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blog do Diego Corrêa - blog de diego corrêa

Contraponto, um jornal que traz notícias sobre as questões que envolvem o deficiente visual! Leiam, curtam e comentem! Interessa

por diego corrêa

CONTRAPONTO

JORNAL ELETRÔNICO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO
BENJAMIN CONSTANT

ANO 6
OUTUBRO DE 2011
54ª Edição

Legenda:
"Enquanto houver uma pessoa discriminada, todos nós seremos discriminados , porque
é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito"...

Patrocinadores:

(ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO IBC)

Editoração eletrônica: MARISA NOVAES
Distribuição: gratuita

CONTATOS:
Telefone: (0XX21) 2551-2833
Correspondência: Rua Marquês de Abrantes 168 Apto. 203 - Bloco A
CEP: 22230-061 Rio de Janeiro - RJ
e-mail: contraponto@exaluibc.org.br
Site:exaluibc.org.br

EDITOR RESPONSÁVEL: VALDENITO DE SOUZA
e-mail: contraponto@exaluibc.org.br

EDITA E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET.

SUMÁRIO:

1. EDITORIAL:
* Perdas e ganhos

2.A DIRETORIA EM AÇÃO:
* Relatório do mês de outubro

3 . O IBC EM FOCO # VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES:
* Para reflexão: discurso de Luciano Pozino

4.DV EM DESTAQUE# JOSÉ WALTER FIGUEREDO:
* Divulgação da Revista Brasileira de Tradução Visual
* Justiça da Paraíba determina nomeação de candidato com deficiência
* Justiça de Marília tira impostos para deficiente visual comprar carro
* Justiça determina que professora com deficiência visual seja empossada
* Maioria das leis ainda são limitadas ou descumpridas no Brasil

5.DE OLHO NA LEI #MÁRCIO LACERDA :
* Portador de deficiência visual tem direito à isenção de ICMS na compra de veículo
* PEC inclui acessibilidade entre os direitos sociais dos brasileiros
* Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência

6.TRIBUNA EDUCACIONAL # SALETE SEMITELA:
* Coitadinho, tão estressado

7.ANTENA POLÍTICA # HERCEN HILDEBRANDT:
* Um duelo unilateral

8. PAINEL ACESSIBILIDADE # DEBORAH PRATES :
* Projeto: "Tem Visibilidade? Olhe para nós"!

9.DV-INFO # CLEVERSON CASARIN ULIANA:
* Cinco upgrades do PC onde quase todo mundo erra

10. O DV E A MÍDIA # VALDENITO DE SOUZA:
*Aos olhos de quem vê
*Designer cria capinha em braile para permitir que iPad seja usado por cegos
* Mediação para ganhar novos leitores
* Luva sonar para os deficientes visuais tem projeto aberto
* Deficientes visuais na rádio
*Geraldo Magela, o melhor humorista cego do Brasil
* Fãs prestam último tributo a Steve Jobs

11.PERSONA # IVONETE SANTOS:
* Entrevista - Claudia Sofia Indalecio Pereira - Driblando a surdocegueira

12.SAÚDE OCULAR #:
*Dia da Criança
*HOB apresenta suas boas práticas no encontro europeu de oftalmologia
*Suspeita de glaucoma exige acompanhamento personalizado
*Colírio e válvula: avança tecnologia para tratar glaucoma

13.REENCONTRO # :
* Sebastião Rodrigues de Alvarenga

14.TIRANDO DE LETRA #:
* Estranho pra Cachorro
* Preconceito

15.ETIQUETA # RITA OLIVEIRA:
* Tempo é mais do que dinheiro – é qualidade de vida

16.BENGALA DE FOGO #:
*Num Torneio de Goalball (contribuição do leitor)

17. GALERIA CONTRAPONTO #:
* O Dia de Braille

18. PANORAMA PARAOLÍMPICO # SANDRO LAINA SOARES:
* ICB (BA) é tricampeão da Copa Brasil Série A de Futebol de 5;
* AGAFUC (RS) conquista a Copa Brasil Série B de Futebol de 5;
* Abertas as inscrições para o Bolsa Atleta 2011; e
* Vem aí, Jogos Parapanamericanos.

19.CLASSIFICADOS CONTRAPONTO #:
* Bíblia em áudio - receba gratuitamente
* Banco de Remédios – Sobras
* Vacina anti- câncer

20. FALE COM O CONTRAPONTO#: CARTAS DOS LEITORES

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ATENÇÃO:
"As opiniões expressas nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus
colunistas".

#1. EDITORIAL

NOSSA OPINIÃO:

Perdas e ganhos

Não há como se contar uma história sem que haja perdas a se lamentar, posto que o tempo, implacável que é, leva inclusive a cada um e a todos nós. E a história do segmento contabiliza muitas perdas, companheiros que se foram, instituições que passaram etc. Porém, o tempo que leva é o mesmo que traz e, se com sua inexorabilidade levou tanto e tantos de nós, compensou-nos plenamente quando nos trouxe a tecnologia que diminui sobremaneira a distância entre nós e os videntes no que se refere a oportunidades e possibilidades.
Quantos, com o advento do computador, podem hoje exercer profissões e atividades
antes impensáveis! Há os que não perdem tempo olhando para trás, contudo só nossa história pode nos contar que, felizmente, ganhamos muito mais do que perdemos.
Basta que se observe quantos de nós hoje trabalhamos e quantos podiam fazê-lo em tempos idos; basta que se atente para o que já tivemos no que se refere à acessibilidade de informação e o que hoje temos.
Que possamos usar esta mesma tecnologia para que, afinal, consigamos nos fazer um segmento coeso, onde as diferenças individuais não suplantem o interesse coletivo.

#2. A DIRETORIA EM AÇÃO

ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Diretoria Executiva

Relatório do mês de outubro

- Realizamos, no dia 8 de outubro, um passeio ao Hotel Fazenda Trilussa, no município de Paulo de Frontin.

- No dia 15 /10, em comemoração ao Dia Internacional da Bengala Branca, disponibilizamos no site da Associação e na lista de discussões na Internet material informativo referente ao assunto.

- Estamos concluindo a revisão do livro de contos, que será publicado no site, gravado em CD, e terá um exemplar impresso em Braille.

- Será realizada no dia 29/ 10 a primeira etapa do Torneio Estadual de Dominó.
A senha dos associados já está no site para consulta.

- No dia 19/ 10 realizamos uma reunião com a dra. Márcia Morgado, procuradora do Ministério Público Federal, para conversarmos sobre a situação atual do IBC.

-No mês de novembro,voltaremos a realizar as entrevistas do Projeto Memória.
No dia 19/ 11 promoveremos o primeiro encontro de ex-alunos do IBC.
No dia 10/ 12 promoveremos a festa de final de ano.

Gilson Josefino
Presidente

#3. O IBC EM FOCO

Colunista: VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES ( vt.asm@oi.com.br)

Mais uma vez, reproduzo aqui, nesta coluna, a fala de um dos representantes de um dos
segmentos de nossa comunidade escolar, por ocasião da comemoração dos 157 anos de nossa instituição, por se revelar, de profunda agudeza, altamente inquietante e, ao
mesmo tempo, afirmativo! Refiro-me ao Senhor Luciano Pozino, Presidente da Associação de Pais e Reabilitandos do IBC (APARIBC).
Leiam e reflitam!

Discurso realizado no Teatro do Instituto Benjamin Constant por Luciano Pozino, Presidente da APAR, no dia 16 de Setembro de 2011, em comemoração aos 157 anos de existência do Instituto.

“Na figura de presidente da APAR, é um grande privilégio representar os pais, os amigos e os reabilitandos desta casa na comemoração dos 157 anos do Instituto Benjamin Constant.

Uma data que nos desafia a refletir sobre os pontos que demonstram a identidade deste Instituto. Refletir sobre a maneira como construímos o modo de ser de uma instituição que atravessou tantas décadas de história e que, mesmo assim, ainda é questionada em sua finalidade. Nos faz pensar se é possível ter uma escola onde o respeito e a busca por conhecimento sejam os princípios presentes na ação de cada um de seus inúmeros componentes. Todos os anos, o IBC nos faz pensar se o mundo está sendo preparado para receber aqueles que por aqui passam. Se no coração da sociedade pulsa a vontade de justiça e de equilíbrio nas relações entre as pessoas. Se o mundo demonstra em suas veias o respeito por cada parte de seu organismo. Um mundo que dê acesso ao pensamento humano para toda a diversidade de gente que existe. Que a margem, do ponto de vista social, político e econômico, seja apenas um horizonte desconhecido de todos e não a região conhecida por alguns. Um mundo que deixe claro em cada rua, cada casa, escola, instituição ou empresa que 'ser humano' é a prioridade. Onde a sociedade aja com o entendimento de que cada indivíduo tem sua necessidade especial. Que não subjuga a identidade de cada parte em favor do conformismo ou da uniformização do caráter humano. Pois a diversidade é sua virtude.

O IBC nos faz refletir que o que está em jogo não são os limites, mas o alcance da capacidade humana.

Quando chegamos aqui, seja como aluno, reabilitando, pai, voluntário ou profissional, nos inserimos, gostemos ou não, a um diverso cheio de questões a serem respondidas. Em muitos casos, questões recorrentes que se reavivam a cada pessoa que ingressa nesta casa. Pessoa que, seja qual for o papel destinado a ela, é fundamental na construção de um mundo acessível. Bem ou mal ela virá aqui desempenhar o seu papel no contexto desta escola para deficientes visuais. É aqui, na escola, que o deficiente visual ensaia suas capacidades para ser no mundo. Na escola, para crianças ou para adultos, na
garantia de sua integridade, é que o sujeito prepara-se para sua autonomia.
É num ambiente seguro, física e psicologicamente, que se garante os aspectos da diversidade.
Se como homens e mulheres queremos realmente garantir a possibilidade de um mundo justo em sua diversidade, temos que assegurar meios para o exercício da autonomia de cada sujeito. Temos que acessar nossa sensibilidade. Sentir o outro. Perceber suas necessidades no mundo existente, comum a todos. Não em mundos idealizados por alguns. A qualidade de conexão com o mundo se dá através dos sentidos, mas a construção dele se dá pelo sentimento. É o sentimento que realmente nos faz dedicados, ou não, ao mundo.

O IBC nos faz pensar que precisamos de escolas, de instituições, de leis, de modelos pedagógicos sensíveis a cada questão. Pois o mundo é plural em sua diversidade, mas é singular na percepção de cada pessoa.
O mundo é um fato. E todos temos que lidar com ele. E nós, pais e reabilitandos do IBC, entendemos que a garantia de lidar com o mundo com qualidade reside na condição da afirmação das capacidades do deficiente visual. Não queremos a complacência, não queremos o pesar, não queremos uma visão dogmática ou esquemas padrão que são incapazes de atender as necessidades especiais de cada sujeito.

Queremos que as subjetividades sejam respeitadas. Queremos que a equidade de
direitos não seja confundida com generalizações milagrosas, muito tentadoras às consciências mais descuidadas. É fundamental ficarmos atentos às generalizações.
A generalização é a mãe do preconceito. O modelo generalizado não atende necessariamente a temas universais, atendem as ideias de quem o criou. É o plano de um, imposto a todos.

Estamos presenciando um momento extremamente desafiador da história recente deste Instituto. Um momento fundamental que merece ser conduzido com muita reflexão, autocrítica e ação. É necessário direcionar nossas mentes e empenho no sentido de construir uma nova condição para a realidade da pessoa deficiente visual. Hoje, é hora de lembrarmos juntos o que o IBC representou e representa para o Brasil. É hora de lutar por garantias de condições justas para a pessoa deficiente visual.
É necessário que a sociedade civil e as autoridades se conscientizem de que lidam com a questão muito mal. Carregam seus discursos com generalizações e se deixam levar, ainda mais, pelas malhas do preconceito.

Nós pais, alunos, reabilitandos, estamos ao lado dos professores, técnicos e da direção na luta por um ambiente propício a uma educação de qualidade. De uma escola que não apenas matricule pessoas deficientes, mas que produza cidadãos eficientes, aptos à independência e a busca da felicidade por seus méritos. De um Instituto que seja mediador da aquisição e da elaboração do conhecimento por meios potentes, no sentido de construir uma sociedade mais justa, que dê conta dos sonhos e das ações de cada um de nós.

Parabéns IBC pelos seus 157 anos. Parabéns não apenas ao prédio que materializa em monumento a história da inclusão da pessoa deficiente visual neste país. Mas, parabéns a todos nós que lidamos com as dificuldades de afirmar nosso modo de apreender o mundo.

Obrigado.”

VITOR ALBERTO DA SILVA MARQUES

#4. DV EM DESTAQUE

Colunista: JOSÉ WALTER FIGUEREDO (jowfig@gmail.com)

Divulgação Especial da Revista Brasileira de Tradução Visual (ISSN - 2176-9656) e chamada para Publicação de Artigos para o 9 volume da RBTV

Revista completará 2 anos em Dezembro

O Centro de Estudos Inclusivos da Universidade Federal de Pernambuco(CEI/UFPE) e o portal Associados da Inclusão(www.associadosdainclusao.com.br) têm o orgulho de divulgar a chamada para publicação de artigos, foto-descrições, relatos de experiência, resenhas, ou traduções, a fazerem parte do nono volume da revista, a entrar online em Dezembro de 2011, quando a RBTV(www.rbtv.associadosdainclusao.com.br) completará dois anos de existência.
Com o apoio do Edital para Editoração de Periódicos Científicos (PG - Editoração 2011) da Propesq/UFPE, a RBTV passa a promover mudanças na acessibilidade, navegabilidade e usabilidade em suas páginas, tornando ainda mais fácil, acessível e agradável ler a revista e penetrar em um mundo em que a ciência se integra ao cotidiano de todos nós.
Assim, nestes dias os usuários perceberão mudanças nas diferentes seções, entre elas, na seção de Política de Submissão, na Política de Seção, nas Diretrizes para Autores, entre outras melhorias, como, por exemplo, a criação de uma nova seção para publicações. Trata-se da seção "Cartas ao Editor", onde se publica o diálogo Científico em que se promovem comentários, críticas ou discussões a respeito dos temas abordados nos artigos publicados na própria Revista, ou que, tendo relação com o conteúdo desta, venham versar sobre outros temas de interesse geral. Nessa seção é possível uma réplica dos autores do artigo em comento, a qual será publicada junto à carta, ou em número subsequente da revista.
O leitor da RBTV poderá encontrar, a partir de agora, ao pé da página principal, um link para participar de um grupo de discução sobre o estudo da áudio-descrição, assunto que a RBTV tem tratado com profundidade e frequência, tornando-se referência na publicação científica/acadêmica nessa área, no Brasil.
Esse grupo de estudos
(http://groups.google.com/group/audio-descricao-em-estudo?hl=pt-BR),
criado e acompanhado pelo atual editor chefe da Revista Brasileira de Tradução Visual, professor Francisco Lima, vem como mais um passo na busca de difundir a áudio-descrição como um direito de acessibilidade comunicacional devida às pessoas com deficiência e tendo como base que a áudio-descrição é recurso assistivo que deve ser provido com ética, qualidade e profissionalidade aos usuários que dela podem se beneficiar.
Com o apoio a esse grupo de estudos, a RBTV está estimulando mais uma via para estudo dessa técnica de tradução visual intersemiótica.
Nas palavras do Professor Francisco Lima: "Agora, com uma lista no Googlegroups vamos ter um espaço em que estudamos, partilhamos ideias, opiniões e conhecimento a respeito da áudio-descrição; um espaço em que buscamos conhecer sobre quem são os usuários da a-d, os direitos a eles pertinentes e muito mais. Neste espaço refletimos sobre as questões adjacentes à prestação do serviço de áudio-descrição, discutimos a produção de roteiros áudio-descritivos,
a locução e a recepção da áudio-descrição, bem como os valores éticos e o empoderamento, no gênero tradutório chamado de tradução visual, em que se insere a áudio-descrição.
Este espaço é para você que quer estudar sobre áudio-descrição e que quer construir uma sociedade mais inclusiva e menos excludente. Assim, se você é áudio-descritor, deseja tornar-se um, ou é usuário da áudio-descrição, venha participar de nosso grupo. Se você é produtor/fornecedor do
serviço de áudio-descrição, venha participar conosco da construção do conhecimento que a nós todos interessa. Se você é professor, produtor cultural, profissional da comunicação, das artes, ou apenas um cidadão desejoso de ver a inclusão cultural, educacional, laboral e de lazer das pessoas com deficiência tornar-se realidade, também por intermédio da áudio-descrição, pode unir-se a nós que será bem-vindo.
Aáudio-descrição é assunto sério e precisa de pessoas sérias, éticas e profissionais como você, para que possamos quebrar barreiras atitudinais e por fim ao apartheid social e cultural que perpassam tantos "lugares" em nossa sociedade."
Com estas ações e outras, oportunamente divulgadas pela RBTV estamos buscando cumprir um papel social de uma revista científica que é, ao nosso ver, mais amplo que a divulgação do conhecimento acadêmico, a saber, o de apoiar a sociedade na sua transformação para melhor, para uma socidade mais inclusiva e menos excludente, em todas as áreas.
Venha participar também:
Publique conosco, leia nossos artigos e participe de nosso grupo de estudos..

Comitê Editorial da RBTV

Observação: Para participar do grupo de discussão Áudio-descrição em Estudo você pode inscrever-se na
www.rbtv.associadosdainclusao.com.br , preenchendo seu e-mail, na caixa apropriada, no roda-pé do site, ou visitando a página do Googlegroups em
http://groups.google.com/group/audio-descricao-em-estudo?hl=pt-BR.

Fonte: RBTV

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Na Paraíba, justiça determina nomeação de candidato com deficiência
Carlos Augusto foi aprovado em concurso em 2008, mas comissão não entendeu que ele se enquadrava para ocupar a vaga

O Tribunal de Justiça da Paraíba determinou em decisão unânime no último dia 7 que a Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) do Estado nomeie Carlos Augusto Gomes Correia para a vaga destinada a deficiente físico em concurso público realizado pela autarquia. Carlos Augusto foi aprovado e classificado dentro das vagas previstas para pessoas com deficiência para o cargo de administrador no edital para concurso público realizado em 2008.
Entretanto, a comissão entendeu que ele não se enquadrava na condição de deficiente, bem como não comprovou a sua condição de portador de deficiência visual, por meio de documentos. Em seu voto, a desembargadora e relatora do processo, Maria das Neves do Egito de Araújo Duda Ferreira, afirma que Gomes juntou laudo pericial, realizado pela oftalmologista Astrid Vasconcelos dos Santos, atestando sua deficiência, visual monocular.
A desembargadora também salientou que ele sua limitação já havia sido reconhecida quando Gomes se submeteu a concurso do Ministério do Trabalho e Emprego. "Se a deficiência visual do agravado lhe propicia concorrer à vaga ao cargo público reservada aos deficientes físicos, é violador de direito líquido e certo o ato praticado pelas Autoridades Coatoras que excluiu o impetrante do certame por não reconhecer a deficiência física acima apontada", concluiu a relatora.

