FMVZ criará Centro de Treinamento de Cães-Guia
O Centro da FMVZ pretende ser um modelo para outras universidades do paísA Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP e a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência celebraram um convênio para a criação de um Centro de Treinamento de Cães-Guia. A cerimônia para assinatura do acordo aconteceu na última terça-feira, 24 de novembro. O Centro deverá funcionar em um terreno adjacente à FMVZ, doado pela reitoria da USP.
Segundo Denise Tabacchi Fantoni, coordenadora do projeto, professora da FMVZ e responsável pelo Serviço de Anestesia do Hospital Veterinário da USP, o Centro, além da criação e treinamento de cães-guia para cegos, tem como objetivo definir parâmetros em relação à usabilidade do cão-guia e métodos de treinamento.
O convênio estabeleceu os termos da parceria entre a FMVZ e a Secretaria instituindo as ações que caberão a cada uma das partes envolvidas no Projeto. O primeiro passo foi a doação do terreno pela reitoria para as instalações físicas do Centro. É um passo inicial para um grande projeto que envolverá a Universidade, o governo estadual e a sociedade, explica Denise.
Quando instalado, o Centro treinará cães das raças Labrador e Golden Retriever, que possuem um alto grau de habilidade para o aprendizado da função de guia. Os animais serão adquiridos por meio de doações de canis particulares, credenciados e com controle de doenças. Inicialmente, o Projeto espera formar 30 cães ao ano para os portadores de deficiência visual. No futuro, a professora cogita a hipótese de compra de filhotes, conforme o desenvolvimento do projeto.
O treinamento Os filhotes serão entregues a uma família adotiva, selecionada pelo programa, e que cuidará do cão durante um ano. Segundo Denise, esse período com a família fornecerá ao animal a possibilidade de se socializar com pessoas e locais, além de crescer num ambiente caseiro. Os filhotes serão visitados mensalmente por um membro do Centro, para verificar o desenvolvimento do animal.
Após o primeiro ano com a família, o cão é encaminhado ao Centro de Treinamento, por onde passará por um adestramento intensivo, específico para guia de cegos. Nessa etapa, o animal será avaliado permanentemente por treinadores qualificados, contratados pelo Centro e avaliados clinicamente por veterinários da FMVZ. O treinamento terá duração de quatro a seis meses, dependendo da evolução do animal.
A qualquer momento, os cães podem ser desclassificados do processo de treinamento, seja por ocorrência de doenças, baixa capacidade de aprendizado, agressividade e extrema submissão, entre outros.
Missão social Treinados, os cães serão encaminhados aos deficientes gratuitamente. A Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência ficará encarregada de fazer um cadastro de deficientes interessados em adquirir os animais, e de repassá-los aos futuros donos.
Denise lembra que, hoje, existem no Brasil cerca de 16 milhões de cegos, e que a importância do Centro está em não se limitar a fornecer cães-guias a deficientes visuais, mas em criar um projeto que envolva a Universidade, o governo e, principalmente, a sociedade.
Os interessados em ser uma família acolhedora de um futuro cão-guia, devem contatar o Centro de Estudos do Cão-Guia do Estado de São Paulo, nos emails juliabezerra@terra.com.br e mariafernandacir@gmail.com.
Mais informações: (11) 3091-1232, email dfantoni@usp.br, com a professora Denise Tabacchi Fantoni
FONTE: Agência USP de Notícias http://www.usp.br/agen/?p=12716
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