Fábio Barros
Um dispositivo móvel para leitura em Braille, chamado KnowTouch, foi o projeto vencedor da categoria Software Design do Imagine Cup 2007. Realizada pela Microsoft, a versão 2007 da competição contou com cerca de 36 mil estudantes inscritos, e a equipe vencedora foi formada por estudantes do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e da UPE (Universidade de Pernambuco).
Escolhido por uma banca de 14 jurados formada por professores universitários, técnicos da Microsoft, jornalistas e representantes da indústria de hardware e software o projeto vencedor foi apresentado como uma solução que abrirá as portas do mundo da leitura aos deficientes visuais, acabando com sua dependência e abrindo novos horizontes.
Na prática, a solução é composta de um dispositivo móvel com pinos eletromecânicos que acessa um servidor por meio de radiofreqüência. Ao entrar no raio de alcance do servidor, o dispositivo recebe uma lista com os documentos disponíveis permitindo que o usuário, por meio de botões de navegação, selecione o texto que será exibido em braille. De acordo com Raquel Melo Almeida, uma das responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, o grande diferencial deste projeto em relação aos outros foi seu fator de inclusão.
Não por acaso, a diferença entre o projeto vencedor e o oitavo colocado foi de apenas 1,45 pontos.
Além de se preparar para a etapa mundial da competição, a equipe vencedora parte agora para o processo de viabilização comercial do produto. Começamos a pensar na possibilidade de parcerias que viabilizem a produção da solução em escala comercial, diz.
A pequena diferença entre os primeiros colocados não foi uma surpresa para a Microsoft. O Brasil foi o país com o maior número de inscritos, superando a China, Índia e Estados Unidos, por exemplo. Por conta disso, 97 equipes brasileiras são semifinalistas nas várias categorias que compõem a etapa mundial da competição, representando 52% dos projetos selecionados. Este ano, a etapa mundial acontece entre os dias 6 e 12 de agosto em Seul (Coréia), e vai distribuir prêmios que variam de US$ 8 mil a US$ 25 mil. A qualidade do ensino de tecnologia no Brasil não fica nada a dever aos outros países, o que explica a quantidade de inscritos e o percentual de semifinalistas brasileiros, explica Carlos Ferreira, diretor de novas tecnologias da Microsoft Brasil.
Dentro dos números brasileiros, destaca-se a grande participação dos estudantes de Pernambuco: das oito equipes finalistas, cinco contavam com estudantes daquele Estado. Essa participação não é surpresa. É o reconhecimento do nosso trabalho e do fato de Pernambuco já estar entre os maiores pólos de Tecnologia do país, diz Raquel, ela mesma estudante da Universidade de Pernambuco.
Mais que o percentual, a participação brasileira vem se convertendo em prêmio na Imagine Cup. Em 2006, uma dupla de estudantes brasileiros conquistou o primeiro lugar na categoria Interface Design, e outra equipe nacional ficou em segundo lugar na categoria Design de Software. O grupo inclui ainda os vencedores da categoria Solução para Microsoft Office na edição de 2005.
Outros finalistas
Os outros dois finalistas da etapa nacional apresentaram projetos relacionados à inclusão digital e educação. O segundo lugar ficou com a solução e-du, desenvolvida por alunos da USP e da Universidade Federal de Pernambuco. O e-du é uma plataforma que tem como objetivo permitir a alfabetização digital em massa por meio de experiências de aprendizado móveis, digitais, customizadas, de alta interatividade e automação. A solução é composta de por um assistente pessoal para alunos e ferramentas de criação e consolidação de conteúdo para professores.
Em terceiro lugar ficou o projeto Mosaico, desenvolvido por alunos da Fatec, Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Centro Universitário Salesiano de Campinas e FAC II. Também voltado à educação, o projeto é descrito como uma solução de alta tecnologia, fundamentada na aprendizagem por projetos relacionados aos Parâmetros Curriculares Nacionais e às diretrizes escolares, permitindo superar obstáculos que inviabilizam mensurar habilidades adquiridas pelos alunos.
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