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Jornal Ver sem Olhar, 2ª edição

por Lerparaver

VER SEM OLHAR

2ª Edição

Agosto de 2006

Se preferir faça o Download da 2ª edição.

Apoios:

Câmara Municipal de Albufeira – Gabinete de Apoio ao Jovem de Albufeira

Colaboradores:

APEXA – Associação da Pessoa Excepcional do Algarve
CPCJ – Comissão de Protecção das Crianças e Jovens em Risco de Albufeira
ESA – Escola Secundária de Albufeira
Marques&Guedes

CONTACTOS

Telefone: 289586779

Morada: Escola Secundária de Albufeira
Rua das Escolas 8200-126 Albufeira

E-mail: versemolhar@esa.pt

Agradecimentos:

Um obrigado muito especial à Tiflotecnia e ao Clube Português do Utilizador do Cão-Guia por nos ajudarem a divulgar este jornal.

Editorial

Quando um casal decide ter um filho não pensa na hipótese de que o seu futuro bebé possa vir a ter algum tipo de deficiência. Após o nascimento da criança e os pais descobrirem que o bebé é cego, apanham um choque tão grande que pensam logo que este bebé não poderá ter uma vida normal devido à sua deficiência. Uma criança que já nasceu cega não sabe o que é ver e enquanto isto acontecer, o bebé é feliz como outra criança qualquer porque não se dá conta da realidade e não se sente discriminado.

Um bebé cego é uma criança perfeitamente normal, também gosta de saber que os pais gostam dele, que o levam a passear, que conversam com ele e também que brincam com ele. A cegueira é apenas um aspecto da vida da criança. Há que ter originalidade para brincar com uma criança cega. Chame-a para ela vir ter consigo, use objectos que tenham som para chamarem a atenção do bebé, descreva-lhe as coisas ao redor, explique-lhe algumas funções dos brinquedos que ele tem, é como exemplo um carro. Diga-lhe que um carro anda com as quatro rodas em cima de uma estrada. Exemplifique-lhe o que lhe está a explicar e emite um barulho de um carro. Deixe-a fazer as coisas porque esta também gosta de saber que se sente útil. Elogie-a pelo seu trabalho, apesar de este não ter ficado completamente bem, mas nunca deixe de tentar aperfeiçoá-lo juntamente com a criança. Enfim, tenha paciência e imaginação. O mais importante é que a criança se sinta tão normal como outra qualquer. Utilize as palavras que usa normalmente com as outras pessoas - "Vês este carro?". Mostre-lhe o carro e deixe-a senti-lo com as mãos pois é através do tacto, audição e olfacto que uma pessoa cega vê os objectos.

Este é apenas um pequeno resumo de uma possível educação de um bebé cego, pois isto tudo varia conforme o bebé, os pais ou o local onde está a criança. Enfim, trate o seu filho como trataria um bebé normal apesar de que a criança cega requer alguns cuidados específicos e lembre-se que lá por você utilizar os olhos para fazer tudo e imaginar que não consegue, não quer dizer que outros sem a visão não consigam fazer nada.

Diogo Costa

Espaço Notícias

Braille no Estilismo

“Uma estilista Indiana, desenhou peças de roupa para pessoas com limitações visuais.

O ano de 2001 contemplou uma evolução nos desenhos da moda para as pessoas amblíopes e cegas. Uma estilista inovadora de Bombay, Índia, Wendell Rodrocks, apresentou uma nova linha de roupa totalmente orientada para pessoas com dificuldades visuais e cegas, usando nas suas peças os estampados e desenhos para criar letras em Braille e para identificar a cor de cada peça.

A desenhadora concentra-se não só na cor como também dá uma forte importância relativamente à textura, oferecendo também cores básicas como o preto, o branco e o bege, usando o coupé e a seda.

Esta nova linha foi criada com o intuito de se tornar acessível às pessoas com limitações visuais e cegas, porém, o novo tipo de roupa também serve para pessoas sem limitações visuais, porque os seus estampados e desenhos em Braille parecem como se fossem desenhos num ecrã.”

Espaço Entrevistas

O BRAILLE TEM OS DIAS CONTADOS?

Luís Braille deu aos cegos a possibilidade de ler e escrever como qualquer outra pessoa com o sistema que pelas suas próprias mãos desenvolveu e o qual ficou conhecido pelo seu próprio nome.