Fonte: Jornal do Brasil

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Justiça de Marília tira impostos para deficiente visual comprar carro
Decisão abre precedente para portadores de deficiências que não físicas

O juiz da 4ª Vara Cível de Marília, Valdeci Mendes de Oliveira, expediu no início da semana mandado de segurança que abre um precedente importante para portadores de necessidades especiais que não físicas na compra de veículos.
O deficiente visual mariliense Nelson Santos Cauneto teve seu pedido liminar deferido e poderá adquirir seu veículo novo com isenção de ICMS, IPI e IPVA. O despacho do juiz se baseia no princípio da isonomia e se sobrepõe a lei estadual que prescreve que esses benefícios só podem ser concedidos à deficientes físicos habilitados para dirigir.
Para Rabih Nemer, advogado da ação, que ainda terá julgamento de mérito, a lei estadual ignora princípios constitucionais básicos. “O juiz simplesmente fez corrigir essa injustiça e tratar as deficiências de uma forma igualitária, sem gerar discriminações”.
No despacho dirigido ao delegado regional tributário, o juiz justifica que “para se cumprir o princípio da igualdade e promover a integração social das pessoas portadoras de deficiência física ou visual, deve ser deferida a isenção para fins de ICMS e IPVA”, além do IPI que já havia sido concedido pelo Ministério da Fazenda.
Nemer observa que o precedente fica aberto também para portadores de outras deficiências, como mental e auditiva.
Cauneto, que vai apontar na documentação a esposa Rosani como motorista do veículo, avalia que a justiça foi feita e comemora a rapidez com que o mandado de segurança foi expedido.
“Com esse documento em mãos já posso comprar com os descontos. Agora vou começar a pesquisar e ver o que se encaixa melhor no que procuro”.
Apenas a alíquota de ICMS sobre veículos novos no estado de São Paulo hoje é de 12%, o que representaria desconto de R$ 3 mil sobre o valor de um carro popular (R$ 25 mil). Já o IPVA sobre um automóvel zero deste mesmo valor ficaria em R$ 1 mil no primeiro ano.
Apenas a alíquota de ICMS sobre veículos novos no estado de São Paulo
hoje é de 12%, o que representaria desconto de R$ 3 mil sobre o valor de
um carro popular (R$ 25 mil). Já o IPVA sobre um automóvel zero deste
mesmo valor ficaria em R$ 1 mil no primeiro ano.

Fonte: Diário de Marília

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Justiça determina que professora com deficiência visual seja empossada
Apontada como como inapta para ser empossada por ser portadora de deficiência visual, professora será avaliada durante o estágio probatório pela equipe multiprofissional.

A professora M.R.D.R. conseguiu na Justiça que o município de Ubatuba a emposse no cargo de professora e que a compatibilidade entre as atribuições do cargo e a sua deficiência seja avaliada durante o estágio probatório pela equipe multiprofissional. A decisão é da última sexta-feira (7 de outubro) do juiz João Mário Estevam da Silva, da 1ª Vara Judicial, do fórum local.
M.R.D.R. foi aprovada em 1º lugar em concurso para professor - PEB I (Edital 008/06), mas o resultado da perícia médica a apontou como inapta para ser empossada por ser portadora de deficiência visual. Em seu pedido, a autora argumenta que o resultado não pode ser aceito porque a deficiência que a acomete nunca a impediu de exercer suas atividades de professora, tanto que lecionou em Ubatuba e em outros municípios.
O juiz, em sua decisão, afirma que a autora será devidamente avaliada quando submetida ao estágio probatório. "É intuitivo que a avaliação da compatibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do respectivo candidato será eficazmente realizada no bojo do estágio probatório, podendo ser exonerado caso não seja aprovado (artigo 20, Lei nº 8.112/90)."
Segundo o magistrado, ainda que "o edital preveja a possibilidade de exclusão do candidato portador de deficiência incompatível com as atribuições do cargo e que tal exame será realizado após a convocação para a nomeação, não se afigura razoável que do candidato seja previamente retirada a possibilidade de demonstrar sua real capacidade, aptidão e adequação, não sendo suficiente que apenas um profissional médico - por melhor que seja sua técnica -, defina-o como incapaz".
O magistrado ressalta ainda que M.R.D.R. foi aprovada em 1º lugar, ostenta farta experiência profissional e um considerável número de atividades científicas, o que demonstra ser pessoa empenhada, dedicada, zelosa, e voltada ao aperfeiçoamento. Para ele, tais elementos são relevantes e não podem ser desprezados. "Ao contrário, evidenciam que, apesar da deficiência de que é portadora, a autora busca sua integração social, competindo com outras pessoas desprovidas da mesma condição peculiar. Essa realidade, ao que parece, é desconhecida do profissional que avaliou subjetivamente a autora, conduzindo à precipitada conclusão de tê-la como inapta para assumir o cargo", declara.
João Mário Estevam salienta que ao proferir a sentença fez o uso apenas da mão esquerda, por ter a mão direita impossibilitada, momentaneamente, em decorrência de tendinopatia - constatada há dois dias - e que apesar de ser condição estranha ao mérito da demanda, tal condição trouxe a ele a clara visão de que estar incapacitado é conclusão que demanda análise mais profunda.

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de São

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Maioria das leis ainda são limitadas ou descumpridas no Brasil

O Brasil ainda é limitado nas leis, ou no cumprimento delas, quando o assunto é a deficiência física. Em relação à cegueira ela é ainda mais restrita. Em dezembro de 2000 foi publicada a lei 10.098, que dispõe sobre o fim das barreiras no mobiliário urbano com o objetivo de promover a acessibilidade e a locomoção das pessoas com deficiência. A idéia era acabar com as limitações que impedem estas pessoas de circular livremente, mas a prática ainda é insuficiente.
Em Ponta Grossa, por exemplo, as primeiras pistas táteis para facilitar a locomoção dos cegos, só foram instaladas na revitalização da Avenida Vicente Machado e no calçadão da Coronel Cláudio, entre 2008 e 2009. Mesmo assim, conforme os nossos entrevistados Luci Terezinha Urban e Mário Goles, quase sempre estas pistas estão ocupadas por pedestres ou por obstáculos.

Fonte: Jornal da Manhã

JOSÉ WALTER FIGUEREDO

#5. DE OLHO NA LEI

Colunista: MÁRCIO LACERDA (marcio.lacerda29@globo.com)

Portador de deficiência visual tem direito à isenção de ICMS na compra de veículo

PEC inclui acessibilidade entre os direitos sociais dos brasileiros

Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência

Portador de deficiência visual tem direito à isenção de ICMS na compra de veículo
As normas limitam o desconto apenas para deficientes que podem dirigir e excluem do benefício aqueles que não podem
Fonte | TJDFT - Quarta Feira, 28 de Setembro de 2011

O Conselho Especial do TJDFT concedeu mandado de segurança a um cidadão, portador de deficiência visual grave, para que ele possa comprar veículo automotor com insenção do ICMS. De acordo com a decisão colegiada, com vistas a promover a ampla acessibilidade aos portadores de deficiência, o item 130 do Decreto nº 18.955/97 e a cláusula primeira do Convênio ICMS nº 03/2007 (Confaz) não pedem ser interpretados de forma literal, pois ferem o princípio da Isonomia. As normas limitam o desconto apenas para deficientes que podem dirigir e excluem do benefício aqueles que não podem.

O autor do mandado de segurança relatou que é portador de glaucoma avançado, apresentando perda irreversível de campo visual bilateral, com campo visual inferior a 20 por cento, em ambos os olhos. Afirmou que obteve a isenção do IPI junto à Secretaria da Receita Federal, mas que o DETRAN/DF indeferiu seu pedido. Destacou que, embora as legislações pertinentes ao tema sejam omissas em relação à isenção do ICMS na aquisição de veículos por condutores auxiliares de portadores de necessidades especiais, os tribunais de vários estados entendem que este benefício também se aplica a esses casos.
O Secretário de Estado de Fazenda do Distrito Federal prestou informações alegando que houve, no caso, estrita observância dos requisitos legais. Defendeu a necessidade de interpretação literal das normas sobre o assunto, bem como negou ofensa ao Princípio da Isonomia, previsto na Lei Magna.

Os desembargadores do Conselho, no entanto, afirmaram que a Constituição Federal conferiu proteção especial à pessoa portadora de deficiência, com o fito de assegurar seu direito à igualdade, na justa medida de sua especial e peculiar situação, conforme o teor do artigo 227. Para a promoção da assistência integral aos portadores de deficiência, o Estado deve criar programas de integração dessas pessoas à sociedade, inclusive mediante a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos e por meio da eliminação de quaisquer obstáculos arquitetônicos e de todos os modos de discriminação.

Segundo os julgadores, "dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, estão a redução das desigualdades sociais e regionais, bem como a promoção do bem de todos, sem preconceitos e sem quaisquer formas de discriminação".

A decisão foi unânime.

Nº do processo: 2011002009724-7

Disponível em: http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/portador-deficiencia; acessado em: 30 de setembro de 2011.

PEC inclui acessibilidade entre os direitos sociais dos brasileiros
Rosinha da Adefal: acessibilidade precisa ser contemplada em políticas públicas
Fonte | Agência Câmara - Terça Feira, 04 de Outubro de 2011

Tramita na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 53/11, da deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que inclui a acessibilidade entre os direitos sociais dos brasileiros inscritos na Constituição, ao lado de educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, e assistência aos desamparados.
De acordo com a deputada, a acessibilidade pode ser definida como o direito do cidadão de ir e vir com segurança e autonomia, no uso dos espaços e serviços que a cidade oferece. Ela lembra que o Brasil é signatário da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU), que reconhece a acessibilidade como um dos direitos fundamentais das pessoas com algum grau de deficiência.

Segundo Rosinha da Adefal, para que o tema seja efetivamente inserido na formulação das políticas públicas, é preciso que a acessibilidade torne-se um direito constitucional.

“As políticas públicas, ao serem formuladas, deixam de prever, considerar e financiar as necessárias soluções em acessibilidade, o que causa prejuízo irreparável às pessoas com deficiência, que acabam por experimentar desvantagem quando do acesso e utilização dos serviços, supostamente postos a todos os brasileiros”, diz a deputada.

Tramitação

A CCJ vai analisar a admissibilidade da PEC. Se aprovada, será criada uma comissão especial para analisar o mérito da proposta. Em seguida, a matéria será votada em dois turnos pelo Plenário.

Disponível em: http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/pec-inclui-acessibilid; acessado em: 5 de outubro de 2011.

Escola indenizará por negar matrícula a estudante com deficiência
O autor concluiu a 8ª série, participando da formatura com os demais colegas. Porém, foi surpreendido com a negativa de matrícula no ensino médio, sob o argumento de que não seria mais possível prosseguir nos estudos considerando as suas deficiências

Fonte | TJRS

O Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC), de Porto Alegre, terá de pagar indenização de R$ 25 mil para estudante com deficiência. Após cursar todo o ensino fundamental no Colégio Americano, ele não conseguiu se matricular no ensino médio.
Em 1º Grau, O Juiz Flavio Mendes Rabello determinou o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil. Já no TJRS, em sede de apelação, a 5ª Câmara Cível aumentou o valor da indenização para R$ 25 mil.

Caso
Em dezembro de 2005, o autor concluiu a 8ª série, participando da formatura com os demais colegas. Porém, foi surpreendido com a negativa de matrícula no ensino médio, sob o argumento de que não seria mais possível prosseguir nos estudos considerando as suas deficiências.
Até conseguir uma liminar na Justiça para a realização da matrícula, o estudante ficou três meses sem frequentar as aulas.
Os pais do estudante decidiram ingressar com ação de indenização por danos morais e extrapatrimoniais.

Sentença
O processo tramitou na 16ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre. O Juiz de Direito Flavio Mendes Rabello condenou o Colégio ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15 mil, corrigidos pelo IGP-M e acrescidos de juro de mora de 1% ao mês.
Houve recurso da decisão.

Apelação
Na 5ª Câmara Cível do TJRS, o processo teve como relator o Desembargador Gelson Rolim Stocker. O magistrado determinou a majoração da indenização por danos morais e extrapatrimoniais para R$ 25 mil.
Em sua argumentação, o Desembargador afirmou que o autor da ação teve sua matrícula negada pelo Colégio Americano por ser portador de necessidades especiais, privando-se de frequentar as aulas, sofrendo ato de discriminação e preconceito, ocasião que ficou evidenciado o constrangimento e abalo moral.
O autor é aluno do Colégio Americano desde a 1ª série, realizando provas e tarefas e tendo aprovação até concluir a 8ª série. Ademais, o convívio com os colegas e professores é uma forma de inserção social necessária à evolução e capacitação do autor, destacou o magistrado.
Participaram do julgamento, além do Desembargador relator, os Desembargadores Jorge Luiz Lopes do Canto e Isabel Dias Almeida.
Apelação nº 70039492129Disponível em:
http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/escola-indenizara-p
; acessado em: 5 de outubro de 2011.

Justiça determina que professora com deficiência visual seja empossada
O magistrado ressalta que M.R.D.R. foi aprovada em 1º lugar, ostenta farta experiência profissional e um considerável número de atividades científicas, o que demonstra ser pessoa empenhada, dedicada, zelosa, e voltada ao aperfeiçoamento

Fonte | TJSP

A professora M.R.D.R. conseguiu na Justiça que o município de Ubatuba a emposse no cargo de professora e que a compatibilidade entre as atribuições do cargo e a sua deficiência seja avaliada durante o estágio probatório pela equipe multiprofissional. A decisão é da última sexta-feira (7) do juiz João Mário Estevam da Silva, da 1ª Vara Judicial, do fórum local.
M.R.D.R. foi aprovada em 1º lugar em concurso para professor - PEB I (Edital 008/06), mas o resultado da perícia médica a apontou como inapta para ser empossada por ser portadora de deficiência visual. Em seu pedido, a autora argumenta que o resultado não pode ser aceito porque a deficiência que a acomete nunca a impediu de exercer suas atividades de professora, tanto que lecionou em Ubatuba e em outros municípios.

O juiz, em sua decisão, afirma que a autora será devidamente avaliada quando submetida ao estágio probatório.
“É intuitivo que a avaliação da compatibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do respectivo candidato será eficazmente realizada no bojo do estágio probatório, podendo ser exonerado caso não seja aprovado (artigo 20, Lei nº 8.112/90).”

Segundo o magistrado, ainda que
“o edital preveja a possibilidade de exclusão do candidato portador de deficiência incompatível com as atribuições do cargo e que tal exame será realizado após a convocação para a nomeação, não se afigura razoável que do candidato seja previamente retirada a possibilidade de demonstrar sua real capacidade, aptidão e adequação, não sendo suficiente que apenas um profissional médico – por melhor que seja sua técnica –, defina-o como incapaz”.

O magistrado ressalta ainda que M.R.D.R. foi aprovada em 1º lugar, ostenta farta experiência profissional e um considerável número de atividades científicas, o que demonstra ser pessoa empenhada, dedicada, zelosa, e voltada ao aperfeiçoamento. Para ele, tais elementos são relevantes e não podem ser desprezados.
“Ao contrário, evidenciam que, apesar da deficiência de que é portadora, a autora busca sua integração social, competindo com outras pessoas desprovidas da mesma condição peculiar. Essa realidade, ao que parece, é desconhecida do profissional que avaliou subjetivamente a autora, conduzindo à precipitada conclusão de tê-la como inapta para assumir o cargo”, declara.

João Mário Estevam salienta que ao proferir a sentença fez o uso apenas da mão esquerda, por ter a mão direita impossibilitada, momentaneamente, em decorrência de tendinopatia – constatada há dois dias – e que apesar de ser condição estranha ao mérito da demanda, tal condição trouxe a ele a clara visão de que estar incapacitado é conclusão que demanda análise mais profunda.

Disponível em: http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/justica-determina-q; acessado em: 14 de outubro de 2011.

E-mail: marcio.lacerda29@globo.com
Twitter: @marciolacerda29

MÁRCIO LACERDA

#6. TRIBUNA EDUCACIONAL

Colunista: SALETE SEMITELA (saletesemitela@terra.com.br)

Coitadinho, tão estressado
Cláudio de Moura Castro

A Senhora Deborah Stipek se preocupa com o stress dos seus alunos que tentam entrar em universidades hipercompetitivas. Poderiam ser mais felizes e tão bem-sucedidos se fossem para outras com menos nome. Corretamente interpretado, é um comentário pertinente. Contudo, ela é diretora do Departamento de Educação de Stanford e a nota saiu como editorial na revista Science, ambos prestigiadíssimos. Há o risco de ser mal interpretada no Brasil, onde alguns festejam as desculpas para a malandragem. Dito e feito, foi isso que lemos na nossa imprensa.

Entendamos o stress. Sentindo a ameaça de ser comido por uma onça, o corpo reage, reajustando o fornecimento de energia para cada órgão e preparando-se para fuga ou a luta. Hoje há menos perigos físicos, mas a reação é a mesma, diante de uma ameaça, seja o medo de levar bomba na escola ou perder a promoção. Porém, os caminhos do stress são tortuosos (além do que poderíamos explicar aqui). Em primeiro lugar, o que causa stress não é a ameaça em si, mas nossa insegurança de lidar com ela. Pesquisas mostraram baixo stress em advogados defendendo causas difíceis, o qual virava alto stress diante do trânsito engarrafado. Policiais de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bêbados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu relatório. Supressa! O stress só aparece na delegacia, absolutamente segura. A lógica é cristalina. O advogado passou anos se preparando para lidar como stress dos tribunais, mas não os imponderáveis do trânsito. O mesmo ocorre com o policial. Tomar facas é sua profissão. Escrever um relatório que pode ser criticado por seus superiores é terreno pantanoso.

Em segundo lugar, stress não é necessariamente uma coisa ruim. Pode ser boa. O ato de criação pode ser estressante. Tarefas desafiadoras podem ser estressantes e boas. Portanto, evitar o stress pode significar distanciar-se de realizações. Entras nas universidades de primeira linha é dificílimo. Mas é nelas que se concentram as melhores cabeças e de onde saem as melhores ideias e inovações. É por isso que ouvimos falar tanto de Harvard ou Stanford. Aliás, a professora Stipek trocaria seus orientandos por outros, de universidades mais fáceis?

