Colóquio "Os Deficientes Visuais e a Leitura"
Organizado pela ALE a realizar nos dias 2 e 3 de Dezembro de 1999 no Auditório da Biblioteca Nacional.
A BIBLIOTECA NA INTERACÇÃO INTELECTOSSOCIAL DE TODOS OS CIDADÃOS: ALGUMAS REFLEXÕES PARA A TORNAR INCLUSIVA.
Por: Augusto Deodato Guerreiro
(Coordenador do Gabinete de Referência Cultural Pólo Interactivo de Recursos especiais - da Câmara Municipal de Lisboa).
Resumo:
Num relance pela tipologia das bibliotecas, é a Biblioteca Pública (mesmo a já dotada com recurso a redes digitais de informação) a que se nos apresenta com um grau de performatividade mais consentâneo com as nossas pretensões em reflecti-la numa dimensão de ampla interactividade humana de modo a torná-la inclusiva de todos os cidadãos, com especial proficuidade para as pessoas deficientes visuais
correspondendo à denominação e objectivos deste evento.
1 - Num primeiro ponto, aludiremos:
- ao conceito de Biblioteca Pública;
- sua origem e evolução em Portugal;
- funcionamento, fins e objectivos;
- função pedagógico-didáctica na formação cultural e intelectossocial dos cidadãos.
2 - Num segundo ponto, concentrar-nos-emos na nossa proposta e conceito de Biblioteca Inclusiva e biblioinclusão:
- Da Biblioteca Pública (e Biblioteca Especial) á Biblioteca Inclusiva.
- Incremento de atitudes e práticas inclusivas na Biblioteca Pública.
- Eliminação de barreiras físicas, sociais, culturais e relacionais.
- Adequação do contributo informático-tecnológico, como fenómeno profusamente ampliador do inexaurível universo da informação, aos utilizadores com necessidades específicas.
- Formação específica de Tecnicoprofissionais e de Técnicos Superiores de Bibliotecas e Documentação, atendendo a que a interacção entre estes profissionais poderá contribuir decisivamente para o êxito da inclusão nas bibliotecas. Foi com base nesta convicção, e considerando a pertinência e oportunidade do presente Colóquio, que nos propusemos realizar este trabalho de investigação-acção para conferi-lo com todos os participantes. Consignação na actual legislação portuguesa do ideal de uma Biblioteca Inclusiva, onde todos possam ler e/ou desfrutar das actividades de extensão cultural juntos, independentemente das suas diferenças (disfunções sensoriais, motoras e outras). A questão consiste em saber até que ponto as Bibliotecas e/ou Mediatecas Públicas estão preparadas (ou podem ser preparadas) para responder a este desafio e que estratégias se poderão implementar no sentido de as tornar cada vez mais inclusivas. . Constituição de Grupos de Trabalho e realização de campanhas de sensibilização pública, envolvendo, designadamente, os Ministérios da Educação, da Solidariedade e Segurança Social e da Cultura, o SNRIPD e as Autarquias, a HAD e a ACAPO.
Legislação normalizadora da infoinclusão e biblioinclusão nas Bibliotecas Públicas e inclusivas de todos os cidadãos.
3 - Num terceiro e último ponto, apresentaremos algumas conclusões/recomendações, com especial relevo para a desmistificação do conceito de diferença e para a implementação na Biblioteca e/ou Mediateca Pública do adequado binómio cultura / interacção intelectossocial, visando o natural e sedimentado progresso para a infoinclusão e Biblioinclusão, envidando-se, e unificando-se esforços na envolvência dos meios necessários para aquela instituição, que se pretende cada vez mais inclusiva, poder futuramente corresponder de forma uniformizada à diversidade e tipologia de solicitações, servindo os utilizadores in loco ou encaminhando-os para outras fontes de informação e utilização.
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