O sistema Braille resulta da combinação de 6 pontos dispostos 3 a 3 na vertical e permite aos cegos lerem e escreverem.

Desde sempre o braille foi a escrita dos cegos mas com o aparecimento dos programas de leitura de ecrã que associados a sintetizadores de voz permitem aos cegos ter acesso ao computador e a todo um mundo de informação que lhe está associado. O braille passou para muitos a ser um segundo recurso ou quase a ser uma mera recordação.

Manuel Nunes é cego total e desempenha funções de telefonista em Faro.

Mesmo dispondo de recursos informáticos não dispensa o Braille no seu dia a dia defendendo com unhas e dentes este sistema e rejeitando que a informática possa ter relegado o Braille para um papel secundário.

Em jeito de provocação perguntamos a Manuel Nunes se o Braille tinha os dias contados.

MN - Afirmar que o Braille tem os dias contados, não me parece de todo correcto, mas que está a passar por um momento bastante difícil, é um facto.

Sendo eu um acérrimo defensor da escrita Braille, reconheço que o aparecimento da informática adaptada aos cegos veio-nos abrir horizontes extraordinários, facilitando-nos muitíssimo a vida.

Explicando melhor, darei o seguinte exemplo:
O livro Os Maias de Eça de Queiroz, que na escrita a negro tem um só volume, em Braille são 9 livros, Pretendo dizer que é muito mais fácil ouvi-lo através do computador, pois não se tem o problema de andar com os livros de um lado para o outro, e também não se põe a dificuldade de onde os guardar. Além disso, o acesso à informação, jornais, lazer, comunicar com o mundo em momento real, sem este meio, a (informática), não seria possível.

A formação assume sem dúvida um papel importante na conciliação perfeitamente possível entre o sistema Braille e as novas tecnologias, sendo que muitas delas o utilizam nomeadamente as linhas Braille também elas possíveis de associar ao computador mas devido ao seu elevado custo quase inacessíveis à maioria dos deficientes visuais utilizadores do PC.

Cabe à escola nomeadamente aos professores directamente responsáveis pela formação específica dos alunos cegos consciencializá-los da importância do Braille bem como do papel fundamental que as novas tecnologias assumem na sua vida futura conferindo-lhes os conhecimentos necessários nos dois campos.

Pedimos a Manuel Nunes que nos estabelecesse uma relação entre a escola antes e depois do aparecimento da informática adaptada.

MN - Falando do ponto de vista didáctico, (ou seja escola), enquanto que os alunos muitas vezes chegavam ao meio do ano lectivo sem livros para estudar, agora desde que os livros escolares sejam digitalizados, eles estão logo prontos e comodamente o aluno pode acompanhar os colegas sem qualquer problema.

Por outro lado, esta comodidade levanta um problema:
O jovem poderá deixar de ter noção correcta de como se escreve, por isso, acho importante e urgente que os nossos jovens saibam correctamente a sua escrita, aquela que sem ela, continuaríamos com os horizontes muito limitados, pois talvez a informática não teria chegado até nós.

No fundo quer o Braille quer a informática adaptada têm um papel fundamental na vida dos cegos sendo que um jamais substituirá o outro na medida em que se completam perfeitamente.

Afinal os normovisuais quando começaram a utilizar o computador não fizeram da caneta uma peça de museu.

Ricardo Martins

Vânia, uma história de coragem

Vânia Quinta tem 21 anos e vive em Loulé (Algarve) com os pais e irmão. É alegre, gosta de ajudar os outros, adora conviver e tem sempre um grande sorriso para nos presentear.

Desde muito cedo esta jovem começou a enfrentar grandes batalhas e foi devido à sua força de vontade que os obstáculos foram sendo ultrapassados. Mas que passado teve a Vânia? A esta e a outras perguntas irá responder-nos a sua mãe (Dina Quinta) que também teve de ter uma grande coragem para não desanimar e continuar a apoiar a filha.

Diogo - Como é que foi a infância da Vânia?