Voltando à escola, o stress não tem a ver com o número de horas de estudo ou com a dificuldade do assunto ou sua chatice – mas com a falta de preparação para lidar com isso. Um coreano pode passar doze horas estudando, todos os dias, sem stress, pois é seu hábito. Um brasileiro que estuda dez minutos por dia vai ficar estressado se tiver que estudar meia hora. Uma pesquisa curiosa ilustra a desconexão entre o stress e suas causas. Verificou-se que alunos asiáticos ficavam estressados quando tiravam notas ruins, trazendo a vergonha à família e pondo em jogo sua reputação. Em contraste, americanos ficavam estressados quando tiravam notas boas, pois eram malvistos pelos colegas e xingados de nerds. Sofrer com o stress não é uma fatalidade. A solução é aprender a lidar com ele, como fazem os advogados e policiais citados. Achar que os alunos estão estressados porque estudam demais é parte do cacoete que explica nossos péssimos resultados nos testes internacionais.

Em uma pesquisa que realizei, foi possível notar que os alunos do supletivo dedicavam mais horas à televisão por dia do que ao estudo durante toda a semana. Outra pesquisa mostrou que, quanto mais elevada a série, menos o número de horas de estudos diários – com maior maturidade, deveriam estudar mais. Mesmo às vésperas do vestibular, as horas de preparação são poucas, até no ensino privado. Os números mostram: nossa educação combina uma jornada escolar curta com míseros minutos estudando em casa. É o pior dos mundos.

Previsivelmente, o editorial da Science logo despertou o instinto maternal nos nossos luminares: coitadinhos dos nossos alunos, tão estressados! Mas está errado, se há stress, não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar. Estressado é quem nunca estudou direito e, de repente, ouve dizer que para passar no vestibular é preciso mudar de vida. A solução não deve ser estudar pouco ou buscar um curso fácil, mas aprender a estudar e aprender a lidar produtivamente com o stress.

(Revista "Veja" - 24/08/2011)

SALETE SEMITELA

#7. ANTENA POLÍTICA

Colunista: HERCEN HILDEBRANDT (hercen@terra.com.br)

Um duelo unilateral

No centro da cidade do Rio de Janeiro, um advogado cego entrou num táxi, sentou-se ao lado do motorista e cumprimentou-o. O taxista, gago, perguntou-lhe, com sua dificuldade de articulação da fala:
- Para onde você vai, ceguinho?
- Para o Grajaú - respondeu o advogado, completando a informação com o nome e o número da rua a que se destinava.
O motorista deu a partida e seguiu em silêncio até o Maracanã, onde perguntou ao cliente.
- Eu sigo pela 28 de Setembro ou vou pela Maxwel, ceguinho?
O passageiro, já incomodado com o tratamento, disse-lhe:
- Siga pela 28, gaguinho.
Mostrando grande irritação, o taxista repreendeu-o:
- Eu não admito que me chamem pelo meu defeito!
- O meu é muito "pior", o senhor chamou-me duas vezes e eu não me irritei - disse, tão calmamente quanto o pôde, o cego.
Ambos permaneceram calados até o destino.
Ao chegar, o taxista parou o automóvel, apeou, contornou-o pela frente, abriu a porta para o passageiro e disse-lhe:
- R$25,00.
O advogado pagou-lhe com uma nota de r$100,00.
O taxista deu-lhe, de troco, quatro notas e perguntou-lhe:
- Você sabe quanto vale cada uma destas notas?
- Uma vale R$50,00, duas valem R$10,00 e a outra R$5,00 - respondeu o cego, enquanto guardava o dinheiro.
- Você é esperto! - concluiu o taxista.
Ao entrar em casa, o advogado mostrou o dinheiro a um familiar para ordenar as notas. Quatro notas de R$2,00. O taxista enganara-o.
Roubara-lhe R$67,00.

Teria o motorista do táxi apenas praticado um roubo? Seria ele um mero ladrão? Teria ele simplesmente abusado da impossibilidade do passageiro cego reconhecer o valor das notas para apropriar-se de seu dinheiro?
A pergunta e o comentário do taxista ao despachar o advogado autorizam-me a afirmar que não. Ele se sentiu humilhado ante a "arrogância" daquele "ceguinho" "inútil", "incapaz de trabalhar", "dependente da generosidade de outrem para sustentar-se", que ousava chamar-lhe a atenção para um "defeito" de que se envergonhava e não tinha como esconder. E o "desgraçado" ainda pagara-lhe o serviço com a nota de valor mais elevado de nosso sistema monetário. Precisava retribuir-lhe a ofensa com uma humilhação maior. Roubou o advogado para dar-lhe uma demonstração de "superioridade".

Se as notas de Real fossem reconhecíveis pelo tato, fatos como esse não sucederiam.
Mas não é esse o tema em questão. O taxista reconhecia-se uma pessoa "defeituosa". Preocupava-o mais a categoria socialmente "inferior" de pessoas a que sua limitação o "reduzia" que as dificuldades que ela lhe poderia causar. Quanto ao cego, aborreceu-se com o termo depreciativo que lhe dirigira o interlocutor e procurou mostrar-lhe sua
inconveniência, dando-lhe o mesmo tratamento.
Também não está em questão o indiscutível mau caráter do motorista, que, para mostrar-se pertencente a uma categoria de pessoas socialmente "superior" à do cego, roubou-lhe dinheiro.
Se o advogado tivesse "engolido o sapo" e compreendido que meras palavras não desfazem pré-conceitos, talvez recebesse seu troco correto e chegasse a casa sem a humilhação. Mas seu momento emocional não lhe permitia isso. Tivera um dia de trabalho cansativo e impacientou-se com o tratamento que lhe deu o taxista.

Vale, ainda, ressaltar a sagacidade do motorista. Era-lhe necessário mostrar ao "trevoso" que uma pessoa como ele "tem que saber qual é o seu lugar". Encontrou o meio "adequado" na pergunta e no comentário finais.
O outro só teria conhecimento da trapaça mais tarde, quando já não o poderia encontrar para exigir-lhe satisfação. Saiu vitorioso em um "duelo" de que seu adversário só viria a tomar conhecimento depois de morto pelas costas.

HERCEN HILDEBRANDT

#8. PAINEL ACESSIBILIDADE

Colunista DEBORAH PRATES (deborahprates@oi.com.br)

Projeto: "Tem Visibilidade? Olhe para nós"!

Amigos Leitores do Contraponto

Agora estamos interagindo também por essa coluna, o que me deixa hiper feliz! E para falar da - tão sonhada – Acessibilidade é que cito Alexandre Graham Bell:
"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram."
Vamos agigantar a Rede da Solidariedade?

Descrição de imagem: Foto de fundo branco com três armações de óculos redondas, divertidas e sem as lentes, arrumados como um triângulo. Acima, no vértice, uma de cor lilás; embaixo, na base à esquerda a segunda armação de cor vermelha e à direita a
terceira armação de cor verde lima.

A imagem acima foi escolhida para ilustrar a frase: "Se lhe derem uns óculos sem as lentes, cuidado! É armação." Uma alusão aos sites, estabelecimentos, eventos e pessoas que usam as palavras Inclusão e Acessibilidade, como marketing, sem realmente prezar por isso. Lembre-se: nunca faça nada para PcD (Pessoa com deficiência) sem ouvi-la.

Esse projeto nasceu pós ida ao Rock in Rio/2011. Tamanha fora a negligência dos Srs. Organizadores relativamente à falta da - tão sonhada - Acessibilidade, que resolvi interagir com a sociedade. Inteiração essa que só tomará corpo se somada com a
vontade de Cada Um Leitor que, também tenha por meta um Planeta Melhor para todos! Eis a força da Rede da Solidariedade!

Partindo da minha crônica - "Um Mundo Pior para Todos" - registrando a minha passagem pela Cidade do Rock, aliada ao total Deboche dos organizadores, foi que brotou a ideia de envolver a todos que, de alguma forma, tenham Visibilidade para que abracem a nossa luta.

*** Conteúdo/Proposta:

A proposta é bem singela. Não envolve dinheiro/recursos, mas, tão-só, espírito de Solidariedade e Amor ao Próximo.

"Tem Visibilidade? Olhe para Nós!

Apesar de uma farta legislação sobre o assunto, muito pouco temos feito para diminuir as diferenças no que concerne a Acessibilidade física, de informação/comunicação e atitudinal. Esse desrespeito parece ser Cultural! Não é possível que, por exemplo, num evento tão grande, tanto do ângulo estrutural, quanto do comunicacional os Srs. Organizadores não tenham tido a preocupação de contratar uma Equipe com conhecimento na área. Afinal, somos igualmente Seres Humanos!
Abaixo informo aos amigos alguns dos pontos que constatei como Desumanos, a fim de que também possam avaliar se tenho razão.

1 – Portão Especial - De cara faço meu protesto com relação à existência de um portão especial que atinja o seu objetivo. No site do Rock in Rio havia essa indicação. Daí é que fui, com minha filhota, procurar esse oásis! Loucura total!
Absurdo ser o 1º portão destinado ao grande público. Óbvio que se temos deficiência nosso portão deveria vir antes dos outros, não acham justo? andar cerca de + 1 Km até achar o especial e ficarmos quietos é não nos amarmos! Ninguém, absolutamente ninguém, sabia dar informação onde achá-lo. Diziam: Deve Ser Lá na Frente.
Ou: Debaixo Daquele Viaduto.
Ou: Não tenho a Menor Ideia.
Fomos caminhando sozinhas porque o fluxo terminara no principal. Sobre os assaltos não precisamos falar agora, já que a mídia foi forte nesse sentido!

2 – Falta de Clareza nas Informações:
O portão especial estava assim no site: Do Principal É o Especial o Último do Lado Esquerdo Extremo. Inimaginável entender isso! Total desrespeito! O que significa o último do lado esquerdo extremo???

3 – Rádio e Desrespeito - Procurei - com + de 20 prepostos - banheiros e locais destinados aos deficientes e Não foram encontrados pelos prepostos. Mesmo com o auxílio de rádio ninguém sabia nada de nada. O pior é que passavam o rádio na nossa frente e diziam:
Esperem Aqui Que Virá Um Promotor do Evento Buscar Vocês.
E ficávamos ao Deus dará! Ninguém aparecia. Fomos feitos de tolos inúmeras vezes! Voltaremos a ser os "Bobos da Corte"?

4 – Banheiros Químicos - Só encontrei Um. Ainda assim foi minha filhota quem avistou e não qualquer preposto que tenha dado informação. O lema era "Cada Um Por Si E Deus Por Todos"! Mesmo assim a pia era do lado de fora e tinha um grande degrau que nenhum cadeirante poderia subir. Senti bem a sua altura com a Minha Bengala! Enorme!

5 – Ônibus Com Elevador - Total falta de respeito com os cadeirantes! Eles terem que "fechar" suas "pernas" para colocá-las no bagageiro! E terem que ser carregados para a poltrona do ônibus por estranhos despreparados! Um absurdo!
Temos que nos ater que a tecnologia é para o deficiente parte Integrante de seu corpo. Vale dizer que separar o cadeirante de sua cadeira é total Falta De Humanidade.
A cadeira de rodas faz parte do deficiente, pelo que não se pode conceber que num evento do porte do Rock In Rio não houvesse disponibilidade financeira para ônibus com Elevador! Na verdade as autoridades competentes Não fiscalizam o transporte público, ficando com a sociedade essa Grita!

6 – Ônibus para os Idosos e Outros - Também há que ser ressaltado que os ônibus com elevadores não servem apenas para atender os deficientes. Basta consultar as recentes pesquisas para verificar que as pessoas estão vivendo bem mais. Vale
dizer, pois, que os Idosos estão aumentando e que precisam ter seus direitos respeitados! Encontramos muitos idosos com seus netos e sem respeito! Andar 1,5 Km até o portão principal e mais 1 Km até o nosso especial é um abuso! Também existiram grávidas, pessoas com membros engessados, recém operados que precisariam de elevador no ônibus. Além do que estes teriam que ir até os portões. É o nosso direito de ir e vir com respeito e liberdade!

7 – Rampas Inclinadas - As rampas, por conta da irregularidade do terreno, não estavam Todas adequadas para os cadeirantes e outras pessoas. Muitas, pelas quais passei, estavam extremamente inclinadas. Algumas tão íngremes que tive que pedir ombro amigo para me apoiar com temor dos pés deslizarem. Para dar pseudo acesso foram colocadas madeiras revestidas com grama artificial numa lambança só! Percorri toda a Cidade do Rock, até porque estava acompanhando adolescentes (filha e amigas).
A curiosidade das meninas me fizeram vistoriar "tintim por tintim" daquele gigantesco espaço. Dava para perceber que os encarregados que fizeram os acessos não nutriam o menor conhecimento da legislação Vigente e - escandalosamente - a Ignoraram com
a chancela das autoridades! E nós? Calaremos?

8 – Condução para os Deficientes - Claro é que teríamos que ter um cuidado especial para chegar ao nosso portão. Pelo menos segurança do evento. Deixar os deficientes caminhando sozinhos numa área irregular e sem segurança é brutal!
Fora do contexto e razoabilidade! Sr. Roberto Medina! Onde esteve o senhor todo o tempo?

9 - Táxis Até o Portão Para Deficientes - Táxi é transporte para o público e a legislação é clara ao determinar que tem que atender as pessoas em geral. Aristóteles, em tempos remotos, já sugeria que deveríamos tratar os desiguais na medida/proporção de suas desigualdades. Logo, para nós os táxis deveriam ir até o portão especial! Evidente! Muita insensibilidade do nosso Prefeito e dos Srs. Organizadores terem nos exposto ao sabor da sorte! Temos que repensar as Urnas! Reeleger quem Não o fez por nós é "Merecer o Sofrimento"!

10 – Acessibilidade de Informação e Atitudinal - Se não se preocuparam em colocar a acessibilidade física, deveriam, quando começaram as denúncias, terem os organizadores primado pelas acessibilidades de informação e atitudinal. Ao contrário, os prepostos permaneceram a dizer que De Nada Sabiam! Como não nos damos o respeito é que empresários, prefeitos e demais semelhantes não nos veem.

11 - Cegos "Perdidos No Tiroteio" - Num mega evento com cem mil pessoas seria Impossível a locomoção com bengala sem um local marcado. Não havia piso tátil fazendo a marcação dos acessos principais! Um recurso de tão baixo custo teria que
compor o ambiente! Inacreditável! Ora, se tínhamos um portão especial é coerente deduzirmos que nos conduziria a algum local especial/acessível! Sabem aquelas escadas que não levam a nenhum lugar? Às vezes terminam numa parede!

12 – Site Informava Local Para Cadeirantes - Lamentável a incompetência dos Srs. Organizadores. Havia no site indicação de local destinado aos Cadeirantes. Mas, e os outros segmentos das deficiências? Qual a razão de terem sido Excluídos?
A denominação justa deveria ser Local Para Pessoas Com Deficiência e não para os Cadeirantes! Ora, se havia um portão especial para pessoas com necessidades especiais (deficientes, idosos, gestantes, etc.) deveria, logicamente, ser marcado com todos os recursos de acessibilidade compatíveis com cada necessidade, não acham? Pois é! Mas nada havia e, o que é pior, um bombeiro que me disse estar no local desde as obras nem o local destinado aos cadeirantes conhecia. Chegou a dizer que tal local Não Existia FisicamenteE! Cruel, né?

Pelo Twitter passei as madrugadas a interagir com cada mensagem do @rockinrio sem sucesso. Num tuite - parecendo Ironia - disseram que havia certa camiseta escrita em braile. Já noutro informavam que haviam colocado um telão para a transmissão do evento na Cidade de Deus.

É nesse clima de absoluto Descaso que vamos tocando a nossa vidinha. Basta! Não acham?

Hoje em dia o empresário há que estabelecer a Cultura da Cooperação. Certamente é a judicialização o pior caminho! Nem é preciso comentar sobre a máquina judiciária! Então, temos que resolver nossas pendengas de forma a fugir do Poder Judiciário. Pensei na Rede da Solidariedade.

Confabulei com os "meus botões": E se envolvêssemos pessoas com alguma Visibilidade? Por exemplo, artistas, jornalistas, blogueiros, etc.. Esses contatos seriam via Twitter que é bem simples e curto. A ideia é entrarmos nos contatos e solicitarmos que abracem o projeto "Tem Visibilidade? Olhe Para Nós"!

A rede da solidariedade consiste numa simples pergunta:
Nesse Local Há Acessibilidade? Eis a simples indagação que os detentores de alguma visibilidade hão que fazer aos empresários com quem tiverem contato. Por ilustração, lembro dos cantores e atores/artistas que assinam contrato para eventos/shows/peças. Ao terem contato com quem os esteja contratando farão a pergunta:
Nesse Local Há Acessibilidade?

Só isso! De longe pediríamos que - não havendo acessibilidade - deixem de contratar. Claro que não! Apenas com a pergunta a semente/reflexão já estaria semeada. Simples assim. Ser mais realista que o rei é burrice!

Pós reflexão atos singelos começarão. Uma rampa, um cardápio em braille, um banheiro adaptado, LIBRAS, etc...

Essa cultura do descumprimento das leis só irá melhorar com esses toques. Nesse terceiro milênio o empresário que não desenvolver o seu ponto de Deus no cérebro estará fadado ao insucesso. Há que desenvolver seus cocientes espirituais, de
modo a propiciar aos empregados, bem como a todos que com eles contratem um maior bem-estar. Esse conforto não pode somente ser voltado para as florestas, redução dos gases nocivos, término das queimadas, etc.. Temos, sim, que reflorestar os nossos cérebros que, na grande maioria, estão áridos e apresentando sérias rachaduras.
É o solo que tem que ser tratado! Daí, sim, começaremos a nos amar. Em consequência, amar o outro. Por fim, amar o Planeta. É o homem seu pior predador.

Do jeito "meio que não quer nada", construiremos o todo, pelo que Convido aos leitores amigos que abracem esse projeto "Tem Visibilidade? Olhe Para Nós"!

