São Paulo - O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro lança no sábado uma programação especial de cinema para deficientes visuais, que ocorrerá uma vez por mês, com o sistema audiodescrito. Assim, os deficientes visuais não apenas irão escutar, como também entenderão o ambiente e a forma como o filme está decorrendo. O local já tinha um programa de Cinema Nacional Legendado para deficientes auditivos e, com essa ação, amplia o acesso aos cegos.
A iniciativa é da Associação de Reabilitação e Pesquisa Fonoaudiológica (Arpef) e contou com investimento de R$ 30 mil, advindo de recursos da lei de incentivo fiscal da cultura, a Lei Rouanet. O sistema contempla um mecanismo onde um narrador descreve o ambiente, mostrando a forma como os personagens dialogam, se movem e até como estão vestidos. Sessões especiais já haviam sido exibidas antes, mas até então os narradores faziam a descrição ao vivo. Agora, por meio de um software, foi possibilitado que a narração seja gravada e utilizada quantas vezes for necessário.
Helena Dale, que trabalha na Arpef e é idealizadora da mostra de cinema para cegos e surdos, aponta que este é um avanço e conta que ele foi projetado em cima de moldes similares visto por ela nos Estados Unidos há cerca de dois anos. "Desenvolvemos um software que permita a gente pré-produzir o filme. No momento que o filme é exibido a narração já está pronta", diz. Segundo Dale, a sala do CCBB tem 120 lugares, sendo 40 deles com fones equipados para os deficientes visuais. Para a estréia foi selecionado o filme do cineasta Beto Brant, "O Invasor". A sessão ocorrerá as 17 horas.
Narração
A narrativa não emprega emoção. Ela apenas descreve a situação. "O princípio da audiodescrição, segundo estudos realizados em Barcelona (Espanha) e Bóston (EUA), diz que a narração deve ser imparcial, se limita a descrever as cenas", enfatiza Dale. "O sistema pega carona na fala original, ele aproveita os espaços onde não existe fala para passar a informação", acrescenta.
O Cinema Nacional Legendado e Audiodescrito tem programação fechada até dezembro. Após o final do ano, Dale não sabe precisar se o projeto continuará, mas prevê que sim. "Nossa meta é dar continuidade, e a gente já teve sinalização do CCBB que ele continuará em 2008", afirma.
Fonte: http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art43882,0.htm
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Cinema para cegos
Ao tomar conhecimento da brilhante iniciativa do projeto Cinema para Cegos, a Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco (BPE) gostaria de implantá-lo, considerando que mantém em sua estrutura organizacional o Setor Braille para atendimento ao portador de deficiência visual, promovendo o estímulo à leitura e difusão do conhecimento e da cultura em geral através de ações de animação cultural diversificadas.
No entanto e diante da magnitude do referido projeto, propiciando ao cego sua inclusão na qualidade de expectador comum nas projeções de filmes, seria interessante podermos intercambiar essa experiência.
Caso seja de interesse da Associação de Reabilitação e Pesquisa Fonoaudiológica (ARPEF) em socializar esta ação através de uma parceria, gostaríamos de saber qual a estrutura necessária para a sua implantação.
Favor entrar em contato:
Lúcia Roberta Guedes Alcoforado - gerente da BPE -
luciaroberta@educacao.pe.gov.br
Fone: (81) 3181.2641 - 9291.4785
Ana Wanderley - assessora da gerência
anawanderley@educacao.pe.gov.br
Fone: (81) 3181.2648 - 9976.3524