DQ - Partindo do início, a Vânia nasceu de parto normal. Com mais ou menos um ano de idade, apareceu-lhe um angioma na face direita e no canto do olho direito. Teve um atraso na fala, frequentou o Jardim-de-infância para ver se recuperava e andou na terapia da fala. Nesta altura foi observada por um pediatra, foram efectuadas mais consultas e chegou-se à conclusão que esta criança precisava de ser operada com urgência. A Vânia fez a cirurgia só que os médicos não lhe encontraram nenhum tumor. Foram feitas mais consultas onde se veio a descobrir que a Vânia tinha um angioma gigante na carótida direita. Ela corria risco de vida devido a esse angioma. Foi submetida a outra operação onde lhe foi feita uma laqueação da carótida direita. Como se já não bastasse, ao fim de oito dias foi novamente submetida a uma operação para o tratamento cirúrgico de um aneurisma. Pouco tempo depois, veio-se a descobrir que esta criança perdera toda a visão do olho direito.
A situação ficou estabilizada até aos 15 anos. Depois de ter feito uma ressonância magnética, foi-lhe detectada uma lesão da órbita direita o que a levou novamente a realizar outra operação que foi bem sucedida. Ao fim de 2 dias deu-se a Hidrocefalia que chegou ao limite máximo. Teve que ser operada de urgência para a colocação de uma válvula externa. Ao fim de quatro dias foi novamente submetida a uma cirurgia para se colocar uma válvula interna.
Foi a partir deste momento que a Vânia começou a queixar-se que só via nevoeiro e sombras. Falamos ao médico que nos conduziu a um oftalmologista que nos disse que já não havia hipótese de recuperação da visão, pois tinha-se dado atrofia óptica, devido à pressão da hidrocefalia.

Diogo - Como é que foi a vida da Vânia na escola a partir deste momento?

DQ - A partir deste momento começaram as complicações na escola. Ela frequentava o 9º ano da escolaridade obrigatória. Este estabelecimento de ensino queria despachá-la pois as pessoas que lá estavam afirmavam que não estavam preparadas para receber alunos com problemas como os da Vânia. Ela ainda repetiu o 9ºano por eu assim o exigir. Não considerava justo eles quererem dar-lhe o 9º ano sem esta ter frequentado este (A Vânia faltou uma parte do primeiro período e o segundo todo). Não encontrámos apoio nenhum da parte da escola, foi mesmo só o essencial e com muito custo, mesmo da parte de professores.

Diogo - Como é que foi a vida da Vânia daí para a frente?