"Somos Todos Anjos de Uma Asa Só. Precisamos Nos Abraçar Para Poder Voar".
(autor desconhecido)

DEBORAH PRATES

# 9. DV-INFO

Colunista: CLEVERSON CASARIN ULIANA (clcaul@gmail.com)
Cinco upgrades do PC onde quase todo mundo erra

Caro leitor,

Hoje tornou-se fácil comprar um computador diretamente de fabricantes que os vendem devidamente montados e prontos para uso. Os preços baixaram muito e os fabricantes já ofertam suporte técnico adequado ao Brasil. Em todo caso, se quiser dicas para montar um PC por conta própria, se está aprendendo a mexer nos componentes de uma máquina ou tem simplesmente curiosidade de saber como funcionam, o artigo abaixo é um prato cheio, ao menos como iniciação à matéria. Saquei-o do sítio brasileiro da PC World, que traduziu o artigo escrito originalmente na sede do dito veículo nos EUA.
O endereço da tradução que segue abaixo é:
http://pcworld.uol.com.br/dicas/2011/06/27/5-upgrades-do-pc-onde-quase-t...

Boa leitura e nos vemos.

***
Cinco upgrades do PC onde quase todo mundo erra
Robert Strohmeyer, PCWorld EUA

Atualizar o hardware de seu PC é fácil, mas há uma forma certa e uma forma errada de fazer as coisas. Aqui estão cinco upgrades onde a maioria das pessoas erra e dicas de como acertar

Seja você um usuário calejado ou um novato tecnófobo, são grandes as chances de o último upgrade que você fez em seu PC não ter seguido as melhores práticas da indústria. Muitos novatos arruinam upgrades por inexperiência, mas é muito comum ver um veterano dispensar a cautela na hora de trocar um processador, um pente de RAM ou instalar um novo HD ou placa de vídeo.

Não importa de que lado você está, cortar caminho enquanto trabalha com o computador lhe coloca em risco de danificar componentes sensíveis, e geralmente caros. No pior dos casos, você pode até mesmo destruir a máquina inteira.

Adicionar RAM, trocar um processador ou instalar um novo HD podem ser tarefas muito simples. Mas seguir as precauções básicas - não importa o quão paranóicas ou bobas elas pareçam ser - pode proteger sua máquina, seu bolso e evitar desperdício de tempo e frustração. Tirar alguns minutos a mais para passar os cabos pelos locais corretos, por exemplo, pode significar a diferença entre um PC frio e silencioso e uma "torradeira" que soa como um avião a jato prestes a decolar.

O erro mais comum - e isso vale para o upgrade de qualquer componente - é a ausência de proteção eletrostática. Os menos experientes sequer sabem que a eletricidade estática armazenada em seus corpos pode ser subitamente descarregada em um componente com um simples toque, "fritando" a peça como um raio.

Os veteranos, entretanto, enfrentam o problema oposto. Anos de manuseio de HDs, pentes de memória, placas de vídeo e processadores nos tornam insensíveis ao perigo real apresentado pela eletricidade estática, nos deixando vulneráveis a um problema que sabemos perfeitamente como evitar. Então vamos lá pessoal: usem uma pulseira anti-estática sempre que forem mexer em seus PCs.

Upgrade de RAM

O principal erro dos novatos na hora de instalar mais RAM é comprar o tipo errado de memória. Comprar componentes para o PC virou uma atividade "self-service", e há poucos mecanismos para impedir que as pessoas escolham um modelo errado.

A primeira coisa a fazer é descobrir que tipo de memória seu PC usa, incluindo a velocidade do barramento. Esta informação pode constar nos manuais que acompanharam a máquina, ou você pode usar uma ferramenta disponível no site da Kingston: basta indicar o fabricante de seu PC, o modelo e o site lhe diz qual o tipo de memória ideal, e qual o máximo que a máquina pode comportar.

Fabricantes de memória produzem pentes com variadas configurações de pinos, taxas de transferência e velocidade de barramento. Se seu laptop usa pentes PC2-5300 de 667 MHz, mas a loja só tem pentes PC3-10600 de 1333 MHz, resista à tentação de "experimentar". Não vai funcionar, você pode danificar seu PC durante o teste e a loja provavelmente não irá devolver seu dinheiro se os pentes já tiverem sido usados.

Outro grande erro é ignorar a capacidade máxima de memória de cada máquina. Alguns modelos, expecialmente netbooks e ultraportáteis (e muitos Macs) só aceitam uma quantidade limitada de memória. Mesmo que sua loja de informática favorita tenha pentes de 4 GB compatíveis com seu computador, você pode acabar descobrindo que ela aceita pentes de no máximo 2 GB. Verifique a documentação antes de comprar.

Trocando o processador

Não deve ser surpresa que os erros mais devastadores durante um upgrade envolvem o processador. Ele é basicamente o "cérebro" do computador e se você errar, mesmo que por pouco, durante a instalação pode esperar problemas sérios à frente.

Presumindo que você tenha comprado o processador certo para sua máquina, você ainda tem que evitar os seguintes erros incrivelmente comuns que assolam o processo de instalação: pinos tortos, pasta térmica mal aplicada e instalação imprópria do dissipador de calor.

Processadores têm milhares de pequenos pinos que o ligam ao soquete na placa-mãe, formando a conexão vital por onde passam os dados. Se um destes pinos for dobrado ou quebrado, você estará em sérios apuros. Sempre que manusear o processador, tenha extremo cuidado para não tocar nestes pinos de forma alguma, e não os apóie sobre a mesa, borda do gabinete, outros componentes ou qualquer outra coisa.

Da mesma forma, nunca force o processador no soquete. Se ela não encaixar perfeitamente é sinal que há algo errado, e colocar pressão sobre o processador é receita certa para entortar um pino. Em vez disso levante o processador, verifique se a posição dos pinos está alinhada com a do soquete, se a alavanca do soquete está totalmente aberta e tente novamente.

Caso um pino do processador entorte, você pode tentar endireitá-lo usando um pedaço de material não condutivo como um cartão de crédito. Com muita paciência e delicadeza tente empurrar o pino de volta para a posição original, sem danificar os que estão ao redor. Não use força, ou você irá piorar o problema.

Entre o processador e o dissipador de calor deve haver uma fina camada de pasta térmica cujo propósito é conduzir o calor até o dissipador, onde ele pode ser eliminado. Para garantir um bom contato entre os dois componentes e evitar a criação de "pontos quentes" sobre o processador esta camada deve ser lisa, fina e uniforme.

Um erro comum é deixar a pasta térmica original no lugar, ou então "completar" com um pouco de pasta nova. Isto pode produzir "nódulos" na pasta, o que resulta em uma irradiação de calor desigual e pode em alguns casos até diminuí-la, deixando o processador mais quente do que deveria. Para evitar este problema remova a pasta antiga do processador e do dissipador e aplique uma nova camada ultrafina de pasta em ambos antes de remontar o conjunto.

Por fim, evite o erro de usar um dissipador inadequado ou incompatível com seu processador. Se o novo processador é substancialmente mais rápido que o antigo, ele provavelmente gera mais calor e o dissipador original não dará conta do recado. Portanto, inclua um dissipador novo como parte do upgrade.

Mas você não precisa investir centenas de reais em um caríssimo sistema de refrigeração a água. Simplesmente compre um dissipador de qualidade compatível com seu processador. E se seu novo processador já veio com um dissipador na embalagem, não há motivo para não usá-lo.

Upgrade de HD

Junto à RAM, um disco rígido é um dos componentes mais fáceis de atualizar em um PC. E geralmente a parte mais complicada do processo é alcançar todos os parafusos com a chave Philips. Isto acontece porque muitos gabinetes para PCs só abrem facilmente de um lado, ou contêm componentes que ficam no caminho da "gaiola" com os HDs. Resista à tentação de parafusar o HD apenas de um lado: um HD mal-instalado pode vibrar, tornando seu PC mais ruidoso do que deveria e potencialmente encurtando a vida útil do disco.

Quase todos os gabinetes de PCs são projetados para permitir acesso aos dois lados da gaiola, e em muitos casos ela é removível, permitindo que você a retire, parafuse o HD corretamente e a coloque de volta sem muito esforço. Faça isto e você colherá os frutos na forma de um PC mais silencioso e um HD que vai durar mais.

Outro erro comum - mesmo entre quem tem experiência na montagem de PCs - é usar o tipo errado de parafuso para fixar o HD. Geralmente esse erro não é desastroso, porque a diferença de diâmetro entre os parafusos do gabinete e do HD é sutil. Mas os parafusos 6-32 usados nos gabinetes são ligeiramente mais grossos e tem uma rosca com espaçamento maior que os M3 usados nos HDs, o que pode danificar os buracos dos parafusos no disco, levando a problemas mais tarde se você precisar removê-lo.

Não ignore a fonte de alimentação

À medida que atualizamos nossos PCs, quase nunca reduzimos o consumo de energia. Com isso, após alguns upgrades os componentes podem acabar excedendo a capacidade da fonte de alimentação que veio com o computador. Um exemplo é a troca de uma placa de vídeo por um modelo mais poderoso, que exige dois conectores de força: trocar uma GeForce 8600 por uma GeForce GTX 295 pode quadruplicar a demanda por energia no barramento PCI-Express.

Se a fonte não for capaz de dar conta do recado, os resultados podem variar de reinicializações inesperadas sempre que a máquina exigir mais energia (como na hora de rodar um jogo 3D) a uma fonte queimada e torça para ela não levar nenhum outro componente junto.

Portanto, na hora de atualizar o PC reserve um momento para avaliar se sua fonte atual agüenta a carga que você está colocando sobre ela. A ASUS tem uma boa calculadora online que ajuda a fazer as contas. Você pode acabar descobrindo que espera que uma fonte de 650 Watts dê conta de um sistema que exigem mais de 800 Watts sob carga total.

Organize os cabos

Sei bem como é: você não se importa com a estética dos componentes de seu sistema ou simplesmente está com pressa e quer terminar logo o upgrade para poder jogar. Mas deixar os cabos dentro do PC pendurados como cipós na selva é um erro grave.

Uma boa dissipação de calor é crítica para a estabilidade e desempenho de qualquer PC, especialmente à medida que você adiciona componentes mais poderosos (e que produzem mais calor) ao sistema. Se você bloquear o fluxo de ar através do centro do chassis com um emaranhado de cabos, estará prejudicando o desempenho dos ventiladores e dissipadores de seu PC. Organizar os cabos aumenta o fluxo de ar através do sistema e ajuda a manter o seu PC mais frio.

Se você olhar dentro de uma daquelas "super-máquinas" produzidas por fabricantes focados em desempenho como a Velocity Micro ou Maingear, verá que os cabos estão praticamente fora de vista, passando por trás das paredes do chassis, sob a placa-mãe e ao longo dos cantos do gabinete, presos por amarrilhos precisamente cortados.

Você não precisa ser tão meticuloso quanto os profissionais para dar à sua máquina um melhor fluxo de ar e uma aparência organizada.Simplesmente compre um pacote de amarrilhos e agrupe os cabos de forma coerente, deixando o máximo possível de espaço disponível no centro do gabinete.

Siga nossas dicas e seu PC "renascido" irá lhe agradecer com melhor desempenho e estabilidade. Isso vale ou não o esforço?

CLEVERSON CASARIN ULIANA

#10. O DV E A MÍDIA

Colunista: VALDENITO DE SOUZA (vpsouza@terra.com.br)

*Aos olhos de quem vê

Reportagem especial apresenta um dos colunistas do Jornal Opção, um homem que luta por autonomia e estabilidade desde que se entende por gente

“É que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos.”
(José Saramago)

Por e-mail, recebo alguns dos textos que serão publicados nas colunas do site do Jornal Opção. A terça-feira é o dia da “Homéricas”, escrita por Alisson Azevedo
São textos não muito longos, mas densos, de notada sensibilidade; crônicas simples; observações e esbarradas cotidianas. Até então, era tudo o que eu sabia.

Como manda o manual do jornalista, eu quis checar uma informação que tinha recebido na semana anterior e, na última terça, Alisson veio até a nossa redação me encontrar. Havíamos combinado por e-mail mesmo e eu nem sequer havia citado o motivo exato para o encontro. Ele veio assim mesmo, solícito. Quando cheguei, ele já estava na recepção, falando ao celular. Nem olhou, mas me viu.

Alisson Azevedo tem 29 anos, quase virando 30. Formado em Direito pela PUC, é servidor público concursado, técnico judiciário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Tinha as unhas cuidadosamente feitas e, nos bolsos, três celulares incansáveis. Subiu as escadas de braços dados comigo e explicou, sem cerimônias, que era só eu ir andando que ele me acompanhava. A informação que eu havia recebido estava certa: ele não era um cego comum.

Autonomia
— Comecei a escrever para o Jornal Opção em janeiro e comecei com uma crítica de cinema.
Alisson é um fã do cinema nacional. Mas isso foi mais uma consequência do que uma escolha. Ele tinha uns 13 anos quando o cinema o “pegou”. Foi ao cinema com os amigos, assistir “Terra Estrangeira”, do Walter Salles Júnior, e se impressionou com a trama, os diálogos, a música. Daí em diante, criou com o cinema, uma relação que chama de esquizofrênica. Assistiu a todos os filmes nacionais que encontrou. Na época, os filmes nas locadoras eram todos legendados.
Depois, com a chegada do recurso da dublagem nos aparelhos de DVD, o cardápio cinematográfico aumentou.
Sem poder ver as cenas, ele agradece aos filmes com o recurso da audiodescrição, no qual é feita uma narração das cenas silenciosas. O processo é auditivo, mas, fundamentalmente, intuitivo. Eu pergunto se há também um pouco de imaginação e ele responde que há pressuposição: uma colagem dos dados coletados durante o filme. Afinal, uma cena precisa de outros elementos além dos visuais. Mesmo assim, algumas cenas ele acaba perdendo.
— Fazer o quê? Perdi a cena! Filme do Hitchcock mesmo... não tem jeito!
Na era da internet, ele passou a escolher os filmes pelo que lê nos jornais. Sim, nos jornais, um hábito que cultiva desde cedo. Cego de nascença, devido a uma atrofia do nervo ótico, aos 7 anos, Alisson foi alfabetizado em braile e os estudos e a leitura sempre tiveram espaço importante em sua vida. Nunca foi o melhor aluno, mas se recusou a permanecer em uma escola especial, preferindo ser educado junto às outras crianças na escola normal. O caminho mais difícil, escolhido por quem nunca se acomodou.

O braile lhe proporcionou o acesso a muitos caminhos e, inclusive, foi o motivo pelo qual Alisson conseguiu o primeiro emprego: como revisor de braile, quando fazia o
3º ano do ensino médio. Entretanto, as possibilidades do sistema de leitura para cegos eram limitadas. O preço é alto, o tamanho é pelo menos um terço maior do que dos textos convencionais e o papel se desgasta mais rapidamente. O livro “Olga”, de Fernando Morais, por exemplo, tem 263 páginas no original e nove volumes na versão em braile. Um processo pouco provável para um jornal diário, por exemplo. Mas com o crescimento da internet e a chegada dos portais de jornais e revistas, o acesso à informação ficou mais fácil.

- Foto: Alisson usando o note book, em outra posição

— Não sou um cara high tech. Uso a internet como ferramenta. Para ler jornais e revistas, fui aprender informática.
Graças a esses avanços, hoje, ele lê tudo que quiser. Seu computador pessoal possui um software que fala. Tudo o que aparece por escrito, tanto nos sites quanto o que o próprio Alisson escreve, é repetido em áudio. Ele configura se prefere a leitura por sílabas ou por letras, a velocidade da leitura. Com um aparelho de scanner comum, qualquer livro pode ser transformado em áudio e ser “lido”, com autorização dos direitos autorais e tudo. O processo é trabalhoso, mas funciona.
Foi assim que Alisson concluiu a faculdade, primando pela autonomia. Essa é, inclusive, uma marca. Mesmo com a resistência e a preocupação da família, mudou
de escola, depois mudou de cidade e veio morar sozinho em Goiânia, procurando sua independência. Ele queria estudar, trabalhar, sair sozinho, namorar.
Mas sabia que teria uma autonomia relativa, já que acredita que a independência vem junto com o conhecimento da autolimitação. Alisson é enfático ao tratar dessa questão. Para ele, é preciso buscar autonomia para que as pessoas possam acreditar no que ele é ou não capaz de fazer, a partir do que imaginam.
— O imaginário coletivo precisa disso. Precisa dessa visão do cego emancipado. E nós também precisamos, porque precisamos do imaginário coletivo. Se não,vamos viver como coitadinhos. Acho que a sociedade sai beneficiada e nós também, quando temos essa construção positiva.

Acessibilidade
Com certeza, isso foi parte do discurso e da coerência que fizeram com que ele fosse eleito como presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás, à qual pretende se dedicar nos próximos dois anos. Na mesma época em que descobriu o cinema, Alisson se descobriu “de esquerda”. Nunca quis aprender inglês porque tinha preconceito com o capitalismo estadunidense. Militou no movimento estudantil. E mesmo depois que seu “muro de Berlim caiu”, voltou a militar no movimento social.

Ele acredita no papel social das pessoas com mais condições de adquirir conhecimento, um papel de vanguarda e de construção. Por isso, se engajou na defesa de direitos levantada pela associação. Mas Alisson não é ingênuo. Reconhece que os movimentos sociais estão inseridos em um “jogo de forças políticas como outro qualquer” e que não são mais movimentos de resistência, mas de prestação de serviços. Entretanto, não pretende dar atendimento aos associados, como faz a maioria das associações, pois acredita que isso é papel do Estado. O grande mote da associação que Alisson Azevedo defende é a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

— Somos mais ou menos deficientes dependendo da estrutura que se tem. Uma coisa é nascer cego em Goiânia, outra é nascer cego em Nova York, outra é nascer cego numa tribo Ianomâmi. Eu seria cego da mesma maneira, mas a vantagem ou desvantagem social, que a deficiência vai acarretar, é diferente.
Assim como “autonomia”, “acessibilidade” é outra palavra forte no vocabulário de Alisson. Ao explicar a dificuldade em responder pelos interesses de pessoas que só têm a deficiência visual em comum, argumenta que o que os unifica é o acesso. Seja por informação ou por melhores condições no transporte público, o que todos buscam é a garantia desse direito. Ele cita os buracos nas calçadas de Goiânia, a dificuldade em pegar um ônibus, os sites em formatações que não permitem a leitura. Reclama do poder público, que não atende diretamente e nem dialoga com os interessados.
— O mais importante é uma democracia que trabalhe a diversidade. No conceito clássico de que democracia é maioria, nós estamos excluídos. Eu sinto que existe uma subordinação e faria até essa análise de uma democracia que não está muito interessada nas minorias. Mas não podemos nos colocar como vítimas sociais.

Na verdade, Alisson parece um pouco pessimista com o movimento social e confessa que seu posicionamento oscila quanto ao assunto. Mas mesmo sem cair no discurso messiânico de “vamos conseguir!”, por questões objetivas, ele acaba por acreditar. Porque, afinal, a situação já esteve muito pior com relação aos direitos da pessoa com deficiência. Hoje, há um desembargador cego no Paraná, outro cego na Subsecretaria de Políticas Públicas para o Deficiente, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Pessoas que fortalecem a imagem social da pessoa cega.

