A liberdade, a prosperidade e o progresso da sociedade e dos indivíduos são valores humanos fundamentais. Só serão atingidos quando os cidadãos estiverem na posse das informações que lhes permitam exercer os seus direitos democráticos e ter um papel activo na sociedade.
Começa assim o Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Púbicas, aprovado em 1994, proclamando, adiante, que serviços e materiais específicos devem ser postos à disposição dos utilizadores que, por qualquer razão, não possam usar os serviços e os materiais correntes, como por exemplo minorias linguísticas, pessoas com deficiências, hospitalizadas ou reclusas.
Na linha deste pensamento e na prossecução da sua missão, a Biblioteca Municipal de Coimbra mantém, desde 1986, um Serviço de Leitura Para Deficientes Visuais. No início deste ano, através do projecto Livros para os Sentidos, Sentido para os Livros", financiado pela Fundação Gulbenkian e com a participação exclusiva de locutores voluntários, entrou em funcionamento um estúdio para gravação de audiolivros, a fim de se oferecer uma resposta mais eficaz às necessidades de leitura das pessoas com necessidades especiais.
Com esta Conferência, onde propomos a partilha de saberes e experiências de várias personalidades, pretendemos aprender, formar e divulgar, no que há de mais importante quanto ao acesso à informação pelas pessoas com deficiência da visão.
Ir ao cinema, ao teatro ou a um espectáculo de dança, tirar proveito pleno das tecnologias digitais, aceder sem restrições aos livros no formato audiolivro ou Braille, oferecer livros apelativos às crianças cegas, em muitas circunstâncias são ainda actos meramente simbólicos ou de difícil realização.
Vamos por isso debater a audiodescrição no cinema, no teatro, na dança, nas exposições culturais, a acessibilidade e usuabilidade da WEB e de outras tecnologias digitais, as técnicas de leitura em voz alta, perceber que um livro impresso em Braille também pode oferecer imagens às crianças cegas e reafirmar a importância deste sistema de leitura na vida das pessoas com deficiência da visão.
Programa
10:00 Sessão de Abertura
Prof. Doutora Maria José Azevedo Santos (Vice-Presidente da CMC e Vereadora da Cultura)
10:15 1º Tema
ARTE ACESSÍVEL
Moderação: Berta Duarte (Chefe da Divisão de Museologia da CMC)
Participantes:
Josélia Neves (professora universitária) A Audiodescrição
No cinema, no teatro, na dança...
Tânia Lopes - (artista plástica) - Uma exposição para ver de olhos fechados
11:00 Debate
11: 15 2º Tema
INCLUSÃO DIGITAL
Moderação: Nuno Pimenta (Chefe da Divisão de Informática da CMC)
Participantes:
Jorge Fernandes (responsável pela unidade de Acesso da UMIC) Toda a informação ao alcance dum clic ou de uma tecla de atalho
Alice Ribeiro (responsável do Serviço de Apoio Ao Estudante com Deficiência da Universidade do Porto) - Biblioteca Aberta do Ensino Superior - Cooperação para partilha da informação
12:00 Debate
12:30 Pausa para Almoço
14:00 3º Tema
LIVROS QUE FALAM
Moderador: Rita Santos (Directora de Informação da RUC)
Fernando Alvim (locutor e apresentador da RTP) Leitura de audiolivros. Ler ou interpretar?
Júlio Costa (responsável da Biblioteca Sonora da BPMP) -uma experiência de décadas na gravação de livros falados
Sofia Vaz Serra (locutora voluntária na BMC) O prazer de partilhar leituras: relato de uma experiência de voluntariado
16:00 Debate
16:15 4º Tema
A INFORMAÇÃO NA PONTA DOS DEDOS
Moderação: Maria José Miranda (Chefe da Divisão de Bibliotecas da CMC)
Participantes:
Joana Branco (tradutora e professora do ensino básico e secundário)Traduzindo a visão noutros sentidos
Bruá Edição e Design - "O livro negro das cores" ou a aproximação do ver e não ver
Lesdoits qui rêvent(contacto via skype com Editora Francesa) - a adaptação de livros infanto-juvenis para as crianças cegas
Ana Fontes (ex-professora do ensino especial) Mãos que lêem. Técnicas de leitura Braille com leitura de um texto.
Entrada Livre (condicionada à lotação da sala)
Inscrições:
leitura.especial@cm-coimbra.pt
Tel. 239 702 630
Nota: no acto da inscrição deve ser referida a eventual necessidade de apoio especial, como por exemplo tradução em LGP (Língua Gestual Portuguesa) ou informação impressa em Braille, com pelo menos uma semana de antecedência da data de realização da Conferência.
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