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Opinando - Blog de Filipe Azevedo - blog de Filipecanelas

Viva o Braille

por Filipecanelas

Já ouviram falar do Louis, um tal de Braille?
Pois bem, esse senhor nasceu à duzentos anos, e foi alguém que inventou uma coisa muito importante para os cegos.
É verdade, aquela escrita esquisita com seis pontinhos, que muitos dizem que até faz cócegas nos dedos veio revolucionar e muito a forma como os deficientes visuais acedem à informação.
E neste que é o ducentésimo aniversário do nascimento deste homem fabuloso acho que Louis Braille deve estar contente ao ver as coisas que têm sido feitas em seu nome.
É fantástico, chega até a ser emocionante ir ao hipermercado e trazer para casa os produtos devidamente etiquetados com a data de validade e outras informações relevantes.
Hoje já é possível um deficiente visual deslocar-se a alguns restaurantes, e poder consultar o menu tal qual fazem os restantes concidadãos.
O Braille está na moda, e isso é verdadeiramente fascinante, tanto mais que esta linguagem representa a única forma de leitura e escrita para as pessoas portadoras de cegueira. E quando se fala em deficiência visual, seja em que contexto for nunca se pode dissociar o Braille.
Por mais que se criem tecnologias alternativas de acesso à informação, a leitura e escrita tem de ser sempre uma prioridade. E isto já não falo só na vertente das pessoas com deficiência visual, mas de toda a comunidade em geral.
Quando se discute se o formato papel é viável ou não, quando se fala em generalizar o uso das novas tecnologias sendo exemplo os computadores, não estamos a defender a abolição da leitura e escrita, simplesmente estamos a defender alargar essa mesma leitura e escrita a outros formatos para além do papel.
No caso dos utilizadores de Braille, o que deve ser discutido é precisamente a mesma coisa. Isto é. Sabendo que actualmente já existe tecnologia que permite usar o braille através da informática, utilizando uma linha braille por exemplo, estamos a dar a possibilidade aos cegos de continuarem a ler e a escrever. Porque se nos limitamos ao uso dos sintetizadores de voz, apenas estamos a potenciar o uso do ouvido, e sabemos que isso é bastante limitador, sendo ainda mais evidente e dramático quando falamos de crianças que estão em idade escolar.
Se uma criança não tem desde o início do seu percurso escolar contacto com o papel, não sei que será quando, depois em adulto não souber como se escrevem as palavras, limitar-se a escrever como houve e fala etc.
Como se não bastasse temos ainda graves problemas no que respeito aos sintetizadores de voz, sobre tudo a diferença grande que existe entre os sintetizadores em Português do Brasil e os de português de Portugal.

Comentários

Olá meu amigo,

Bom, tudo que você falou é verdade. Mas, o braille ainda não é uma coisa tão comum.
Muitos lugares que deveriam ter o braille como escrita, não tem. Um exemplo: caixas eletrônicos. Alguns tem um dispositivo de voz, mas não o braille.
É imprecionante como criticam o uso de softuares de voz, mas também é claro que o braille é a alternativa para quem não tem axcesso ao computador, principalmente, na hora de ler livros.

Eu, particulamente, não gosto muito de ler o braille, mas leiu pois sei que ele é bom para a minha escrita.

Abraços virtuais do WELL!!!