Cego diz que foi agredido por dar "encontrão"
00h30m
Nuno Cerqueira
Jorge Leite, com uma incapacidade de visão de 95%, diz ter sido agredido, com o irmão, numa discoteca em Amares e já fez queixa no tribunal. Diz que tudo começou com um "encontrão" casual, mas há quem diga que houve história de saias envolvida. Jorge desmente.
Era uma noite normal durante a qual apenas se queria divertir. Na companhia de amigos e familiares, Jorge Leite, praticamente cego, natural de Braga, disse, ao JN, que foi violentamente atacado pelos seguranças da discoteca, na madrugada do passado dia 12. Estava no segundo piso e, acidentalmente, choquei com um indivíduo e pedi desculpa, começou por explicar, ao JN, o homem de 34 anos.
Jorge Leite contou que, enquanto o irmão tentava esclarecer a situação, ele terá sido arrastado, por um segurança, pelas escadas abaixo. Fui pagar o cartão de consumo e, quando tentei chegar à beira do meu irmão, para ele perceber que estava tudo bem comigo, foi impedido pelos seguranças e comecei a ser agredido, relatou o queixoso, que, devido à sua incapacidade visual, não consegue ter noção do local preciso das agressões que diz ter sido vítima. Por aquilo que me foi dito e daquilo que é a minha percepção, creio que as agressões foram no interior da discoteca junto à entrada, esclareceu Jorge Leite.
Segundo a denúncia, no local juntaram-se vários seguranças da discoteca que começaram a agredir o irmão de Jorge Leite, primeiro agarrando-o pelo pescoço e arrastando-o para fora do estabelecimento nocturno, para depois, com extra violência, imobilizá-lo. Eram quatro, apertaram-lhe os braços e atiraram-no ao chão.
Também o mandaram, de cabeça, contra uma porta para, em seguida, apertarem-lhe o pescoço com tanta força que fizeram com que ele perdesse os sentidos, relatou, ao JN, Jorge Leite, que conta que o irmão, assim como ele, tiveram que receber tratamento hospitalar. Mas o meu irmão é que ficou em estado mais grave, sublinhou.
Jorge Leite acrescenta ainda que foi impedido brutalmente de chegar ao irmão e que a dona e seguranças do estabelecimento não queriam chamar uma ambulância. Mas acabaram por fazê-lo. Isto tudo depois de ter sido ameaçado pela dona de que me fechava num quarto escuro, acusa. Apesar de não ter apresentado queixa na GNR, Jorge Leite disse que o fez directamente no Ministério Público e que avançou com uma queixa-crime no Tribunal Judicial da Comarca de Amares.
A dona da discoteca desmente qualquer agressão dentro ou fora do seu estabelecimento. Foi uma situação a que por acaso assisti. Vi os seguranças a levá-lo para fora e não houve nenhuma agressão. Ele caiu aleijou-se sozinho e a namorada veio pedir-me desculpa pela situação, contou Isilda Azevedo, referindo-se ao irmão de Jorge Leite. Ele estava uma fera e são pessoas conhecidas dos seguranças, que o tentaram acalmar, relata a proprietária, que refuta ainda a afirmação de que terá tido relutância em chamar a ambulância. Até chamei a GNR e tudo. Depois de o ver ali no chão a sangrar chamei logo a ambulância, acabando por dizer que a situação começou com uma discussão eles (o grupo de Jorge Leite) e outros clientes por causa de mulheres.
Isilda Azevedo diz que não deixa nenhum segurança agarrar com violência e agredir os seus clientes mesmo que estes estejam a ter um comportamento incorrecto, recorrendo sempre às autoridades. A dona da discoteca fez ainda questão de sublinhar que foi a namorada que pediu para não chamar a GNR, enquanto pedia desculpas pela confusão criada. O JN apurou que a GNR esteve no local para tomar conta da ocorrência após ter sido contactada pela proprietária do estabelecimento de diversão.
Sérgio Gonçalves
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