Hélder Reis lança um livro muito especial - “Branco”

Por Lerparaver

No dia 29 de Setembro, o Café Guarany, situado no centro da cidade do Porto, virado para a Avenida dos Aliados, recebeu um evento diferente.

Hélder Reis, co-apresentador do programa “Praça da Alegria” da RTP1, publicou um livro de poesia de forma totalmente diferente: em tinta e em braille.

Trata-se de um livro apresentado em formato A5, tão apelativo como qualquer outro livro dos que vemos em livrarias como a Fnac, Bertrand ou outras, mas com a particularidade de se apresentar, ao mesmo tempo e numa mesma versão, em braill e em tinta.

O autor deste livro demonstra, assim, uma grande preocupação e sensibilidade para a temática da deficiência e, em particular, a deficiência visual.

Aliás, na apresentação do livro, Hélder Reis fez questão de ressaltar esta mesma temática, apelando, mesmo, à necessidade de não discriminação dos deficientes e à necessidade de se lhes dar igualdade de emprego, etc..

Participaram nesta apresentação diversas figuras públicas como Rosa Mota, Sónia Araújo e outras, bem como algumas pessoas com deficiência visual.

O ambiente era muito acolhedor. Foram lidos alguns dos poemas constantes do livro “Branco” por pessoas normovisuais e por pessoas cegas, textos esses intercalados pela audição de uma fantástica voz acompanhada por um piano.

Sentiu-se ao longo de toda a apresentação do livro ora editado uma enorme alegria por parte do seu autor que, aliás, se mostrou em vários momentos comovido.

E tem razões para isso. Afinal, trata-se de uma iniciativa que merece os nossos aplausos, por um lado, porque foi diferente, criativa ao publicar um livro ao mesmo tempo em tinta e em braille e, por outro, porque, mais do que falar do seu livro, o autor tem sempre preferido dar visibilidade aos problemas ligados à deficiência.

Por fim, deixamos, para aguçar a curiosidade dos leitores deste artigo, um dos muitos poemas vertidos nas páginas do “Branco”:

“As ruas e os pássaros
Passeavam-se paralelos
Mergulhavam nas montras
Furavam as nuvens
Trocavam rotas
Enganavam-se sozinhos”.