União em Prol da Áudio-descrição
• Elementos visuais incluem o layout/disposição da instalação e dos componentes da mostra, assim como o conteúdo, tais como dioramas, artefatos, diagramas, desenhos, ilustrações, pinturas, fotografias, obras de arte, mapas, quiosques de vídeo, estações interativas computadorizadas, etc.
• Se a mostra inclui objetos tangíveis, a descrição também deve guiar a exploração desses itens pelos usuários. Elementos textuais incluem títulos, textos explicativos, citações, legendas e closed caption.
• Áudio-descrições para museus e mostras assemelham-se bastante com notas que antecedem apresentações ao vivo, as quais permitem tempo para frases organizadas e coerentes, em vez de inserções rápidas entre o diálogo dos atores.
• Todavia, os áudio-descritores devem escrever com parcimônia a fim de comunicarem as informações essenciais de uma maneira pontual.
Técnicas para a-d de museu, galeria ou mostra
• Assim como em qualquer outro tipo de descrição, sempre descreva a partir do ponto de vista do observador. ("À esquerda" significa para a esquerda de quem olha para o item).
• Ao descrever os conteúdos de um mostruário isolado estabeleça onde deve-se ficar parado em pé para que a orientação do áudio-descritor faça sentido ao ouvinte.
• O princípio mais básico é ir do geral para o específico, da "grande figura" para a "pequena figura “.
• No espaço da exposição, qual é o tamanho, a decoração, quais são os aspectos principais?
• Qual é o aspecto da vitrine?
• Qual é o conteúdo básico do museu ou da exposição?
• Quais são os aspectos principais?
• Existem aspectos em comum entre os itens em mostra, ou nos métodos utilizados para exibi-los?
• Descreva coisas desse tipo de uma vez só, poupando as repetições infindáveis.
• Comece pela "grande figura".
• O que ela é?
• É bi ou tridimensional?
• É uma pintura, uma escultura, um artefato, um animal etc.?
• É natureza morta, uma paisagem, ou um retrato?
• A escultura é abstrata ou realista?
• É a óleo ou a guache?
• De mármore ou de bronze?
• De madeira ou de marfim?
• Um animal preservado por taxidermia ou vivo?
• O tamanho deve ser o próximo elemento a ser mencionado.
• Quais são as cores? Seja descritivo e específico.
• Descrever algo visual comparando-o a outro objeto visual é geralmente ineficaz.
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