Hoje, permitir a todos a acessibilidade, derrubar barreiras e diminuir as diferenças deixou de ser modismo.
O País conta, atualmente, com 16 milhões de deficientes visuais, isso de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem 45 milhões de pessoas com cegueira e 135 milhões com baixa visão em todo o mundo. O certo é que cada vez mais as empresas abrem os olhos para esse grupo de consumidores. No mercado, despontam produtos para esse segmento da sociedade, incluindo cardápios, medicamentos, alimentos, cosméticos, roupas, relógios, jóias e eletrodomésticos com inscrições em braile.
Em 1989, o McDonald´s tornou-se o primeiro restaurante de fast-food a adotar o cardápio em braile. "Agora, mais recentemente, fizemos reformulação dessa importante ferramenta de inclusão social", informa a responsável pela área de envolvimento comunitário em São Paulo, Renata Raniro, em entrevista ao Diário do Nordeste por telefone.
O objetivo, explica, é proporcionar mais bem-estar a todos os clientes que freqüentam os pontos-de-venda da McDonald´s. O novo formato do cardápio, lançado em 9 de novembro do ano passado, é mais completo e dividido em capítulos, com a descrição de produtos e ingredientes.
Autonomia
"O primeiro era fixado na parede e tinha menos produto", lembra Renata Raniro, para quem ações como essas estimulam a autonomia de pessoas com deficiência visual, "na medida em que elas não precisam de ajuda de ninguém para escolher o que desejam comer e para verificar o preço do produto".
O trabalho de criação e desenvolvimento do material da McDonald´s contém, também, as informações de alérgenos e foi realizado com o apoio técnico da Fundação Dorina Nowill para Cegos - uma instituição que em 2007 completa 60 anos e é uma das mais atuantes nesse segmento no Brasil. Hoje, os cardápios estão disponíveis em todos os restaurantes da rede, inclusive em Fortaleza.
As novidades não param aí. A Latina Eletrodomésticos lançou um manual de instruções e um painel de controle em braile que pode ser adaptado a lavadoras de roupas, bebedouros e purificadores de água.
Por sugestão de um funcionário portador de deficiência visual, a Sadia adotou as inscrições em braile, em 2000. O fato é que hoje, o alfabeto especial está nas embalagens de 230 de seus produtos.
Carrinhos
A rede de supermercados do grupo Pão de Açúcar no Ceará (19 lojas Pão de Açúcar e duas Extra Hipermercados) trazem alguns diferenciais que atendem clientes e parceiros com algum tipo de deficiência física.
O Grupo Pão de Açúcar usa desde 2002 o braile em todos os 342 itens de suas marcas próprias Taeq e Extra.
Além disso, hoje em Fortaleza sete lojas contam com carrinho de compras motorizados, desenvolvidos para quem não pode empurrar ou se mover facilmente como os demais consumidores.
Outras iniciativas visando facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual a seus produtos foram adotadas pela Natura, ao colocar no mercado produtos com embalagens em braile no ano 2000. Com isso, grande parte dos lançamentos das linhas de maquiagem, perfumes e cosméticos chegam a esse público.
Os medicamentos do laboratório Aché também adotaram o sistema criado em 1825 pelo professor francês Louis Braille -ele mesmo deficiente visual.
Seis pontos em relevo formam 36 combinações para representar letras do alfabeto, sinais de pontuação, números e notas musicais, entre outros símbolos. As empresas afirmam que só não exibem mais informações em braile por pura falta de espaço nas embalagens, mas a tendência é que ocorram futuramente.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=406392
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