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Contaminação ocular pode ser indolor

por Lerparaver

Especialista alerta aos usuários da solução MoisturePlus em Portugal que em estágio inicial os sinais da contaminação por acanthamoeba podem ser maior sensibilidade à luz, lacrimejamento e visão distorcida

O crescente número de usuários de lentes de contato que hoje soma 77 milhões no mundo todo, faz com que cresça o número de pessoas que expõe a visão a riscos pela manipulação e uso inadequados das lentes. Do Brasil, Leôncio Queiroz Neto (foto), oftalmologista do Instituto Penido Burnier, primeiro hospital especializado em doenças oculares no Hemisfério Sul, alerta à população de Portugal que fez higienização de lentes com a solução Complete MoisturePlus para passar por exame médico caso ocorra maior sensibilidade à luz, lacrimejamento ou visão distorcida. Isso porque, explica, há suspeita de que a solução que permaneceu à venda no país possa causar contaminação por acanthamoeba que muitas vezes é indolor no estágio inicial e quanto antes for iniciado o tratamento maior é a chance de recuperação.

O especialista adverte que diversos estudos demonstram que para eliminar a acanthamoeba a solução deve conter peróxido de hidrogênio de dupla ação. Este parasita é bastante resistente por se apresentar de duas formas: trofozoíta e cística. As soluções simples de peróxido não são suficientes para destruir os cistos, explica. Queiroz Neto afirma que a contaminação da córnea por acanthamoeba exige acompanhamento médico de oito meses a um ano. O tratamento, observa, é feito com o colírio inglês, Brolene, e manipulados como a Biguanida, que deve ser aplicado a cada hora nos primeiros dias, com redução paulatina conforme a melhora do paciente.

As principais recomendações do especialista são:

- Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes; - Utilizar soluções multiuso tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo; - Dar preferência a soluções de dupla ação com 0,6% de peróxido de hidrogênio; - Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos; - Não usar soro fisiológico ou água na higienização; - Trocar o estojo a cada quatro meses; - Respeitar o prazo de validade das lentes; - Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno; - Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista; - Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas; - Não entrar no mar, piscina ou duchas usando lentes.

Queiroz Neto ressalta que mesmo as lentes liberadas para uso noturno devem ser retiradas durante o sono porque o fluxo de lágrima é menor durante a noite e permanecer com as lentes de contato reduz ainda mais o filme lacrimal, aumentando o risco de contaminação.

Fonte: Mundo Óptico

In: http://www.portaldaretina.com.br/home/noticias.asp?cod=774