Aceitação
— Não só quem perde, mas quem nasce com a cegueira também tem que passar por um processo de aceitação. Cegueira é uma característica pessoal. Para mim, sou cego como sou baixo, não tem jeito de dissociar a cegueira.

Até os 6 anos, Alisson já tinha sido levado a médicos, pastores, macumbeiros, mas ainda não entendia o que tinha. A compreensão só veio quando as outras crianças começaram a ir para a escola e ele não. Veio então o medo de “ficar burro”, medo que permanece ainda hoje. Mas o grande impacto objetivo da deficiência, o marco do que ele chama de processo de aceitação, veio mesmo na adolescência: vida social, sexualidade, paixões. Ele se resolveu arrumando emprego, uma bolsa de estudos e uma namorada.
— Claro que essas coisas não se resolvem assim, a gente tem uma pretensão de passar a impressão de que foi tudo resolvido, mas não. Porque é tudo humano.
Não estou falando só de cegueira, mas de existência. A minha posição sobre a existência é que é tudo muito precário. Mas você tem que dar valor a outras coisas, porque se não elas vão virar frustração.

Estabilidade
Ele não se frustrou nem quando deixou de fazer o curso que queria na faculdade. Preferiu a aridez do Direito à instabilidade do jornalismo. Prestou e passou em concursos e na prova da OAB, para não correr o risco de ficar sem emprego ou de precisar advogar e não ter condições. Ele conta rindo, como quem debocha de seus próprios medos, que suas escolhas pedem um ponto de partida, algo que fuja à instabilidade.
— É uma coisa que me incomoda muito. Já tenho muitas instabilidades para lidar.
Questiono se alcançou a estabilidade que procura e ele me responde, prontamente, que não. Apesar de estar no patamar que planejou para si mesmo, acha que, quando tiver 60 anos, vai pensar que tudo poderia ter sido diferente e, até mesmo, melhor. Por isso, foge à mediocridade.
— Essa estabilidade, essa continuidade pode ser um risco. Mesmo dando segurança, ela pode conduzir à mediocridade. Viver é muito perigoso, como diz o Riobaldo.
Por falar no Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa em “Grande Sertão: Veredas”, quis saber se o homem por trás da Homéricas acreditava em Deus. Sorrindo, ele me respondeu que, como esquerdista, foi ateu, durante algum tempo. Mas uma mudança interna e “inexplicável” aconteceu e tem até uma frase do Riobaldo...
Como é mesmo?!
No dia seguinte, recebi um e-mail do Alisson e estranhei. Não era o dia da coluna dele. Mas fazia todo sentido e se encaixava perfeitamente com seu jeito didático e cuidadoso. Alisson me enviou o trecho esquecido e me deu as respostas para o que não cheguei a perguntar:
“Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vaivém, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar — é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença de coisa nenhuma! Porque existe dor."

(Guimarães Rosa).

//Fonte:Jornal Opção

*Designer cria capinha em braile para permitir que iPad seja usado por cegos
Acessório funciona a partir da expansão de bolsões de gás.

Pensando na parcela da população mundial que é cega e não consegue acessar todas as funcionalidades do iPad, o designer americano Jayson D’Alessandro desenvolveu a Omnifer, uma capa para o tablet que recria a tela do aparelho em uma superfície em braile.
O acessório funciona devido a uma tecnologia que “suspende” os pontos em braile em uma superfície fina. Debaixo da primeira camada da Omnifer estão inseridos bolsões de gás repletos de uma substância química que reage ao ser exposta à luz e se expande, transmitindo automaticamente o texto publicado no iPad em formato de braile.

A invenção, que ainda é apenas um protótipo, foi reconhecida por especialistas e chegou a concorrer ao prêmio internacional de design IDEA Award 2011.
//Fonte: revista pegn

* Mediação para ganhar novos leitores
Os professores são autoridades no assunto: em geral, os alunos não são afeitos a ler. Esse fenômeno, de um modo geral, se repete na sociedade e a pouca leitura nas escolas é reflexo disso. Como consequência, o que ocorre é que os bens culturais, notadamente os livros, são pouco consumidos, mesmo o Brasil sendo um dos países de maior densidade populacional.
Para contornar esse problema, ou ao menos minimizá-lo, o governo federal está colocando em prática um projeto que vai formar 8 mil mediadores de leitura para atuar em todo o país. São pessoas com habilitação para desenvolver atividades que tenham como foco o incentivo à leitura, seja em instituições oficiais, como as escolas, seja em espaços culturais da sociedade.
A implantação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) terá verbas oriundas do Ministério da Cultura (Minc). A dotação orçamentária inicial é de
R$ 2 milhões. Para Maria Antonieta Cunha, secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), a leitura e a opção por frequentar eventos culturais estão intimamente associadas, bem como a expansão da indústria cultural. Quando se capta um novo leitor, ele gera uma demanda que acaba por beneficiar toda uma cadeia produtiva, sem contar os benefícios pessoais do crescimento intelectual.
A leitura pode ser tanto por entretenimento como por aprendizado e capacitação profissional. O país é carente de pessoas com postura reflexiva, que possam, em sua área de atuação, mostrar-se com desempenho criativo e crítico. Diante da necessidade de capacitar a mão de obra e investir em tecnologia e inovação, a cognição de textos de todas as áreas do pensamento humano se torna fundamental. Bons leitores podem contribuir muito para que tenhamos um país com mais cidadania, mais voltado ao interesse público e mais digno para sua população.

//Fonte:correio@correiodopovo.com.br

* Luva sonar para os deficientes visuais tem projeto aberto
Seria esta tecnologia substituta do cão-guia ou da bengala?!

O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino.
Próteses robóticas, dispositivos biomecatrônicos e aparelhos controlados pelo pensamento costumam reunir o que há de mais avançado na tecnologia. Mas isso não significa que eles precisem necessariamente custar dezenas ou até centenas de milhares de reais.
Esta é a proposta de Steve Hoefer, que acaba de apresentar sua mais nova invenção: uma luva-sonar capaz de guiar pessoas cegas, eventualmente substituindo os caros
cães-guia.
O projeto é totalmente aberto, baseando-se no bem-conhecido microcontrolador Arduino.
Segundo Hoefer, a luva-sonar pode ser construída pelo equivalente a US$65,00, e todos os componentes podem ser encontrados no comércio.

Sonar para deficientes visuais
A luva possui sensores ultrassônicos, que emitem ondas sônicas inaudíveis. Microfones especiais captam o reflexo dessas ondas e o microcontrolador calcula o tempo decorrido entre sua emissão e seu retorno.
O microcontrolador então usa essa informação para controlar pequenos servo-motores, que giram para variar a pressão exercida sobre as costas da mão.
A pressão é pequena quando os objetos estão muito longe, e vai aumentando conforme eles vão ficando mais próximos.
O inventor pretende testar outras opções técnicas, com sensores infravermelhos e laser. O usuário usa essa pressão como um sentido de aproximação, podendo contornar os objetos, caminhando pelos ambientes de forma autônoma, sem necessidade de auxílio.

Segundo Hoefer, o equipamento tem um tempo de resposta muito pequeno, na faixa dos milissegundos, um alcance de 2 centímetros a 3,5 metros, e não exige treinamento: "Todos que a colocaram começaram a usá-la imediatamente," garante ele.

Infravermelho e laser
"Este é o primeiro protótipo público. Ele não é perfeito, mas funciona, e pode ser melhorado. Por exemplo, ele pode ser facilmente construído com a metade do tamanho, e as baterias comuns podem ser substituídas por baterias recarregáveis com um método de recarga amigável para os deficientes visuais, seja sem fios ou por um plugue com conexão magnética," disse o inventor.
Hoefer afirma que agora pretende desenvolver uma versão com sensores infravermelhos e filtros polarizadores. Uma versão high-tech poderia ser feita com lasers, segundo ele, com uma precisão muito maior, mas também a um custo muito mais elevado.
Uma outra possibilidade seria testar outros posicionamentos, uma vez que ficar com a mão sempre estendida não parece ser muito cômodo: eventualmente montar o dispositivo em um cinto ou em uma faixa peitoral possa dar melhores resultados.

O inventor disponibilizou instruções para quem quiser montar sua própria luva-sonar no endereço grathio.com - as instruções estão em inglês e são voltadas para pessoas com experiência em montagens eletrônicas.

//Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=projet...

* Deficientes visuais na rádio
Emissora online produzida por cegos faz sucesso em Fortaleza

Para os deficientes visuais, a audição é muito importante, pois os estímulos sonoros são uma das principais fontes de contato com o ambiente. Pensando nisso, essas pessoas estão fazendo sucesso ao criar rádios online, em Fortaleza, e levam informações para outros portadores de deficiência.
Criada pelo auxiliar administrativo Carlos Antonio Paulino Viana, há quatro meses, a "Nossa Rádio" funciona 24 horas. É toda produzida por deficientes visuais, que estão espalhados por todo o Brasil, e o seu conteúdo também é direcionado para eles. Durante todo o dia, são transmitidos dez programas com notícias e músicas.

No total, são oito pessoas trabalhando para manter a emissora no ar. Eles utilizam, em seus computadores pessoais, três programas: o primeiro informa para eles o que está na tela, o outro faz a edição do programa e o terceiro realiza a transmissão para a internet. A divulgação é realizada através das redes sociais.

"Os deficientes visuais são bastante ligados ao áudio. Eu, por exemplo, sempre gostei de rádio. Por isso, sempre tive vontade de trabalhar neste ramo. A melhor forma que eu encontrei para fazer isso foi através da internet", explicou Viana.
De acordo com o auxiliar administrativo, desde seu início, a emissora já recebeu cerca de 11.500 acessos de internautas. "O número de ouvintes é considerado grande, pois o público alvo é restrito", analisou Viana.
Para ele, a rádio é importante, pois leva para os deficientes visuais notícias que podem influenciar a vida deles, além do divertimento por meio das músicas.
"Quando acontece algum evento sobre cegueira, fazemos a transmissão ao vivo para que todos possam ter acesso", disse.
Viana acredita que a maior dificuldade encontrada por eles para produzir os programas é a falta de internet com qualidade.

Dificuldades
Mas nem todas as emissoras direcionadas para os deficientes visuais tem obtido sucesso. Em outubro do ano passado a Associação de Cegos do Estado do Ceará
(Acec) criou uma rádio online direcionada para as pessoas com cegueira. Oito meses depois, o projeto foi suspenso, devido ao pequeno número de ouvintes e falta de verba.
Como o retorno não foi o esperado, o Acec achou melhor parar de produzir a sua programação e esperar por um momento mais oportuno para retornar as suas
atividades.
Assim como a "Nossa Rádio", a programação também era totalmente produzida por deficientes visuais. Os programas eram transmitidos de segunda a sexta, das
17h30 até às 19h.
"O público de deficientes que ouviam a emissora era pequeno e não tínhamos como deixar um computador ligado 24 horas. Por isso resolvemos parar a iniciativa por um tempo", explicou o professor de informática da Acec, João Bosco de Farias.
Ele acredita que o projeto era interessante porque ajudava os deficientes a se comunicar de uma forma mais fácil. Com isso, os cegos poderiam ficar sabendo o que estava acontecendo no seu meio.
Para o professor, as maiores dificuldades eram a falta de apoio financeiro e o pouco conhecimento na área de radiojornalismo. "Batalhamos muito para dar inicio a rádio, mas, infelizmente, não foi tudo como planejado. Esperamos que, no futuro, a rádio volte a ativa".

Audiência
11500 acessos já recebeu a "Nossa Rádio", que existe há quatro meses e tem como objetivo levar músicas e informações a portadores de deficiência visual.

//Fonte:Diário do Nordeste - Fortaleza - CE, 06/09/2011

*Geraldo Magela, o melhor humorista cego do Brasil

Geraldo Magela é o melhor humorista cego do Brasil. Mesmo porque, só tem ele. Antes
de ser humorista, na infância, foi vendedor de picolé, refresco, bolinho de espinafre,
carregador de feira. Quando adulto, fez como a maioria dos deficientes visuais: vendeu
loteria. Um tremendo pé frio, não vendeu um prêmio sequer. Também fez locução em
lojas, anunciando produtos do tipo: camisas que depois de lavadas servem para o irmão
mais novo, calças que depois de lavadas viram bermudas. Sempre de um jeito diferente,
Geraldo Magela ficava escondido, anunciando os produtos fazendo imitações de personagens famosos, dando a entender que os mesmos estavam ali presentes.
A carreira artística começou no rádio. Como ouvinte, ganhou um concurso em um programa do maior nome do rádio mineiro, Aldair Pinto. O prêmio: uma lata de café de 2 kg, que tinha, na verdade, 1kg e 250g. Mas, Aldair Pinto pediu que Geraldo Magela fizesse algumas imitações e o convidou a participar do seu programa. Depois, passou a ter um programa só seu e trabalhou em diversas rádios mineiras. Rádio Incofidência, Rádio Capital, Rádio Itatiaia.
A primeira experiência na televisão foi na Rede Minas, apresentando um programa de
rádio dentro da TV, chamado “Rancho Fundo”. No teatro começou com a peça “Radioatividade”, uma programação de um dia em uma rádio feito no palco. Logo depois, apresentou o show “Cegos, mancos e loucos” com Kaquinho Big Dog. Cego era ele, Kaquinho era o manco e os loucos eram os que iam assisti-lo. Em 1996, Geraldo Magela lança o show que o consagrou “Ceguinho é a Mãe”, no programa “Jô Soares Onze Meia”, ainda no SBT.
A partir daí sua carreira decolou. E o humorista participou dos principais programas
de televisão do país.
No show, Geraldo diz que para começo de conversa, o Ceguinho é sempre um ponto de
referência, assim como os gordos e os carecas: “Você está vendo aquela loira? Aquela
atrás daquele gordo…” ou: “Você está vendo aquele careca ali na esquina? Pois é,
a loja que você está procurando fica ao lado dele…”. Mas o pior tipo de referência
é a do ceguinho! Tem sempre alguma pessoa dizendo: “Eu quero ficar cego agora, se
estiver mentindo!” Fica parecendo que todo cego é mentiroso…
Os comentários gerais, então, merecem capítulo especial. Alguns dizem: “Coitadinho,
tão bonitinho e cego!” “Você quer dizer, além de cego, eu tinha que ser feio, ter
o pé grande, morar longe…” E tem os que perguntam: “Você é cego total?” Ao que respondo:
“Não, só até as 18 horas, depois eu dirijo um táxi!”.
Para atravessar uma rua é uma verdadeira piada. Tem pessoas que me atravessam em
uma avenida de duas pistas e, quando chega no canteiro central, me perguntam: “Você
quer atravessar a outra pista também?” Eu digo: “Não, eu moro aqui… Vamos entrar,
tomar um cafezinho…” Outro dia mesmo, eu tava com uma pressa danada, e queria atravessar a rua, mas ninguém me dava o braço. Aí eu pensei: “Será que eu tô fedido?” Eu olhei para um lado, olhei pro outro… Não vi ninguém porque eu sou cego… E decidi: “O primeiro que me roçar o braço, eu agarro e atravesso!” Dito e feito: o primeiro que me esbarrou o braço eu agarrei nele e nós atravessamos em meio às buzinas. Ao chegar do outro lado, fui agradecer: “Muito obrigado.” “Não, eu que agradeço, eu sou cego…” “Uai, você também é cego?”
São algumas das histórias que compõem o show “Ceguinho é a mãe”. Trata-se de um espetáculo diferente, irreverente e conscientizador, testado e aprovado pelo público brasileiro em várias oportunidades.

//Fonte:Publicado por: Ricardo Shimosakai | 15/05/2011

* Fãs prestam último tributo a Steve Jobs
Fundador da Apple morreu de câncer aos 56 anos ontem

Fãs da Apple e do fundador Steve Jobs, morto nessa quarta-feira aos 56 anos, foram às ruas de várias cidades do mundo para homenagear o criador de produtos como os computadores Macintosh, iPod, iPhone e iPad. Depois do anúncio da morte do empresário ontem, um grupo se reuniu em frente à loja da Apple na Quinta Avenida, em Nova Iorque, para deixar mensagens de agradecimento.
Nas calçadas, pessoas ligavam seu iPhones e os levantavam como velas. Uma das fãs da empresa, Jessica Mellow, de 26 anos, se posicionou em outra loja de Nova Iorque na fila para comprar o novo iPhone 4S, que deve começar a ser vendido no país no próximo dia 12. "Quando estou em uma loja da Apple, parece que estou com minha família. E eu acho que isso acontece por causa dele (Jobs). Ele criou isso."
Nas lojas do Vale do Silício, região da Califórnia que abriga algumas das principais empresas de tecnologia do mundo, também houve homenagens. “Obrigada, Steve”, dizia uma mensagem escrita com batom na vitrine de uma loja na cidade de Santa Mônica. Flores e mensagens foram deixadas na frente dos portões da sede da Apple em Palo Alto.

O jornal econômico Wall Street Journal conta que Scott Robbins, um barbeiro de 34 anos de San Francisco e que é fã da Apple há 20 anos, foi a uma loja assim que recebeu a notícia. "Para algumas pessoas, é como perder Elvis Presley ou John Lennon. É o fim de uma era, do que nós conhecemos como a Apple. É como o fim de uma série de inovações." Também havia flores fora da loja da Apple em Sydney, na Austrália. Fãs também prestaram homenagens em cidades do Japão.

Inovações em vários setores
Jobs é considerado o responsável pelas revoluções causadas pela Apple em vários mercados na última década, como a criação do iPod, que mudou drasticamente o mercado musical, do iPhone, responsável por alavancar o setor de celulares inteligentes, e, mais recentemente o tablet iPad.
Isso sem falar nos computadores Mac, que influenciaram bastante os produtos da Microsoft, rival direta que desenvolve o sistema operacional Windows. E também não dá para esquecer do cinema: o primeiro longa metragem produzido inteiramente com computação, Toy Story, foi produzido quando Steve Jobs era o chefe do estúdio Pixar, também responsável por outros sucessos como Vida de Inseto e Procurando Nemo.
Steve Jobs enfrentava problemas de saúde havia vários anos. No dia 24 de agosto passado, visivelmente abatido pela doença, Jobs anunciou sua demissão do cargo de diretor-geral da Apple, entregue ao número dois da companhia, Tim Cook.

