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Brasil - Colírio gratuito pode reduzir cegueira

por Eutrópia

Inclusão de medicamentos para glaucoma nas farmácias de alto custo pode reduzir em 20% cegueira causada pela doença.

O glaucoma é um grave problema de saúde pública apontado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como a segunda maior causa de cegueira no mundo que responde 13% dos casos de perda irreversível da visão. No Brasil mais de 900 mil pessoas são portadoras da doença que causa a perda progressiva do campo visual, é incurável e exige medicação contínua. O problema segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, é que 2 em cada 10 glaucomatosos abandonam o tratamento e 67% dos pacientes pingam colírio de forma errada o que também compromete o controle da doença, conforme estudo feito pelo especialista com 2,7 mil pacientes, dos quais 81 eram portadores de glaucoma.

Na opinião de Queiroz Neto, um dos motivos que leva ao abandono do tratamento é o alto custo do colírio que varia de 64 a 102 reais por frasco, deve ser usado de uma a três vezes ao dia, dependendo da fórmula, além de muitas vezes ser necessário associar mais de um medicamento o que encarece ainda mais o tratamento. A boa notícia é que tanto os colírios como os medicamentos orais indicados para a doença foram incluídos no início desse ano na listagem dos remédios distribuídos pelas farmácias de alto custo do estado de São Paulo. Para o médico a iniciativa pode reduzir em 20% o índice de cegueira causada pelo glaucoma desde que o colírio seja aplicado corretamente.

As principais recomendações para o uso correto de colírios são: Lave as mãos antes da aplicação. Verifique no frasco se é recomendado agitar o produto antes de usar Incline a cabeça para trás. Flexione a pálpebra inferior com o indicador. Com a outra mão segure o dosador Coloque o medicamento sem relar no bico dosado, evitando a contaminação. Feche os olhos por 3 minutos para garantir o efeito Pressione com o polegar o canto interno do olho para reduzir efeitos colaterais Se usar lentes de contato retire-as antes da aplicação Recoloque as lentes de contato depois de 10 minutos da aplicação Em caso de prescrição de mais de um colírio aguarde 15 minutos entre um e outro Só aplicar medicação dentro do prazo de validade estipulado na embalagem

ELEVAÇÃO DA PRESÃO INTRA-OCULAR É UM DOS FATORES DE RISCO

O especialista explica que os colírios combatem a elevação da pressão intra-ocular, maior fator de risco para a evolução das alterações oculares, mas não restitui ao paciente a visão já perdida em decorrência da doença, o que também representa um desestímulo para algumas pessoas. É um erro, adverte, porque a falta de controle da pressão intra-ocular permite a perda progressiva de células neuronais da retina, aumento da escavação do disco óptico e de danos no nervo óptico que é responsável por levar as informações visuais da retina ao cérebro e qualquer lesão em suas células são irreparáveis. Queiroz Neto ressalta que um estudo da Academia Americana de Oftalmologia demonstra que 50% dos portadores não têm elevação na pressão intra-ocular. Por isso, recomenda que após os 45 anos toda pessoa faça um check-up visual anualmente, que inclui “exame de fundo de olho” pelo oftalmologista, já que isoladamente a checagem da pressão intra-ocular pode não garantir a prevenção. O glaucoma, comenta, não apresenta sintomas e 40% dos portadores chegam à primeira consulta com cegueira em um dos olhos que indica estágio avançado da doença. Pertencem a grupos de risco descentes de negros e asiáticos, hipertensos, diabéticos, quem tem familiares com a doença, já sofreu traumas oculares, faz tratamento prolongado com corticóides ou antidepressivos e mulheres na pós-menopausa devido às alterações hormonais. O tratamento pode ser feito com colírio, em alguns casos por medicação oral que tem a inconveniência de reduzir os níveis de potássio, laserterapia e intervenção cirúrgica.

COMO GARANTIR OS MEDICAMENTOS

A liberação de medicamentos pelas farmácias de alto custo demora de 14 a 45 dias. Para ter acesso é necessário apresentar cópia do CSN (Cartão Nacional de Saúde) que pode ser retirado no centro de saúde mais próxima da residência do requerente, laudo preenchido pelo médico, receita em duas vias, termo de consentimento do paciente, cópias do RG, CPF e comprovante de residência. Os modelos tanto do laudo médico como do termo de consentimento encontram-se disponíveis nos sites das secretarias de saúde de cada cidade.

Além do glaucoma, as farmácias de alto custo oferecem medicamentos para artrite, diabetes, fibrose cística, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial sistêmica, toxoplasmose gestacional, lúpus, obesidade, osteoporose e transtornos psíquicos.

Informações à Imprensa: Eutrópia Turazzi – LDC Comunicação

eutropia@uol.com.br

Fonte: http://www.segs.com.br/index.cfm?fuseaction=ver&cod=53398

Comentários

Achei muito bom ter um portal sobre Glaucoma principalmente a possibilidade de ter a medicação gratuita.

Posso dizer que eu nunca conseguir receber este medicamento gratuito. Tenho assistência médica e torna-se dificil ir conseguir ou mesmo encontrar em postos de saúde os colírios para glaucoma.
Quem usa o SUS até consegue. Gostaria que as farmácias populares também vendessem este medicamento mais barato.
Como fazer para que isto fosse um projeto, podemos fazer um projeto, detalhando casos de cegueira, devido o não uso por condiçõs financeiras e outros problemas existentes. È só uma idéia.

Zilma

Zilma
As farmácias de alto custo espalhadas pelo Brasil funcionam independente do tipo de atendimento médico que uma pessoa tem, ou seja, tanto faz se o paciente é atendido pelo SUS, planos de saúde ou consulta particular. Não tem nada a ver com postos de saúde onde certamente estes colírios não estão disponíveis. Entretanto, você precisa fazer o cadastro. Converse com seu médico. Conheço diversas pessoas que não utilizam o serviço do SUS e que têm acesso a diferentes medicamentos nestas farmácias, inclusive colírios. O projeto já existe justamente porque muitos glaucomatosos deixam de usar colírios e perdem a visão.