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Comentários efectuados por Manuel Guerreiro

  • Manuel Guerreiro comentou a entrada "Glaucoma - Prognóstico Pode Evitar Cegueira" à 15 anos 3 meses atrás

    Meu caro amigo,
    Sempre tenho dificuldade em encontrar palavras de conforto para uma pessoa que vive uma situação como a sua. Na verdade tudo o que se possa dizer nesse sentido não passará de meras palavras. Eu sei do que falo porque também eu estou num processo acelerado de perda de visão devido ao glaucoma. Tenho 61 anos, estou cego de um olho desde tenra idade e o que resta de visão do outro olho já não me permite andar na rua sozinho. Este olho que ainda tem alguma visão já sofreu 4 operações ao glaucoma e 1 a cataratas. A situação do olho agravou-se pelo facto de a pressão continuar excessiva e o olho deixar de produzir líquido lacrimal o que vai enfraquecendo a córnea. Em Novembro passado fui observado por um especialista em Londres que me disse que a esperança em suster o processo de degradação do nervo óptico controlando a pressão passaria pela introdução de um implante no olho (uma espécie de tubo de drenagem). Não sei o que fazer pois esta operação, num olho como o meu, envolve um enorme risco. O desespero começa a bater forte à minha porta.

    Desculpe-me por estar eu próprio a lamentar-me quando é o senhor que vem pedir palavras de conforto.

    A sua exposição foi muito breve embora pareça que esgotou todas as possibilidades de tratamento. Se a perda de visão não é ainda total aconselho-o a não desistir e procurar outros especialistas. Afinal, nestas circunstâncias, se conseguir salvar uma pequena réstia de visão por muito pequena que seja já é muito bom. Se a perda de visão é mesmo total então haverá que reunir todo o ânimo para prosseguir. Hoje existem muitas ajudas de natureza técnica para nos apoiar; a nossa família e os nossos amigos também podem ter um papel importante nesta fase. Temos de ser fortes sobretudo neste primeiro embate. Afinal há milhares de pessoas completamente cegas mas que se mostram capazes de tornear essa deficiência e, de certo modo, serem felizes.
    Um abraço
    Manuel Guerreiro