DQ - A Vânia manteve-se estável até perto de fazer os 18 anos.
A um mês de fazer os 18 anos foi novamente internada devido a um tumor maligno que já lá estava desde os 6 anos. Só que estava parado.
A partir daí começou a desenvolver-se. Foi feita uma nova cirurgia onde foi retirado uma parte do tumor. Foi para análise onde foi confirmado a malignidade. Ela reagiu razoavelmente à cirurgia, mas após o segundo dia teve que ser submetida de novo a nova operação devido ao entupimento da válvula.
Aos 19 anos, a partir de Janeiro a situação da Vânia voltou a agravar-se novamente. Ela começou a queixar-se com muitas dores de cabeça, mas conseguiu suportar até ao mês de Abril. No domingo de Páscoa a Vânia já não estava conseguindo suportar as dores, os comprimidos já não faziam efeito. Na segunda-feira à noite vi-me obrigada a chamar a ambulância, eu já não conseguia vê-la com tanto sofrimento e já não podia fazer nada. As dores já provocavam os vómitos e então já não havia mais nada a fazer em casa, só mesmo no hospital. Ela deu entrada no Hospital de Faro por volta das 1h da manhã de terça-feira. Deram-lhe uns sedativos para as dores. Na terça-feira, depois de ter feito análises e um TAC resolveram mandá-la para Lisboa. A Vânia já estava de rastos com as dores e já dizia que não suportava mais. Mas por milagre quem estava de serviço nessa noite era o médico dela que assim que a viu tratou de levá-la logo para o bloco operatório, pois ela já estava a entrar em coma. As válvulas estavam entupidas. O médico disse que foi um milagre ela ter suportado tanto. Chegou mesmo ao limite máximo da Hidrocefalia. Isto tudo de terça para quarta-feira. A Vânia ficou até segunda com uma válvula externa que foi trocada por uma interna. Na terça quando foi para a enfermaria voltaram novamente as dores, chamamos o médico e ele foi ver a Vânia, mandou fazer um TAC onde foram detectadas novamente as válvulas entupidas. Na quarta depois de voltar para a enfermaria, as dores voltaram, fez de novo TAC, resultado válvulas entupidas, bloco operatório, o médico que estava de serviço voltou a colocar-lhe as válvulas externas. Os médicos começaram a dizer-nos que a Vânia já não iria viver muito tempo pois o tumor estava muito grande e era a causa do entupimento das válvulas pois segregava uma substância que provocava o entupimento das válvulas. Eles não sabiam o que fazer. A vida da Vânia estava já no fim não podia fazer mais nada. O tumor era maligno, muito grande e situado num local muito complicado. A Vânia corria todo o tipo de riscos. (Podia ficar paraplégica, ter emendita...) O médico chegou mais tarde ao pé de mim e do meu marido e explicou toda a situação. Não escondeu nada de nós. - A Vânia não vai sobreviver muito tempo a esta situação. Ela está a chegar ao fim. O tumor está a dominá-la, e ela não vai aguentar. Vamos ter que ser agressivos com ela, vamos tentar retirar uma parte do tumor, mas ela corre o risco de ficar nas nossas mãos, mas se nós não tentarmos vamos ficar sem ela. - Perguntaram se nós aceitávamos esse risco, era o tudo ou nada. Nós arriscámos, colocámos toda essa situação nas mãos de Deus e de Nossa Senhora para que fizessem o milagre. No dia da operação estávamos todos muito calmos e até a Vânia estava serena quando foi para o bloco. Por volta das 13:30 já tinha terminado a cirurgia, começaram a sair os médicos com um sorriso enorme, todos muito satisfeitos. Chegaram ao pé de nós e disseram: - Conseguimos retirar todo o tumor, ela aguentou agora vamos esperar até amanhã para ver como é que ela vai reagir.
No outro dia quando fui vê-la pensei que ia encontrá-la a dormir. Encontrei-a tão alegre e animada que fiquei admirada, como é que uma pessoa com poucas horas de ser operada podia estar assim. Quando ela me viu o que ela me disse logo foi: - Ah mãe, agora sei que me tiraram algo de dentro da minha cabeça. Sinto-me tão leve! A minha cabeça já não me pesa.

ANJO-DA-GUARDA DO SUL

Gisela Ferreira tem actualmente 27 anos, é psicóloga e trabalha na delegação local da ACAPO de Faro. É bem disposta, gosta de brincar, adora conversar e é muito prestativa naquilo que faz.

Diogo - O que é que a levou a ser psicóloga?

GF - Na realidade decidi seguir Psicologia apenas com 12 anos de idade. Mais tarde e de um modo mais maturo, a necessidade de ser Psicóloga implementou se cada vez mais em mim enquanto ser humano, devido à constante noção de que o plano psicológico e o emocional comandam, condicionando irremediavelmente o nosso bem-estar. As emoções, os conflitos internos, as dúvidas que tanto perturbam o nosso relacionamento interpessoal e intrapessoal, assim como o nosso cérebro constituem verdadeiros mistérios, que através da psicologia é-me facultado investigar e aprofundar. Ser-se Psicóloga não é uma escolha, é um estado de alma, é uma postura na vida. No fundo é a minha vida.

Diogo - Exerce esta profissão há quantos anos?

GF - Desde que me licenciei na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, em 2001, visto que o curso tem a duração de cinco anos. Terminei com os meus 23 anos de idade.

Diogo - Porque é que você acompanha pacientes cegos?

GF - Trabalhar com uma limitação como a cegueira foi uma opção (uma correcta escolha). Pretendo apenas crescer profissionalmente, através da experiência, vivência dos meus utentes. Aprender a ver o mundo com os seus olhos, a sentir as mesmas emoções, os mesmos problemas e alegrias. Transmitir à sociedade que uma pessoa portadora de uma deficiência como a cegueira, é exactamente igual a mim: um ser humano com limitações, competências, receios, alegrias e objectivos. Acredito humildemente que através de um árduo trabalho e sacrifício seja possível mudar a mente humana e os seus preconceitos.

