Jairo Alves da Cruz, que tem deficiência nas pernas, está sendo treinado pela Vale para trabalhar como inspetor de peneiras, em usina no Pará.
Obrigadas por lei a contratar pessoas com deficiência, muitas empresas se veem diante de uma barreira: faltam candidatos qualificados para as vagas, apontam as companhias.
Bancos precisam criar 4,5 mil vagas para pessoas com deficiência
Confira lista de concursos e oportunidades
Diante da situação, empresas e entidades criam programas de capacitação e qualificação para a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.
O G1 listou abaixo algumas empresas que têm programas voltados a pessoas portadoras de deficiência. Juntas, elas oferecem pelo menos 1,8 mil vagas de emprego.
VEJA LISTA DE ALGUMAS EMPRESAS COM VAGAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA |
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Empresa / entidade |
Número de vagas |
Como se candidatar |
Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) |
1.000 |
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Centro de Apoio ao Trabalho de SP (CAT) |
||
Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) |
21 |
|
C&A |
não informado |
|
Febraban |
não informado |
|
HSBC |
300 |
|
MC Donald's |
200 |
|
Pão de Açúcar |
não informado |
|
TAM |
não informado |
|
Vale |
não informado |
A lei 8.213/1991 determina que empresas com mais de cem empregados tenham pelo menos 2% de funcionários com deficiência. O percentual, de acordo com o número de funcionários, pode chegar a 5% do quadro de funcionários para empresas com mais de mil empregados - veja tabela abaixo.
LEI DE COTAS |
|
Número de empregados |
Percentual de pessoas com deficiência |
100 a 200 |
2% |
201 a 500 |
3% |
501 a 1.000 |
4% |
Acima de 1.001 |
5% |
Para auxiliar as empresas a preencher a cota, a AACD criou o Programa Trabalho Eficiente, de capacitação a pessoas portadoras de deficiência. As empresas cadastram as vagas disponíveis e a entidade treina e encaminha os candidatos.
"Há grande procura pelas empresas porque elas têm uma cota a ser cumprida, mas também porque existe uma conscientização grante quanto a importância da integração dessas pessoas na sociedade", afirmou o superintendente institucional da entidade, Luiz Oderban Liporoni.
Segundo ele, há desafagem entre as vagas oferecidas e os candidatos encaminhados por conta da baixa qualificação e da falta de adaptação das empresas para a recepção dessas pessoas.
A AACD tem hoje um banco de dados com 3 mil currículos e atualmente tem mil vagas em aberto. A maioria das vagas é na área de telemarketing, auxiliar administrativo, área de vendas e de informática. A empresa que contrata por meio da entidade, paga 70% do valor do primeiro salário, mas não há nenhum desconto para o trabalhador.
O setor bancário é um dos que sofre com a falta de qualificação das pessoas com deficiência. Para tentar atingir a cota prevista em lei, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criou um programa para qualificar os trabalhadores. A estimativa é de que o setor precisa empregar ainda mais 4,5 mil pessoas com deficiência para atingir a cota.
A maioria das vagas é na área administrativa. A Vale, no entanto, inovou e criou em 2005 programa para capacitar trabalhadores para o setor de produção. Participam pessoas com mobilidade reduzida nos membros superiores e inferiores.
Desde a criação do programa, a Vale formou cerca de 280 pessoas, das quais 230 acabaram contratadas pela empresa. Neste ano, haverá novo programa voltado para a área operacional. É preciso que os interessados acompanhem o site da Vale, www.vale.com, a partir do fim de março, previsão para que se iniciem as inscrições para o programa.
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