As informações são do R7

//Fonte: Correio do Povo 06/10/2011 06:25 - Atualizado em 06/10/2011 08:13

VALDENITO DE SOUZA

# 11.PERSONA # IVONETE SANTOS:

Colunista: IVONETE SANTOS (ivonete@jfrj.gov.br)

"Driblando a surdocegueira com vida e alegria"
Entrevista concedida a AME - Claudia Sofia Indalecio Pereira

1. - Como se deu a surdocegueira na sua vida?
Claudia Sofia - Fui vacinada contra sarampo, mas não se sabe o que aconteceu. Tomei todas as vacinas como as demais crianças, mas, em decorrência de sarampo, fiquei surda aos seis anos e meio. Depois, aos 9, fui perdendo gradativamente a visão. O médico dizia que eu iria ficar cega aos 40 ou 50 anos de idade, mas isso não aconteceu: perdi totalmente a visão aos 19 anos. Minha perda visual começou a progredir com 17 anos, quando concluí o primeiro grau. Procurei médicos especialistas, até fiz uma cirurgia na vista, mas não adiantou, foi tudo muito rápido.

2. - Como conseguiu lidar com as perdas auditiva e visual na infância e na adolescência?
Claudia Sofia - Graças ao apoio da minha família, que me disse a verdade, nunca escondeu nada. Apesar dos médicos dizerem que iria perder a visão mais tarde, meus
familiares me preparavam dizendo que eu poderia perdê-la muito mais cedo, o que de fato ocorreu. Minha família queria que eu voltasse a enxergar, mas o problema
na retina não tem cura até hoje. Aprendi a fazer leitura labial e ingressei na escola regular. Precisava ler os lábios do professor e nem sempre era possível; depois de muita dificuldade consegui concluir o primeiro grau, perto dos 17 anos. Minha infância foi normal. Antes de perder a visão totalmente, brincava e conversava, como qualquer outra criança. Na adolescência, a mesma coisa. Fui perdendo a visão gradativamente. Eu tinha cegueira noturna. Eu estudava das 15 às 19 horas e, quando ia anoitecendo, forçava muito minha visão, ou segurava na mão de alguém para poder ir embora. Eu não percebia que estava ficando cega.

3. - Como ficou sua vida após a surdocegueira instalada?
Claudia Sofia - Muitos amigos se afastaram. Sofri muito com isso, só ficou uma amiga ao meu lado, Maria Rosa, única pessoa que tem estado ao meu lado como irmã.
Hoje ela é casada, tem dois filhos e os ensina a se comunicar comigo. Os demais amigos não acreditaram que eu pudesse ter a vida que tenho: viajando, passeando, adorando nadar, tendo uma vida social normal. Mas passei a ter contato com outras pessoas com deficiência e ampliei meu círculo de amigos. Minha mãe trabalhava fora, na época, e me ensinou a fazer as coisas dentro de casa, a lavar, passar, cozinhar. Me machuquei bastante, me queimei (risos), e aprendi a ser independente. Minha mãe me ensinou crochê, errei muito mas aprendi. Queria voltar a estudar, então descobri uma forma de comunicação que é o tadoma.

4. - Como foi essa descoberta, como é possível se comunicar pelo toque?
Claudia Sofia - Descobri pelo desespero. As pessoas falavam à minha volta, e eu não conseguia participar, não entendia, passei a tocar as pessoas, próximo do lábio,
e pela vibração passei a entender tudo, ouvir através do toque. O tadoma foi utilizado pela Helen Keller, uma famosa surdacega americana, que veio ao Brasil em 1953.
Mas eu não a conhecia quando comecei a usar o tadoma. Descobri que se chamava tadoma, depois. Primeiro eu percebi que pelo toque na face das pessoas eu podia entender tudo. Através dos livros dela descobri que outras pessoas também podem se utilizar desse método. Eu entendo tudo, desde que a pessoa articule perfeitamente as palavras.
Por ter resíduo auditivo, posso, por exemplo, ouvir o toque de telefone, batida na porta, mas não ouço vozes, só as entendo pela percepção de sons através do tadoma.
Não sou a única pessoa que usa o tadoma, devem existir outras, mas não conheço, pois aprendi sozinha.

5. - Como ocorreu seu relacionamento com outras pessoas portadoras de deficiência?
Claudia Sofia - Aprendi a ler braile muito rapidamente, em cerca de dois meses. Passei a me corresponder com cegos e surdocegos, ampliando meu conhecimento sobre
a área. Apesar de ser surda desde pequena, fui criada no mundo dos ouvintes. Após ficar surdacega passei a ter mais contato e a me comunicar mais com os surdos.
Comecei a fazer palestras, divulgando a existência e a capacidade do surdocego no Brasil. Passei a ter amigos cegos, amigos surdos e amigos surdocegos. Minha vida
mudou, hoje eu tenho o dobro de amigos. Também uso a Libras (Língua Brasileira de Sinais) e me comunico bem com todos, sou muito feliz com isso.

6. - Quais são seus planos para o futuro?
Claudia Sofia - Sou professora de braile e quero fazer faculdade de Pedagogia. Meu maior sonho é trabalhar com criança surdacega e com múltipla deficiência sensorial.
Seja qual for o surdocego que queira trabalhar, estudar, ele tem capacidade para tudo, basta querer e ter apoio de alguém. Minha limitação não me impede de nada.
Sempre ando com alguém que funciona como meu guia, sendo essa pessoa meu olho e meu ouvido. Pode ser minha mãe, um amigo ou um irmão ou irmã. Nada me impede de andar de ônibus, ir a um restaurante ou cinema, a piscina ou a praia. Meu maior sonho é fazer mergulho adaptado. Adoro nadar, montar cavalo; adoro o mar. Quero continuar
ligada às instituições que apoiam surdocegos, como a Adefav (Associação para Deficientes de Audio Visão), a Ahimsa (Associação Educacional para Múltipla Deficiência) e a Abrasc.

7. - Qual é sua mensagem aos nossos leitores que, na maioria, não têm contato com o universo das pessoas surdacegas?
Claudia Sofia - Que se sensibilizem, porque cada dia que passa mais surdocegos vão aparecendo e eles precisam de um apoio. Muitos não têm apoio familiar para se
comunicarem com o mundo externo, ficam isolados. O desenvolvimento da pessoa depende da família e dos amigos. Ela precisa ser incentivada a mostrar aquilo que quer.
No meu caso, busco o que quero. Desejo que se sensibilizem e ajudem os que precisam; a família do surdocego também precisa de orientação e não sabe o que fazer com os filhos, buscar o que é melhor. É preciso darmos todo apoio.

IVONETE SANTOS

# 12.SAÚDE OCULAR

Esta coluna é assinada pelo HOB — Hospital Oftalmológico de Brasília
atfdf@uol.com.br
O jornal Contraponto mantém um convênio informal com aquela renomada instituição.
Caso deseje, o leitor pode sugerir o tema para uma próxima pauta.

*Dia da Criança

OMS alerta: Uma criança cega por minuto, por falta de atenção

Brasília, 6/10/2011 - A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que, a cada minuto, uma criança fica cega, no mundo, por falta de tratamento adequado contra doenças sistêmicas (sarampo, rubéola e meningite), ferimentos na cabeça ou problemas visuais não detectados no nascimento e nos primeiros anos da vida escolar.

Ainda segundo a entidade, cerca de 40% das causas de cegueira infantil são evitáveis ou tratáveis. "As doenças sistêmicas citadas pela OMS são preveníveis com vacinas. Mas há outras disfunções como a toxoplasmose, transmitida por alimentos preparados de forma inadequada, por exemplo carnes ou verduras contaminadas, e a toxocaríase, causada por parasitas que têm os cães como hospedeiros, que podem ser evitadas por meio de políticas de saúde pública e orientações às gestantes", alerta a oftalmopediatra do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Dorotéia Matsuura. Ela frisa que todas essas situações, às vezes minimizadas por pais, professores e responsáveis, podem trazer prejuízos para a visão das crianças.

Sinais - A oftalmologista do HOB salienta que essas doenças sempre emitem sinais que podem ser percebidos pelos pais ou diagnosticados em consultas médicas. Todo quadro febril, dores de cabeça ou no pescoço, acompanhado de manchas vermelhas na pele, tosse, coriza ou conjuntivite deve ser considerado suspeito, independente da situação vacinal ou da idade, lista Dorotéia. Ela aconselha que quando uma criança apresentar esses sintomas, deve ser encaminhada para uma consulta médica com urgência.

A oftalmopediatra explica que a visão das crianças é prejudicada em consequência das sequelas deixadas por essas doenças, no entanto, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais seguro e diminui os riscos de perda de visão.

Olhinho - Além disso, algumas doenças oculares podem ser detectadas ao nascimento, quando a criança ainda está no berçário. "A catarata congênita, o retinoblastoma (tumor ocular), malformações oculares devem ser diagnosticadas na triagem do teste do olhinho, realizado na maternidade", ressalta a médica do HOB ao comentar que, quando alguma dessas doenças fica evidente no teste, o tratamento deve ser de urgência, para que a criança tenha as condições ideais para o bom desenvolvimento visual.
O teste do olhinho é muito simples e feito no berçário. Em um quarto escuro, um feixe de luz é emitido pelo aparelho chamado oftalmoscópio e, quando não há nenhum obstáculo à visão, a luz vai até a retina e ao ser refletida, faz com que o examinador perceba um reflexo vermelho. "A ausência desse reflexo é um indicador de que pode haver alguma alteração congênita e o caso deve ser melhor investigado a partir deste teste", explica.

Malformação - Algumas doenças relacionadas às malformações oculares não têm tratamento, mas podem ser atenuadas por adaptações ópticas e não-ópticas que proporcionem à criança suporte para a aprendizagem e desenvolvimento intelectual. De acordo com Dorotéia Matsuura, entre as malformações tratáveis estão a ambliopia ou "olho preguiçoso", ocasionada por estrabismo, os altos graus de refração e as cataratas unilaterais. "Todas permitem o bom desenvolvimento ocular, quando a atenção e os cuidados dos responsáveis levam à intervenção e solução precoce", esclarece.

*HOB apresenta suas boas práticas no encontro europeu de oftalmologia

Brasília, 21/9/11 - Encerra nesta quarta-feira(21/9), em Viena (Áustria), a 29a edição do Congresso da Sociedade Européia de Catarata e Cirurgia Refrativa (ESCRS). O evento anual, considerado uma plataforma de lançamento da oftalmologia mundial, reuniu cerca de 10 mil oftalmologistas de 90 países.
O diretor do departamento de catarata do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Takashi Hida, participa, deste que é o maior evento da oftalmologia na Europa, também como convidado a transmitir conhecimentos. Ele ministrou uma aula sobre a técnica
do pré-chop, a qual emprega na realização de suas cirurgias de catarata no HOB.

A técnica, desenvolvida no Japão por Takayuki Akahoshi, considerado o cirurgião mais rápido do mundo, consiste na pré-fratura do núcleo do cristalino (lente natural do olho) já opaco que será substituído por uma lente intraocular.
"Este procedimento permite o implante das lentes intraoculares por meio de micro-incisões e, consequentemente, uma cirurgia mais segura, eficaz e de recuperação mais rápida para o paciente no pós-operatório", afirma o médico do HOB.

Mundial - De acordo com Takashi, o Brasil já se organiza para participar do Congresso Mundial de Oftalmologia de 2014. O encontro de cerca de 13 mil profissionais de saúde ocular vai se realizar em Tóquio.
Em Viena, o oftalmologista do HOB esteve com o presidente do Congresso Mundial, Tetsuro Oshika, e adiantou que este ano já vai iniciar a organização do grupo de brasileiros que levará informações para o encontro.

Inovação - Como plataforma de lançamentos de conhecimentos, serviços e produtos oftalmológicos, o Congresso da ESCRS gera muito eventos paralelos. Entre esses, o 'Innovations in Cataract & Refractive Surgery' realizado no dia 16 de setembro.
Convidado a discutir sobre o tema com ótica brasileira em catarata, Takashi Hida conta que cerca de 30 oftalmologistas estiveram presentes no debate sobre novas tecnologias em lentes intraoculares fácicas, multifocais e tóricas.
No mesmo encontro, os participantes fizeram avaliações sobre o recém-lançado biômetro Lenstar para cálculo de lente intraocular. Trata-se de uma etapa do diagnóstico pré-cirúrgico da catarata já prevendo a tendência de realização da facoemulsificação,
por meio do laser de fentossegundo nas cirurgias de catarata. A aplicação do laser de fentossegundo nas cirurgias de catarata, além do emprego já consolidado nas cirurgias refrativas para correção de grau, "permitirá incisões ainda menores para implante das lentes, evitando assim complicações e otimizando o tempo cirúrgico e a energia necessária ao procedimento", assinala Takashi.
O HOB foi pioneiro no Centro Oeste no emprego do laser de fentossegundo em cirurgias refrativas.

*Suspeita de glaucoma exige acompanhamento personalizado
Brasília, 25/7/2011 - Identificar e acompanhar os pacientes com maior predisposição para desenvolver glaucoma, a fim de realizar um bom controle desde os primeiros impactos no nervo óptico, é essencial para garantir a qualidade de vida dos pacientes.
Com este enfoque a diretora do departamento de glaucoma do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Luciana Malta de Alencar, defendeu tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) na última semana.
O glaucoma leva a alterações o nervo óptico e pode causar cegueira irreversível. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que de cada 10 pessoas com glaucoma, uma fica cega sem saber que tinha a doença. Estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que haja, atualmente, pelo menos um milhão de brasileiros glaucomatosos, sendo que mais da metade (635 mil) sequer sabe que é portador do problema.
Segundo a especialista, algumas pessoas apresentam maior predisposição para desenvolver estas alterações no nervo óptico, independente de seus hábitos, mas porque têm características de risco.

Perfil suspeito - Luciana Alencar comenta que o histórico familiar, a idade avançada, e a pressão intraocular, bem como resultados alterados em alguns exames são alguns dos fatores que agravam o perfil de risco para o desenvolvimento do glaucoma. "Esses fatores, o oftalmologista tem condições de detectar nas avaliações clínicas de rotina e fazer um acompanhamento individualizado e mais competente quando associados aos exames específicos que medem desde a espessura da retina ao tamanho do nervo óptico, pois essas são as áreas afetadas pelo glaucoma, é aí que é possível ver a alteração", explica. Este conjunto de cálculos, análises e ações aplicadas de forma individual, para avaliar o perfil de risco de cada paciente com suspeita de glaucoma embasaram a tese da médica do HOB.

O acompanhamento dos pacientes com maior risco de desenvolver o glaucoma vai permitir que a doença seja detectada desde os primeiros sinais, e assim, o paciente poderá iniciar um tratamento efetivo e ter sua vida com autonomia e qualidade asseguradas, observa a médica.

Individual - Ter um risco aumentado para desenvolver o glaucoma não significa que inevitavelmente vai desenvolver a doença. Mas permite um acompanhamento mais atento, com visitas regulares ao oftalmologista para que o nervo óptico seja examinado e a pressão dos olhos seja medida, por exemplo. Na tese de doutorado, Luciana Alencar salienta a importância do acompanhamento, pois os resultados podem mudar de um ano para o outro paciente.
Luciana defende a individualização tanto na avaliação do perfil de risco como na interpretação dos resultados de exames, e na decisão quanto ao tratamento. "É fundamental estudar a estrutura individual do nervo óptico em cada paciente com suspeita de glaucoma. Não há regras que sirvam indistintamente a todos em uma investigação", assinala.
Conforme a médica, a avaliação de risco para quem tem suspeita de glaucoma deve ser feita no mínimo durante o check up anual. Caso o indivíduo já tenha uma avaliação com resultado que exija maior atenção, o médico vai orientar a frequência com que os
exames de acompanhamento deverão ser realizados.
A oftalmologista sublinha que o glaucoma acontece por um conjunto de fatores, os quais se desenvolvem de forma progressiva, lenta e individual. "Não há, por exemplo, uma linha de corte definida sobre a pressão intraocular que determine a existência de
glaucoma, como acontece em outras disfunções do organismo como o caso do diabetes", compara.

*Colírio e válvula: avança tecnologia para tratar glaucoma
Simpósio da Sociedade Brasileira de Glaucoma apresentou tecnologias novas para tratamento da primeira causa mundial de cegueira irreversível

Brasília, 1/6/2011 - Um novo colírio sem conservantes e o implante de uma válvula que aumenta a absorção do humor aquoso foram os destaques do XIV Simpósio da Sociedade Brasileira de Glaucoma, realizado em Belo Horizonte (MG) no último fim de semana, na avaliação da especialista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Hanna Flávia Gomes, que participou do encontro de mais de mil oftalmologistas.

Manter um portador de glaucoma comprometido com o tratamento é um desafio para os médicos, por que os medicamentos, que usualmente não são baratos, também provocam reações na superfície ocular, o que assusta o paciente, assinala Hanna Flávia.
Ela comemora o novo colírio que poderá ser prescrito desde já, porque sem a presença de conservantes, o tratamento clínico torna-se mais efetivo, uma vez que não terá o componente causador de vermelhidão, aspecto que o paciente associa à irritação e suspende a aplicação.
"A expectativa é de que haja mais adesão dos pacientes ao tratamento agora", diz a médica ao frisar que "o glaucoma é uma doença que não tem cura, mas os tratamentos aperfeiçoam-se em um ritmo que já possibilita vida normal aos seus portadores".

Cirúrgico - O outro avanço apresentado no Simpósio deste ano, na avaliação da médica do HOB, é a válvula que ao ser implantada abaixo da esclera, estimula a absorção do humor aquoso. "O intuito desta tecnologia também é levar o portador de glaucoma à
comodidade, ao menor trauma cirúrgico e a durabilidade estendida deste procedimento, porque faz com a cicatrização desta espécie de ferida cirúrgica feita para o implante, tenha uma cicatriz menos acelerada e com isto impeça a fístula de se fechar", descreve. Hanna explica que este procedimento torna mais duradoura a cirurgia, além de eliminar alguns dos processos envolvidos nas cirurgias de glaucoma que realizávamos até agora, como a iridectomia e a esclerectomia.

O glaucoma, ou neuropatia óptica glaucomatosa, é resultado do dano no nervo óptico determinado principalmente pela pressão intraocular inadequada. Os diversos tipos de glaucoma representam a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o crescimento mundial de portadores de glaucoma de 60 milhões para 80 milhões de pessoas até 2020. No Brasil, cerca de 2% da população é portadora e, em muitos casos, desconhecem e não tratam. De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro de 2003 até março de 2011 foram realizados, no Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 3 milhões de atendimentos a pacientes com glaucoma, entre exames, consultas e cirurgias.