Diogo - Eu não lhe vou solicitar nomes, mas desde que você é psicóloga tem conhecido diversos problemas psicológicos de pessoas cegas. Existe algum problema que se repita com esses cidadãos? Acha que em Portugal existem mais pessoas com esse problema? O que é que você aconselha a essas pessoas?

GF - Em primeiro lugar, devo referir que mesmo que me solicitassem nomes, nunca os forneceria, pois encontro-me sujeita ao sigilo profissional. Relativamente à sua questão, assinalo sem dúvida alguma as Perturbações do Humor como sendo as mais frequentes e constantes, como por exemplo: Episódio Depressivo Major, Perturbações Bipolares; Perturbação Distímica e Perturbações Dissociativas, ou seja, nada que aos meus olhos enquanto Psicóloga seja fora do comum, porque todas estas problemáticas podem afectar qualquer um de nós. Logicamente que conheço outras pessoas com este tipo de Perturbações. Não são de modo algum, exclusivas da cegueira, são de todos nós! Por fim, apenas posso aconselhar às pessoas que procurem ajuda, que não sintam medo ao fazê-lo, pois não se encontram sozinhas no mundo. O Ser Humano não é uma ilha, nós fazemos parte de um todo, e se um de nós sofre, todos os outros sentirão a nossa dor. Compete-nos solicitar apoio, acompanhamento profissional e afectivo juntamente com as nossas redes de apoio.

Espaço Cultura

OS LIVROS, NOSSOS AMIGOS

Os livros são os companheiros das suas evasões, dos seus momentos de repouso, apelam à sua imaginação, alargam os seus horizontes, por isso, não se esqueça de os levar quando vai de férias.

Durante todo o ano, é provável que apenas os tenha olhado de relance, pensando consigo: Quando arranjarei tempo para os ler!... ou talvez algumas noites tenha perpassado os olhos por algumas páginas antes do sono chegar, acabando por perder o fio à meada.

Agora que vai de férias, leve consigo esses amigos espirituais, emocionantes, divertidos, senha sempre certa para tema de conversa, donde extrai sabedoria e que o compensarão do que, porventura, possa faltar para complementar umas férias em cheio.

Trate-os bem, leia-os com gosto e divirta-se!

As boas maneiras

O “obrigado”

Qualquer que seja a língua ou dialecto, enfim, para todos os povos, a palavra “obrigado” é a chave da “filosofia” das boas maneiras.
É uma das primeiras palavras que nos é ensinada e deveria acompanhar-nos vida fora, por ser uma das que mais facilitam os contactos em sociedade... e é tão fácil de dizer!
Quando acompanhada de um sorriso, pode ser uma expressão de cortesia, de ternura, de simpatia, de encorajamento, dependendo da inflexão do tom de voz.

Quando se diz “obrigado” (ou “obrigada” se somos do sexo feminino) a uma criança que nos estende algo nas suas mãozinhas, é participar activamente na sua educação.

Em qualquer local, em casa, no trabalho, onde quer que se esteja, temos mil ocasiões para dizer obrigado aos que nos rodeiam, quer partilhem connosco o mesmo espaço, quer se cruzem acidentalmente nas nossas vidas.

Se tem arreigado este hábito de dizer “obrigado”, então já detém a palavra-chave das boas maneiras, pois sem ele é mais difícil compreender o porquê, o como e o quando da boa educação e a lógica das respectivas regras.

JOGAR É INTERESSANTE

Peça a um amigo que agarre, com uma das mãos, um número par de moedas e, com a outra, um número ímpar.

Vai adivinhar em que mão se encontra o número ímpar.

Peça ao seu amigo que multiplique por 3 o número de moedas que tem na mão direita e por 2 as que tem na mão esquerda.

Peça-lhe agora que some as moedas que tem nas duas mãos e que lhe diga o resultado.

Se o número que lhe der for par, o número par está na mão direita. Pelo contrário, um número ímpar indica que o número par de moedas se encontra na mão esquerda.

DIVIRTA-SE A APOSTAR

Pegue numa noz, num amendoim ou numa amêndoa e feche-a na mão.
A seguir, apresentando a mão fechada, aposte com os seus amigos em como lhes vai dar a ver, uma coisa que nunca viram e que ninguém verá depois de a ter mostrado.

Aceite a aposta, parta a noz, mostre o miolo que contém, que ninguém vira ainda. Depois coma-o a mais ninguém o verá.

