Jaú deve ser o primeiro município brasileiro a receber sistema pioneiro de sinalização
eletrônica, que permite a deficientes visuais o acesso aos serviços de transporte público, mediante anúncio sonoro.
A nova tecnologia foi apresentada ontem, no auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), por representantes da empresa Geraes, de Belo Horizonte.
O sistema será instalado por meio de parceria entre a Prefeitura e a Empresa Auto Ônibus Macacari. Segundo o representante da Geraes, Júlio Cezar David de Melo, a tecnologia, denominada DPS-2000, foi desenvolvida ao longo de 12 anos por Dácio Pedro Simões e contou com parceria da Universidade Federal de Minas Gerais, que trabalhou na pesquisa.
O sistema é composto por um aparelho receptor, instalados nos ônibus, e um transmissor que fica com o usuário. O passageiro memoriza no aparelho o código da linha. Ao chegar ao ponto de ônibus, seleciona a linha desejada e o aparelho emite ondas de baixa frequência com raio de 100 metros, possibilitando ao motorista receber sinal luminoso e sonoro e parar. Ao estacionar no ponto, uma gravação automática informa o número da linha repetidas vezes, até que o usuário embarque.
O custo unitário do aparelho receptor é de R$ 650 e do transmissor R$ 250. Quanto maior o número de aparelhos encomendados ao fabricante, menor fica o preço final de cada unidade.
Estimativa inicial para a estação piloto de Jaú é de que cada receptor fique em R$ 400 e o transmissor caia para R$ 150.
No projeto piloto seriam distribuídos 30 transmissores para pessoas com deficiência e idosos e os receptores instalados em pelo menos 50 ônibus circulares da Macacari. O cronograma de instalação do sistema em Jaú, que será cidade laboratório, prevê o início dos estudos e fabricação dos aparelhos em janeiro, quando a Prefeitura terá recebido o orçamento final para assinatura do contrato. O diretor da Geraes, Júlio de Melo, diz que o sistema poderá ser instalado em Jaú a um custo entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, mas esse valor poderá ser reduzido, o que depende de uma série de variáveis, como o número de aparelhos a serem produzidos. "Precisamos ter um número preciso para fechar orçamento que possa ser apresentado e discutido", diz.
Custo A secretária
dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos de Jaú, primeira-dama Caroline de Toledo Franceschi, estima que a parceria com a Macacari permita que esse custo fique em aproximadamente R$ 19 mil. Em janeiro, a secretaria pretende iniciar censo para determinar o exato número de deficientes no Município, o que auxiliará a consubstanciar o projeto final.
"Com base nesse cadastro, levantaremos o número de todos os que gostariam de ter o aparelho transmissor", diz. "Para os mais necessitados, a secretaria poderia doar e os que tiverem melhores condições podem adquiri-lo." O diretor da Macacari, José Eduardo Macacari, entusiasmou-se com a nova tecnologia e diz que a parceria e a instalação do projeto em Jaú são viáveis "Achamos que dará resultados." O empresário afirma que os receptores poderão ser instalados em 100% de sua frota, composta hoje por 61 veícuulos.
A apresentação contou com a presença do prefeito Osvaldo Franceschi Junior (PV), do presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência, José de Oliveira Justino, e do presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência, Estevam Rogério da Silva.
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Comentários
Qualquer coisa para identificar autocarros
Eis aqui a tal engenhoca que muitos sonharam e idealizaram. É, porém, algo que peca por demasiado específico, logo, mais caro e de utilização mais restrita. Em termos de solução tecnológica, pois, seria mais desejável um sistema de informação integrada via áudio que correspondesse à informação GPS exposta visualmente em painéis electrónicos instalados nos pontos em que os passageiros esperam o veículo para o seu transporte. Refiro-me, naturalmente, ao sistema que em Portugal começa a dar os seus primeiros passos, ocasião opurtuna para implementar um sistema complementar de informação vocal, com o qual todos ganharão, desde os invidentes aos distraídos. A simplificação e a massificação da solução é óbvia a economia de meios esmagadora. Socialmente, uma solução que contribui para esbater barreiras modernamente mascaradas por uma expressão eufemística da discriminação positiva, (mas discriminação), face ao consumidor atípico e que vem a ser o "cliente com necessidades especiais".