Mais informações:

ATF Comunicação Empresarial
Assessoria de imprensa do HOB
Contatos:
Teresa Cristina Machado
José Jance Grangeiro

Tel.: ( 61) 3225 1452 / 9983 9395
#
HOB(HOSPITAL OFTALMOLOGICO DE BRASÍLIA)

#13. REENCONTRO

COLUNA LIVRE:

Nome: Sebastião Rodrigues de Alvarenga

Formação: Nível médio
Estado civil: casado
Profissão: Massagista e Auxiliar de Radiologia

Período em que esteve no I B C.: 1972 - 1978

Breve comentário sobre este período:
Foi um período de grandes expectativas tanto no campo do conhecimento, quanto no campo profissional. Entrei no IBC em fevereiro de 1972 para cursar a 2ª série ginasial, curso que concluí em 1974, ano em que concluí também o curso de Massagem. Em 1975, iniciei o 2º grau, hoje Ensino Médio, no colégio Infante D. Henrique, curso que não foi concluído nessa Instituição, pois optei pelo então "artigo 99". Paralelamente ao Ensino Médio, cursei "Programação de Computadores", curso concluído em 1978, ano que marca a minha saída do IBC.

Residência Atual: Rua Francisco Muratori, 05, apto., 801 - Santa Teresa
Rio de Janeiro - RJ.

Contatos: (fones e/ou e-mails) Fones: 2232-9182, cel. 9245-5698;
e-mail: saletesemitela@terra.com.br

#14. TIRANDO DE LETRA

COLUNA LIVRE:

* Estranho pra Cachorro

O caso é o de um cara, que, como eu, nunca teve nada contra cães mas, sempre preferiu mantê-los a uma certa distância.
Ele, o tal cara, perdeu a visão inexplicavelmente, já que não houve um diagnóstico preciso quanto ao motivo e a doença que ocasionou o fato, na fase que pode-se chamar de pos-adolescência. Superou rapidamente o natural abatimento que, normalmente, acontece em tais casos. Começou a se relacionar com outros cegos, e percebeu que, sendo o bicho feio ou não, (a cegueira, é claro!) não lhe restava outra alternativa que
não a de encará-lo e encarou o problema de frente, mesmo quando vinha em forma de postes, caixas de correio etc.
Seus familiares que, diferentemente do comum, não o superprotegeram, ajudaram-no bastante e participam de sua vida de forma amiga, incentivando, sugerindo e, foi por essa porta, a da sugestão, que entrou o nosso/dele cão-guia.
Uma de suas irmãs, a que mais se desentendera com ele na infância, era agora a que mais com ele se preocupava, não de forma desagradável porém, e sim se informando, se inteirando dos problemas dele e com ele procurando soluções .
Ela sempre gostara de animais e daí para a sugestão do cão-guia foi um pulo. Ele, que
no entanto resistira à idéia, acabou aderindo pois sabia que, como a irmã era amiga pra cachorro, alem de dos cachorros, com certeza também seria do seu e os transtornos que teria sendo possuidor de um, certamente ela de bom grado dividiria com ele.
Um negócio da China, dividir os prejuízos e ficar com os lucros, até porque, ela, com toda certeza, não gostaria de necessitar de tais lucros. Ele então se tornou mais um feliz possuidor de um cão-guia.
Inesperadamente para ele porém, foi se apegando ao animal de tal forma que já não fazia questão de dividir com a irmã os prejuízos (cuidados com o bicho) e, na verdade,
já não os entendia dessa forma, pois permitiam que se estreitasse o relacionamento dele com o animal que, segundo ele, diferentemente dos racionais, é grato, amigo, fiel, entre outras coisas. E, deste modo, foi se solidificando, mais e mais, entre ambos, uma
amizade cúmplice, sincera, irracional.
E os dois usufruíam de tal amizade estando juntos sempre que possível e guiar e ser guiado, mais que isso, se tornou um prazer recíproco , e tal afirmação pode ser feita, ainda que o cão nunca o tenha revelado expressamente mas, se nem só por expressões se revela o homem, muito menos os cães!
Foi passando o tempo, porém, e, obviamente, o ciclo de vida do animal foi se aproximando do fim e, a esta altura, seu dono era aconselhado a adquirir outro, já que dera-se muito bem com aquela forma de locomoção. Resistia, porém, a fazê-lo dada a amizade que havia entre eles. E apesar dele próprio ter observado que o animal já não era o mesmo, adiava o que, sabia, seria inevitável.
Um dia, quando atravessavam uma rua, ele e o cão, foram colhidos por um automóvel, não se sabe por culpa de qual dos guias e deu-se então: cão e dono foram hospitalizados sendo o dono, aparentemente, o mais prejudicado pois, bateu com a cabeça.
Até que se recuperasse, deixou os familiares e os amigos sob intensa expectativa.
Ao se recuperar, contudo, (surpresa!) sua visão, inexplicavelmente como fora,
voltara e, (algo inusitado:) o cão que, como já disse, estava entre os que merecem se aposentar por tempo de serviço, portanto, bastante vivido, tomou o lugar do dono, isto é, ficou cego. Os passeios porém, embora menos constantes, não terminaram.
E foi assim que um cão deixou de ter vida de cachorro, pelo menos de cachorro-guia e foi assim também que, pela primeira vez na história, o patrão trocou de lugar com o empregado e não ficou triste por isso.

Leniro Alves#

* Preconceito

Preconceito é uma palavra mas, na sua era, nem as palavras escapam dele. De repente, descobre-se que uma palavra fere, magoa, estigmatiza e, por isto, infelicita o indivíduo. Parece que a palavra é pior do que o fato que ela traduz. Tempo houve em que certas palavras não eram nem mesmo pronunciadas, como se sua simples pronúncia tivesse o
condão de atrair o que ela significava. Câncer, por exemplo, era "aquela doença ruim". No meu tempo de criança, minha mãe não admitia que pronunciássemos palavras como: diabo, desgraça, miséria, peste, além de outras semelhantes.
Em certo carnaval a Marlene gravou uma marchinha que dizia:
"Me larga, me solta,
Me deixa que eu quero sambar.
Tô com o diabo no corpo,
Não posso sossegar".

Jamais poderíamos cantar tal marchinha lá em casa. Mas isto não era um "atraso" da minha mãe exclusivamente. No livro Pimpinela Escarlate, romance que narra as peripécias de um nobre inglês que se esforça para salvar nobres franceses da guilhotina por ocasião da revolução conhecida como Queda da Bastilha, há uma passagem engraçadíssima quando o nobre inglês, disfarçado em uma velhinha, para passar por um portão guardado por um sargento francês, permite a revista da carroça que conduzia, mas pede que não seja demorada já que ela tem ainda que socorrer um netinho acometido de bexiga. Bexiga era como se chamava à varíola, terror da época, e ao ouvir aquela menção, o sargento deu um pulo para trás e deixou a carroça seguir viagem sem a revista que faria. Alguns nobres estavam ocultos, se não me engano, sob um monte de feno. Minha sogra contava o "causo" de uma mulher que, tendo costume de falar peste, miséria e desgraça constantemente, sofreu uma "punição" por isto. Não se ignora que palavras como tuberculoso, leproso, aleijado, cego, surdo, e tantas outras, chegam a ser usadas como termos ofensivos. Por causa disto, inventou-se um jeito de evitar que as pessoas sintam-se vítimas da palavra: substituí-la por outra, ou por uma expressão. Assim, favela só pode ser chamada de comunidade. Cego só pode ser chamado de deficiente visual. Velho só pode ser chamado de idoso, para citar apenas alguns exemplos. O que não se nota é que, com o passar do tempo, comunidade irá assumir totalmente o significado atual de favela, idoso de velho, deficiente visual de cego, etc.
A solução será encontrar novas substitutas, novas condenadas à degradação, para que as já degradadas não ofendam as pessoas. ... Mas ... Até quando?
Favela, por exemplo, que já foi inspiradora de sambas belíssimos do nosso cancioneiro, agora virou palavra maldita.
"Favela, oi favela!
Favela que trago no meu coração,
Ao recordar com saudade,
a nossa felicidade!
Favela dos sonhos de amor
E do samba canção".

"No carnaval me lembro tanto da favela, oi,
Onde ela, oi
Morava"...

Se cometi algum equívoco na reprodução dos trechos destas letras, por favor,
perdoem-me; levem em conta, com benevolência, minha emoção e tenham em vista que o importante aqui é ressaltar o valor de uma palavra que foi deteriorada pela falsidade de propósitos políticos. Aliás, por falar em políticos, uma coisa curiosíssima acontece com o menor: não se pode dizer que um menor foi preso. Respeitando sua condição, deve dizer-se que ele, tal qual as armas e as drogas, foi apreendido. ...
Não sei se é trágico, ou cômico. Falando de nós, propriamente, muitos acreditam que ser chamado de cego, é pior que ser cego. Assim, acham que a forma pela qual nos chamam tem o condão de melhorar nossa visão pela sociedade; ... lamentável equívoco! Um zombeteiro não rirá de um cego ou de um deficiente visual, mas de uma pessoa, independentemente de como a chamem. Assim também, quem se propõe a ajudar uma pessoa, seja por simpatia, seja por lhe reconhecer os méritos, o fará independentemente
de como a designem. Aliás, lembro-me de um caso que aconteceu no Arsenal de Marinha quando eu lá trabalhava, e que é, de algum modo, uma mostra dos dois exemplos que dei:
Um colega que também lá trabalhava teve um caso com uma mulher vidente.
Ao saber do fato, o irmão dela, um sargento do exército, queixou-se ao delegado da área onde moravam. Intimado a comparecer à delegacia, o colega alegou que não poderia atender a intimação porque tinha que estar no Arsenal de Marinha, repartição onde trabalhava. Não satisfeito, o delegado enviou ao Arsenal um oficial com a intimação, com a ordem expressa de levar o infrator à sua presença. O sargento do exército, irmão da moça, exigia reparação, ou a prisão do sedutor.
Chegado ao Arsenal de Marinha, o oficial enviado pelo delegado foi cientificado de que o servidor não poderia sair da repartição sem consentimento do Almirante, seu diretor. Uma vez em presença do Almirante, o oficial apresentou-lhe a intimação que trazia e,
imediatamente, o intimado foi chamado ao gabinete. Tão logo este chegou, o diretor perguntou-lhe se era verdade que ele estivera com a vítima citada em um motel.
Com a confirmação do colega, o diretor indagou ao mensageiro do delegado se a moça era menor ou maior. Ciente de que a moça era maior, o Almirante disse que seu servidor não compareceria à delegacia, e mandou uma mensagem para ser entregue, em seu nome, ao delegado dizendo, entre outras coisas, que:
"Pelo fato da pretensa vítima ser maior, e considerando que um cego não leva, mas é levado, não vejo razão para que meu servidor atenda sua intimação em prejuízo do trabalho que executa nesta repartição".
Não sei como ficou o sargento, mas o caso foi encerrado.

Ary Rodrigues da Silva

OBS.: Nesta coluna, editamos "escritos"(prosa/verso) de companheiros cegos
(ex- alunos/alunos ou não) do I B C.
Para participar: mande o "escrito" de sua lavra para a redação
(contraponto@exaluibc.org.br).

#15. ETIQUETA

Colunista: RITA OLIVEIRA (rita.oliveira@br.unisys.com)

Tempo é mais do que dinheiro – é qualidade de vida

A vida é para ser vivida e não se pode viver correndo atrás do tempo. Mas, tempo é crucial, principalmente para quem trabalha e vive em cidades grandes, como São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras.
O uso racional das 24 horas do dia é fundamental para que o trabalho torne-se mais fácil e produtivo. E também para aproveitar melhor os momentos em nossa casa. Com menos tempo "perdido" no trabalho ou nas tarefas "chatas" do dia-a-dia, com certeza, sobrará mais tempo para o lazer, a leitura e os seus outros prazeres...

No trabalho faça uma lista dos seus compromissos por ordem de dificuldade. Faça primeiro as "coisas" que dão mais trabalho ou chateação, deixando para quando você estiver mais cansado as tarefas que lhe dão mais prazer. O seu dia ficará mais tranqüilo...

Dividir as tarefas da sua casa com seu companheiro (a) fará com que sobre mais tempo para vocês ficarem juntinhos sem fazer nada ou não...

Se você mora sozinho e não é dos mais organizados, procure deixar as coisas arrumadas. Senão você vai perder um tempão tentando achar a conta do cartão ou colocando a cada minuto uma roupa na máquina de lavar.

Com o crescimento do uso da Internet aumentou em muito o tempo utilizado nas respostas de e-mails. Por isso, racionalize a leitura e a resposta dos e-mails. Cheque o assunto antes de abrir o e-mail e deixe os pessoais para a hora do almoço ou para o final do dia.

Faça os consertos em sua residência assim que aparecem os primeiros sinais - senão você perderá mais tempo e dinheiro depois. Se você não tem jeito para arrumar a torneira ou chuveiros, não espere "aparecer" a vontade. Chame logo um profissional...

Aprenda a dizer não a mais compromissos quando souber que não vai ter tempo para resolvê-los dentro do prazo. Isso vale para as suas tarefas profissionais e mesmo para aqueles "pedidos" da família.

No escritório não perca tempo com assuntos extra trabalho (fofocas e etc) vá direto aos assuntos principais e resolva-os na hora. E também marque um horário para dar a resposta a tudo que mereça um estudo mais profundo ou posterior..

Filas de banco são sempre chatas. Procure diminuir suas idas aos bancos, passe para cobrança automática. Faça o que for possível para fugir deste tempo perdido.

No trabalho procure marcar as reuniões e compromissos com um intervalo de tempo razoável para resolver imprevistos, despachar cartas e dar retorno para os telefonemas.

Veja quanto tempo você perde dentro de seu carro no trânsito e descubra alternativas. Seja sair quinze minutos mais cedo e aproveitar para tomar um café sossegado, ou fazer aquele curso de inglês fugindo da hora de rush.

Quem faz o nosso dia e horário somos nós.
Correr atrás do tempo, estar sempre atrasado, é perda de tempo. Aliás, é perda de qualidade de vida.

RITA OLIVEIRA

#16. BENGALA DE FOGO

O Cego versus o Imaginário Popular(coluna livre)

*Num Torneio de Goalball (contribuição do leitor)

O goalball é uma modalidade desportiva praticada exclusivamente por atletas com deficiência visual. É jogado em um ambiente com as dimensões de uma quadra de futsal. Cada equipe compõe-se de três jogadores, que defendem as traves do gol.
Essas balizas ficam no fundo da quadra, compreendendo toda a sua largura.
Os jogadores atacam a outra equipe através de arremessos, com o fim de, superando a defesa adversária, marcar o gol.
A bola do jogo tem guizo para produzir barulho e deve ser lançada de modo quase que rasteiro. Vence a partida quem fizer mais gols.
Todos os atletas jogam de venda. Assim, podem participar da modalidade atletas com
cegueira total e, também, com baixa visão.

Durante um torneio de goalball, três jogadores aguardavam o início da partida de sua equipe na arquibancada do ginásio, dois com cegueira total, Chaves e Kiko, um com baixa visão, Inhonho.
Subitamente, Chaves se lembrou de um fato picante que envolvia dois treinadores da modalidade, uma relação íntima entre o Madruga e a Florinda, segundo o Chaves, contado pelo próprio Madruga.
-- Kiko, sabia que o Madruga comeu a Florinda?
---- Verdade?
-- Sim, e ele disse que a Florinda é toda ruim. Parece um homem!
-- É?
-- Disse que a Florinda não se depila. Parece até a Mata Atlântica!
-- Sério?
-- Quando o Madrugão penetrou a Florinda ela urrou igual um homem: urrlll, uurrrllll, uuurrrrlllll!!!

Nesse momento, Inhonho, que estava quieto até então, afastou-se da dupla dizendo: "Tchau Florinda..."
Kiko, incrédulo, perguntou pro Inhonho:

-- A Florinda estava aqui?
Sim, desde o início. Ela fez sinal pra eu ficar calado.
A Florinda, em defesa, disse que era tudo mentira do Madruguinha, que era um brocha. Na transa, conforme a Florinda, o Madruga não havia conseguido finalizar nem a primeira!

OBS.: Os fatos, por uma questão, meramente didática/pedagógica/cultural, foram
tornados públicos... (Colunista titular: Duda Chapeleta)
PS.: se você tem histórias, causos, experiências próprias, do gênero, mande para nossa
redação, sua privacidade será rigorosamente preservada.

#17. GALERIA CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE

O Dia de Braille

Instituída, por iniciativa de "La Fraternal", antiga associação tiflológica de Buenos Aires, "Comisión" Argentina de homenagem a Luiz Braille, todos os anos no dia 4 de janeiro, natalício do ilustre cego francês, por isso mesmo designado pelos invidentes argentinos "O Dia de Braille", promove comemorações destinadas a divulgar por todos os meios de publicidade, a vida gloriosa e a obra imorredoura do grande benfeitor da humanidade.
Na capital brasileira, representam-na Joaquim José de Lima, Yolanda Marguerita Fasano de Lima que, em cumprimento a sua grata missão, intervieram junto ao chefe do Serviço de Rádio e Difusão Educativa, o professor cego João Emiliano do Lago, o qual, demonstrando um alto espírito de colaboração, gentilmente concordou, durante as irradiações da PPR7, rádio-emissora do Instituto Benjamin Constant no dia 4 de janeiro na leitura de uma crônica alusiva àquela efeméride tão cara aos corações dos cegos do mundo inteiro.
Não menos eloqüente, claro espírito de colaboração, foi a demonstrada pelo sr. Sylvio Pellico, professor também cego de Artes e Difusão Radiofônicas, que no seu programa "O que podemos fazer", destinado a divulgar as possibilidades dos não-videntes, organizado para a rádio Roquete Pinto do Distrito Federal, irradiado semanalmente, teve o nobre gesto de dedicar todo o tempo à memória do genial inventor de Coupvray.
Incontestavelmente, porém, o ponto culminante das homenagens ao modesto filho de França, foi o discurso pronunciado na Câmara Federal dos Deputados, do representante de Minas Gerais, dr. Jaeder Albergaria, que abaixo transcrevemos.

