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Alentejo lidera apoio a crianças com deficiência e atrasos no desenvolvimento

por Lerparaver

Cerca de 1.300 crianças alentejanas, com deficiências ou problemas globais de desenvolvimento, estão a ser apoiadas, juntamente com as famílias, ao abrigo do Programa Nacional de Intervenção Precoce, em que o Alentejo constitui "exemplo de boas práticas".

"Criança referenciada é criança apoiada e não temos lista de espera. Em alguns casos, desde a sinalização até ao apoio, a resposta não demora mais do que duas a três semanas", explicou hoje Cristina Miranda, coordenadora da Equipa Regional de Intervenção Precoce do Alentejo.

O programa, que é fruto de uma parceria entre os ministérios da Saúde, da Educação e da Segurança Social, foi lançado em Maio de 2000 e o Alentejo foi a primeira região a constituir uma equipa regional para a implementação das acções.

Após seis anos de actividade, que envolveram o levantamento do número de crianças necessitadas de apoio e a criação de equipas de coordenação distrital em Évora, Portalegre e Beja, a região destaca- se como "exemplo deste modelo de boas práticas", segundo Cristina Miranda.

"Em termos nacionais, é no Alentejo que esta rede de apoio está melhor sedimentada. Já cobrimos totalmente os distritos de Évora e Portalegre e, em Beja, intervimos em cinco concelhos, além de equipas em preparação noutros dois", adiantou.

A "grande maioria" das situações apoiadas na região, revelou a responsável, enquadra-se nos atrasos globais de desenvolvimento, mas são também "significativos" os casos de deficiências, como a trissomia XXI, paralisia cerebral e perturbações do espectro autista, entre outros.

Esta Rede de Intervenção Precoce vai estar em destaque quinta- feira, na Universidade de Évora, numa cerimónia com a presença de três secretários de Estado, em representação dos ministérios envolvidos na parceria.

As secretárias de Estado Adjuntas e da Saúde e da Reabilitação, Cármen Pignatelli e Idália Moniz, respectivamente, assim como o secretário de Estado da Educação, José Pedreira, presidem à sessão, na qual vão ser assinados protocolos para ceder sete viaturas a diversas instituições que integram a rede nos três distritos.

Dirigido a crianças, até aos seis anos, com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento, assim como às suas famílias, o programa fornece apoio integrado, nos capítulos da saúde, educação e acção social.

"No Alentejo fomos mais além do previsto na legislação e criámos também equipas concelhias de parceiros, com representantes das autarquias, saúde, segurança social, escolas, GNR, bombeiros, para ajudarem a solucionar os problemas das crianças e famílias", disse.

Desta forma, a comunidade actua, em conjunto, com a equipa constituída para cada concelho, a qual integra técnicos de acção social, psicólogos, médicos, enfermeiros, educadores de infância, terapeutas da fala ou fisioterapeutas.

"É muito importante que a comunidade se envolva porque, assim, combatemos a exclusão daquelas crianças e famílias, factor que costuma espoletar outros comportamentos de risco", realçou.

Cristina Miranda referiu que esta actuação já permitiu, na região, por exemplo, resolver problemas de acessibilidade de uma criança deficiente à sua residência, mediante obras efectuadas pela autarquia, de acesso a consultas hospitalares de várias especialidades ou de deslocações de terapeutas a creches e jardins de infância.

"A par das características da região que originam o isolamento das famílias, como a dispersão territorial e a baixa densidade populacional, são frequentes as mães não trabalharem porque têm que acompanhar os filhos às consultas e apoios terapêuticos e que não encontram respostas para a inclusão educativa das crianças", relatou.

Através da intervenção precoce, realçou a técnica, "evitam-se as deslocações - porque a GNR até assegura o transporte de crianças residentes em zonas de difícil acesso -, o desenraizamento das famílias e, em muitos casos, ajuda-se a resolver o problema do desemprego das mães".

Com mais de 200 técnicos envolvidos no Alentejo, este apoio faz com que, de acordo com Cristina Miranda, cada comunidade local "sinta como sua aquela família com problemas", originando um "sentimento de pertença, que altera a própria relação da família com a criança".

"Nestas situações de deficiência ou atrasos de desenvolvimento, não é que o amor falte, mas fica sufocado e os pais esgotam-se pelo stress diário causado por múltiplas consultas e terapias", sublinhou.

As equipas, em parceria com as instituições locais de apoio às crianças, como associações de deficientes, intervêm nos vários contextos de vida (creches, jardins de infância, amas, domicílio), desde tenra idade, para "reduzir ao mínimo futuras sequelas".

"As crianças são apoiadas, com a criação precoce de condições facilitadoras do desenvolvimento, e as famílias são capacitadas para facilitar a aceitação das características do seu filho e para que todo o processo de vinculação se estabeleça", afirmou.

Além de viaturas para o transporte de crianças, famílias e técnicos, estes últimos sujeitos ainda a acções de formação, o programa também já distribuiu materiais de estimulação, reabilitação, psicologia e avaliação do desenvolvimento, equipamento informático e administrativo.

Para Cristina Miranda, o objectivo é que, até 2007, esta Rede de Intervenção Precoce abranja a totalidade do Alentejo, contribuindo para que cada criança, independentemente das suas características, seja encarada "pelos pais e pela sociedade como o seu `menino de ouro`".

Link: http://www.rtp.pt/index.php?article=249330&visual=16

Comentários

Estou pesquisando pois tenho que fazer um trabalho a respeito de inclusão e exclusão de crianças com deficiência, e gostaria de mais relatos a respeito, pois a lei diz que todo deficiente tem direito de ser matriculado em escola pública e ter o devido atendimento, mas o que ocorre é a exclusão da criança.

Se voce puder me mandar dados a respeito do trabalho de vocês ,o lado positivo do atendimento o desempenho da criança vai enriquecer o meu trabalho.

obrigada

Cida

estava pesquisar intituiçoes e dei com o vosso site eu sou mae de uma menina deficiente
onde vosses tem um trabalho bem organizado nao e como aqui no algarve onde vivo so se encontra dificuldades
para se colocar uma criança com problemas para todo o lado que me viro so vejo porta se fecharem ja nao sei o que fazer ela vai crescendo e tornase mais complicado nao posso trabalhar porque tou com ela 24h sobre 24h por dia