Estudo do INPE demonstra que no Brasil a radiação ultravioleta deve cresce 30% neste verão aumentando os riscos para a visão.
A maioria da população acredita que se o dia está nublado não precisa de proteção contra a radiação ultravioleta. Esta falsa crença é a causa do crescimento do câncer de pele e problemas de saúde ocular que muitas vezes levam à cegueira irreversível.
De acordo com INPE (Instituiu Nacional de Pesquisas Espaciais) no próximo verão a radiação ultravioleta deve crescer 30% em relação a 2005 quando variou de 9 a 13 pontos, índices preocupantes já que o aceitável segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) é de até 5 pontos.
Uma pesquisa realizada com mil pessoas pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, demonstra que menos de 1% conhece os riscos da radiação UV para os olhos e mais de 50% dos óculos não contam com proteção solar, contra 6% da população norte-americana conforme pesquisa desenvolvida nos EUA.
O médico alerta que os efeitos dos raios UV são cumulativos. Por isso, a atenção com a proteção dos olhos das crianças deve ser redobrada já que a maioria das pessoas recebe 80% da radiação ultravioleta entre a infância e adolescência, período em que as atividades ao ar livre são mais intensas. Isso significa que os pais devem estar atentos às lentes oftálmicas usadas pelas crianças já que mesmo os óculos de grau podem ter lentes com 100% de proteção UV. De todos os riscos à saúde ocular intensificados no verão é o mais nocivo porque a maior exposição aumenta a probabilidade de surgir catarata, pterígio, fotoceratite e degeneração macular.
Tanto a catarata quando a degeneração macular são doenças típicas da terceira idade, mas têm surgido cada vez mais precocemente devido à falta de proteção, adverte Queiroz Neto. No mundo todo a catarata representa mais de 50% dos casos de cegueira que atinge 50 milhões de pessoas e cresce 20% ao ano no Brasil, ou seja, anualmente totaliza 120 mil novos casos, segundo recente pesquisa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia).A melhor forma de proteger os olhos da radiação é usar óculos que tenham lentes com proteção UV, boné ou chapéu. A proteção independe da cor das lentes, destaca, mas os óculos escuros sem proteção UV são piores do que não usar nada. Isso porque no escuro as pupilas dilatam facilitando a entrada da radiação que pode causar queimaduras nos olhos.Segundo Queiroz Neto. a falta de proteção contra a radiação ultravioleta aumenta em 60% a chance de surgir a catarata que no mundo representa mais de 50% dos casos de cegueira e cresce 20% ao ano no Brasil, totalizando 120 mil novos casos por ano. A doença torna o cristalino opaco, impedindo que a luz chegue à retina e forme imagens nítidas.
O pterígio, explica Queiroz Neto, é uma forma de defesa contra o ressecamento provocado pela radiação UV em que há o espessamento da conjuntiva. A fotoceratite é uma inflamação da córnea provocada pelo ressecamento da lágrima. Já a degeneração macular é a maior causa da cegueira irreversível no Ocidente e tem maior incidência entre pessoas que trabalham expostas ao sol. Trata-se de uma doença silenciosa que faz as células da retina central (mácula) se tornarem cada vez menos eficientes, resultando na perda da visão central. Não por acaso, ressalta o médico, hoje no mundo todo diversos institutos meteorológicos acompanham diariamente os índices de radiação UV e fazem parcerias com indústrias do setor óptico que trabalham lentes com proteção UV usando diversas tecnologias. Queiroz Neto também diz que recente estudo feito com pilotos de avião demonstra que estes profissionais recebem maior carga de radiação UV nos olhos e se tornam mais suscetíveis a contrair catarata. Por isso faz um alerta a executivos que viajam constantemente de avião sobre a necessidade de proteger os olhos durante os vôos. A nossa integração com o meio ambiente, ressalta, depende em 80% da visão e a perda da saúde ocular representa um alto custo social e empresarial, conclui.
Informações à Imprensa: Eutrópia Turazzi LDC Comunicação
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