Diário do Congresso de 05-01-1956:

Dr. Presidente, Luiz Braille, cujo aniversário de nascimento se comemora hoje, é considerado universalmente o redentor dos cegos. Foi o inventor do alfabeto que lhes veio suavizar a vida. Luiz Braille nasceu na pequena aldeia de Coupvray, próxima de Paris. Filho de Simão Braille, que era sapateiro, teria por certo seguido a profissão paterna, se o destino para o imortalizar, não lhe houvesse tirado a visão.
Seu sistema, representado por seis pontos salientes, com que realizou sessenta e três combinações, veio recuperar os cegos dissipando-lhes a ignorância, tornando--os cidadãos úteis, dando-lhes em suma a alegria de viver.
Há cegos ilustres lecionando em institutos de todo o mundo, como os de Liverpool, Viena, Berlim, Boston, Nova York, Filadélfia, Paris, e tantos e tantos outros.
O Instituto Benjamin Constant, desta capital, e o Instituto São Rafael, de Belo Horizonte, são estabelecimentos modelares que muito têm feito em prol da educação das crianças cegas brasileiras.
Na Argentina existem notáveis instituições culturais para cegos; basta citar a Biblioteca Argentina para Ciegos, onde existe o maior número de livros escritos em caracteres anagliptográficos da América Latina. "La Fraternal" é um templo destinado a cultuar a memória de Luiz Braille. Dela surgiu a instituição do "Dia de Braille" com uma comissão destinada a propagar a vida e a obra do gênio de Coupvray.
Foi em 1819 que Braille, abandonando a sua aldeia, rumou para Paris, ingressando no Real Instituto de Jovens Cegos, onde como bem disse o culto professor Joaquim José de Lima, tinha ele marcado definitivamente seu encontro com a imortalidade, pois foi entre aquelas paredes vetustas e frias, pelas noites longas e silenciosas que, insone, meditou desde muito cedo e concluiu o seu incomparável alfabeto, hoje adotado em todos
os institutos de cegos.
Braille iniciara os seus estudos pelo sistema de leitura imaginado por Haüy, difícil e muito volumoso, entretanto na sonografia de Barbier, experimentada em 1821, é que Braille iria encontrar nos pontinhos salientes a base do seu insubstituível método, exposto em 1829, em um folheto por ele publicado, revolucionando na França, e, posteriormente em todo o mundo, a tiflopedagogia. O seu método extraordinário, que
tantos benefícios trouxe aos cegos, foi tenazmente combatido, trazendo-lhe muitos dissabores, que vieram agravar os seus padecimentos.
Assim foi que faleceu a 6 de janeiro de 1852 com quarenta e três anos, sem ter a ventura de saber quando o seu sistema racional de leitura e escrita seria adotado oficialmente em França, o que se verificou em 1854.
Luiz Braille foi nomeado professor do instituto em que se educou, em 1826. Os seus estudos eram constantes e todo o tempo livre de que dispunha empregava em pacientes investigações sobre o método que pudesse facilitar a educação dos cegos, que era seu sonho e que iria imortalizar-lhe o nome. Posteriormente, Braille em colaboração com
Foucault, criou uma inovação no seu sistema para que se tornasse a correspondência dos videntes com os cegos. Esse processo foi ainda modificado por Victor Ballu, aluno de Braille.
Luiz Braille, além de excelente professor, também se dedicou à música. Foi organista de várias paróquias de Paris. Em 1887 foi-lhe erigido um monumento em Coupvray.
Um século depois de sua morte, suas cinzas foram transladadas da aldeia natal para o Pantéon, onde estão os que, pelos seus feitos grandiosos, se fizeram credores da gratidão de sua pátria.

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Revista Brasileira Para Cegos - Maio de 1956

#18. PANORAMA PARAOLÍMPICO

Colunista: SANDRO LAINA SOARES ( sandrolaina@sandrolaina.com.br)

Assuntos desta edição:
* ICB (BA) é tricampeão da Copa Brasil Série A de Futebol de 5;
* AGAFUC (RS) conquista a Copa Brasil Série B de Futebol de 5;
* Abertas as inscrições para o Bolsa Atleta 2011; e
* Vem aí, Jogos Parapanamericanos.

ICB (BA) é tricampeão da Copa Brasil Série A de Futebol de 5

Contando mais uma vez com o talento de Jefinho, melhor jogador do mundo na modalidade, o ICB (BA) venceu de virada o CEDEMAC (MA) por 2 a 1, e sagrou-se tricampeão da Copa Brasil Série A 2011 de Futebol de 5. O craque fez os dois gols da equipe. A partida aconteceu na manhã de domingo, 9, no ginásio do Colégio Marista Pio X, em João Pessoa (PB). APADEVI (PB) de Campina Grande, ficou com o bronze.

O terceiro título da equipe baiana foi sofrido. O goleiro Daniel do CEDEMAC (MA) fez uma bela partida e evitava que as chances criadas pelo time do ICB (BA) se transformassem em gols.
Jogando mais na defesa, a equipe do Maranhão jogava nos contra-ataques. Foi assim que a equipe conseguiu abrir o placar.

Confusão na área do ICB (BA), Marcos Rogério ganhou da zaga e chutou forte, 1 a 0 CEDEMAC (MA). Para delírio das torcedoras do time do Maranhão que viajaram 1.660 quilômetros num ônibus fretado para incentivar a equipe.
Tudo parecia andar a favor do time do Maranhão. Gledson recebeu o segundo amarelo, após falta em Evandro e foi expulso. Imediatamente o técnico Gerson Coutinho pediu tempo técnico.
Quando tudo se encaminhava para termos um campeão inédito da Copa Brasil Série A, começou o show de Jefinho. Ele invadiu a área e chutou forte no ângulo sem chances para Daniel, e empatou a partida.
O gol da virada e do título veio no final do jogo. Faltando pouco menos de cinco minutos, o goleiro do CEDEMAC (MA) erra lançamento com as mãos, e a bola cai no pé de Jefinho que chuta da entrada da área para marcar o gol do tricampeonato do ICB (BA).
- Foi um campeonato muito difícil. Cada jogo era uma história diferente. Quando estávamos em desvantagem no placar tentei passar para eles que nada estava perdido. Eles estão de parabéns. Nós treinamos muito para conseguir esse título, e a recompensa veio. Valeu a pena o esforço – comemorou o técnico Gerson Coutinho do ICB (BA).

Patrocinado pelas Loterias CAIXA e com o apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro, a Copa é organizada pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Visuais (CBDV) e é a principal competição de Futebol de 5 do País. O campeonato reúne os melhores jogadores da modalidade que irão representar o Brasil nos Jogos Parapanamericanos de Guadalajara, em novembro, e nas Paraolimpíadas de Londres 2012.

Para Sílvia Cardoso, da gerência de projetos da Caixa Econômica Federal, representando a Loterias CAIXA, a competição foi fantástica.
- Fiquei muito impressionada com a qualidade da competição e dos atletas. Eles deram grande exemplo de profissionalismo e alto rendimento. Já tinha visto o Futebol de 5 pela televisão, mas ao vivo é bem melhor – ressaltou.

Os melhores da Copa Brasil Série A 2011

Eleito o melhor goleiro do campeonato, Daniel Silva, do CEDEMAC (MA), levou o troféu para casa. Entregue pelo vice-presidente do CPB, Luiz Cláudio Pereira, o prêmio de melhor jogador foi para Jefinho, do ICB (BA). Coordenador técnico nacional do Futebol de 5, José Antônio Freire, ex-jogador da APACE (PB), entregou os troféus de melhores artilheiros para Ricardinho, da APACE (PB) e Jefinho.
- Temos confiança e união. Foi isso que nos levou ao tricampeonato. Vamos suar a camisa agora para trazer mais um título para casa, de Guadalajara – avisou Jefinho.

O prêmio de jogador revelação 2011 ficou para Leandro, do CETEFE (DF), que subiu da Série B para a A neste ano e lutou bravamente para se manter na elite do Futebol de 5 brasileiro.

RESULTADOS

09/10 – Finais Jogo 25 – Disputa do terceiro lugar – APADEVI (PB) 1 x 0 ADEVIBEL (MG)
Jogo 26 – Disputa do título – CEDEMAC (MA) 1 x 2 ICB (BA)

Mais informações, vejam os posts referentes ao campeonato no site da CBDV.

Fonte: CBDV - www.cbdv.org.br
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AGAFUC (RS) conquista a Copa Brasil Série B de Futebol de 5

O gol marcado por André Trevisol logo no início do jogo foi o suficiente para a AGAFUC (RS) vencer a ADVP (PE), e conquistar o seu primeiro título da curta história da entidade. Além do caneco, a equipe subiu para a Série A da Copa Brasil de Futebol de 5. A vice-campeã ADVP (PE) também disputará a principal competição nacional em 2012.

A vitória da AGAFUC (RS) por 1 a 0 aconteceu neste domingo, 16, no ginásio da Escola de Surdos de Goiânia. O campeonato foi realizado pela CBDV, com o apoio do SEMEL (GO), e o patrocínio da Loterias CAIXA.
AGAFUC (RS) e ADVP (PE) chegaram à final depois de passarem nas semifinais por AMC (MT) e UEESJAA (PA), respectivamente. Raimundo Nonato (ADVP) e André Trevisol (AGAFUC) eram as apostas das equipes para a decisão. O atleta da equipe pernambucana, inclusive, havia marcado todos os gols (12) do time, e era o artilheiro da competição.
Na final, assim como na fase de grupos o time do Rio Grande do Sul foi superior e venceu. O gol relâmpago de André Trevisol e as defesas do goleiro Alessandro garantiram o título da equipe que só existe há aproximadamente 11 meses.

A disputa do bronze foi entre UEESJAA (PA) e AMC (MT). Melhor para a equipe do Pará que venceu por 1 a 0 com o gol ainda no primeiro tempo de Davison.

Nas premiações individuais, Raimundo Nonato da APDV (PE), emplacou três indicações: melhor jogador, revelação e artilheiro, com 12 gols. O melhor goleiro da competição foi Felipe da AGAFUC (RS).

Confira os resultados

12/10 – Primeira rodada
Jogo 1 – ADEVIG (SP) 0 x 3 AGAFUC (RS)
Jogo 2 – UEESJAA (PA) 1 x 0 AMC (MT)
Jogo 3 – ADVIMS (MS) 1 x 2 ILBES (ES)
Jogo 4 – ESCEMA (MA) 0 x 1 ADVP (PE)

13/10 – Segunda rodada
Jogo 5 – UEESJAA (PA) 3 x 0 ILBES (ES)
Jogo 6 – ESCEMA (MA) 1 x 3 AGAFUC (RS)
Jogo 7 – ADVIMS (MS) 0 x 0 AMC (MT)
Jogo 8 – ADEVIG (SP) 0 x 6 ADVP (PE)

14/10 – Terceira rodada
Jogo 9 – UEESJAA (PA) 2 x 0 ADVIMS (MS)
Jogo 10 – ILBES (ES) 0 x 4 AMC (MT)
Jogo 11 – ADEVIG (SP) 0 x 0 ESCEMA (MA)
Jogo 12 – ADVP (PE) 1 x 2 AGAFUC (RS)

15/10 – Semifinal
Jogo 13 – AGAFUC (RS) 1 x 1 AMC (MT) – (2 a 0 AGAFUC nos pênaltis)
Jogo 14 – UEESJAA (PA) 2 x 4 ADVP (PE)

16/10 – Final e disputa do 3° lugar
Jogo 15 – AMC (MT) 0 x 1 UEESJAA (PA) – disputa do 3° lugar
Jogo 16 – AGAFUC (RS) 1 x 0 ADVP (PE) – final

Fonte: CBDV - www.cbdv.org.br
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Abertas as inscrições para o Bolsa Atleta 2011

Estão abertas as inscrições para o Bolsa atleta 2011, programa do Ministério do esporte que visa garantir uma manutenção pessoal mínima aos atletas de alto rendimento, buscando dar condições para que se dediquem ao treinamento esportivo e a participação em competições visando o desenvolvimento pleno de sua carreira esportiva.

O programa do Ministério do esporte investe prioritariamente nos esportes olímpicos e paraolímpicos, para formar, manter e renovar periodicamente gerações de atletas com potencial para representar o País nos Jogos Olímpicos e paraolímpicos.

As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de novembro, pelo site do bolsa-atleta, no portal do Ministério do Esporte: WWW.esporte.gov.br.

Fonte: Final Sports (RS) • Últimas Notícias • 14/10/2011 • 15:43:51
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Vem aí, Jogos Parapanamericanos.

Entre os dias 12 e 20 de novembro próximos, em Guadalajara, México, os paraatletas brasileiros vão em busca do primeiro lugar no quadro de medalhas dos Jogos parapanamericanos 2011.

No site do CPB – www.cpb.org.br, bem como no seu twitter – www.twitter.com/cpboficial, poderão ser encontradas informações atualizadas sobre a delegação brasileira.

Já no site da CBDV – www.cbdv.org.br , bem como no twitter, www.twitter.com/cbdvonline, informações mais específicas sobre os atletas cegos do futebol de 5, goalball e judô.

Torçam, nos acompanhem e vibrem com nossas conquistas!

sandrolaina@sandrolaina.com.br
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www.twitter.com/sandrolaina
www.facebook.com/sandrolaina

SANDRO LAINA SOARES

#19. CLASSIFICADOS CONTRAPONTO

COLUNA LIVRE:

*Receba gratuitamente a Bíblia em áudio. Veja como! Ouça em casa, no carro durante o congestionamento, na academia...

Pense em ler a Bíblia toda assim, todo dia: você recebe por e-mail um capítulo da Bíblia, junto com um comentário que contextualiza a leitura e link para ouvir o áudio da leitura do texto, podendo também fazer o download desse áudio.
Seu e-mail não é repassado pra ninguém, nem ninguém fica enviando propagandas ou convites por ele.
É o que irmãos da Igreja Presbiteriana de Brasília estão disponibilizando.
Confira!

"Prezado irmão e amigo, há alguns dias a Igreja Presbiteriana de Brasília começou um projeto de leitura bíblica diária e que tem sido benção na vida de muitos. Ou seja, se você deseja receber diariamente um capítulo da Bíblia para ler envie uma mensagem para
boletim@ipbsb.org.br
Simplesmente dizendo: quero ser cadastrado para receber a "leitura bíblica diária".
Junto da leitura diária sempre acompanha também um comentário breve dos pastores da IPBsb contextualizando a leitura e um link com a gravação em áudio para que você possa simplesmente ouvir ou mesmo fazer o download."

Fraternalmente,
Valter Jr.
From: "Valter Jr." valter.junior@uol.com.br

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* Banco de Remédios - Sobras

Às vezes sobram aqueles medicamentos dentro da validade, que alguém pode aproveitar e a gente não sabe o que fazer com eles.
A ASAPREV-RJ criou o Banco de Remédios para atendimento gratuito aos aposentados de baixa renda, que não têm condição de adquirir medicamentos.
O Banco sobrevive com a doação de medicamentos de pessoas cujo tratamento foi interrompido.
Caso você possua um medicamento de que não precisa mais ou de que não faça mais uso, não o deixe em uma gaveta para depois jogar fora quando vencer o prazo de validade.
Faça a doação.
O endereço de coleta é Av. Rio Branco 156 – 20º andar
salas 2021 à 2024
(Edifício Av. Central )
Pode deixar na Portaria do prédio.

Você também pode fazer a doação no Shopping Tijuca no SAC
– Serviço de Atendimento ao Cliente- 3° piso
site: www.asaprev-rj.org.br
http://www.asaprev-rj.org.br/
e-mail: asaprev-rj@zaz.com.br
Tels: 2544-3396 / 2524-0407

***

* Vacina anti- câncer

Já existe vacina anti- câncer (pele e rins).
Foi desenvolvida por cientistas médicos brasileiros uma vacina para estes dois tipos de
câncer, que se mostrou eficaz, tanto no estágio inicial como em fase mais avançada.
A vacina é fabricada em laboratório utilizando um pequeno pedaço do tumor do próprio paciente. Em 30 dias está pronta, e é remetida para o médico oncologista do paciente.

Nome do médico que desenvolveu a vacina: José Alexandre Barbuto
Hospital Sírio Libanês - Grupo Genoma.

Contato:Telefone do Laboratório: 0800-7737327
(falar com Dra. Ana Carolina ou Dra. Karyn, para maiores detalhes)

www.vacinacontraocancer.com.br
Por favor, divulguem esta vitória da medicina genética brasileira!

#20. FALE COM O CONTRAPONTO

CARTAS DOS LEITORES:

* From: Zenaide

Bom dia.
Meu nome é Zenaide, sou mãe de Cleverson Casarin Uliana.
Tenho uma amiga que está com problemas nos olhos. O oftalmo falou a ela que seu problema são drusas. Ela pediu-me para escrever perguntando que são drusas, quais as consequências e qual o tratamento.
Gostaria de ter essa informação de especialistas de Brasília para passar a ela, por favor.
Desde já ficamos agradecidas.
Muito obrigada
Zenaide#

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Seu e-mail Foi encaminhado, ao HOB, assim que tivermos resposta, passaremos para você.

Valdenito de Souza

*From: "Renato"

Boa tarde! Quero poder participar da lista, bem como receber o jornal, meu nome é: Carlos Renato Silva dos Reis, endereço de e-mail renato.drica@gmail.com, aguardo respostas, obrigado!

O caipira pirapora da silva, Renatinho!

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Salve Renato,

Será motivo de honra tê-lo conosco.

Valdenito de Souza

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* Cadastro de Leitores: Se você deseja ser um leitor assíduo de nosso jornal, envie uma
mensagem (solicitando inscrição no cadastro de leitores), para:
contraponto@exaluibc.org.br

* Todas as edições do Contraponto estão disponibilizadas no site da Associação dos
Ex-alunos do IBC
(exaluibc.org.br), entre no link " contraponto"

* Participe (com criticas e sugestões), ajudem-nos aprimorá-lo, para que, se transforme
realmente num canal consistente do nosso segmento.

* Venha fazer parte da nossa entidade:
Associação dos Ex-Alunos do Instituto Benjamin Constant (existem vários desafios
esperando por todos nós).
Lutamos pela difusão e socialização ampliada de atividades, eventos e ações voltadas
para Defesa dos Direitos dos Deficientes Visuais.

* Acompanhe a Associação dos Ex-alunos do I B C no Twitter: @exaluibc

* Faça parte da lista de discussão dos Ex-alunos do I B C, um espaço onde o foco é nos deficientes visuais e seu universo.
(Você pode se inscrever via site da associação: www.exaluibc.org.br)

* Solicitamos a difusão deste material na Internet: pode vir a ser útil para pessoas que
você sequer conhece.

*Redator Chefe:
Valdenito de Souza, o nacionalista místico
Rio de Janeiro/RJ

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Comentários

Olá Diego !

Não vi tudo, só mais o indice, mas parece-me uma excelente ideia, mais um modo de sensibilizar a sociedade ! loool
Parabéns ao Jornal, e hajam outros nesse sentido ! loool

Abraços