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Verdadeiro Olhar - blog de Sérgio Gonçalves

Educação Especial: Mais de 100 mil alunos necessitados estão sem apoio - alerta especialista

por Sérgio Gonçalves

Educação Especial: Mais de 100 mil alunos necessitados estão sem apoio - alerta especialista  

Lisboa, Set (Lusa) - Mais de 100 mil alunos com necessidades especiais estão sem qualquer apoio pedagógico, situação que em muitos casos se transforma em
"graves problemas de insucesso escolar", de acordo com o professor catedrático da Universidade do Minho, Miranda Correia.  

O Coordenador da Área de Educação Especial da Universidade do Minho chega a este número baseando-se no facto de não existirem estudos efectivos do número
de crianças com necessidades especiais e de o Ministério da Educação apresentar uma estimativa "muito abaixo de qualquer estudo internacional". Para o
ME, as crianças com necessidades especiais "rondam os 1,8 por cento, "um número totalmente abaixo de qualquer estudo internacional", afirma Miranda Correia
que defende situarem-se entre os oito e os 12 por cento os alunos que têm dificuldades de aprendizagem específicas.  

Para o especialista, aquela diferença representa que mais de 100 mil alunos estejam fora das contabilidades e apoios do Ministério: "Entre 100 a 150 mil
alunos com necessidades educativas especiais estão sem apoio, sendo que metade diz respeito a dificuldades de aprendizagem específica, como a dislexia",
disse à Lusa o professor catedrático da Universidade do Minho, Miranda Correia, alertando para o perigo de estas situações acarretarem "graves problemas
de insucesso escolar". 

Além desta contabilidade diferenciada, as organizações que trabalham com crianças com necessidades educativas especiais criticaram esta semana o financiamento
atribuído pelo ME, considerando mesmo que a "falta de verbas" poderá pôr em causa os apoios prestados aos alunos.  

Com a reforma da educação especial, que prevê a integração de todas as crianças com deficiência no ensino regular até 2013, as escolas especializadas estão
a transformar-se em centros de recursos, tendo apresentado este ano, pela primeira vez, projectos de apoio educativo que vão ser desenvolvidos em parceria
com os estabelecimentos de ensino regulares. 

A ex-professora Rosa Guimarães, da Associação Nacional de Deficientes, lembra casos concretos de crianças "abandonadas pelo sistema": a jovem cega de 14
anos que mudou de estabelecimento de ensino e agora vai ter de percorrer todos os dias 20 quilómetros "desconhecidos" para chegar à escola. O menino que
todos os dias chega ao pé dos colegas numa ambulância dos bombeiros porque não existe um carro adaptado para o transportar. Os alunos que não conseguem
entrar na casa de banho porque a porta é demasiado pequena para passar a cadeira de rodas. Os estudantes impedidos de ir à biblioteca do primeiro andar,
por falta de um elevador que transporte a cadeira de rodas. 

"Estamos ainda na Idade Média", acusa Rosa Guimarães, lembrando que muitas crianças com deficiência "estão na escola, mas fazem uma vida totalmente à parte".
Existem ainda os alunos "com problemas de aprendizagem, como os que têm dificuldades de linguagem que deixaram de ter apoio. Agora só as crianças com grandes
dificuldades passam a ser acompanhadas", acusou Rosa Guimarães. 

SIM 

Lusa/Fim

Comentários

Fala sério !! Aonde vc. viu uma escola Tradicional regular, apoiar a inclusão social?! A inclusão social, dá trabalho, vai ter que fazer uma reforma geral nas leis, na capacitação dos professores e coordenadores, e o poder supremo, sei lá quem é , tem que obrigar as escolas e professores à cumprirem estas leis, sob pena de punição. Viu aí a Lei seca, não tá dando certo? O cinto de segurança tbm? Pq? Por que? porque mexe no bolso das pessoas qualquer infração que elas cometerem, pagam multas. Enquanto a inclusão ñ for assim tbm. nunca vão respeitar uma criança c/ necessidades especias, como o TDAH, principalmente, pois é uma doença difícil de ser diagnosticada, e ninguém acredita, pois não é vista clinicamente como deficiência física, é apenas um distúrbio.
Distúrbio sim, no córtex pré-frontal, na área da emoção e do conhecimento, o que por si só já caracteriza uma necessidade especial, pois esta criança vai ter que ter todo uma companhamento monitorado por especialistas(na maioria das vezes, particular, pois os planos de saúde, agora é que estão sesão de psicologia e fonoaudiologia, com restrições ao nº consultas)a mediação, fica em torno de R$ 100,00 a 350,00 reais) é mole? E o Sus ñ cobre!!!! As crianças de renda baixa, como fazem? Esta é uma maiores causas de evasão escolar.Pois minha filha , hj. c/ 16 anos, está sendo vítima de Bulliyng na escola, por conta desta dificuldade de aprendizagem, por estar numa escola regular que ñ tem metodologia própria para ela.Estão chamando ela de burra, incompetente, e ameaçaram até matar ela ontem, pois a viram fazendo prova numa sala isoldada da coordenação sob consulta,(foi o único método que apresentaram p/ajudar,) senão, vai repetir a 8ª série de novo. Então as meninas disseram que queria fazer as provas sob consulta, porque pagavam o colégio igualzinho e queriam a mesma chance.Meu Deus onde nós estamos?Que geração é esta?Que País é este?