M. de Jesus Campos Vieira

Entretenimento

O MAIS RÁPIDO

O concurso desta edição tem o prazo máximo para ser respondido até ao dia 30-09-2006.

Pegue em palavras e leia-as da direita para a esquerda. O objectivo do concurso desta edição é formar o maior número de palavras lidas da direita para a esquerda. É como exemplo a palavra “arroz” que lida da direita para a esquerda fica “zorra”.

O vencedor ganhará um prémio surpresa. Contacte-nos e participe!

Adivinhas

Ando para trás e para frente, quase sempre a passar, muitas vezes com o rabo quente, mas nada quer queimar.

Ferro de engomar

Aproveitam e desperdiçam tudo o que vão fazer, pois os dedos pêlos olhos, todos lhe querem meter.

Tesoura

Branca como a neve, preta como a paz, fala e não tem boca. Ainda não tem pés.

Carta

ILHÉU

O mormaço da ilha,
O cheiro húmido da terra,
A canção dolente das ondas
E no meu peito, esta vontade de voar,
De fugir para um outro lugar!
Mas como? Se tenho este mar infinito a me prender………
Ó oceano, confidente de mágoas e alegrias
Testemunha de chegadas e partidas,
E de tantas vidas perdidas!
Moras em mim, em todo o meu ser!
Teu sal em minhas veias circula.
E sufoca-me não sentir o teu aroma!
Moldaste fizeste-me:
Ilhéu,
Orgulhosamente Ilhéu!
E se, às vezes, quero ir,
E se longe de ti estou,
Logo quero voltar!
Moras em mim e eu em ti, ó mar amigo!
O teu vaivém, esta tua cadência,
Prende os meus sentidos.
E, preso a ti, absorto,
Escuto o cantar da garça, o som do navio………
Vibra, em mim, a chuva que do céu de bruma cai!
A fúria do vento ecoa no meu coração
Se misturando com o ranger da terra
Com a ameaça do vulcão!
E, contudo, ó mar, heis-me aqui,
Eternamente,
Preso a Ti!

Ricardo Teodoro

Espaço Sugestões

Sugestões dos leitores

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Condições

Nós não publicaremos as suas críticas se:
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Tema Trimestral

Em todas as edições, nós iremos seleccionar um tema para ser discutido entre OS nossos LEITORES! Envie-nos TEXTOS da sua autoria QUE ABORDEM O TEMA seleccionado.

A auto-estima é uma poderosa necessidade humana, que contribui de maneira essencial para o processo da vida , sendo indispensável para um desenvolvimento normal e saudável. Tem valor de sobrevivência.
Na ausência de uma auto-estima positiva, o nosso crescimento psicológico fica interditado. Funciona como se fosse o sistema imunológico da consciência. Fornece resistência, força e capacidade de regeneração. Quando a auto-estima é baixa a nossa resistência diante da vida e as suas adversidades diminui.
A auto-estima fortalece, dá energia e motivação; inspira-nos a obter resultados e permite-nos sentir prazer e satisfação nas nossas realizações.
A auto-estima proclama-se como uma necessidade porque a sua relativa ausência compromete a nossa capacidade de funcionar. É por isso que dizemos que ela tem valor de sobrevivência. E hoje mais do nunca atingimos um ponto na história em que a auto-estima , que sempre se mostrou como uma necessidade psicológica de suma importância, também se tornou uma necessidade económica da maior relevância, atributo imperativo para a adaptação a um mundo cada vez mais complexo , desafiador e competitivo.
Quanto maior for a nossa auto-estima, mais desejos temos de crescer, não necessariamente no sentido profissional ou financeiro, mas dentro daquilo que esperamos viver durante a nossa existência (emocional , criativo e espiritual). Quanto mais baixa for, menos aspiramos fazer e é provável que menos se realize.

MARIA DO CÉU FURTADO VIRTUOSO

O TEMA DESTA EDIÇÃO É:
“A minha opinião sobre a autoestima dos jovens deficientes visuais”.

Se você tem conhecimento de alguma pessoa cega, com baixa visão ou outra que conviva com deficientes visuais e que sirva de exemplo para os nossos leitores, desperte o bichinho jornalístico que há em si! Envie-nos a sua entrevista.
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