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Correr as “capelinhas”

por Jorge Branco
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De modo a “agitar” águas (e se calhar, turvas), creio ser pertinente abordar este tipo de temática. Nesse sentido segue abaixo uma sugestão enviada a uma ou duas associações, que gostaria, desta forma, tornar pública e, assim mais abrangente.

“Na medida em que nos é solicitado (aos sócios) o envio de eventuais sugestões, aqui deixo uma:

- As associações deste âmbito deveriam trabalhar mais na “promoção” das capacidades da pessoa com deficiência. O que eu quero dizer com isto, da “promoção”? Muito simples, deveria existir um trabalho contínuo e não esporádico e insípido, junto da sociedade em geral e particularmente junto das entidades empregadoras, no sentido de demonstrar que a pessoa com deficiência não é um “bicho raro” e sem qualquer capacidade para trabalhar.
Dirão as associações: - Mas isso já acontece! Pois então devo ter tido muito azar, mas quando saio um pouco do “meio”, é sempre com algum espanto, por exemplo, que me observam a trabalhar num computador!!

Por outro lado, não tenho dados estatísticos, mas quantas pessoas com deficiência estão a trabalhar no Estado e afins e quantas estão a trabalhar em Empresas privadas (para já não falar nas que não estão em lado nenhum)? Não haverá algo a fazer nesta área? Na minha modesta opinião, a questão não passa por “obrigar” a contratar, mas sim, em “sensibilizar”, porém de forma metódica e também (porque não?) de uma forma “massiva” e não de vez em quando.

Embora não se aplique a essa associação (creio eu), a ideia com que eu fiquei (por experiência própria), é que a maioria das associações estarão a fazer um péssimo trabalho nesta área, por exemplo, através dos “estágios” ou “formação em posto de trabalho” ou lá como lhes quiserem chamar. Porventura, já se tem em “carteira” uns locais habituais, estes, se o “estagiário” não o estragar, no fim do “estágio”, mandam-no embora e pedem outro para substituir este e, as associações lá mandam outro. Por vezes (excecionalmente) o “estagiário” até fica no posto de trabalho, que sortudo, pois, logo à partida, na maior parte dos casos, o “estágio”, independentemente do desempenho do “estagiário”, não visa a criação de um novo posto de trabalho, visa apenas a aquisição de “competências” (óptimas para aplicar em casa, depois desse “estágio”)! Não seria lógico, perante uma boa avaliação do desempenho do “estagiário” e a necessidade óbvia de preenchimento desse posto de trabalho (explícita no pedido de novo “estagiário”), a associação “persuadir” a entidade “acolhedora” a contratar? E recusar novo “estagiário”? Mas, como é possível essa “pressão”, se as próprias associações parecem fazer isto mesmo com os seus “estagiários”? Na verdade, com o grau de exigência dos próprios “estagiários”, que acabam um “estágio”, já se estão a inscrever noutro, assim como, parecem muito satisfeitos e considerarem o valor das bolsas, um valor elevadíssimo e, também lhes “passa ao lado” o “pormenor” da diferenciação de valor entre graus académicos e experiências profissionais, de uns e de outros, que não é nenhuma (é tudo medido pela mesma bitola, tudo metido no mesmo saco), assim, verdadeiramente, é um facto inegável que também se torna difícil alterar alguma coisa. E deste modo, uns vão justificando o posto de trabalho de outros e alguma da razão de existir de outras, sem grandes resultados para os primeiros. Enfim, devo estar a ser muito pessimista e mal intencionado, bem como, também devo estar mal informado, afinal, tudo deve estar a “correr sobre rodas” neste capítulo e o trabalho das associações tem primado pela exigência, qualidade e eficácia, aqui neste País da Alice, no das maravilhas!”